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Don Letts lança o seu 1º single solo e anuncia álbum para 2023

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Por Fabian Chacur

O britânico Don Letts é um daqueles caras de difícil definição. Artista quem sabe seja a mais adequada, pois este britânico de 66 anos sempre primou pela diversidade na sua atuação. Dirigiu filmes, documentários e clipes (entre eles o seminal The Punk Rock Movie, de 1978), trabalhou com o The Clash, foi DJ, criou o grupo Big Audio Dynamite com Mick Jones (do The Clash)… Curiosamente, nunca havia lançado um trabalho como artista solo. Até agora!

Acaba de ser disponibilizado nas plataformas digitais Outta Sync, primeira amostra do álbum homônimo que Letts lançará pela gravadora Cooking Vynil em 28 de abril de 2023 nos formatos digital, LP de vinil colorido e CD. Trata-se de uma ótima parceria com Youth, conhecido como produtor e também baixista da banda britânica Killing Joke.

Na música, cujo delicioso clipe o mostra na praia e em outros lugares na natureza, ele fala um pouco sobre a sua filosofia de vida, as idas e vindas e como encara os desafios e se dedica a seus projetos. A produção foi dividida por Letts com Gaudi, que traz no currículo trabalhos com gente do altíssimo calibre de Steel Pulse, Lee “Scratch” Perry e Horace Andy.

Com 11 faixas, o álbum trará algumas participações especiais, entre as quais a filha de Don, Honor Letts. Também estão presentes Wayne Coyne (do grupo Flaming Lips), Hollie Cook, Terry Hall e Joe Devlin Love. Reggae, soul, pop e experimentalismos diversos se fazem presentes.

Recentemente, Don Letts lançou uma autobiografia, There And Black Again (2021), e também um documentário sobre a sua extensa trajetória artística e de vida, Rebel Dread, que estreou este ano.

Outta Sync (clipe)- Don Letts:

Don Letts assina com a Cooking Vinyl e prepara seu 1º disco solo

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Por Fabian Chacur

Don Letts é um daqueles nomes seminais para a música britânica, e em várias frentes. Como músico, criou ao lado de Mick Jones (ex-The Clash) em 1984 o Big Audio Dynamite, um dos grupos mais criativos dos anos 1980. Ele dirigiu clipes para o The Clash (This is Radio Clash, Rock The Casbah, Should I Stay Or Should I Go) e Bob Marley (Waiting In Vain e One Love) e foi o diretor do icônico documentário The Punk Rock Movie (1978). Pois ele não tinha lançado ainda um álbum solo. Isso virá em 2023.

Para esse intuito, ele acaba de assinar contrato com o selo britânico Cooking Vinyl, e nesse momento está preparando sua estréia como artista solo. Em comunicado enviado à imprensa, ele dá uma prévia do que virá:

“Demorou um pouco de tempo para criar esta trilha sonora, mas com a ajuda de alguns amigos, algumas linhas de baixo pesado e uma boa gravadora, o bom gosto permanece firme”

Com 66 anos de idade, Don Letts é uma cara extremamente simpático, como tive a oportunidade de conferir ao vivo, tanto no show que o Big Audio Dynamite (também conhecido como B.A.D.) realizou em São Paulo em 1987 como em entrevista coletiva concedida à imprensa na sede da produtora que trouxe a banda para cá, a Poladian. Nunca vou me esquecer de ele apontando uma tarja (escrita New Rock Colletion) incluída na capa da versão brasileira do álbum de estreia do B.A.D. e me perguntando: “o que é isso?”.

Como diretor e roteirista, Letts também tem em seu currículo documentários sobre artistas importantes como Gil Scott-Heron, Sun Ra e George Clinton. Rebel Dread, documentário lançado no exterior há pouco e sobre ele próprio e sua trajetória, foi bastante elogiado em resenha no jornal britânico The Guardian e está disponível nas plataformas de streaming.

E=MC2 (clipe)- Big Audio Dynamite:

Foreigner lança álbum ao vivo gravado em Londres em 1978

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Por Fabian Chacur

Em 27 de abril de 1978, o grupo Foreigner subiu ao palco do lendário Rainbow Theatre em Londres para encarar uma casa cheia. E não era para menos. Seu autointitulado álbum de estreia, lançado em março de 1977, atingiu o 3º lugar na parada americana e rapidamente os impulsionou na cena do hard rock melódico mundial. Naquele dia, os caras fizeram um show repleto de energia e competência, que só agora pode ser conferido em registro oficial. Trata-se de Live At The Rainbow ’78, que a Warner Music está lançando no Brasil em CD e também disponibilizando nas plataformas digitais.

Tudo começou em 1976, quando o experiente músico inglês Mick Jones (guitarra, teclados, backing vocals), ex-integrante do Spooky Tooth e da banda de apoio de Leslie West (ex-Mountain) se viu desempregado. Incentivado por um empresário, resolveu montar um novo time, com os conterrâneos Ian McDonald (guitarras, teclados, sax, flauta, backing vocals, ex-integrante do King Crimson) e Dennis Elliott (bateria, backing vocals).

Logo a seguir, entraram no time os americanos Al Greenwood (teclados, sintetizador) e Ed Gagliardi (baixo, backing vocals). Só faltava o vocalista, que quase foi o ótimo Ian Lloyd, ex-Stories (do hit Brother Louie). Depois de dezenas de testes, Mick Jones se lembrou do LP da banda ianque Black Sheep que ganhou de seu cantor, um certo Lou Gramm anos antes. Finalmente ele o pôs na vitrola, e gostou do que ouviu. Resultado: outro americano na banda.

A química deu tão certo que o Foreigner (forasteiro em inglês, nome bem adequado para os britânicos do time) arrebentou em termos comerciais logo com seu primeiro álbum. E foi para divulgar este trabalho que o então sexteto foi a Londres. Tanto que o repertório do show e incluído em Live At The Rainbow ’78 traz as dez faixas desse LP, além de duas do álbum que eles lançariam em junho de 1978, Hot Blooded e Double Vision (esta, a faixa-título).

O repertório é uma verdadeira aula de hard rock melódico, com direito a teclados com pitadas progressivas, backing vocals impecáveis e alguma coisinha de Free, Bad Company e Beatles. A partir dali, o Foreigner teve algumas mudanças em sua escalação e atingiu seu auge em termos de popularidade na metade dos anos 1980, com hits românticos como Waiting For a Girl Like You e I Want To Know What Love Is, vendendo em torno de 80 milhões de discos.

Eis as faixas de Live At The Rainbow ‘78:

Long, Long Way From Home
I Need You
Woman Oh Woman
Hot Blooded
The Damage Is Done
Cold As Ice
Starrider
Double Vision
Feels Like The First Time
Fool For You Anyway
At War With The World
Headknocker

Cold As Ice (live)- Foreigner:

Coletânea resume trajetória do Big Audio Dynamite

Big+Audio+DynamitePor Fabian Chacur

Após ter sido demitido em 1984 do grupo que ajudou a fundar, o lendário The Clash, o cantor, compositor e guitarrista inglês Mick Jones resolveu ir fundo em novas experiências musicais. Unindo-se ao diretor de documentários de rock e DJ Don Letts, e com um elenco de músicos, montou um novo projeto, o Big Audio Dynamite (o BAD). A banda durou dez anos, e foi uma das pioneiras na mistura de rock, música eletrônica, samplers de áudios de trechos de filmes e dance music. Acaba de sair no Brasil, e a preço bem acessível, a coletânea The Best Of Big Audio Dynamite, que faz um resumo bem competente do que de melhor os caras gravaram, com 15 músicas.

Do disco de estreia, o excelente This Is Big Audio Dynamite (1985), foram selecionados quatro clássicos. E=MC2 inclui falas de Mick Jagger extraídas do filme Performance, e tem uma batida rapidinha deliciosa. Medicine Show inclui falas de Clint Eastwood no célebre faroeste A Fistful Of Dollars, e possui um clima hipnótico. The Bottom Line é empolgante e bem eletrônica, enquanto Bad é funkeada. Em todas, temos o vocal maneiro e a guitarra sempre personalizada e minimalista de Mick Jones.

Das três faixas extraídas de No. 10 Upping Street (1986), a melhor é V Thirteen, bem rocker e improvável parceria de Jones com Joe Strummer, ex-colega do Clash que há apenas dois anos o havia expulso de lá. Coisas da vida. Aliás, a dupla também assinou, no mesmo CD, a boa e pesada Sightsee MC!, incluída nesta compilação. Vale lembrar que o BAD tocou no Brasil em 1987, com ótima repercussão de público e crítica. Eu estava lá! Eles tocaram no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo.

Dos medianos Tighten Up-Vol.88 (1988) e Megatop Phoenix (1989), foram escolhidas cinco faixas. A melhor é James Brown, homenagem ao rei do funk repleta de citações de músicas do saudoso mestre.

Em 1990, Don Letts e os outros músicos saíram do BAD, e Mick Jones seguiu em frente. O álbum The Globe (1991), que inaugura esse novo período, é bem legal, e traz dois petardos, ambos incluídos nesta compilação. Rush, fusão perfeita de rock básico, latinidade, funk e eletrônica (inclui sampler de Baba O’Riley, do The Who), estourou nos EUA, enquanto The Globe tem como base rítmica sampler de Should I Stay Or Should I Go, do Clash.

High Power (1994) e F-Punk (1995) foram os dois últimos lançamentos do BAD, e apenas uma música do primeiro entrou na compilação, a bem bacana Looking For a Song. Depois, Mick Jones resolveu partir para a carreira solo, e em 2002, montou o grupo Carbon/Silicon ao lado do ex-Sigue Sigue Sputnik/Generation X/Sisters Of Mercy (ufa!) Tony James, com quem já lançou alguns CDs. The Best Of Big Audio Dynamite é indispensável para fãs do pop/rock dos anos 80, e certamente ajudará a agitar sua festa temática.

Confira o videoclipe de Medicine Show:

http://www.youtube.com/watch?v=crjgjKp7Eao

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