Por Fabian Chacur

Surgida na distante Islândia há apenas três anos, a banda Of Monsters And Men já é um nome familiar para os apreciadores de folk rock nos quatro cantos do mundo. E isso com apenas um álbum, o delicioso e delicado My Head Is An Animal, que saiu por aqui pela Universal Music e inclui os hits fofinhos Dirty Paws, Little Talks e Mountain Sound.

Na última sexta-feira (29/3), o quinteto se apresentou no palco Butantã do Lollapalooza Brasil 2013 e se firmou como uma das mais agradáveis surpresas do evento. Suas armas: um show simples, bom de se ver e ouvir, boas canções e a ótima atuação de seus dois cantores, a simpática Nana Brindis e o gordinho gente boa Ragnar Raggi Porhallsson (que também toca violão acústico).

Completam o time os também competentes Brynjar Leifsson (guitarra), Arnar Hilmarson (bateria), Arni Gudjohnsson (teclados) e Kirstjan Pall (baixo). Após mais dois shows na cidade, um deles no formato pocket marcando a estreia no Brasil dos Go Shows do Vevo Brasil, plataforma de vídeos que pode ser acessada via Youtube, eles se foram do país nesta terça (2).

Em entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira (1º) no hotel Renaissance, em São Paulo, o grupo mostrou muita simpatia e também timidez nas respostas dadas às questões dos jornalistas presentes. Provavelmente ainda estão se acostumando com o assédio dos jornalistas. Nós, os eternos malas…

“Ficamos muito surpresos e impressionados com a reação do público brasileiro. É o melhor público que já tivemos até hoje em nossa carreira”, afirmou Ragnar. Nos shows, ele tocam músicas do primeiro álbum e também alguns covers, entre eles uma canção do grupo Yeah Yeah Yeahs e Close To Me, do The Cure.

Eles se dizem felizes com a repercussão que o seu estilo musical, uma versão pop do folk rock, está obtendo no mundo atualmente, com direito a estouro de bandas como o Mumford & Sons. “Há um maior interesse pelo tipo de som que fazemos, assim como uma nova concepção musical em torno dele”, dizem.

A banda se assume como integrada por fãs de estilos bem distintos, que incluem o próprio folk, rock e até música erudita (“menos heavy metal”, garantem, rindo). Em São Paulo, foram a uma churrascaria e se perderam na Vila Madalena. “A mulher do nosso agente é brasileira, e fomos recepcionados com uma festa”, disse Ragnar.

Para Ragnar, o som que eles fazem é universal, com um pequeno tempero islandês na mistura. “Queremos ser universais em teros musicais, mas nossa origem se reflete no que fazemos. A atmosfera de nossa musica tem um tempero islandês, não é uma batida ou um tipo de melodia, pois não existe um ritmo musical próprio na Islândia. Acho que nossa música reflete um pouco da melancolia existente nas paisagens e montanhas de nosso país”.

Eles curtiram bastante tocar no Lollapalooza Brasil, e afirmam que foram convidados para se apresentar por aqui após terem tocado na versão do evento realizada na cidade americana de Chicago em 2012. “Antes, tocávamos mais em lugares fechados, mas achamos mais cômodo e agradável para nós tocarmos em festivais em locais abertos, tem mais a ver conosco”.

O nome da banda, segundo Rágnar, deveria ter denominado uma revista em quadrinhos planejada por eles. “O enredo iria enfocar o contraste entre os homens e os monstros, e as suas semelhanças, mas a revista não saiu e achamos que seria legal dar esse título à banda.

Além do Brasil, Nana e seus colegas afirmam que seus maiores públicos se encontram nos EUA, Canadá e Austrália. Para quem aguarda um DVD com performances ao vivo deles, Rágnar não deu uma resposta muito animadora, embora bastante consciente.

“Achamos que ainda é cedo para gravarmos um DVD ao vivo. Vamos esperar ter um pouco mais de estrada para depois fazer isso, quando tivermos mais experiência”.

Veja o clipe de Mountain Sound, do Of Monsters And Men: