“Minha vida é andar por esse país, pra ver se um dia descanso feliz”. Há precisos 20 anos, os versos de A Vida do Viajante se tornaram realidade: Gonzaguinha descansou feliz.
Quem não ficou nada feliz foram seus milhões de fãs, ao saberem que o cantor, compositor e músico carioca havia morrido, vítima de acidente de carro em uma estrada no Paraná.
Um jeito irônico de se morrer, pois Luiz Gonzaga Jr. adorava andar de carro e adorava viajar por esse Brasil afora, mostrando sua arte e suas canções maravilhosas para o povo de que tanto gostava.
Gonzaguinha é paixão de moleque para mim. Gosto dele desde o estouro em 1976 de Espere Por Mim, Morena, uma das mais belas declarações de amor já feitas no formato musical.
Ele é um dos meus grandes ídolos na MPB, ao lado de Ivan Lins, João Bosco, Milton Nascimento e Chico Buarque.
Para mim, uma das grandes virtudes do autor de Explode Coração era a capacidade de falar diretamente em suas letras, sem rodeios nem metáforas, indo da paixão à ironia, do romance à política, da vida ao sonho.
Sua obra era auto-referencial, com citações de suas próprias músicas permeando outras, como se reforçando conceitos, justificando convicções e dando provas de que, sim, a vida podia ser bela.
Na verdade, o título deste post está errado. Gonzaguinha, o ser humano, se foi, e cedo demais para o meu gosto, mas seus recados certeiros continuam por aí, livres, disponíveis para quem precisa de boas mensagens. E são todos os seres humanos.
“Viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar com a certeza de ser um eterno aprendiz, eu sei que a vida devia ser bem melhor, e será, mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita”.
Saudades eternas, seo Gonzaguinha!
Ouça O Que É, O Que É, com Gonzaguinha, ao vivo:
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