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Boca Livre ganha um Grammy e dá alguma esperança aos fãs

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Por Fabian Chacur
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As expectativas dos brasileiros em relação à premiação do Grammy realizada neste domingo (5) estavam em torno de Anitta concorrendo na categoria de artista revelação. Alguns mais antenados também torciam pela brilhante Flora Purim. Mas poucos sabiam que o Boca Livre também estava nessa disputa pelo Oscar da música. E quem acabou levando o troféu foi o grupo, extinto em 2021 em meio a uma lamentável briga motivada por razões políticas.

Foi o tipo da situação extremamente inesperada e peculiar. Afinal de contas, Pasieros, o álbum que proporcionou o prêmio ao Boca Livre na categoria Melhor Álbum de Pop Latino, foi na verdade gravado em 2011, mas só saiu em maio de 2022, o que explica o porque teve a oportunidade de concorrer ao disputado prêmio mesmo uma década após o seu registro.

Além disso, o trabalho é histórico por reunir o quarteto com um dos grandes nomes da música latina, o cantor, compositor, ator e músico panamenho Rubén Blades. As 11 músicas foram pinçadas do repertório dele, dedicado a uma modernização personalizada da salsa com elementos políticos.

O álbum foi gravado com músicos de apoio brasileiros, entre os quais Jorge Helder (baixo), Pantico Rocha e Robertinho Silva (bateria), Marcos Suzano (percussão) e João Donato (piano). O álbum também possui uma segunda versão, Parceiros, contendo 8 das 11 canções vertidas para o português.

Da formação que gravou o álbum, que também é a mais estável da trajetória do Boca Livre, foram aos EUA para receber os troféus Zé Renato, David Tygel e Lourenço Baeta, ficando de fora Mauricio Maestro, o estopim da briga que gerou o fim do grupo. Fica a torcida para que essa premiação inesperada possa de repente gerar a reconciliação entre eles, pois os políticos passam, mas as amizades de fato deveriam ficar.

Leia mais textos sobre o Boca Livre aqui.

Buscando Guayaba– Boca Livre e Ruben Blades:

Arlo Parks, revelação de 2021, volta com o ótimo single Softly

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Por Fabian Chacur

Arlo Parks foi uma das boas novidades musicais de 2021. Com seu álbum de estreia, Collapsed In Sunbeams, atingiu o 3º posto na parada do Reino Unido, emplacou vários singles nas paradas de sucessos e plataformas digitais e recebeu duas indicações ao Grammy, além de faturar um Brit Award de artista revelação e prêmios da BBC e da Honda. Pois ela se mostra inquieta. A cantora e compositora britânica, que tem fãs ilustres como Billie Eilish e Florence Welch, acaba de lançar um novo single, Softly, divulgado com um clipe de estética sessentista.

Softly é deliciosa, na linha do r&b moderno, com boa melodia e levada dançante conduzida pela voz suave e muito boa de se ouvir de Arlo. Em press-release enviado à imprensa, ela fala sobre a inspiração desta sua nova composição: “Softly é uma música sobre anseio, sobre o quão frágil você se sente nos últimos dias de um relacionamento quando você ainda está desesperadamente apaixonado. A música é sobre como é se preparar antes do golpe de um rompimento e relembrar sobre os dias em que tudo parecia luminoso.”

Softly (clipe)- Arlo Parks:

Billie Eilish de single novo, com 2º álbum previsto para 30 de julho

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Por Fabian Chacur

Em 26 de janeiro de 2020, um verdadeiro tsunami musical tomou conta das principais premiações na 62ª edição do Grammy. Com apenas 18 anos na ocasião, Billie Eilish saiu daquela cerimônia, uma das últimas pré-pandemia do novo coronavírus, com os troféus de Artista Revelação, Álbum do Ano, Gravação do Ano e Melhor Álbum Pop Vocal, tudo isso graças ao seu álbum de estreia, When We All Go To Sleep Where Do We Go?, que liderou as paradas de sucesso de 18 países. E vem novo álbum da moça por aí.

A cantora e compositora nascida em 18 de dezembro de 2001 em Los Angeles, Califórnia, verá o sucessor de seu explosivo álbum inicial chegar ao mercado musical no dia 30 de julho, nas gloriosas plataformas digitais e também em LP duplo de vinil, CD simples e fita cassete. Para atiçar a curiosidade dos fãs, mais um single acaba de ser divulgado, a introspectiva e musicalmente delicada Your Power, que a mostra com os cabelos tingidos de loiro, ela que já mudou a cor dos mesmos em diversas ocasiões.

O trabalho traz 13 faixas, sendo que os outros singles divulgados anteriormente são My Future e Therefore I Am . Vale lembrar que na 63ª edição do Grammy a garota abocanhou mais dois troféus, nas categorias Gravação do Ano e Melhor Música Escrita Para Mídia Visual, e também lançou a música tema de mais um filme da franquia James Bond, a canção No Time To Die.

Mais uma vez, Billie se incumbiu das composições, sendo que na parte da produção e gravação ela contou novamente com o apoio de seu irmão mais velho, Finneas O’Connell, de 23 anos. Essa total independência não é algo tão comum na atual indústria fonográfica, o que mostra a confiança da gravadora Universal Music no taco da artista.

Eis as músicas de Happier Than Ever:

1. Getting Older

2. I Didn’t Change My Number

3. Billie Bossa Nova

4. my future

5. Oxytocin

6. GOLDWING

7. Lost Cause

8. Halley’s Comet

9. Not My Responsibility

10. OverHeated

11. Everybody Dies

12. Your Power

13. NDA

14. Therefore I Am

15. Happier Than Ever

16. Male Fantasy

Your Power (clipe)- Billie Eilish:

Mumford & Sons triunfam no Grammy 2013

Por Fabian Chacur

O Mumford & Sons abocanhou o principal troféu da 55ª edição do Grammy, o Oscar da música, entregue na noite deste domingo (10) nos EUA. A promissora banda britânica levou na categoria Álbum do Ano com o seu excelente Babel (leia crítica aqui), em uma noitada com boas notícias para a música popular em geral.

Na categoria Record Of The Year (Single do Ano, dedicada ao produtor e ao autor da música premiada), por exemplo, venceu a deliciosa canção pop Somebody That I Used Know, do belga Gotye, em dueto com a cantora Kimbra. Gotye também faturou na categoria Best Alternative Music Album, com Making Mirrors. Gotye compõe e produz suas músicas, e tem forte veia pop.

Embora meio exageradinho, o som pop do trio Fun., oriundo de Nova York, é bacana e também mereceu levar nas categorias Revelação do Ano e Canção do Ano (com We Are Young), embora eu preferisse a contagiante e grudenta Call Me Maybe, de Carly Rae Jepsen. E Adele levou seu sétimo troféu (o único no qual concorreu este ano) com a versão ao vivo de Set Fire To The Rain, no quesito Performance Pop Solo. De quebra, ela entregou o troféu do Mumford & Sons.

Se não faturaram nas categorias principais, os rappers Jay-Z e Kanye West e o grupo Black Keys levaram três troféus cada em suas respectivas praias (rap e rock), enquanto Paul McCartney representou a geração dos anos 60 ao ganhar, com seu álbum Kisses On The Bottom (leia a crítica aqui) como Melhor Álbum Pop Tradicional.

A cerimônia, como de costume, foi repleta de apresentações musicais, e algumas foram realmente marcante. A cantora country Carrie Underwood (egressa do American Idol), por exemplo, arrasou em Blow Away, com direito a um efeito especial inédito em cerimônias desse tipo: várias imagens foram projetadas em seu vestido de forma arrebatadora.

O cantor Frank Ocean, que acabou fracassando nas categorias principais (levou em Best Urban Contemporary R&B Album), também teve seu momento de alta tecnologia ao emergir de um vídeo exibido no telão, cantar como se estivesse correndo dentro do mesmo e depois retornar ao vídeo, de forma simplesmente mágica. Pena que tenha esbanjando nervosismo em sua performance, com a voz nitidamente tremendo…

O Mumford & Sons participou do arrepiante tributo ao saudoso Levon Helm (do The Band-leia sobre ele aqui), uma das baixas da música em 2012. Além do grupo, estiveram na performance de The Weight feras como Elton John, Mavis Staples, T-Bone Burnett e a cantora do grupo Alabama Shakes. Stanley Clarke e Chick Corea também brilharam em um breve medley de Take Five e Blue Rondo a La Turk, homenagem a Dave Brubeck (leia sobre ele aqui).

O habitualmente recluso Prince esteve presente para entregar o troféu Record Of The Year, e elogiou os vencedores, Gotye e Kimbra, que devolveram os elogios de forma bastante emocionada. O show terminou com uma sensacional homenagem a Adam Yauch (MCA), dos Beastie Boys (leia sobre ele aqui), reunindo o rapper e ator LL Cool J (que também atuou como apresentador da cerimônia de entrega dos Grammys), Chuck D (líder do Public Enemy) e Tom Morello (guitarrista do Rage Against The Machine).

Mumford & Sons no programa de David Letterman:

Grammy 2012 consagra a britânica Adele

Por Fabian Chacur

Como já era previsto, a edição 2012 dos Grammy Awards, o Oscar da música, teve uma dona. Trata-se de Adele. A cantora britânica ficou com os três principais prêmios na noite deste domingo (12), os de Gravação do Ano e Canção do Ano (ambos com Rolling In The Deep) e Álbum do Ano (por 21).

De quebra, a estrela de 23 anos ainda levou nas categoria Melhor Performance Pop Solo e Melhor Álbum Pop Vocal. Rolling In The Deep faturou em Melhor Videoclipe, enquanto Paul Epworth ganhou o prêmio de Melhor Produtor de Música Popular do Ano por trabalhar com ela, o grupo Foster The People e o cantor Cee Lo Green.

Se não ganhou nas principais categorias, o grupo Foo Fighters também saiu repleto de troféus importantes. Cinco, para ser mais preciso: Melhor Disco de Rock (por Wasting Light), Melhor Performance de Rock (por Walk), Melhor Performance Hard Rock/Metal (por White Limo), Melhor Musica de Rock (por Walk) e Melhor Vídeo de Longa Duração (por Back And Forth).

Whitney Houston, que deveria estar presente à cerimônia e morreu de forma trágica na noite anterior (sábado-11), foi homenageada em performance de Jennifer Hudson. Outra estrela morta há pouco, Etta James, também recebeu um tributo por parte da organização do troféu.

A boa notícia para os fãs de Adele ficou por conta de sua ótima performance ao vivo durante o evento, provando que ela se recuperou muito bem da operação que teve de fazer no fim de 2011.

Veja Rolling In The Deep ao vivo nos Grammy Awards 2012:

Uma semana depois, o que falar dos Grammy?

Por Fabian Chacur

Há uma semana, foi realizada a festa de entrega dos troféus Grammy, o Oscar da música mundial, em sua edição de número 53.

Acabei não escrevendo nada sobre o tema. Um absurdo.

Então, mesmo uma semana depois, vamos dar uma esmiuçada na coisa.

Tivemos dois grandes vencedores, os grupos Arcade Fire e Lady Antebellum.

O trio americano de country pop rock faturou cinco troféus, sendo dois deles nas categorias mais importantes.

São elas Record Of The Year, que seria o equivalente ao antigo single, e Song Of The Year, que é destinado ao compositor, e ambas foram levadas pela deliciosa balada rock country Need You Now.

Com ecos do clássico Still The Same, sucesso em 1978 com Bob Seger, essa música serve como bom aperitivo do trabalho de ótimo nível feito pelo Lady Antebellum.

Quem lê Mondo Pop certamente se lembra dos elogios que fiz ao álbum Need You Now, o segundo da carreira da banda e um dos melhores lançamentos de 2010.

Os garotos merecem as vitórias, pois embora não tenham criado nada de inovador ou genial, certamente foram capazes de nos oferecer músicas deliciosas, o que definitivamente não é pouco.

O grupo canadense Arcade Fire, com a vitória na categoria Album Of The Year, certamente corre o risco de virar o novo U2.

Ou seja, uma banda que consegue ao mesmo tempo credibilidade perante a crítica especializada e grande sucesso comercial.

The Suburbs vendeu e continua vendendo bem, mas a crítica ainda não começou a torcer os narizes para eles.

Só para variar, a categoria Revelação do Ano é vencida por alguém que não é exatamente iniciante.

Esperanza Spalding, que já abriu show para George Benson no Brasil e tem forte ligação com a nossa MPB, já conta com três álbuns no seu currículo.

Seja como for, antes ela ser dona do troféu do que os curiosos fenômenos infanto-juvenis Justin Bieber e Drake.

Outro favorito de Mondo Pop, a banda Train, que abrirá para a Shakira em breve aqui no Brasil, levou o troféu de melhor performance pop com vocais em duo ou grupo com a sublime Hey Soul Sister.

Se os popíssimos e quase insípidos Lady Gaga, Jay-Z e Rihanna levaram taças para casa, gente de muito mais importância também o fez.

Artistas do naipe de Paul McCartney, Jeff Beck (levou dois!), Neil Young e Them Crooked Vultures, só para citar alguns.

Injustamente alijada da disputa de melhor álbum do ano, a banda Sade, da cantora Sade Adu, ao menos levou o gramofone de ouro na categoria melhor performance de r& b de grupo ou duo com vocais com a sublime Soldier Of Love, faixa título do trabalho injustiçado.

A nota curiosa ficou por conta de Tia Carrere.

Lembram dela? A morena boazuda e roqueira dos filmes Quanto Mais Idiota Melhor 1 e 2 (Wayne’s World 1 e 2)!

Pois a moça ganhou um Grammy. Sabem em que categoria?

Solte a gargalhada: melhor álbum de música havaiana, com o CD Huana Ke Aloha.

Ou seja, entre mortos e feridos, salvaram-se todos, com exceção dos brasileiros, que ficaram de mãos abanando. Mas para eles, tem o Grammy Latino…

Ouça a ótima I Run To You, com o Lady Antebellum:

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