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Michael Stipe lança versão demo de uma nova e belíssima canção

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Por Fabian Chacur

Neste domingo (29), Michael Stipe colocou no ar uma versão demo de uma nova canção. E que canção! No Time For Love Like Now é daquelas faixas que, mesmo assim, aparentemente inacabada, já soa como clássica logo em seus primeiros acordes. Gravada com uma câmera caseira no que parece ser um cômodo de sua residência, o ex-cantor do R.E.M. nos emociona com uma balada linda cuja letra registra tudo o que precisamos nesses tempos cinzentos.

No Time For Love Like Now foi composta em parceria com o cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista americano Aaron Dessner, conhecido por integrar as bandas The National e Big Red Machine.

Essa maravilha é a terceira faixa que o astro nos proporciona desde outubro de 2019. Após o anunciado fim do R.E.M. em 2011, as expectativas em torno de como a carreira de Stipe seguiria adiante eram enormes.

Foram anos e anos de expectativa. A primeira amostra conpleta foi a deliciosa Your Capricious Soul (ouça aqui), disponibilizada no dia 5 de outubro de 2019 e com os direitos doados ao grupo de ativistas ambientais Extinction Rebellion.

Como forma de celebrar seus 60 anos de idade, ele lançou no dia 4 de janeiro um segundo single, Drive To The Ocean (ouça aqui), uma canção envolvente de clima árabe e com belos vocais de apoio. Seus direitos foram doados pelo prazo de 365 dias para a Pathway To Paris, organização sem fins lucrativos que apoia iniciativas inovadoras relativas ao meio ambiente.

Em entrevista concedida em 2019, Stipe afirmou ter 18 canções prontas, mas não deu detalhes de como serão lançadas, se em um álbum em formato convencional ou apenas em singles.

Para mim, a lógica deve ser o lançamento de um ou outro single a seguir e, depois, um álbum completo. Seja como for, é ótimo ver um artista do seu calibre novamente na ativa, e com três músicas tão boas. Que venham logo as outras!

No Time For Love Like Now (demo)- Michael Stipe:

Green, do R.E.M., volta em versão turbinada

Por Fabian Chacur

Em 1988, o R.E.M. enfrentou provavelmente o maior desafio de sua carreira. Após quase dez anos atuando na cena independente, o quarteto havia acabado de emplacar o álbum Document no Top 10 da parada americana, graças especialmente ao estouro do espetacular single The One I Love, e passou a ser a banda mais disputada pelas gravadoras majors naquele momento. O que fazer?

A dúvida em aceitar ou não o convite da Warner naquele momento era compreensível. Outras bandas independentes promissoras como Replacements e Husker Du toparam assinar com essa gravadora , e acabaram quebrando a cara em termos comerciais, partindo para a separação não muito tempo depois. O medo de perder a credibilidade indie e não ganhar em troca o sucesso comercial ficava no ar.

Mas Michael Stipe (vocal), Peter Buck (guitarra), Mike Mills (baixo) e Bill Berry (bateria) preferiram não ter medo do desafio. Green (1988), o primeiro fruto dessa nova parceria, não estourou como se esperava (chegou ao número 12 na parada americana), mas obteve sucesso suficiente para que a Warner continuasse apostando nos rapazes. O álbum agora surge em uma reedição simplesmente imperdível para os fãs dessa saudosa banda ianque.

Feito pelo grupo com o objetivo de não soar como seus trabalhos anteriores lançados pela IRS Records de Miles Copeland (irmão de Stewart Copeland, baterista do Police), Green é um típico álbum de transição, trazendo elementos típicos da banda mas ao mesmo tempo oferecendo novos rumos, que iriam ser desenvolvidos com categoria nos anos que viriam. Mas é um belíssimo trabalho, repleto de singles bacanas.

Uma dessas novas facetas apresentadas é uma aposta em rocks mais diretos e acessíveis, com delicioso tempero bubblegum. Podem ser encaixados nessa descrição as certeiras Pop Song 89 (com homenagem a Hello I Love You, dos Doors), Stand e Get Up. São precursoras da deliciosa Shiny Happy People, por exemplo, e mostram como ser pop sem ser banal.

Como forma de ampliar as sonoridades de suas canções, o grupo inseriu em seu contexto novos instrumentos musicais, entre os quais o mandolin. Peter Buck encaixa esses sons melodiosos na maravilhosa You Are The Everything e Hairshirt, dando uma prévia do que viria posteriormente em hits como Losing My Religion, por exemplo. E uns intrincados vocais a la Beach Boys também começaram a aparecer.

Os rocks vigorosos que marcaram Document apareceram aqui também. Orange Crush e Turn You Inside-Out são daquelas de levantar as plateias em shows. Por sua vez, World Leader Pretend (primeira letra a ser incluída em um encarte de disco da banda de Athens) e I Remember California cativam pela intensidade e por suas belas mensagens. E ainda temos uma décima-primeira faixa que, embora ótima, nem ao menos recebeu um título, ficando como uma espécie muito bacana de “música-secreta”.

Se a versão remasterizada do álbum original já é ótima, o CD bônus incluído nesta reedição de Green é ainda mais apetitoso. Ele traz o registro de um show feito pela banda em Greensboro em 1989 durante a turnê que divulgou o trabalho de estreia do R.E.M. na Warner. Trata-se de uma gravação crua, sem firulas, que mostra os caras em ótima forma e soltando o verbo sem dó nem piedade, sem se descuidar de suas sutilezas sonoras.

O repertório traz 21 faixas, sendo sete de Green, duas até então inéditas (Low e Belong, que só seria lançada no álbum Out Of Time, de 1991) e clássicos de seus álbuns anteriores, entre as quais The One I Love, Cuyahoga, Life And How To Leave It, Fall On Me, Finest Worksong e It’s The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine). Um show à altura dessa banda.

De quebra, ainda temos um belo encarte com fotos legais, ficha técnica e um excelente texto assinado por Allan Jones, editor da ótima revista Uncut. Essa reedição de Green comemora não só os 25 anos de seu lançamento original, mas também o fato de o R.E.M. ter conseguido se tornar uma banda do primeiro time do rock sem ter se vendido ao comercialismo mais banal. Uma bela façanha.

Veja o clipe de Orange Crush, com o R.E.M.:

Disco clássico do R.E.M. terá reedição de luxo

Por Fabian Chacur

Fables Of The Reconstruction, terceiro álbum do R.E.M. e integrante da discoteca básica de Mondo Pop (Discos Indiscutíveis), será relançado no dia 13 de julho, para comemorar seus 25 anos de existência.

A nova edição virá em CD duplo, vinil duplo e também em downloads legalizados. No primeiro disco, a versão remasterizada do álbum. No segundo, intitulado The Athens Demo, 14 gravações. Para quem não sabe, o então quarteto veio da cidade de Athens, no estado americano da Georgia.

Entre essas faixas, temos demos de canções incluídas no álbum original, entre as quais Driver 8, Can’t Get There From Here e Green Grow The Rushes, além de duas fora desse contexto: uma primeira versão de Hyena, que sairia em 1986 no álbum Life’s Rich Pageant, e a inédita Throw Those Trolls Away.

Terceiro álbum da discografia do grupo de Michael Stipe, Fables Of The Reconstruction foi gravado em Londres, e é o trabalho mais próximo do psicodelismo já gravado por eles. Muitos fãs o contestam, mas eu o considero até hoje o melhor lançado pela banda, que tem grandes CDs em seu currículo.

A swingada e atípica Can’t Get There From Here foi o principal sucesso desse disco, que também inclui clássicos que eles tocam até hoje em seus shows, como Driver 8, Maps And Legends e Life And How To Live It. Green Grow The Rushes tocava muito nas rádios rock paulistanas nos idos de 1985/86.

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