Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Tag: heavy metal brasil (page 1 of 2)

Viper disponibiliza The Android e lança álbum em 23 de junho

viper 400x

Por Fabian Chacur

O selo Wikimetal Music lançar no próximo dia 23 Timeless, o esperado álbum que encerrará uma espera de 15 anos dos fãs por um trabalho com material inédito. Para ajudar a criar um clima bem positivo de espera deste trabalho, acaba de chegar às plataformas digitais mais uma de suas 11 faixas. Trata-se de The Android, faixa composta por Pit Passarell e Guilherme Martin.

Este será o primeiro álbum com a atual formação do grupo paulistano que está na estrada há 28 anos, atualmente trazendo como integrantes Leandro Caçoilo (vocais), Felipe Machado e Kiko Shred (guitarras), Pit Passarell (baixo e vocais) e Guilherme Martin (bateria).

The Android é um heavy rock bem acelerado e traz ecos da era da banda nos tempos do álbum Coma Rage, inclusive pelo fato de que, nesta faixa, tem o vocal principal a cargo de Pit Passarell, que na época se incumbiu de substituir o grande e saudoso André Matos, quando este saiu para criar outro grupo icônico do heavy metal brasileiro, o Angra. Saiba mais aqui.

The Android– Viper:

Viper lança clipe e fará um show no Rio de Janeiro após 7 anos

viper 400x

Por Fabian Chacur

O Viper continua a mil por hora. Eles acabam de disponibilizar uma segunda amostra de Timeless, seu primeiro álbum de inéditas desde All My Life (2007) e que será lançado em breve. A faixa, Freedom Of Speech, esbanja energia e elaboração, e conta com um clipe dirigido pelo cineasta Caio Cobra (diretor de Intervenção e Virando a Mesa).

Não satisfeitos, eles voltarão a se apresentar ao vivo no Rio de Janeiro após sete longos anos. O show será realizado neste sábado (30) a partir das 21h no Rock Experience (rua Riachuelo, nº 20- Lapa), com ingressos custando R$ 80,00 (meia) e R$ 160,00 (meia).

A escalação da banda trará os fundadores Felipe Machado (guitarra) e Pit Passarel (baixo) e também Kiko Shred (guitarra) e Leandro Caçoilo (vocal), sendo que neste show as baquetas estarão a cargo de Marcelo Campos, conhecido por seu trabalho com a banda Salário Mínimo, entre outras.

Além de dar uma prévia de músicas do novo álbum, como Under The Sun e a já citada Freedom Of Speech, o quinteto paulistano também investirá em clássicos dos seus 37 anos de carreira, entre os quais Rebel Maniac, Living For The Night e Evolution. Timeless contou com a produção de Marcelo Cersosimo, que já trabalhou com Paul McCartney e Avril Lavigne.

Freedom of Speech (clipe)- Viper:

Roadie Crew Online emplaca a sua edição nº 28 nesta sexta (8)

Eliton Tomasi-400x

Por Fabian Chacur

Com o advento da covid-19 no início de 2020 e como forma de manter os eventos musicais mesmo com o isolamento social exigido, surgiram vários festivais online. Um dos mais bem-sucedidos é o Roadie Crew Online, que chegará à sua 28ª edição nesta sexta-feira (7) a partir das 19h30, uma realização da revista Roadie Crew em parceria com a premiada produtora Som do Darma. A apresentação ficará a cargo do jornalista, músico e produtor Eliton Tomasi (foto), da Som do Darma. Você poderá ver os shows gratuitamente no canal oficial da Roadie Crew aqui.

A ideia do projeto é abrir espaços para as mais significativas bandas do heavy metal brasileiro. Nesta edição, teremos ênfase em duas vertentes, o thrash e o death metal. Serão exibidos vídeos inéditos e exclusivos das bandas Manger Cadavre, Corpse Grinder, Hicsos, Wolfpire, Warbound, Bloody, Sacrifix, Vomit Bag Squad, Gustavo Carmo, Dysnomia, Torrencial, Infector Cell, Black Priest, Necrofilosophy, Bruno Santos e Perpetual Sign.

