pedro bada encontro 400x

Por Fabian Chacur

Após ter sucesso na carreira publicitária, Pedro Bada resolveu mergulhar em um outro universo. Mais precisamente, o de cantor, compositor, músico e produtor autoral. Ele conseguiu ótima repercussão com o álbum Exile (veja o clipe da faixa-título aqui), que repercutiu bem em plataforma de streaming nos EUA e no Reino Unido.

Radicado nos EUA há alguns anos, onde teve de encarar os transtornos causados pela pandemia do novo coronavírus, Bada prepara-se para lançar um novo trabalho. A primeira amostra, o single Encontro, é definido por ele como uma homenagem ao estilo musical de Vinícius de Moraes, Tom Jobim e Elis Regina. Eis a entrevista que ele concedeu via e-mail a Mondo Pop.

MONDO POP- Encontro te apresenta em um contexto bem diferente de suas gravações anteriores, agora em estilo voz e orquestra. Como surgiu a ideia de gravar a canção dessa forma? Será a tônica de seu próximo álbum, ou esse trabalho trará outras vertentes sonoras também?
PEDRO BADA
– Vinha de uma leva de super arranjos e produções elaboradas. A transição para uma tônica mais minimalista foi um contraponto natural. O novo material vai para vários lugares musicalmente, incorporando o universo eletrônico que é parte importante da minha linguagem, mas dentro desse universo que foi apresentado em Encontro.

MONDO POP- O que te levou a abandonar a área publicitária para se dedicar à música autoral? E o que você preservou dessa experiência na publicidade para essa nova vertente de seu trabalho?
PEDRO BADA
– Faço música nos bastidores desde que nasci. Quando vi que já tinha construído uma história legal na propaganda, decidi que era hora de me dedicar ao que amo. A publicidade me abriu caminhos na produção visual, que hoje é parte integral do meu trabalho como músico, e minha experiência como empreendedor me abriu portas para trabalhar com empresas de tecnologia que desafiam o futuro de como a música é consumida e criada. NFTs foram parte importante do lançamento do Encontro e serão de todos os próximos.

MONDO POP- Exile teve boa repercussão no exterior. Faça um balanço de como você avalia esse trabalho, tanto em termos artísticos quanto em termos de divulgação no Brasil e em outros países.
PEDRO BADA
– Musicalmente, foi um exercício de experimentação pública. Não estava preocupado em me definir como artista ou me ater à uma identidade específica, coloquei tudo que me deu na telha fazer e fiz dessa salada, o conceito. Felizmente, muita gente fora do Brasil ouviu e se identificou e isso abriu portas importantes pra mim. Tive a chance de gravar no Abbey Road, em Londres, que foi uma experiência incrível, e colaborar com lendas vivas. Agora, tenho uma preocupação maior em buscar significado, fazer só o que vem do coração.

MONDO POP- Como você define o seu universo musical? Quais seriam as suas influências básicas, como compositor e como tecladista?
PEDRO BADA
– Esta semana fui de Chico Buarque à Thom Yorke, à Stevie Wonder à ARCA… Acho que é um universo grande demais para definir, mas é aí que mora o segredo.

MONDO POP- Como tem sido para você em termos musicais e pessoais esse período nos EUA, especialmente em meio a uma pandemia?
PEDRO BADA
– Fui obrigado a colocar um trabalho que estava praticamente pronto para ser lançado na geladeira quando a pandemia chegou, e fiquei trancado nos EUA, sem poder sair. Mudei pra uma cabine em Truckee, no Norte da Califórnia, e fiquei lá por um ano, morando na beira do rio, fazendo arte e esporte. O processo me inspirou, me fez crescer e me trouxe à minha casa que é Los Angeles.

MONDO POP- Você tem planos de fazer shows para divulgar a sua música? Em que formato?
PEDRO BADA
– Estamos elaborando 2 formatos, um mais simples e outro em que saio acompanhado de um coletivo muito especial.Se tudo der certo, até o final do ano levaremos o show pro Brasil.

Encontro (vídeo)- Pedro Bada: