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Joan Osborne, de “One of Us”, faz show único em São Paulo

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Por Fabian Chacur

One hit wonder (maravilha de um sucesso só, em tradução livre) é a frase com a qual são definidos artistas que possuem um único hit em suas carreiras. A cantora e compositora americana, com a sua maravilhosa One of Us, infelizmente se inclui nessa categoria de estrelas pop. Isso, no entanto, não significa que essa moça de 56 anos não tenha uma carreira das mais respeitáveis.

Ela se apresenta pela primeira vez em São Paulo na próxima terça-feira (21) às 21h no Theatro Net São Paulo (Shopping Vila Olímpia- 5º andar- rua Olimpíadas, nº 360- fone 0xx11-3448-5061), com ingressos de R$ 45,00 a R$ 380,00. O show faz parte da turnê com a qual ela está divulgando o seu mais recente álbum, Songs of Bob Dylan (2017).

A carreira de Joan teve início na década de 1980, com direito a shows e a lançamentos pela via independente. Em 1991, lançou dessa forma o álbum Soul Show: Live At Delta 88. Com esse lançamento, no qual mostrava uma mistura de rock, soul e pop, atraiu as atenções da Mercury Records. Pela gravadora, estreou em 1995 com o CD Relish, no qual contou com o apoio de Eric Bazilian e Rob Hyman, da banda The Hooters, a mesma que acompanhou Cyndi Lauper no álbum que tornou essa cantora uma estrela, She’s So Unusual (1983).

A dupla deu a Osborne o mesmo impulso, pois Relish atingiu a posição de nº 9 na parada americana, emplacando como single a balada rock One of Us, que atingiu o 4º lugar entre os singles mais vendidos nos EUA. O CD também tinha outras faixas bem legais, como Right Hand Man, Dracula Moon, St Teresa e Spider Web, tornando a cantora um sucesso em diversos países, além da sua terra natal.

Infelizmente, Joan nunca mais conseguiu emplacar um novo hit. E não foi por falta de tentativas. O simpático álbum Righteous Love (2000), por exemplo, que tinha a dura missão de suceder Relish, não passou da posição de número 90 na parada ianque, o que levou a Mercury (que faz parte da Universal Music) a não renovar o seu contrato.

O ótimo How Sweet It Is (2000), lançado por um selo independente e com covers de rock e soul, foi pior ainda nas paradas, mesmo com a releitura de I’ll Be Around, hit na década de 1970 com os Spinners, tendo tido alguma repercussão, inclusive no Brasil. Ela lançaria outros álbuns bem legais só com releituras de sucessos alheios: Bring It On Home (2012), Breakfast In Bed (2007) e o recente Songs of Bob Dylan.

Mesmo uma reunião com Eric Bazilian, Rob Hyman e o produtor Rick Chertoff, o elogiado Little Wild One, com repertório de inéditas, não conseguiu espantar a zica. Em 2010, ela passou a conciliar a carreira solo com o posto de cantora da banda de rock Trigger Hippy, com a qual gravou um álbum autointitulado em 2014.

Osborne fez algumas parcerias bem bacanas nesses anos todos. Em 2002, por exemplo, ela foi uma das convidadas no incrível documentário Standing In The Shadows of Motown, que contou a história dos Funk Brothers, grupo de músicos que participou das gravações da lendária gravadora Motown em singles e álbuns antológicos de astros como Stevie Wonder, Marvin Gaye, The Four Tops, The Supremes etc.

Ela gravou acompanhada por eles no documentário e em sua trilha sonora boas releituras de (Love is Like a) Heatwave (hit com Martha Reeves & The Vandellas) e What Becomes of The Brokenhearted (sucesso com o cantor Jimmy Ruffin) e participou de uma turnê ao lado de alguns daqueles músicos incríveis.

A cantora participou com destaque de alguns álbuns-tributo e também integrou uma turnê com o grupo country feminino The Dixie Chicks. No repertório de seu show em São Paulo, teremos, entre outras, One of Us, I’ll Be Around, Crazy Baby, Hallelujah In The City, What You Gonna Do, To The One I Love, além de canções de Songs Of Bob Dylan.

One of Us– Joan Osborne:

Morre Scott McKenzie, do hit San Francisco

Por Fabian Chacur

O mundo da música pop possui vários termos próprios, cunhados para serem usados em situações específicas e pertinentes ao meio. Uma das mais célebres é “one hit wonder” (maravilha de um sucesso só), que é o rótulo dado a aqueles artistas que não conseguiram ir além de um único sucesso nas paradas de sucesso.

Existem inúmeros exemplos para o termo, como Vanilla Ice e seu Ice Ice Baby, Tony Basil e seu Mickey, o grupo Tommy Tutone e seu 867-5309-Jenny , o grupo Absyntho e seu Ursinho Blau-Blau (cujo vocalista Silvinho virou o Silvinho Blau-blau pro causa do hit) e por aí vai.

O provavelmente maior one hit wonder de todos os tempos, Scott McKenzie, morreu no dia 18 de agosto aos 73 anos, em Los Angeles, vítima de uma doença que afetava seu sistema nervoso. O seu único sucesso foi a belíssima San Francisco (Be Sure To Wear Flowers In Your Hair), verdadeiro hino do movimento flower power em 1967.

McKenzie nasceu na Flórida em 10 de janeiro de 1939, e começou a se tornar conhecido no meio musical ao integrar, ao lado do cantor, compositor e músico John Phillips, de grupos como The Abstracts, The Smoothies e The Journeymen, com o qual gravou discos de repercussão limitada.

A coisa pegou no breu quando Phillips, já famoso como líder do grupo The Mamas And The Papas (dos sucessos California Dreamin’, Monday Monday e Got a Feeling, entre outros), compôs para ele gravar como artista solo San Francisco, feito como uma espécie de hino para o festival Monterey Pop, realizado em 1967.

A gravação contou com John Phillips na guitarra e três músicos de estúdio do primeiríssimo time da época, Joe Osbourne (baixo), Hal Blaine (guitarra) e Larry Knetchel (bateria-tocaria posteriormente na banda Bread), feras que gravaram com Simon & Garfunkel, The Fifth Dimension e inúmeros outros.

San Francisco atingiu o quarto lugar da parada americana na época, além de liderar os charts em inúmerós outros paises, Brasil entre eles. Mas seria o único hit no currículo de McKenzie.

Logo a seguir, ele lançou um single com a bela Like An Old Time Movie, que teve pouca repercussão, e gravaria muito pouco nos anos seguintes.

Na segunda metade da década de 80, ele entrou nos The Mamas And The Papas, inicialmente no lugar de Denny Doherty, que depois voltaria para substituir John Phillips, que sofria então com problemas de saúde que o acabariam vitimando em 2001. Ele fez shows pelos quatro cantos do mundo com a banda, especialmente nos anos 90.

Em 1988, a música Kokomo, que ele escreveu em parceria com Phillips, o produtor Terry Melcher e Mike Love, estourou nas paradas em gravação dos Beach Boys.

Na década passada, o intérprete americano participou de dois especiais do canal público americano PBS e interpretou duas canções importantes, We’ve Been Asking Questions, de John Phillips, e Gone To The Sea Again, de Denny Doherty.

Entre seus poucos álbuns, destacam-se The Voice Of Scott McKenzie e Stained Glass Morning, este último incluindo suas composições próprias. O site www.scottmckenzie.info, de onde tirei boa parte dessas informações, foi criado por fãs e é a melhor e mais confiável fonte sobre esse músico.

Scott McKenzie não se irritava ao ser chamado de one hit wonder. Ele tinha uma resposta pronta para quem lhe perguntasse sobre a sua sina: “se é para ser um one hit wonder, esta é certamente a melhor canção existente para tal”.

Ouça San Francisco, com Scott McKenzie (versão original de estúdio):

Veja o clipe de Like An Old Time Movie, de Scott McKenzie:

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