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10.000 Maniacs faz shows em São Paulo, Rio e Porto Alegre

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Por Fabian Chacur

Após um bom período fora dos holofotes, a banda americana 10.000 Maniacs, que fez bastante sucesso nos anos 1980 e 1990, surge novamente em cena com um álbum ao vivo, Playing Favorites, lançado no exterior em junho de 2016. O sexteto volta ao Brasil para shows em São Paulo (quinta-1º/6), Rio de Janeiro (sexta-feira-2/6) e Porto Alegre (sábado-3/6).

Criada em 1981 na cidade de Jamestown, no estado de Nova York, o grupo lançou seu primeiro álbum, The Secrets Of The I Ching, em 1983. O sucesso começou a aparecer com o terceiro álbum, In My Tribe (1987), que emplacou hits como What’s The Matter Here e Hey Jack Kerouak, seguido por Blind Man’s Zoo (1989). Sua mistura de folk, pop e rock cativou o público dito alternativo.

Os trabalhos Our Time In Eden (1992) e MTV Unplugged (1993), especialmente este último, pareciam indicar o estrelato para a banda, mas logo a seguir a cantora Natalie Merchant resolveu sair fora rumo a uma bem-sucedida carreira-solo, e isso deu uma certa complicada na rota do grupo, que inicialmente ficou meio perdido.

A solução veio com o retorno do guitarrista e vocalista John Lombardo, ele que havia integrado o grupo de 1981 a 1986, e da cantora Mary Ramsey, que atuou em dupla com Lombardo e também fez parte da banda de apoio dos Maniacs entre 1991 e 1993. A nova escalação rendeu dois ótimos álbuns, Love Among The Ruins (1997) e The Earth Pressed Flat (1999), e foi nessa época que o grupo se apresentou ao vivo por aqui, com direito a show no extinto Palace, em São Paulo.

A morte do guitarrista Robert Buck em 2000, aos 42 anos, deu outra boa balançada no grupo, que a partir daí passou por várias entradas e saídas de integrantes, fazendo alguns shows mas sem a mesma repercussão dos bons tempos. As coisas melhoraram a partir do lançamento de Music From The Motion Picture (2013), seguido por Twice Told Tales (2015), este último marcando um novo retorno de Lombardo ao time.

Playing Favorites foi gravado ao vivo precisamente na cidade natal da banda, e marcou outro retorno bacana, o da cantora Mary Ramsey. Além dela e de Lombardo, o time inclui hoje o guitarrista Jeff Erickson, que era o roadie de Buck e se tornou seu substituto, e três membros da formação clássica da banda, Jerome Augustyniak (bateria), Dennis Drew (teclados e vocais) e Steve Gustafson (baixo).

O novo álbum, ainda inédito no Brasil (assim como os outros a partir de 2000), traz 14 releituras dos grandes hits do grupo, como as músicas já citadas neste post e também Trouble Me, Candy Everybody Wants, More Than This (belo cover do Roxy Music e maior sucesso da fase com Mary Ramsey no vocal principal) e Rainy Day.

Serviço dos shows dos 10.000 Maniacs no Brasil:

São Paulo- 1º/6 (quinta-feira)- 22h- Espaço das Américas (rua Tagipuru, nº 795- Barra Funda- fone 0xx11-3868-5860), com ingressos custando de R$ 80,00 a R$ 380,00.
Rio de Janeiro- 2/6 (sexta-feira)- 22h- Vivo Rio (avenida Infante Dom Henrique, nº 85- Parque do Flamengo- fone 0xx21-3531-1227), com ingressos custando de R$ 95,00 a R$ 320,00.
Porto Alegre- 3/6 (sábado)- 21h- Auditório Araújo Vianna (avenida Osvaldo Aranha, nº 685- Porto Alegre- call center 4003-1212), com ingressos custando de R$ 110,00 a R$ 380,00.

More Than This– 10.000 Maniacs:

Banda Zona Proibida retorna após 25 anos com Pane Cega

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Por Fabian Chacur

Em 1991, saiu Corrida Noturna, primeiro álbum (EP) da banda paulistana Zona Proibida. Mesmo lançado em um momento no qual as portas estavam fechadas para o rock brazuca, o grupo conseguiu agitar bastante, com shows nos principais espaços para a música independente de São Paulo e também diversas aparições na TV. Coisa de guerrilheiros, mesmo.

Ainda eram os tempos heroicos do vinil, embora o CD já tivesse dado as caras por aqui. A Zona Proibida tocou em locais hoje históricos, como Woodstock Bar, Madame Satã, Café Pedaço, Espaço Retrô, Victoria Pub, Enigma, Blue Note Jazz Bar e nas casas de cultura de São Paulo. Também estiveram em programas como Antes (MTV), Zaap (apresentado por um ainda adolescente Rodrigo Faro), Dia a Dia (c/ Aimar Labaki), Clip Trip (com Beto Rivera) e por aí vai.

Infelizmente, as dificuldades levaram o time a sair de cena. Agora, 25 longos anos depois, ei-los de volta. São eles Miguel “Krafor” Barone (vocal e pandeiro), Marco Grecco (guitarra e vocais), Luis Bonelli (bateria) e Junior Fernandes (baixo). Acabam de lançar um novo EP, Pane Cega, mais uma vez com uma capa matadora com foto de Gal Oppido. E aí, fica a questão: como estão agora os “zoneados”?

Uma boa imagem para definir esse retorno: é como se eles tivessem ido fazer uma viagem de disco voador, ou no DeLorean de Marty McFly, e retornado agora, de sopetão, em pleno 2016. Nada mudou. Os caras continuam com a mesma sonoridade, influenciada de forma positiva por rock básico, hard rock, blues, folk e até jazz, com toques de Barão Vermelho, Cazuza, Deep Purple e por aí vai. Letras simples e bem sacadas, instrumental conciso e energético…

Ao contrário do que poderia parecer em uma primeira análise, essa manutenção de sonoridade só pode ser elogiada. Sinal de que existe aí uma profissão de fé em um rumo, que continua sendo válido e, mais importante, continua sendo feito pelos rapazes com a mesma determinação de sempre. Só que, agora, com mais experiência, mais maturidade, mais malandragem, no melhor sentido da palavra. Os atalhos são encontrados com mais tranquilidade.

Pane Cega traz sete faixas que não reinventam a pólvora nem pretendem revolucionar o cenário musical, mas que certamente injetam doses maciças do velho e bom rock and roll na veia de quem o ouvir. A voz de Krafor continua ótima, e seus colegas de time não complicam a parada. O country pop em Areia Movediça, o quase pop da deliciosa Pra Ser Feliz e Um Abraço (muito radiofônica), o rockão de O Universo é o Saber/Pane Cega e a boa releitura de A Chuva Está Caindo (que já havia aparecido no primeiro EP) são destaques.

Só para variar, a Zona Proibida surge em uma cena difícil. Quem sabe, até mais difícil do que naqueles complicados anos 1990. Os locais abertos a bandas com repertório próprio rareiam, as rádios não tocam material desse tipo, a mídia está fechada… Mas existe a internet, os podcasts independentes, os pequenos festivais. Fica a torcida para que, desta vez, Krefor e seus asseclas possam atingir o público que merecem.

Veja vídeos da Zona Proibida:

Corrida Noturna (ao vivo em 1991)- Zona Proibida:

Grupo Skank celebra 20 anos de O Samba Poconé em SP

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Por Fabian Chacur

Há 20 anos, o Skank lançou seu terceiro álbum, O Samba Poconé. Com esse trabalho, o quarteto mineiro se consolidou de vez no cenário pop-rock brasileiro, graças a hits como É Uma Partida de Futebol, Garota Nacional e Tão Seu. Eles celebram essa data redonda importante com show em São Paulo neste sábado (26) a partir das 22h na Áudio (avenida Francisco Matarazzo, nº 694- Água Branca- SP- fone 0xx11- 3862-8279), com ingressos a R$ 120,00 (pista) e R$ 250,00 (mesa).

Na ativa desde 1991, ou seja, há 25 anos, o Skank mantém sua formação original, composta por Samuel Rosa (vocal e guitarra), Lelo Zanetti (baixo), Henrique Portugal (teclados) e Haroldo Ferretti (bateria). Com sua fusão de reggae, rock, pop e elementos de música brasileira, eles cativaram um público abrangente que vai desde os fãs do som da moda até os formadores de opinião, tal a qualidade da música que fazem.

Como forma de marcar essa efeméride, está saindo edição especial de O Samba Poconé. São três CDs: um com versão remasterizada do trabalho original, outro com versões inéditas extraídas de demos e ensaios que fazem parte do acervo do baterista Haroldo, e um terceiro com raridades compiladas pelo produtor do CD, Dudu Marote, incluindo versões alternativas de estúdio, remixes e faixas instrumentais.

A novidade deste terceiro CD é Minas Com Bahia, composição de Samuel gravada por ele em dueto com Daniela Mercury no álbum da cantora Feijão Com Arroz, mas que nunca havia sido registrada pelo Skank. A masterização foi feita em Nova York por Chris Gehringer, conhecido por seus trabalhos com Rihanna, Twenty One Pilots e Madonna.

É Uma Partida de Futebol– clipe- Skank:

Sarah Mclachlan lançará mais um CD com músicas natalinas

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Por Fabian Chacur

Os músicos da América do Norte tem um antigo costume que agrada em cheio aos seus fãs. Trata-se de lançar álbuns com músicas dedicadas ao Natal. Esses trabalhos costumam obter grandes vendagens, especialmente nos EUA. E a cantora, compositora e musicista canadense Sarah Mclachlan está colocando no mercado musical um novo trabalho com essa temática, intitulado Wonderland, com 13 canções extraídas do cancioneiro natalino americano tradicional.

O repertório do novo álbum de Sarah traz belas e singelas canções, entre elas Winter Wonderland, Silver Bells, Angels We Have Heard On High, Go Tell It On The Mountain, Let It Snow e A Way In a Manager. O CD sai exatos 10 anos após sua primeira incursão pela sonoridade natalina, Wintersong, que obteve ótimas vendagens e elogios por parte da crítica.

Na estrada desde a segunda metade dos anos 1980, Sarah Mclachlan se consolidou como uma das melhores artistas da sua geração, com muito bem digeridas influências de Joni Mitchell, Carole King, Laura Nyro e outras grandes estrelas da música pop.

Suas canções melódicas com letras poéticas, sempre interpretadas com doçura, renderam inúmeros sucessos, e discos maravilhosos como Fumbling Towards Ecstasy (1994), Surfacing (1997) e o ao vivo Mirrorball (1999). Ela é a mentora da turnê Lilith Fair, que nos anos 1990 reuniu um elenco estelar composto só por mulheres musicistas, um evento histórico que rendeu um álbum ao vivo.

Winter Wonderland– Sarah McLachlan:

Pato Fu lança um novo disco e faz shows em São Paulo e RJ

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Por Fabian Chacur

O Pato Fu acaba de lançar Não Pare Pra Pensar, e mostra o repertório do novo álbum no Rio e em São Paulo. Na Cidade Maravilhosa, a apresentação é nesta terça (2) às 21h no Teatro Bradesco RJ (avenida das Américas, nº 3.900-loja 160 do Shopping VillageMall- Barra da Tijuca-RJ- call center 4003-1212), enquanto na Terra da Garoa o show é nesta quarta-feira (3) no Teatro Bradesco SP (rua Palestra Itália, nº 500- 3º piso-Bourbon Shopping SP- call center 4003-1212). Os ingressos para ambos os shows custam de R$ 25,00 a R$ 140,00.

Não Pare Pra Pensar é o primeiro trabalho de inéditas do grupo oriundo de Belo Horizonte (MG) desde Daqui Pro Futuro (2007), e o primeiro em qualquer formato desde Música de Brinquedo Ao Vivo (2011). A banda define esta sua nova incursão no meio discográfico como mais dançante, festiva, vigorosa e roqueira do que seus trabalhos mais recentes. Ritchie participa da faixa Pra Qualquer Bicho, e John Ulhôa canta duas faixas (Ninguém Mexe Com o Diabo e You Have To Outgrow Rock ‘N’ Roll), algo raro em discos deles.

Além de John (guitarra, programações, teclados, violão e voz) e Fernanda Takai (vocal), o Pato Fu também conta com Ricardo Koctus (baixo e vocal), Lulu Camargo (teclados e arranjos orquestrais) e Glauco Mendes (bateria), este último estreando no time. Outra justificativa para o repertório mais dançante do novo CD é o fato de Fernanda reservar o repertório mais introspectivo para sua bem-sucedida carreira solo, que ela desenvolve paralelamente ao grupo.

Não Pare Pra Pensar (ao vivo)- Patu Fu:

Eu Era Feliz– Pato Fu:

You Have To Outgrow Rock ‘N’ Roll– Pato Fu:

Morre cantor Scott Weiland, do Velvet Revolver e do STP

The IMDb & Amazon Instant Video Studio At The Village At The Lift - Day 2 - 2015 Park City

Por Fabian Chacur

Para Billy Corgan, líder da banda Smashing Pumpkins, Kurt Cobain (Nirvana), Layne Staley (Alice in Chains) e Scott Weiland (Stone Temple Pilots e Velvet Revolver) são os melhores cantores da sua geração. Todos nasceram em 1967. Cobain nos deixou em 1994. Staley, em 2002. Infelizmente, agora chegou a vez de Weiland, que foi encontrado morto em seu ônibus de turnê nesta quinta-feira (3). Ele tinha 48 anos, e era, de fato, um ótimo cantor.

O rocker, que estava fazendo turnê para divulgar o álbum Blaster (2015), que gravou acompanhado pela banda The Wildabouts, iria entrar em cena em show que deveria ter ocorrido na cidade americana de Minnesota. Foi encontrada cocaína no local onde ele dormia. Os problemas do cantor com drogas e bebidas alcoólicas o levaram a cumprir penas de prisão algumas vezes nos últimos 20 anos.

Nascido em 27 de outubro de 1967 na cidade de San Jose, Califórnia, Scott Weiland criou em 1986 ao lado dos irmãos Dean (guitarra) e Robert DeLeo (baixo) e de Eric Kretz (bateria) a banda Stone Temple Pilots. O grupo conseguiu notoriedade no auge do grunge, e seu álbum de estreia, Core (1992), vendeu muito e atingiu o terceiro posto na parada americana, impulsionado pelas músicas Plush e Sex Type Thing.

Purple (1994), o segundo álbum da banda, bateu no topo da parada ianque logo na semana de seu lançamento. Em 1995, montou uma banda paralela de curta existência, a The Magnificent Bastards, que só lançou oficialmente duas faixas, sendo uma delas um ótimo cover de How Do You Sleep?, de John Lennon, incluída no álbum tributo Working Class Hero- A Tribute To John Lennon (1995).

Após o lançamento de Tiny Music- Songs From The Vatican Gift Shop (1996), no qual o STP investiu em elementos que ajudaram a diversificar sua sonoridade grunge, Scott começou a atrair a atenção das publicações sensacionalistas, todas em busca do novo “roqueiro morto por overdose”. Seu envolvimento com drogas o levou a prisões e deu uma atrapalhada na carreira, retomada em 1998 com o primeiro CD solo, 12 Bar Blues, que teve participações especiais de Sheryl Crow, Daniel Lanois e Brad Mehldau, entre outros.

Nº4 (1999) e Shangri-La Dee Da (2001) deram continuidade com sucesso à carreira dos Stone Temple Pilots. Em 2000, Scott participou do especial de TV VH1 Storytellers ao lado dos três remanescentes dos The Doors, cantando com eles as músicas Break On Through (To The Other Side) e Five To One. E em 2003, acabou saindo fora do grupo.

Não demorou muito para que outro projeto importante entrasse em sua trajetória. Os ex-Guns N’ Roses Slash (guitarra), Duff McKagan (baixo) e Matt Sorum (bateria), aliados a Dave Kushner (guitarra), o convidaram para integrar uma nova banda, que seria um sucesso instantâneo. Trata-se da Velvet Revolver, que em 2004 lançou Contraband, álbum que chegou ao primeiro lugar nos EUA com os hits Slither e I Fall To Pieces.

Libertad (2007) chegou ao mercado discográfico em 2007, e apesar de sua boa repercussão e músicas bacanas como The Last Fight, seria o último trabalho de estúdio lançado pela banda. Em 2010, ele voltava ao Stone Temple Pilots, que lançou naquele ano um álbum autointitulado. Depois de vários shows, Weiland foi dispensado do time por seus colegas, em função dos boatos de um retorno do Velvet Revolver.

Como artista solo, Scott também lançou Happy In Galoshes (2008), A Compilation Of Scott Weiland Cover Songs (2011) e The Most Wonderful Time Of The Year (2011), além de Blaster (2015), com o The Wildabouts. Em 2011, ele lançou a autobiografia Not Dead & Not For Sale, escrita com o consagrado David Ritz. Sua voz potente e personalizada ficará para sempre marcada como uma das mais bacanas surgidas no cenário do grunge dos anos 90.

Plush– Stone Temple Pilots:

Sex Type Thing– Stone Temple Pilots:

Fall To Pieces– Velvet Revolver:

Slither– Velvet Revolver:

The Last Fight– Velvet Revolver:

Documentário mostra rumos tortos do genial Kurt Cobain

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Por Fabian Chacur

Triste alguém com tanto talento, dinheiro e milhões de fãs como Kurt Cobain poder acabar de forma tão triste, aos 27 anos, tirando a própria vida. Pior: pai de uma linda menininha que estava com menos do que dois anos quando a tragédia ocorreu. Como entender uma coisa dessas? O documentário Cobain: Montage Of Heck, de Brett Morgen, tenta nos dar algumas pistas.

O filme se vale de vasto material cedido pela família do artista, incluindo os pais, irmã e a viúva, a roqueira Courtney Love. Temos também algumas animações muito bacanas representando bem momentos da vida do líder do Nirvana em várias fases de sua vida, trechos de entrevistas, shows, clipes, ensaios e também alguns depoimentos de músicos e produtores que atuaram com ele.

Ver aquele moleque loirinho com algo em torno de dois anos dizendo “sou Kurt Cobain” chega a ser desconcertante, pois fica difícil imaginar que aquele lá é o mesmo sujeito que no futuro iria nos proporcionar Smells Like Teen Spirit, In Bloom, Serve The Servant e All Apologies, só para citar alguns clássicos nirvânicos mais óbvios. Sim, seria ele mesmo.

É sempre fácil achar culpados nesse tipo de situação, e Montage Of Heck nos proporciona vários. Pelas entrevistas de Don e Jenny Cobain, fica claro que os dois não tiveram garra suficiente para encarar o filho problemático, e foram jogando a bomba no colo um do outro, até que o problema, digo, Kurt, cresceu totalmente perturbado.

O moleque dava a entender que desejava uma família que lhe desse apoio, mas também não se mostrava alguém muito fácil. Nessas, passou de família para família, pois os pais se separaram. A madrasta o expulsou de casa, e pela forma que ela conta a história, com o marido calado ao lado, dá para notar um certo arrependimento do cidadão.

A mãe também queria ter sua própria vida. Assim, Cobain caiu no mundo. Temos o depoimento de uma namorada com a qual ele morou, do provavelmente melhor e mais fiel amigo e baixista do Nirvana Krist Novoselic, da irmã Kim Cobain e outros. Curiosamente, nenhuma declaração de Dave Grohl, hoje megastar por conta própria e na época baterista do Nirvana. Seria legal ter ouvido a opinião dele.

Quando Courtney Love entra em cena, o que já era uma bagunça virou a festa de todas as frutas possíveis. Baderna total. Os dois viciados em drogas que, de quebra, resolveram ter uma filha, Frances, que nasceu em 18 de agosto de 1992. As declarações atuais de Love são bem francas, mas o que realmente assusta são os filmes caseiros feitos na época.

Neles, o relacionamento de Courtney e Kurt beira a maluquice completa, com direito a papos desconectados da realidade, inseguranças postas em cena o tempo todo e, a partir da entrada em cena da filha, o medo de ver a pobre da criança pagando o pato pela maluquice dos pais. São cenas dignas de um filme do tipo O Iluminado. Só que reais…

No entanto, nada disso viria a tona se Kurt Cobain não fosse um cantor, compositor e músico genial. Com os álbuns Bleach (1989), Nevermind (1991) e In Utero (1993), proporcionou aos fãs uma mistura incrível de punk rock, rock clássico e pop repleto de energia, criatividade e letras fortes. O casal Love-Cobain foi comparado como uma mistura de John Lennon-Yoko Ono e Syd Vicious-Nancy Spungen. E era por aí.

Kurt Cobain queria que o Nirvana fosse reconhecido mundialmente, mas não estava preparado para tanto sucesso. Quando essa repercussão toda se tornou realidade, ele não segurou a onda. Como trechos de entrevistas e de shows, incluindo o feito pelo Nirvana no Hollywood Rock em janeiro de 1993 no Rio de Janeiro, deixam bem claro. Ele precisava de proteção, especialmente de si mesmo. Seria possível?

Cobain: Montage Of Heck, com seus 132 minutos de duração, ao lado do recém-lançado Amy (leia a resenha aqui ), sobre a vida de Amy Winehouse (outra morta aos 27 anos), são dois bons retratos de artistas geniais que não conseguiram encarar a barra que é ser famoso e badalado. É o que diz aquela frase: “cuidado com o que você deseja”…

Cobain: Montage Of Heck (documentário-preview):

Kurt Cobain Montage Of Heck:

James e The Mission tocarão em São Paulo

Por Fabian Chacur

Duas bandas britânicas de sucesso surgidas na década de 1980 confirmaram que farão shows em São Paulo em breve. São elas a The Mission e a James, sendo que ambas irão tocar no mesmo local, o Cine Joya (www.cinejoya.tv – Praça Carlos Gomes, nº 82- Liberdade-SP -fone 0xx11-3231-3705).

Será a primeira apresentação da banda James no Brasil. O grupo iniciou sua trajetória em 1982, tendo lançado Strutter, o primeiro álbum, em 1986. Embora com boa repercussão, os trabalhos do grupo só foram repercutir com mais força na década de 1990.

Graças ao álbum Laid (1993), produzido por Brian Eno, o James tornou-se conhecido mundialmente e atingiu com força o mercado americano. Seu repertório inclui hits como Say Something, Sit Down, Laid e She’s a Star.

A banda oriunda de Manchester virá a São Paulo no dia 30 de abril com sua formação original, que inclui Tim Booth (vocal), Jim Glennie (baixo), Larry Gott (guitarra), Saul Davies (guitarra e violino), Mark Hunter (teclados), David Baynton-Power (bateria) e Andy Diagram (trompete). Os ingressos custam de R$ 60,00 a R$ 120,00.

Já o The Mission é velho conhecido dos brasileiros. O grupo surgiu quando Wayne Hussey (vocal e guitarra) e Craig Adams (baixo) saíram do Sisters Of Mercy. A formação atual do quarteto inclui a dupla, o outro integrante original Simon Hinkler (guitarra) e o baterista Mike Kelly.

Com sua mistura de rock gótico, psicodelismo e hard rock, o The Mission estourou logo com seu primeiro álbum, God’s Own Medicine, e emplacou sucessos como Wasteland, Tower Of Strenght, Severina e Butterfly on a Wheel.

Curiosidade: Wayne Hussey mora há vários anos no ABCD, e é casado com uma brasileira. O The Mission tocou pela primeira vez em nosso país no fim dos anos 80, no extinto Projeto SP. Os ingressos para o show da banda, programado para o dia 27 de maio, custam de R$ 80,00 a R$ 120,00.

Banda Bush volta com The Sea Of Memories

Por Fabian Chacur

A banda britânica Bush, que fez muito sucesso nos anos 90, está de volta à ativa, e lançará no dia 13 The Sea Of Memories, seu primeiro trabalho em dez anos.

Criado em 1992, o Bush mantém dois integrantes de sua formação clássica, o cantor e compositor Gavin Rossdale e o baterista Robin Goodridge.

Nigel Pulsford (guitarra) e Dave Parsons (baixo) saíram fora. A atual escalação inclui Chris Traynor (guitarra, entrou na banda em 2001) e Corey Britz (baixo).

Durante essa década fora de cena, Gavin Rossdale se casou com a cantora Gwen Stefani, do No Doubt, lançou o álbum Distort Yourself (2005) com o grupo Institute e o CD solo Wanderlust (2008).

O Bush pegou uma carona na onda grunge, e estourou mundialmente com seu álbum de estreia, Sixteen Stone (1994), que vendeu mais de seis milhões de cópias no mercado americano.

O trabalho seguinte, Razorblade Suitcase (1996), atingiu o primeiro lugar da parada ianque, vendendo mais de 3 milhões de cópias. The Golden State (2001) foi o último álbum lançado pelo grupo antes de sua separação.

The Sound Of Winter, primeira faixa de trabalho de The Sea Of Memories, já começa a ser bem executada nas rádios roqueiras americanas, tendo vendido até agoral 16 mil cópias, segundo o site da revista Billboard.

Veja The Sound Of Winter ao vivo:

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