Desde o inicio, já passaram pelo festival online mais de 450 bandas, prova de o quanto esta cena é atuante e repleta de representantes. O Roadie Crew Online Festival ganhou o badalado Prêmio Dynamite em 2021 na categoria Melhor Evento. O evento é realizado mensalmente.

Pátria Amada (clipe)- Hicsos:

Viper divulga Under The Sun, uma faixa do álbum Timeless

viper 400x

Por Fabian Chacur

Acaba de ser disponibilizada nas plataformas digitais Under The Sun (Pit Passarell-Guilherme Martin), poderoso power metal que é a primeira canção inédita lançada pelo grupo brasileiro de heavy metal Viper nos últimos 15 anos. Trata-se da primeira (e ótima) amostra de Timeless, álbum que a banda paulistana promete lançar ainda no primeiro semestre deste ano.

Com a produção de Mauricio Cersosimo, que já trabalhou com Paul McCartney e Avril Lavigne, Timeless é o registro inicial de estúdio da atual formação do Viper, que inclui Leandro Caçoilo (vocais), Felipe Machado e Kiko Shred (guitarras), Pit Passarell (baixo e vocais) e Guilherme Martin (bateria). Ele sucede All My Life (2007), sendo que, nesse meio tempo, eles também lançaram o DVD To Live Again: Live in São Paulo, com a participação do saudoso André Matos, 1º vocalista do grupo.

Na ativa desde 1985, o Viper é uma das bandas brasileiras de heavy metal com maior sucesso no exterior, especialmente no Japão. Fizeram shows nos quatro cantos do mundo e lançaram álbuns marcantes como Soldiers of Sunrise (1987) Theatre of Fate (1989) e Coma Rage (1994), além do excelente ao vivo Maniacs Live in Japan (1993), gravado ao vivo no Japão.

Under The Sun– Viper:

Felipe Machado regrava 15 Anos para o seu 2º álbum-solo, Primata

felipe machado 400x

Por Fabian Chacur

Quinze Anos, o novo single de Felipe Machado, equivale ao que os americanos intitulam “down on memory lane”, ou seja, uma deliciosa viagem ao passado. Logo de cara por ser a releitura de uma faixa gravada originalmente pela banda que o consagrou no cenário rock nacional e internacional, a Viper, em seu álbum Tem Pra Todo Mundo. Para reforçar esse clima, o clipe foi gravado no auditório do tradicional e emblemático Colégio Sion, situado no bairro paulistano de Higienópolis, local que possui forte ligação afetiva com o cantor, compositor, músico escritor e jornalista.

Foi nesse local que Felipe, ao lado do irmão Nando e dos futuros parceiros de Viper Yves e Pit Passarell, fez uma apresentação ao vivo com sua banda de então, a Rock Migration, em 1982, quando ele tinha apenas 12 anos de idade. Na plateia, estava o saudoso André Matos, que se tornaria posteriormente o vocalista do Viper e também do Angra, Shaman e outros projetos de muito sucesso no heavy rock nacional e internacional.

As cenas atuais foram mescladas com fotos daquele show emblemático, e também temos a presença marcante de Isabel, filha de Felipe que completou 15 anos de idade exatamente neste 2021. A regravação conta com a participação especial de Yves Passarell, ex-Viper e hoje guitarrista do Capital Inicial. Eis como Machado define esta canção, que fará parte de seu 2º álbum solo, Primata, com lançamento futuro da ForMusic em parceria com a FMLabs:

“A música fala sobre a ingenuidade da adolescência, por isso achei que seria uma boa metáfora voltar ao palco onde o VIPER nasceu. Éramos apenas crianças, mas já sonhávamos em seguir a carreira musical”.

Quinze Anos (clipe)- Felipe Machado:

Roça ‘N’ Roll reúne 31 bandas de rock e heavy em festival virtual

roça and roll festival 2021 400x

Por Fabian Chacur

O festival Roça ‘N’ Roll terá a sua 20ª edição adaptada às circunstâncias do momento, em função ao combate ao novo coronavírus. O evento, cujo inicio será nesta quarta-feira (23) às 20h e se estenderá até o dia 30 (quarta-feira), vai ocorrer de forma totalmente virtual, com os shows transmitidos sempre nesse mesmo horário a partir do link do canal do youtube que você pode acessar aqui. São 31 bandas de várias partes do Brasil, representando diversas vertentes do rock e do heavy metal, com direito a bandas do porte de Tuatha de Danann, Uganga, Warshipper, Sunroad e Psychotic Eyes, além da incrível dupla Moda de Rock.

“O importante é conseguirmos manter na edição online algumas características básicas do Roça ’N’ Roll tradicional, como o espírito festivo, a multiplicidade de estilos, o caráter de maratona, afinal são oito dias com mais de 30 bandas, e a concepção do festival como um instrumento de fomento à cena criativa do rock underground, contemplando bandas de alta qualidade que não tem tanto espaço na mídia tradicional”, explica o músico e empreendedor cultural Bruno Maia, organizador do festival.

O grupo de Bruno, o Tuatha de Danann, marcará presença em todos os dias sempre com a participação de convidados especiais, entre eles o músico inglês Martin Walkyier, ex-vocalista do grupo Skyclad, em gravações ao vivo.

Eis a programação dos shows do Roça ‘N’ Roll 2021:

23/06 (quarta-feira)

Bandas: Chaosfear, Dionísio, Loss, Mother Trouble e Tuatha de Danann.

Link de acesso: https://www.youtube.com/user/rocanrollfestival

24/06 (quinta-feira)

Bandas: Aneurose, Badlands Hero, Sinaya, Subrosa e Tuatha de Danann.

Link de acesso: https://www.youtube.com/user/rocanrollfestival

25/06 (sexta-feira)

Bandas: HellGarden, Hot Rats and Leo Rapozão, The Neverknow, Tuatha de Danann e Uganga.

Link de acesso: https://www.youtube.com/user/rocanrollfestival

26/06 (sábado)

Bandas: Cangaço, Drowned, Path to Nihil, Stay Clean e Tuatha de Danann.

Link de acesso: https://www.youtube.com/user/rocanrollfestival

27/06 (domingo)

Bandas: Attomica, New Democracy, Pesto, Tuatha de Danann, Vingador e Venomous.

Link de acesso: https://www.youtube.com/user/rocanrollfestival

28/06 (segunda-feira)

Bandas: Deadliness, Psychotic Eyes, Tuatha de Danann e Warshipper.

Link de acesso: https://www.youtube.com/user/rocanrollfestival

29/06 (terça-feira)

Bandas: Final Disaster, Hammathaz, Sunroad e Tuatha de Danann.

Link de acesso: https://www.youtube.com/user/rocanrollfestival

30/06 (quarta-feira)

Bandas: Moda de Rock, Silent Hall, Suck this Punch e Tuatha de Danann.

Link de acesso: https://www.youtube.com/user/rocanrollfestival

Servus (clipe)- Uganga:

Allied Forces, do Triumph, é relida por Val Santos e dois bons amigos

allied forces single 400x

Por Fabian Chacur

Uma reunião de bons amigos para reler um clássico do heavy metal dos anos 1980. Essa é uma definição sintética do novo single do guitarrista e produtor Val Santos, que resgatou de forma enérgica e competente um petardo do rock pesado, Allied Forces, um dos maiores hits do trio canadense Triumph e faixa-título de seu álbum mais bem-sucedido nas paradas americanas, onde atingiu o 23º posto em 1981, há 40 anos.

Para acompanhá-lo, Val, que toca guitarra e bateria, chamou dois parceiros dos mais qualificados. No baixo, temos Nando Machado, cofundador do portal Wikimetal e conhecido por sua atuação com a banda Toyshop ao lado do próprio Val. O vocal ficou por conta de Leandro Caçoilo, atual cantor da banda Viper, da qual Val também já fez parte. Se levarmos em conta que Nando é irmão de Felipe Machado, guitarrista e um dos fundadores do Viper, aí é que a coisa vira mesmo uma bela e poderosa ação entre amigos. E das boas.

A faixa integrará 1986, primeiro trabalho-solo de Val, previsto para chegar nas plataformas digitais no próximo dia 28 e uma homenagem explícita ao rock pesado oitentista. Ele explica o que o motivou a gravar Allied Forces: “Eu sempre quis gravar essa música, lembro com 13 anos assistindo na TV o clipe, e adorar a melodia de voz e o refrão, rock de primeira”.

Allied Forces– Val Santos, Nando Machado e Leandro Caçoilo:

Pit Passarell grava a sua canção O Mundo, hit com o Capital Inicial

pit passarell-400x

Por Fabian Chacur

Há 35 anos, o grupo Viper surpreendeu a cena do heavy metal paulistano, com quatro adolescentes mostrando um potencial incrível, que nos anos seguintes não só se desenvolveria como também os levaria a ganhar fãs no Brasil e no exterior. Seu baixista e posteriormente também cantor, Pit Passarell, nascido em Buenos Aires e criado no Brasil, mostra pela primeira vez um trabalho solo. É o single O Mundo, uma boa, vigorosa e significativa amostra do álbum que lançará no dia 28 de agosto em formatos físico e digital pelo selo Wikipedia em parceria com a ForMusic.

Para quem não sabe, Pit, além de integrar o Viper, também teve uma série de composições de sua autoria gravadas pelo Capital Inicial. A primeira delas foi precisamente O Mundo, o mair hit extraído do álbum da banda de Brasília intitulado Atrás dos Olhos (1998), que marcou o retorno do vocalista Dinho Ouro Preto ao time após seis anos se dedicando a outros projetos. A releitura de Pit é repleta de energia e estilo e agrada em cheio.

Seus Olhos, Depois da Meia-Noite, Algum Dia e Instinto Selvagem foram outras canções dele gravadas pelo grupo dos irmãos Fê e Flávio Lemos. Vale lembrar que Yves Passarell, irmão de Pit e um dos fundadores do Viper, entrou em 2001 no Capital Inicial na vaga de Lôro Jones, onde se encontra até hoje. Fica a expectativa para esse primeiro trabalho de Pit sem o Viper.

O Mundo– Pit Passarell:

Andre Matos, o garoto que realizou um sonho impossível

andre-matos-divulgacao-400x

Por Fabian Chacur

Andre Matos era uma garoto que tinha um sonho impossível: tornar-se um astro do heavy metal. Isso, cantando em inglês e sendo brasileiro, em plenos anos 1980. Não tinha como dar certo. Mas deu! O cantor, compositor e músico paulistano viu seu trabalho ultrapassar fronteiras, conquistar fãs no mundo todo e virar uma referência no gênero musical ao qual se dedicou. Ele infelizmente nos deixou de forma precoce neste sábado (6), aos 47 anos de idade, mas teve uma vida incrível. E tornou real o tal do sonho impossível.

Andre nasceu em São Paulo em 14 de setembro de 1971, nativo de Virgem. E suas características tinham tudo a ver com este signo do zodíaco. Era um cara perfeccionista, articulado, que lutava intensamente pela realização de seus objetivos. Ainda moleque, juntou-se aos irmãos Yves e Pit Passarel para criar um grupo de heavy metal. O Viper surgiu em 1985, incentivado pela primeira edição do Rock in Rio e também pelo crescimento de uma cena headbanger paulistana.

Naquela São Paulo de 1985, projetos como o SP Metal e a revista Rock Brigade ajudavam a incentivar o surgimento de bandas de rock pesado na cidade. A publicação criada por Toninho Pirani resolveu criar um selo para lançar algumas daquelas bandas. E os literalmente moleques do Viper foram agraciados com um contrato com a Rock Brigade Records, pela qual lançaram em 1987 seu álbum de estreia, Soldiers Of Sunrise (1987), seguido por Theatre Of Fate (1989).

Com esses dois discos, o Viper mostrou competência ao digerir influências de Iron Maiden, Helloween e outras bandas importantes daquele período. Com uma voz potente, Andre aos poucos ganhou protagonismo no heavy metal brasileiro. Ao iniciar os estudos musicais, sentiu que era hora de partir para novos rumos, e deixou a sua primeira banda. Em 1991, criou um novo time, o Angra, com exímios músicos, especialmente os guitarristas Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro.

Angels Cry (1993), o álbum de estreia do quinteto, mostrou um som ainda mais elaborado e consistente, com direito até mesmo a um ousado cover de Wuthering Heights, primeiro sucesso da cantora britânica Kate Bush. Mas o melhor, mesmo, viria com Holy Land (1996), ambicioso álbum que misturou de forma criativa e elaborada heavy rock, música erudita e elementos oriundos da música brasileira, com resultado que os levou ainda mais longe.

Se com o Viper Andre já havia iniciado uma boa repercussão fora do Brasil, especialmnente na Ásia, com o Angra essa peregrinação roqueira foi ainda além, com o disco conquistando elogios também na Europa e EUA. Nesse período, ele quase chega a um posto inacreditável: ser vocalista do Iron Maiden. Com a saída de Bruce Dickinson, a vaga ficou em aberto, e ele esteve na boca de conquistá-la. O “cargo” ficou, no fim das contas, com o britânico Blaze Bayley, mas nosso cantor saiu vitorioso, pois dessa forma teve a chance de dar prosseguimento em uma carreira autoral que vinha muito bem.

Problemas de relacionamento tiraram Andre e também Ricardo Confessori e Luis Mariutti do Angra em 2000. No ano seguinte, eles, aliados ao irmão de Luis, Hugo, criaram um novo time. Surgia o Shaman, que em 2002 lançou seu álbum de estreia, Ritual, pela Universal Music. A música Fairy Tale os levou à trilha sonora da novela global O Beijo do Vampiro, algo impensável para uma banda de heavy brazuca. Outra façanha na conta de Matos.

Com a separação da formação original do Shaman em 2006, Andre investiu em uma carreira solo que rendeu os álbuns Time To Be Free (2007), Mentalize (2009) e The Turn Of The Light (2012). E foi na época em que ele lançou este último que tivemos o reencontro entre ele e os antigos amigos do Viper. A nova parceria teve como ápice a participação deles no Rock in Rio em 2013, justo o festival que, naquele agora longínquo 1985, os incentivou a ir à luta.

Além dessas três bandas icônicas, Andre Matos marcou presença em diversos outros projetos, entre os quais o Virgo, com o produtor alemão Sascha Paeth, o Avantasia do também alemão Tobias Sammet. E foi em uma participação em um show deste último no domingo (2) no Espaço das Américas que ele subiu em um palco pela última vez. Ele vinha se dedicando a uma turnê de reunião do Shaman cujo início havia ocorrido em 2018. Ainda tinha muita coisa para rolar na vida dele. Uma pena. Mas quantos sonhos o cara concretizou, heim?

Nesses anos todos, tive a oportunidade de entrevistar Andre Matos em diversas ocasiões. Em todas elas, presenciei um cara extremamente educado, simpático e articulado, que demonstrava segurança em relação a seus objetivos. O último contato ocorreu em 2013, em entrevista ao lado dos amigos do Viper, um delicioso encontro entre garotos que sonharam juntos e viram esses objetivos se tornarem realidade, um a um. Sentirei muita falta dele, podem ter certeza. E me sinto honrado de ter meu nome nos agradecimentos incluídos no encarte do álbum Holy Land. Ainda mais em um álbum com aquele porte. Gratidão eterna!

Ouça Holy Land, do Angra, na íntegra:

Maestrick mostra como fazer prog metal bom de se ouvir

maestrick-espresso-della-vita-solare-400x

Por Fabian Chacur

Das várias ramificações do heavy metal, o prog metal é certamente uma das mais fadadas aos excessos. Bandas desse gênero às vezes se entusiasmam com suas qualidades técnicas e extrapolam, deixando a música de lado em prol do ego e do tecnicismo exagerado. E é exatamente o fato de não cair nessa armadilha que torna a banda Maestrick uma das melhores do gênero. A prova é seu novo CD, o impecável Espresso Della Vita-Solare.

Criada em São José do Rio Preto (SP) em 2006, esta banda tem como núcleo Fabio Caldeira (vocal e piano), Renato “Montanha” Somera (baixo e vocal) e Heitor Matos (bateria e percussão). No currículo, o elogiado CD de estreia Unpuzzle! (2011) e o ótimo EP de releituras de clássicos alheios The Trick Side Of Some Songs (2016). Suas principais influências são o Queen dos anos 1970, Iron Maiden, Rush e Yes.

Misturando essas e outras influências, a banda também se mostra muito atenta no quesito canções, respeitando esse importante formato e acrescentando a ele espaços para solos instrumentais sempre muito bem concatenados. Não por acaso, as bandas citadas e outras bacanas da área progressiva também tem em comum esse culto às canções, mesmo expandido seus horizontes instrumentais e vocais sem amarras nem restrições prévias limitadoras.

O conceito em torno do projeto é o de comparar a vida humana a uma viagem de trem, com suas idas e vindas, seus momentos inesperados, alegrias e tristezas e, inevitavelmente, o fim do trajeto. O álbum Espresso Della Vita- Solare é a primeira parte, com 12 faixas dedicadas a cada hora do dia, sendo que em um futuro não muito distante teremos sua conclusão, um novo CD com o título de Expresso Della Vita-Lunare, trazendo 12 faixas “noturnas”, digamos assim.

A qualidade artística deste álbum é impecável em todos os aspectos-artísticos, concepção, técnicos, de execução etc. A produção, mixagem e masterização ficaram a cargo do experiente produtor catarinense Adair Daufembach, que já trabalhou com Tony MacAlpine, Hangar, Project46 e outros e, de quebra, ainda se incumbiu de gravar todas as passagens e solos de guitarra do álbum, de forma brilhante, por sinal.

Espresso Della Vita-Solare é uma profissão de fé no formato álbum, pois você começa a ouvir a primeira faixa e só consegue parar após o último acorde da faixa 12, tal a capacidade de envolvimento que esse material possui. As variações musicais são constantes, mas sempre realizadas de forma organizada e coerente, surpreendendo pelo bom gosto.

O clima quase messiânico de Across The River, a levada repleta de brasilidade de Penitência (única faixa em português), as canções melódicas Daily View e Water Birds, a intrincada e deliciosa The Seed e a impregnada de sonoridades latinas Hijos de La Tierra trazem vocais impecáveis, instrumental vibrante e sonoridades que nos permitem imaginar a viagem proposta pelo conceito, com letras profundas.

Além dos músicos da banda e de seu produtor, o álbum também traz diversos vocalistas e músicos convidados, num total de 23 deles, dando ao trabalho um clima beirando o sinfônico no qual os teclados são a base de tudo. Banjo, dobro e ukulelê, instrumentos nem sempre utilizados no rock, aparecem em algumas das canções, caprichando no tempero sonoro. E, como a cereja do bolo, temos a belíssima capa e encarte do CD físico, em embalagem digipack e qualidade compatível com a do conteúdo artístico que ela contém.

Para aqueles que insistem em ignorar a qualidade do heavy metal brasileiro, vale uma audição urgente deste Espresso Della Vita-Solare, um trabalho que esbanja ambição, criatividade e um resultado final digno de ser chamado de arte. A banda, cujos CDs saem no exterior e mereceram muitos elogios por parte da crítica especializada de lá, inicia nos próximos dias uma turnê europeia que tem tudo para ser impecável.

Espresso Della Vita- Solare- ouça em streaming:

Older posts

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