Por Fabian Chacur

Graças ao amigo Daniel Vaughan, fiquei sabendo que nesta segunda-feira (1º) Debbie Harry está completando 68 anos. Nem lembrava que ela era da safra de 1945, que gerou craques da música popular do naipe de Eric Clapton, Bob Marley, Ivan Lins, Elis Regina e Gonzaguinha, só para citar alguns. Belo ano, heim?

Sou fã dessa cantora e compositora americana desde que Heart Of Glass estourou aqui no Brasil em 1978, faixa do ótimo álbum Parallel Lines. Ex-coelhinha do conglomerado Playboy de Hugh Hefner, ela encontrou no rock and roll o seu verdadeiro lugar, liderando uma das bandas mais interessantes da chamada new wave.

O grande barato do Blondie foi se valer da energia minimalista e furiosa do punk para abordar diversos outros universos musicais, entre os quais o rock básico, o então emergente rap, a disco music, o pop tradicional, a música latina e o que mais pintasse pela frente, sempre de forma original, descontraída e envolvente.

A voz gostosa e versátil de Debbie é o que dava liga a essa mistureba toda, além da contribuição efetiva dos músicos que a acompanhavam nessas aventuras todas. Resultado: hits certeiros e bons de se ouvir como os já citados e também Call Me, The Tide Is High, Union City Blues, Denis, Maria e tantos outros, curtidos nos quatro cantos do planeta.

Quando o Blondie deu um tempo, na primeira metade dos anos 80, Debbie Harry se dedicou ao trabalho de atriz em filmes como Videodrome (1983) e também a discos solo, entre os quais o badalado Koo Koo (1981, produção de Nile Rodgers, do Chic) e o simpático Rockbird (1986). A repercussão foi menor, mas o respeito a ela se manteve firme e forte.

Após sair de cena por quase vinte anos, o Blondie voltou com força total em 1999 com o hit Maria, e se mantém na ativa, lançando novos álbuns e fazendo shows por aí. Não vieram ao Brasil, infelizmente, mas quem sabe um dia? Enquanto isso, dou meus parabéns a uma das loiras mais envolventes, talentosas, inteligentes e importantes da história do rock.

Ouça One Day Or Another, do Blondie:

Ouça Rapture, do Blondie: