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Rita Lee, 75 anos, a rainha do rock e da alegria em geral

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Por Fabian Chacur

Rua Joaquim Távora, Vila Mariana, São Paulo. Ali, uma certa Rita Lee Jones viveu e foi criada em sua infância e adolescência. Uma das filhas mais ilustres do bairro de onde eu também vim. Curiosamente, no entanto, só fui conhecê-la pessoalmente no centro de São Paulo, mais precisamente no dia 12 de maio de 1987, em entrevista coletiva realizada no Hilton Hotel para divulgar o recém-lançado álbum Flerte Fatal.

Eu usava uma camiseta amarela do The Cure, e não só peguei um autógrafo dela como também tirei uma foto ao seu lado. Foi uma entrevista até calma, embora tivesse um clima pesado no ar por causa de uma crítica sobre o álbum no qual o polêmico Luis Antonio Giron ironizou a artista, definindo o seu momento de carreira como uma “menopausa criativa”. Grosseria pura, que ela acabou tirando de letra.

Tive mais uma ou duas oportunidades de entrevistá-la nos anos seguintes, uma delas no antigo Palace, também com direito a registros fotográficos. Sempre simpática, franca e sem rodeios.

E estive em 1991 no apartamento em que ela morava na época, ao lado da Praça Buenos Aires, na região central de São Paulo, mas para entrevistar não ela, mas seu parceiro de vida, o grande músico Roberto de Carvalho, um dos caras mais simpáticos e gentis que já tive a honra de conhecer nesse meio de pessoas nem sempre tão gentis e simpáticas.

Todas essas recordações rondam a minha cabeça nesta triste terça-feira (9), quando foi divulgada a partida dessa icônica Rita Lee, aos 75 anos. Ela lutou bravamente contra um câncer, e estava entre os seus entes queridos na hora da despedida. Uma figura que já estava eternizada na história da nossa cultura como um todo, mas que agora sai de cena, para tristeza geral.

Fiz uma geral em sua trajetória quando do lançamento da caixa Rita, há alguns anos (leia aqui), Mas vale ressaltar algumas das marcas registradas dessa artista tão peculiar e tão genial.

Rita se tornou nacionalmente conhecida integrando os Mutantes, um dos grupos mais criativos e marcantes da história do rock brasileiro. Ao sair da banda, no qual era uma coadjuvante de luxo para os irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista, mergulhou em uma carreira solo na qual pôs pra fora toda a sua personalidade inquieta, genial e irreverente.

Com o Tutti-Frutti e depois tendo como seu braço direito o também parceiro de vida Roberto de Carvalho, Rita construiu uma discografia na qual o rock foi misturado com r&b, folk, pop, jazz e MPB com uma assinatura própria repleta de irreverência, bom humor, sarcasmo e astúcia.

Sua galeria de hits foi enorme, e seus shows no início dos anos 1980 ajudaram a abrir as portas para os mega-espetáculos de rock no Brasil, com apresentações em ginásios e estádios e produções sofisticadas. Sem o estouro de Rita Lee, a Blitz certamente não teria estourado e aberto as portas para a geração roqueira dos anos 1980.

Além disso, Rita também mostrou que as mulheres tinham o direito de arrombar a festa e tomar conta da coisa toda em termos de sucesso. Sem Rita Lee, o Brasil fica ainda mais triste e careta, embora felizmente viva novamente dias de esperança. Que sua obra linda e pra cima possa nos ajudar a dar a volta por cima e voltarmos a ser um Brasil com S. Saudade da nossa eterna ovelha negra!

Lá Vou Eu– Rita Lee:

Liminha entrevista craques do pop nacional no Canal Arte 1

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Por Fabian Chacur

Liminha é um dos nomes mais importantes da história da música brasileira. Como produtor, músico e compositor, tornou-se figurinha fácil entre os grandes lançamentos pop nacionais nos últimos 40 anos. Ele estreia nesta sexta (29) às 20h30 no Canal Arte 1 o programa Nas Nuvens- A Fábrica de Hitmakers, no qual entrevista grandes nomes do pop brazuca nas dependências do seminal estúdio Nas Nuvens, criado por ele em 1984 em sociedade com o parceiro Gilberto Gil.

Com direção a cargo de Ricardo Nauenberg e produção da Indústria Imaginaria, a atração estreia com Lulu Santos e tem previstos seis episódios. Os outros terão como protagonistas Bi Ribeiro e João Barone (dos Paralamas do Sucesso), Toni Bellotto (dos Titãs-FOTO), Fernanda Abreu, Paula Toller (do Kid Abelha) e Sérgio Mendes. A pauta é um papo entre o apresentador e seus convidados, esmiuçando alguns de seus maiores hits no melhor estilo Classic Albums. Saiba mais aqui.

Liminha começou a se tornar conhecido no cenário musical brasileiro a partir de 1969, quando entrou nos Mutantes, banda na qual se manteve até 1973. Em 1977, iniciou a carreira como produtor, assinando trabalhos de muito sucesso de artistas como Gilberto Gil, Frenéticas, Banda Black Rio, Lulu Santos, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Titãs e inúmeros outros. Aos 66 anos de idade, continua na ativa, sempre envolvido com projetos bacanas como esse.

Liminha e Amigos ao vivo:

Livro com fotos dos Mutantes será lançado com show em SP

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Por Fabian Chacur

Entre 1970 e 1973, Leila Lisboa fez de forma despretensiosa fotos do grupo Os Mutantes. Os registros, hoje históricos pelas proporções que essa banda ganhou no cenário musical mundial, enfim chegam ao público. Cento e trinta deles, para ser mais preciso, integram o livro A Hora e a Vez, que será lançado nesta terça-feira (27) às 19h50 no Delirium Café (rua Ferreira de Araújo, 589- Pinheiros-SP- fone 0xx11-2495-2225), com direito a show da banda Top Top interpretando hits da banda de Rita Lee e dos irmãos Baptista.

Nos anos em que clicou os Mutantes, Leila era casada com o baixista Liminha, que depois se tornaria um dos produtores mais importantes da história da música brasileira. Vários dos fotogramas tem como cenário a casa na Serra da Cantareira, onde o grupo morava, e também temos flagrantes em ensaios e shows. Algumas das fotos contam com notas da fotógrafa relembrando de fatos daqueles anos agitados.

O livro, lançado pela editora Realejo Livros, conta com 208 páginas e custa em média R$ 129,00. Sua concretização ocorreu graças a campanha realizada na plataforma de financiamento coletivo Kickante (procedimento também conhecido como crowdfuding), que arrecadou em torno de R$ 70 mil com fãs e admiradores. O lançamento tem entrada gratuita, sendo que a pessoa só paga aquilo que consumir.

Ouça o álbum Jardim Elétrico, dos Mutantes, em streaming:

Ouça Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets- Os Mutantes:

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