sergio mendes-400x

Por Fabian Chacur

Aos 76 anos de idade muito bem vividos, Sergio Mendes não parece disposto a desacelerar. Pelo menos, essa é a conclusão que temos ao saber de suas boas novidades. Segundo a edição americana do site da Billboard, o músico e produtor brasileiro conhecido no mundo todo promete para 2018 um novo álbum e também um documentário sobre seus mais de 60 anos de carreira. Ou seja, vem coisas boas, muito boas, por aí.

O documentário será dirigido por John Scheinfeld, conhecido por trabalhos muito bons nessa área específica, entre os quais destacam-se The U.S. Vs. John Lennon (2006), Who Is Harry Nilsson? (2006) e Chasing Time: The John Coltrane Documentary (2016). Teremos uma geral na carreira dele, com direito a cenas de arquivo, entrevistas e também registros de shows que o maestro fará este ano, e para os quais está atualmente ensaiando no Rio de Janeiro.

Quando ao CD, o que se divulgou até o momento é que terá músicas inéditas e também algumas releituras de clássicos do seu repertório. O parceiro Will.i.am, do Black Eyed Peas, que já atuou junto com ele no álbum Timeless (2006), trabalhará com Mendes em algumas faixas, e outros nomes das novas gerações devem marcar presença. Vale lembrar que ele já bateu bola com astros atuais como John Legend, India Arie, Jill Scott e Justin Timberlake, entre outros.

Sergio Mendes nasceu em Niterói (RJ) em 11 de fevereiro de 1941, e ainda novo se destacou na então ainda emergente bossa nova, no finalzinho dos anos 1950/começo dos anos 1960. Com o tempo, percebeu que poderia ter futuro no mercado internacional e se mudou para os EUA, após ter lançado alguns discos por aqui. Em 1966, lançou Herb Alpert Presents Sergio Mendes & Brasil 66, álbum do qual foi extraído o single Mas Que Nada, de Jorge Ben, que rapidamente o levou ao top 10 da parada ianque.

A seguir, o bandleader se mostrou craque não só em dar um formato pop à bossa nova como também a “bossanovear” clássicos da música pop daquela época, como The Fool On The Hill (dos Beatles) e The Look Of Love (de Burt Bacharach e Hal David). O seu som orquestral balançado e sempre com vocalistas femininas, entre as quais Lani Hall e Gracinha Leporace (com a qual se casaria), soube se manter atualizado.

Tanto que volta e meia ele volta às paradas de sucesso, o que ocorreu em 1983 com o single Never Gonna Let You Go, em 1992 com o álbum Brasileiro e em 2006 com o CD Timeless. Em seu currículo, milhões de álbuns vendidos e três troféus Grammy, o Oscar da música.

Curiosamente, ele sempre foi detonado por boa parte dos críticos no Brasil, durante décadas, algo que só se reduziu de uns anos para cá. Como dizem por aí, a verdade e o talento sempre vencem, no fim das contas. Bem, nem sempre, mas ao menos neste caso específico.

The Fool On The Hill- Sergio Mendes: