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Jake Bugg volta a SP e tocará no Citibank Hall dia 27/11

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Por Fabian Chacur

Sete meses após ter sido um dos destaques do festival Lollapalooza Brasil 2014, Jake Bugg está de volta ao Brasil. Desta vez, para shows próprios no dia 25/11 no Pepsi on Stage (Porto Alegre), 27/11 no Citibank Hall (São Paulo) e 28/11 no Citibank Hall (RJ). Em São Paulo, os ingressos custam de R$ 75,00 (meia-entrada) a R$ 300,00 , sendo que o Citibank Hall fica na Avenida das Nações Unidas, 17.955. Tipo do show altamente recomendável e sem contra-indicações.

Com apenas 20 anos de idade (nasceu em 28 de fevereiro de 1994), este cantor, compositor e músico britânico é uma das grandes revelações do rock dos últimos anos. Com seu primeiro CD, autointitulado (leia a resenha aqui) e lançado em 2012, surpreendeu a todos com uma sonoridade básica no melhor estilo rock clássico, influenciado por Johnny Cash, a fase inicial dos Rolling Stones e toda a turma do rockabilly. Detalhe: tocando e cantando muito.

Para o segundo álbum, Shangri La (2013), contou com a produção do experiente Rick Rubin, mas não se desviou do sólido caminho proposto em sua estreia, consolidando seu poder como ótimo vocalista e guitarrista e violonista de mão cheia. O disco é excelente, assim como foi seu show no Lollapalooza Brasil 2014, considerado um dos melhores do festival (leia as críticas de Mondo Pop aqui).

O repertório do show traz músicas dos dois CDs, entre as quais There’s a Beast And We All Feed It, Slumville Sunrise, Lightning Bolt e Seen It All, além de eventuais covers, sendo que um pode ser My My Hey Hey, de Neil Young. Se vier no mesmo esquema do festival, terá a seu lado apenas um baixista e um baterista, incumbindo-se com categoria dos solos de guitarra e violão. Ele não é de muito papo em cena, mas seu show é intenso e repleto de adrenalina.

Ouça o primeiro CD de Jake Bugg em streaming:

Ouça o segundo CD de Jake Bugg em streaming:

Jake Bugg resgata passado sem soar datado

Por Fabian Chacur

Jake Bugg fez 20 anos de idade no último dia 28 de fevereiro. Nasceu, portanto, em 1994, várias décadas após o surgimento do som que o influencia de forma muito forte. Qual o problema? Rigorosamente nenhum, se levarmos em conta o ótimo desempenho deste jovem cantor, compositor e guitarrista britânico em sua performance durante o Lollapalooza Brasil 2014 no último domingo (6). Um show muito interessante e estimulante em termos artísticos.

Acompanhado apenas por um baixista e um baterista, no melhor estilo power trio, Bugg não tem medo de se expor, pois os holofotes de sua quase uma hora de apresentação ficaram nele o tempo todo. Cantando e tocando guitarra e também violão, ele só tem um ponto teoricamente negativo, que é o de não se comunicar com a plateia. Raros momentos de interação com a plateia presente, sempre tímidos e contidos.

Com o instrumento na mão e o microfone na frente, no entanto, a postura do cara é outra. Canta bem, com sua voz sendo uma mistura de elementos das de Liam Gallagher, Johnny Cash, Lonnie Donegan (bem observado, Raul Bianchi!), Bob Dylan, Mick Jagger dos anos 60 e Carl Perkins, só para citar algumas influências mais nítidas. Mas com personalidade suficiente e bastante adrenalina incorporados na mistura.

O lado guitarrista de Jake Bugg surpreende. O garoto sabe tocar, e sola com desenvoltura surpreendente para um garoto de 20 anos com apenas dois discos no currículo. Seu violão é bastante consistente, também, e a soma de seus talentos dá mostras de um artista que, se tiver a cabeça no lugar e não se deixar levar pelo lado negro do estrelato, tem tudo para se firmar no panteão do rock and roll.

Sobre o primeiro álbum do artista, intitulado Jake Bugg, você já leu resenha em Mondo Pop (se não leu, leia aqui). O segundo, Shangri La, acaba de sair por aqui via Universal Music, e tira uma dúvida: como ficaria ele produzido pelo consagrado Rick Rubin, que já trabalhou com Red Hot Chili Peppers, Tom Petty e tantas outras estrelas?

A resposta é positiva. Rubin foi inteligente e não inventou. Mesmo com novos músicos a seu lado, Bugg continua firme e forte no seu mergulho no universo do folk, rock anos 50, rhythm and blues, blues e rockabilly. O repertório do álbum é excelente, com destaque para as ótimas Slumville Sunrise, Messed Up Kids, A Song About Love, Kingpin e Storm Passes Away. 12 canções básicas, bem construídas e bem arranjadas, com interpretações precisas.

O show teve como base as músicas desses dois ótimos álbuns, mais um cover de My My Hey Hey, de Neil Young, que inúmeros artistas já releram anteriormente, mas que ele encarou com a devida vibração, sem cair no lugar comum ou na mera repetição. O show se encerrou com a endiabrada Lightning Bolt, que abre o álbum de estreia. No geral, Jake Bugg provou no Lollapalooza Brasil 2014 ser uma jovem realidade, com um futuro brilhante pela frente.

Seen It All, Jake Bugg, no Lollapalooza Brasil 2014:

Lollapalooza 2014 Brasil anuncia seu elenco

Por Fabian Chacur

A empresa responsável pela divulgação do festival Lollapalooza Brasil anunciou a escalação completa do elenco que irá participar do evento em sua próxima edição, programada para ocorrer nos dias 5 e 6 de abril de 2014, desta vez no Autódromo de Interlagos. As bandas headliners serão Soundgarden (foto), Arcade Fire, Nine Inch Nails e Muse. Os ingressos custam entre R$ 145 e R$ 540 (saiba mais em www.ticketsforfun.com.br).

O grande evento roqueiro criado nos EUA em 1991 por Perry Farrell, vocalista do Jane’s Addiction, já teve duas edições realizadas no Brasil, uma em 2011 e outra em 2013, ambas no Jockey Clube (SP) e que reuniram, respectivamente, 135 mil e 167 mil pessoas. Os organizadores da nova rodada apostam em um número em torno de 160 mil pessoas como público total de seu empreendimento rocker em 2014.

O elenco é enorme e, como nos anteriores, inclui artistas para todos os gostos. Como possíveis destaques, além dos headliners, aponto o ex-The Smiths Johnny Marr (leia crítica de seu primeiro CD solo aqui), a seminal banda The Pixies, o afrorock do Vampire Weekend (leia resenha de show deles no Brasil aqui), o vocalista dos Strokes Julian Casablancas, o grupo mexicano Café Tacvba (leia matéria sobre eles aqui), o jovem roqueiro britânico Jake Bugg (leia crítica de seu primeiro CD aqui) e o DJ Baauer (do célebre hit viral Harlem Shake).

Temos também vários nomes brasileiros, entre os quais os patronos do mangue beat da Nação Zumbi, a revelação do novo rock paulistano Vespas Mandarinas e os ótimos e também novos roqueiros cearenses da banda Selvagens à Procura de Lei. O problema pode ser o fato de o Autódromo de Interlagos ser bem longe do centro de São Paulo, e de a região ser famosa pelos enormes congestionamentos em grandes eventos.

Veja clipe de The Messenger, com Johnny Marr:

Jake Bugg resgata rock dos anos 50/60

Por Fabian Chacur

Faça um teste. Ouça as músicas de Jake Bugg sem ler nada sobre ele. Tente chutar quando saiu seu disco de estreia. Garanto que muita gente irá apostar em 1965, 1966 ou algo assim. No entanto, o álbum de estreia desse cantor, compositor e músico britânico, intitulado Jake Bugg, saiu no exterior em outubro de 2012 e acaba de chegar às nossas lojas agora, via Universal Music.

Quem ouviu sabe o porquê dessa dúvida. A sonoridade da obra desse adorável moleque de 19 anos e rosto que lembra um jovem Keith Richards é quase toda calcada no rock dos anos 50 e 60. Nomes como Bob Dylan, Johnny Cash, The Everly Brothers, Carl Perkins, Buddy Holly, Roy Orbison, The Rolling Stones e The Beatles surgem imediatamente na mente do ouvinte mais bem-informado.

Este músico oriundo de Nottingham também demonstra ter ouvido com atenção alguns artistas mais recentes, entre os quais o grupo Oasis e o cantor e compositor Brendan Benson. O melhor de tudo é que, graças a sua inteligência, talento e garra, ele não soa como um mero diluidor desses nomes grandões citados acima.

Mal comparando e com as devidas proporções, Bugg equivale a uma verdadeira anomalia no atual cenário pop, tal qual os adoráveis Stray Cats nos anos 80, que tocavam rockabilly cinquentista de forma magistral em plena era do tecnopop, rock gótico e heavy metal. E, exatamente como o trio americano, Jake já conseguiu vender muitos discos. Esse álbum de estreia atingiu o primeiro lugar na Inglaterra.

Merecidamente, diga-se de passagem. Afinal, é de se tirar o chapéu a façanha de superar tantos concorrentes atuais valendo-se apenas de canções melódicas, gravadas com acompanhamento básico no melhor estilo violão, baixo e bateria, ou guitarra, violão, baixo e bateria, ou só violão e voz, sem teclados e com técnicas de gravação estilo analógico.

As 14 faixas do álbum são muito legais. Lightning Bolt, por exemplo, soa como Johnny Cash puro. Two Fingers tem um tempero meio Brendan Benson, enquanto a bela balada em tom menor Ballad Of Mr.Jones traz pitadas do lado mais melódico do finado Oasis. O rockabilly Trouble Town é uma delícia. E por aí vai. E vai bem, muito bem.

Jake Bugg, o disco, mostra que é possível mergulhar em um universo repleto de clássicos como o folk-rock, country, rock básico e rockabilly, e tirar dali um trabalho consistente, bom de se ouvir e que não cai na pura caricatura. Basta ter talento e bom gosto. Uma façanha, sem sombra de dúvidas, ainda mais para um garoto de apenas 19 anos.

No momento, Jake Bugg está trabalhando em Malibu, Califórnia, com o premiado produtor Rick Rubin (Red Hot Chili Peppers, Johnny Cash, Tom Petty e tantos outros) em faixas previstas para entrar em seu segundo álbum, entre elas Slum Dog Sunrise. Vamos ver o que sai dessa parceria, pois a expectativa criada por essa bela estreia é grande.

Ballad Of Mr. Jones – Jake Bugg:

Trouble Town _ Jake Bugg:

Two Fingers – Jake Bugg:

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