Por Fabian Chacur

Em quase 10 anos de carreira, Marina de la Riva chega, agora, a seu terceiro lançamento, o CD Idílio. Antes, tivemos o CD Marina de la Riva (2007) e o DVD Ao Vivo Em São Paulo (2010).

A cantora carioca explicou o porquê dessa aparentemente pequena quantidade de produtos lançados e também diversas outras questões em entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira (5) em São Paulo. Simpática e muito articulada, ela falou de seu novo trabalho, a ligação com Cuba e diversos outros temas.

Curiosidade: Marina atualmente estuda Direito, e pretende se especializar nas áreas de direitos humanos e direitos autorais.

MONDO POP – Você lançou, nesses quase dez anos de carreira, apenas três produtos, dois CDs e um DVD. O que a levou a demorar cinco anos para lançar um segundo álbum de inéditas?

MARINA DE LA RIVA – Acredito que o tempo da arte é outro, não é o tempo do relógio, tem o seu tempo próprio. Gosto de dormir em paz com o meu trabalho. Tento criar e me afastar do produto que crio para ter uma autocrítica. Isso não significa que o meu próximo trabalho vá demorar cinco anos para ser lançado.

MONDO POP – Como foi a gestação de Idílio, e como surgiu a ideia desse título para o CD?

MARINA DE LA RIVA – Gravei uma parte de Idílio e fui ouvir o resultado em diversos lugares, para avaliá-lo. Aí, resolvir mudar algumas coisas e acrescentei outras cores. Sou uma faminta musical, estou sempre procurando repertório, novas músicas. O início do repertório foi em 2009, e a continuação ocorreu em 2011. O título inicial era Ausência, mas acredito que Idílio é mais abrangente.

MONDO POP – Quais os critérios que a levam a escolher as músicas que grava, e como você classifica o seu estilo musical?

MARINA DE LA RIVA – Sou uma cantora que tem uma estrada pequena ainda, e não sou explícita como as coisas costumam ser atualmente. Minha peneira e meu termômetro são o coração do que faço. Vou descobrindo as coisas e as guardo para o momento certo. Não consigo muito classificar o meu trabalho, acho que seria restringi-lo. A gente está em todas as nossas escolhas, de forma consciente ou inconsciente, falam muito de quem eu sou. Acho que todos somos inclassificáveis.

MONDO POP – Você gravou uma música de Lulu Santos neste disco, sendo que você já participou de um trabalho dele e já havia incluído uma canção dele em seu DVD Ao Vivo Em São Paulo. Fale um pouco sobre essa parceria.

MARINA DE LA RIVA – É uma amizade muito legal. Em 2009, fui convidada para participar do programa Som Brasil (da Globo) dedicado ao Lulu. Cantei três músicas, e ele adorou. Comecei a cantar Adivinha o Quê nos meus shows, que entrou no meu DVD. Aí, ele me convidou para participar do Acústico MTV II dele. Aceitei, e foi uma experiência muito legal, aprendi muito com ele, que é um artista pop que trabalha de forma bem diferente da minha. O Lulu é muito generoso, o endosso de um artista como ele é muito importante para mim.

MONDO POP – Seu pai é cubano, e seu primeiro CD foi gravado lá, durante sua primeira visita àquele país. Como foi essa experiência?

MARINA DE LA RIVA – Para mim, minha primeira ida a Cuba foi uma volta, na verdade, por estranho que isso possa parecer. Fiquei muito emocionada ao pisar lá, sentir o cheiro dos charutos, ver os flamboyants. Vi que aquele mundo de que eu ouvia falar em minha casa era real. Eu cresci, e vi que fazer meu primeiro disco lá soaria mais verdadeiro. Foi um laboratório.

MONDO POP – Seus trabalhos até agora incluem basicamente releituras de composições de outros autores. Você também compõe?

MARINA DE LA RIVA– Eu componho sim, mas não mostro. Estou no meu processo de aprendizado, e quando for o momento certo, irei gravá-las.

Veja Adivinha o Quê?, com Marina de la Riva e Lulu Santos: