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Synchronicity- The Police (A&M Records, 1983): o adeus no auge

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Por Fabian Chacur

Na semana que se encerrou no dia 23 de julho de 1983, o álbum Synchronicity assumiu o 1º lugar na parada de sucessos dos EUA. Seriam 17 semanas não consecutivas de liderança no mercado mais disputado do mundo e também em vários outros países, encarando de frente adversários como Thriller, de Michael Jackson. O 5º álbum da carreira do The Police marcaria o seu auge em termos comerciais e criativos.

Duas faixas dele (Synchronicity I e Synchronicity II) tiveram como inspiração a teoria da sincronicidade, do psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), que a grosso modo trata do que ele definia como “coincidências significativas”. E, de certa forma, foi uma coincidência significativa que deu início a este seminal trio.

Em 1976, o baterista norte-americano Stewart Copeland, filho de um funcionário da temida CIA e que viveu em vários países, incluindo Líbano e Egito, estava então radicado na Inglaterra e integrava o grupo progressivo britânico Curved Air. Após um show na cidade de Newcastle, aceitou o convite de um amigo jornalista e foi conferir o som de uma banda local.

O jazz rock do Last Exit não o entusiasmou muito, mas ele não teve como não notar a ótima voz e o inegável carisma de seu baixista, um certo Gordon Matthew Sumner. Como naquele momento ele pensava em sair do Curved Air para investir em um trabalho próprio, deu o seu telefone para o tal músico, dizendo para visitá-lo quando por ventura fosse a Londres, onde Copeland morava naquela época.

Gordon, que então já era mais conhecido pelo apelido Sting, por sua vez estava cansado da rotina na sua cidade, e pretendia se mudar para Londres com seu grupo para tentar a sorte grande. Após um show de despedida de Newcastle no final de 1976, ele fez as malas e partiu, com a esposa Frances e o filho, esperando que os colegas de banda o seguissem, o que não ocorreu.

Enquanto morava na casa de uma amiga e buscava alternativas para sobreviver, Sting um dia se viu próximo do endereço de Copeland, e resolveu ligar para ele. Em uma “coincidência significativa”, descobriu que o orelhão de onde falava (estamos no início de 1977) ficava a apenas alguns metros da casa do baterista. Em questão de minutos, estavam frente a frente.

Não demorou para se enfiarem em uma jam session que demorou muito tempo. Logo, Copeland expôs seu plano de largar mão do rock progressivo para tentar alguma coisa com o espírito do punk rock, que vivia um momento efervescente na cena britânica. De quebra, imaginava incluir elementos de outro gênero musical então em ascensão, o reggae. Sting, também meio entediado com o jazz rock, curtiu a ideia. Nascia o The Police.

O baterista queria que a banda investisse no formato trio, e então chamaram pro time o guitarrista corso Henri Padovani, que tinha toda a panca de músico punk. No entanto, após algumas apresentações e a gravação de um single indie, com as músicas Fall Out e Nothing Achieving, ficou claro que o grupo não iria adiante com um músico tão limitado na guitarra.

Aí, outra “coincidência significativa” se incumbiu de trazer pro time o cara que faltava. Mike Howlett, ex-integrante da banda franco-britânica Gong, buscava um novo rumo pra sua carreira.

Ele convidou Sting, que também havia conhecido ao ver um show da Last Exit, para participar de uma nova formação que estava criando, intitulada Strontium 90, que marcaria presença em um show na França que reuniria os ex-integrantes do Gong, cada um com seus novos trabalhos e depois todos tocando juntos, no final do evento, que contou com mais de 6 mil fãs.

Sting conseguiu incluir Copeland na oportunidade. Howlett precisava de um guitarrista, e se lembrou de um certo Andy Summers, músico já veterano que havia tocado com Eric Burdon & The Animals, Soft Machine e Mike Oldfield, entre outros, e que voltara para a Inglaterra após alguns anos radicado nos EUA. Ele adorou a chance de se enturmar novamente em Londres.

Rapidamente, Sting e Copeland perceberam, após poucos ensaios com o Strontium 90, que Summers era o cara ideal para o The Police, embora cerca de 10 anos mais velho do que eles. Mas como se livrar do simpático Padovani? No início, convidaram o novo amigo para entrar no grupo, que então virou um quarteto durante algumas semanas.

Como o Strontium 90 logo saiu de pauta, Summers resolveu a parada com um ultimato: ou Henry saía, ou seria ele quem pularia fora. E como Copeland era apaixonado pelo formato trio, a decisão se tornou inevitável. E coube a Sting dar a triste notícia a Padovani, que depois tocaria com Wayne County e posteriormente montaria sua própria banda, The Flying Padovanis.

Desde o começo, o The Police teve como marcas a ambição e a ousadia. Embora tenham se valido do espírito e da energia do punk, nunca compartilharam do niilismo dos seus seguidores mais irados. A musicalidade sempre deu as cartas na banda, e isso ficou claro logo em seu álbum de estreia, Outlandos D’Amour (1978), com os hits Roxanne e So Lonely.

Em função da bagagem musical anterior e do extremo talento de seus integrantes, fica difícil dizer que o trio britânico evoluiu de disco para disco. Na verdade, eles já começaram em um patamar bem alto, e apenas foram ampliando horizontes em cada novo trabalho, acrescentando sonoridades e temas em suas letras, tendo Sting como principal compositor, mas com os outros dois vivendo bons momentos neste setor.

Por sua vez, com o apoio do irmão de Stewart, o empresário Miles Copeland III, a banda arregaçou as mangas e se mandou pra estrada. Sua primeira turnê foi bancada por eles próprios, sem o apoio da gravadora que os havia contratado, a A&M Records, que ficou espantada com a ousadia dos rapazes. E valeu a raça, pois do começo em clubes suspeitos eles foram evoluindo a cada novo ano e novo lançamento.

Após o grande sucesso de Ghost In The Machine (1981), que acrescentou teclados e metais à sonoridade da banda (tudo tocado por eles mesmos- all noises by The Police, como escreviam na contracapa de seus álbuns), ficou no ar o clima de que seu próximo lançamento os alçaria ao topo do mundo pop. E foi precisamento o que ocorreu.

Em 1982, o The Police não lançou um novo álbum, tendo apenas participado, com dois temas instrumentais, da trilha do filme Brimstone And Treacle (1982), que também trouxe faixas individuais de Sting, entre as quais I Burn For You e Spread a Little Happiness, esta última seu primeiro hit solo na Inglaterra no formato single.

Sting também atuou como ator em Brimstone And Treacle , e marcou presença na trilha de Party Party (1982). Stewart Copeland compôs as trilhas sonoras para o filme Rumble Fish (1983), de Francis Ford Copolla e o espetáculo de dança King Lear, do San Francisco Ballet. E Andy Summers gravou I Advance Masked (1982) com Robert Fripp, do King Crimson.

Após tantos trabalhos paralelos, o trio voltou a se reunir em dezembro daquele mesmo ano para as gravações de seu novo álbum, mais uma vez contando com a coprodução de Hugh Padgham (ele estreou no álbum anterior) e realizadas no Air Studios em Montserrat, no Caribe, e no Le Studio, em Quebec, Canadá. Foram seis semanas de trabalhos, período até curto para um trabalho com tanta expectativa.

Vale registrar que naquele 1982, em função de o The Police ter momentaneamente sumido de cena, outros grupos influenciados pela sua sonoridade aproveitaram o vácuo momentâneo e se deram bem, especialmente os australianos do Men At Work, que com seu álbum Business As Usual ficaram durante 15 semanas no topo da parada americana entre novembro daquele ano e fevereiro de 1983.

Antes das gravações, Sting tirou uns dias e foi para a Jamaica, onde ficou em uma casa que pertenceu ao escritor britânico Ian Fleming (1908-1964), o criador do célebre personagem James Bond. A ideia era poder se concentrar na composição de canções para o novo álbum. E ele precisava mesmo se isolar um pouco, pois vivia um momento dos mais conturbados em sua vida.

Por um lado, conseguiu finalizar uma longa e desgastante disputa com a editora Virgin referente aos direitos autorais de suas canções, devido a um contrato draconiano assinado ainda nos tempos de vacas magras. Do outro, encarou uma dolorosa separação de Francis, com quem teve dois filhos, para ficar com a também atriz Trudie Styler, vizinha e melhor amiga de Francis.

Sting também começou a ler muitos livros, o que o inspirou a fazer letras mais profundas. A soma disso tudo levou o artista a criar um conteúdo um pouco mais intelectualizado, algo que se consolidaria ainda mais na sua carreira-solo a partir de 1985.

Synchronicity foi concebido para o formato LP, e suas 10 faixas foram distribuídas em duas metades bem distintas.

O lado A abre e fecha com canções baseadas na teoria da sincronicidade. Synchroniticy I (ouça aqui) investe em fúria e muita energia, como uma espécie de introdução a tudo o que viria a seguir no disco.

Walking in your Footsteps (ouça aqui) dá início às surpresas do álbum, com uma sonoridade tribal e percussiva, com direito a sopros certeiros e uma letra na qual Sting ironiza o ser humano, analisando a extinção dos dinossauros e insinuando que esse poderá se tornar o mesmo caminho da destruição da raça humana, apesar de nossa evidente arrogância.

Oh My God (ouça aqui), outro belo exemplar da fusão reggae-rock do grupo, traz versos de Sting que não só questionam a relação com Deus como exigem algum tipo de ação do mesmo, atitude que certamente pode ter horrorizado os mais carolas. O ritmo é envolvente e dançante.

Mother(ouça aqui), composição de Andy Summers, traz o guitarrista gritando, digo, cantando de forma desesperada, como se estivesse no divã de um psiquiatra, tendo como tema a obsessão pela mãe, claramente inspirada no filme Psicose (1960), de Alfred Hitchcock. Experimentalismo dos bons.

A insegurança gerada pela Guerra Fria entre os EUA e a então União Soviética é abordada de forma bem-humorada e sarcástica em Miss Gradenko (ouça aqui), composição de Stewart Copeland com forte influência da música africana, vertente que o baterista exploraria de forma ainda mais intensa em seu ótimo álbum solo The Rhythmatist (1985).

A primeira parte do álbum é encerrada com Synchronicity II (ouça aqui), que aborda o tema da sincronicidade de uma forma mais apocalíptica, clima muito bem explorado em seu clipe, que flagra os três músicos em um navio típico dos piratas conduzido em plena tempestade. O single foi nº 16 nos EUA e nº 17 no Reino Unido.

Propositadamente ou não, o lado B de Synchroniticy traz quatro canções de Sting que, analisadas a posteriori, equivalem às primeiras amostras do que seria a carreira-solo dele, com um material mais próximo do soft rock.

O início fica por conta do maior hit da história do The Police, Every Breath You Take (ouça aqui), que no formato single se manteve por 8 semanas no topo da parada americana. Um clássico do rock, que merece uma análise mais apurada em torno de suas contradições.

A estrutura desta canção é muito simples, e lembra a do rock balada do finalzinho dos anos 1950, que gerou hits como Diana (Paul Anka) e Oh Carol (Neil Sedaka). Essa similaridade é marcada pelo brilhante e ao mesmo tempo simples arranjo de guitarra de Andy Summers, que dá um charme todo especial, assim como a batida quase marcial da bateria de Copeland.

A bela melodia e a interpretação empolgada de Sting explicam o porque o público nos quatro cantos do mundo abraçou esta como uma linda canção de amor apaixonado, sendo tocada em bailinhos e mesmo em casamentos. No entanto, se notarmos bem sua letra, veremos que não é bem assim.

Na verdade, Sting assume nesses versos o papel de um cara obcecado por uma mulher que o deixou, dando verdadeiros recados levemente sinistros nos versos, como se fosse um stalker que vigiaria até o fim dos tempos a ex-parceira. Ele garante que não se inspirou em fatos reais, mas quem não acreditar nele não pode ser ironizado ou avacalhado…

Acredito não ter sido uma “coincidência significativa” o fato de Sting ter composto e gravado no seu álbum solo The Dream Of The Blue Turtles (1985) a sensacional If You Love Somebody Set Them Free (ouça aqui), cuja letra defende exatamente o contrário do hit anterior.

A forte carga emocional gerada pela sua separação certamente inspirou a faixa mais forte nesse aspecto do álbum, King Of Pain (ouça aqui). Ela se alterna entre um clima ora tenso e lento, ora de verdadeiro desabafo.

No formato single, King Of Pain foi o 2º maior hit do álbum, atingindo o 3º lugar nos EUA e um mais humilde 17º posto no Reino Unido. Um dos momentos mais aguardados dos shows da turnê Synchronicity era quando Stewart Copeland iniciava a música tocando vibrafone e saía correndo rumo à bateria, sem perder um único compasso e arrancando aplausos do público.

Wrapped Around Your Finger (ouça aqui), com seu clima sonoro introspectivo e reflexivo, traz como tema um tenso e cerebral duelo entre um mestre e seu discípulo, inspirada no pacto com o diabo do personagem mitológico alemão Fausto, celebrizado pela peça de Goethe. O clipe, com suas inúmeras velas, dá uma ambientação excelente para tal canção, que foi nº 8 nos EUA e nº 7 no Reino Unido, no formato single.

A versão original de Synchronicity é encerrada por Tea In The Sahara (ouça aqui), com seu espírito minimalista, andamento hipnótico e letra baseada no livro The Sheltering Sky (1949), de Paul Bowles. Essencialmente, fala sobre promessas não cumpridas. O livro foi adaptado para o cinema em 1990 por Bernardo Bertolucci e exibido no Brasil como O Céu Que Nos Protege.

As sessões de gravação de Synchronicity geraram mais três faixas muito boas, que vieram à tona inicialmente como lados B de singles e depois foram incluídas na espetacular e essencial caixa com 4 CDs Message in a Box- The Complete Recordings (1993).

Murder By Numbers (ouça aqui), belíssima e com sofisticada estrutura jazzística escrita em parceria por Sting e Andy Summers, foi incluída na versão em CD do álbum como a faixa de nº 11.

Someone To Talk To (ouça aqui) é de Andy Summers e traz como curiosidade o fato de Sting ter se recusado a cantá-la por não curtir a letra, algo que deixou o guitarrista (que teve de se incumbir da tarefa, com categoria, vale ressaltar) um pouco ressentido. Outra parceria de Sting com Andy Summers, Once Upon a Daydream (ouça aqui) envolve com sua linda melodia e uma interpretação doce e sutil do baixista.

A turnê de divulgação de Synchronicity foi até o início de 1984 e se tornou a mais bem-sucedida daquele período, com direito a um show em 18 de agosto de 1983 no Shea Stadium para cerca de 70 mil pessoas, quase 20 mil a mais do que o mitológico show dos Beatles no mesmo local em 1965. Foram 105 apresentações, realizadas de 23 de julho de 1983 a 4 de março de 1984 nos EUA, Europa, Austrália e Ásia.

O espetacular show em Atlanta foi registrado e lançado em VHS em 1984 com o título Synchronicity Live Atlanta 1983 (1984) e em versão remasterizada em DVD e com faixas adicionais em 2005, como Synchronicity Concert. No palco, a banda teve para auxiliá-los as backing vocalists Michelle Cobb, Tessa Niles e Dolette McDonald.

Quem poderia imaginar que Synchronicity seria o último disco de estúdio do The Police? Desde o seu lançamento, a banda fez em 1986 um pocket show para a Anistia Internacional e uma regravação de Don’t Stand So Close To Me. Em 2006 e 2007, realizaram uma turnê mundial, mas sequer foi cogitado gravar um novo álbum. Bem, ao menos acabaram no auge.

Ouça Synchronicity na íntegra em streaming:

The Kinks lançam uma boa coletânea celebrando 60 anos

Por Fabian Chacur

Como forma de celebrar os 60 anos de carreira dos Kinks, uma das bandas mais importantes da história do rock, serão lançadas duas coletâneas, disponíveis nas gloriosas plataformas digitais e também no exterior em CDs e LPs duplos (saiba mais aqui). A primeira delas acaba de sair, com suas faixas selecionadas pelos integrantes Ray e Dave Davies e Mick Avory.

As versões físicas das coletâneas trazem encartes luxuosos com fotos e textos sobre cada uma das faixas escritas por Ray, Dave e Mick, além de fotos. As versões contidas nesses álbuns foram remasterizadas a partir das fitas originais lançadas anteriormente. As canções aparecem em sequências temáticas com direito a hits, faixas essenciais de álbuns e lados B.

Eis as faixas de Kinks 60- The Journey- Part 1

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SONGS ABOUT BECOMING A MAN, THE SEARCH FOR ADVENTURE, FINDING AN IDENTITY AND A GIRL:
1. YOU REALLY GOT ME (UK#1, 1964)
2. ALL DAY AND ALL OF THE NIGHT (UK#2, 1964)
3. IT’S ALL RIGHT (1964)
4. WHO’LL BE THE NEXT IN LINE (1965)
5. TIRED OF WAITING FOR YOU (UK#1, 1965)
6. DANDY (GERMANY#1, 1966)
7. SHE’S GOT EVERYTHING (1968)
8. JUST CAN’T GO TO SLEEP (1964)
9. STOP YOUR SOBBING (1964)
10. WAIT TILL THE SUMMER COMES ALONG (1965)
11. SO LONG (1965)
12. I’M NOT LIKE EVERYBODY ELSE (1966)
SONGS OF AMBITION ACHIEVED, BITTER TASTE OF SUCCESS, LOSS OF FRIENDS, THE PAST COMES BACK AND BITES YOU IN THE BACK-SIDE:
13. DEAD END STREET (UK#5, 1966)
14. WONDERBOY (1968)
15. SCHOOLDAYS (1975)
16. THE HARD WAY (1975)
17. MINDLESS CHILD OF MOTHERHOOD (1969)
18. SUPERSONIC ROCKET SHIP (UK#2, 1972)
19. I’M IN DISGRACE (1975)
20. DO YOU REMEMBER WALTER? (1968)

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DAYS AND NIGHTS OF A LOST SOUL, SONGS OF REGRET AND REFLECTION OF HAPPIER TIMES:
1. TOO MUCH ON MY MIND (1966)
2. NOTHIN’ IN THE WORLD CAN STOP ME WORRYIN’ ‘BOUT THAT GIRL (1965)
3. DAYS (UK#2, 1968)
4. LAST OF THE STEAM-POWERED TRAINS (1968)
5. WHERE HAVE ALL THE GOOD TIMES GONE (1965)
6. STRANGERS (1970)
7. IT’S TOO LATE (1965)
8. SITTING IN THE MIDDAY SUN (1973)
A NEW START, A NEW LOVE, BUT HAVE YOU REALLY CHANGED? STILL HAUNTED BY THE QUEST AND THE GIRL:
9. WATERLOO SUNSET (UK#2, 1967)
10. AUSTRALIA (1969)
11. NO MORE LOOKING BACK (1975)
12. DEATH OF A CLOWN (UK#3, 1967)
13. CELLULOID HEROES (1972)
14. ACT NICE AND GENTLE (1967)
15. THIS IS WHERE I BELONG (1967)
16. SHANGRI-LA (1969)

Veja vídeos dos Kinks relativos às coletâneas:

George Harrison, 80 anos, o beatle quieto, místico e genial

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Por Fabian Chacur

Pode uma música mudar o destino de uma pessoa? Para ser mais específico: pode uma canção de outro autor dar a um músico a passagem rumo ao estrelato? A resposta é sim, e existem inúmeros exemplos. No caso de George Harrison, que se estivesse entre nós completaria 80 anos neste sábado (25), a resposta é Raunchy. Foi graças a esse tema instrumental lançado pelo guitarrista norte-americano Bill Justis em 1957 que o aniversariante de hoje entrou em uma então obscura banda de Liverpool.

A história é essa. Em março de 1958, o grupo The Quarrymen, que tinha como líder John Lennon e há pouco havia incluído também Paul McCartney, buscava um guitarrista-solo. McCartney sugeriu seu colega de escola George Harrison, e disse a Lennon que o amiguinho tocava Raunchy, uma das favoritas do chefão da banda, nota por nota, de forma perfeita.

Lennon pagou pra ver, e ficou besta ao ver aquele molequinho de 15 anos executando essa música com perfeição. Segundos após encerrar sua performance, Harrison foi admitido nos Quarrymen, que em 1960 se tornariam The Beatles. O grupo nunca a gravou oficialmente, e quando preparavam o documentário Anthology (1995), Paul, George e Ringo Starr a tocaram (ouça e veja aqui, e a versão de Bill Justis aqui).

Esse primeiro momento de Harrison no Quarrymen daria pistas do que seria a sua carreira como músico. Ele admitiu em inúmeras entrevistas durante os seus 58 anos de vida que não se considerava um virtuose, e que precisava se dedicar bastante para conseguir conceber seus solos, harmonias e canções. O resultado, no entanto, o colocou muito acima de inúmeros guitarristas com aparentemente mais fluência no instrumento do que ele. Que, obviamente, também tinha muito talento.

Essa perseverança do cantor, compositor e músico britânico pode ser percebida na sua trajetória nos Beatles. Basta comparar, por exemplo, Don’t Bother Me (ouça aqui), primeira composição dele gravada pelos Beatles (no álbum With The Beatles, de 1963), com Something (ouça aqui), lançada em 1969 no álbum Abbey Road. Que evolução absurda!

George desenvolveu um jeitão de solar sempre com muita categoria e simplicidade, criando um estilo facilmente identificável e que continua sendo emulado até hoje. Sempre sem jogar notas fora, apostando no bom gosto e, com o tempo, trazendo como marca registrada um estilo de slide guitar que pode ser considerado um dos mais copiados de todos os tempos (Lulu Santos foi um desses seguidores).

Se progrediu muito como músico e compositor, Harrison também aprendeu a usar a sua voz doce e encantadora com o decorrer dos anos. De uma espécie de “irmão mais novo” de Lennon e McCartney, ele logo precisava de mais espaço para suas composições, e isso é uma das explicações mais lógicas para o fim dos Beatles. Duas músicas por álbum era muito pouco pra ele.

Ele já havia lançado dois álbuns solo enquanto ainda beatle, os muito interessantes Wonderwall (1968) e Electronic Sounds (1969). Com a separação da banda, deu vasão à sua imensa produção represada com o antológico All Things Must Pass (1970- ouça aqui), repleto de grandes canções e mostrando a força dele enquanto artista solo.

Harrison mergulhou na cultura oriental a partir de 1965, incentivado pelo amigo David Crosby, e sua performance na cítara em Norwegian Wood (This Bird Has Flown) (ouça aqui), de 1965, de John Lennon e faixa de Rubber Soul (1965), dava pistas do que viria.

A performance de George Harrison como artista solo foi das melhores. Sua produção foi relativamente pequena, especialmente a partir de 1982, mas nos proporcionou maravilhas como All Things Must Pass e também Living In The Material World (1973, o meu favorito, ouça aqui), o swingado 33 1/3 (1976- ouça aqui) e o ótimo George Harrison (1979- ouça aqui).

E vale lembrar também do supergrupo Travelling Wylburys, que ele formou com os amigos Bob Dylan, Roy Orbison, Tom Petty e Jeff Lynne, que gerou dois belíssimos álbuns, lançados em 1988 e 1990.

Embora tenha toda uma aura de paz em torno dele, George Harrison foi um ser humano como todos nós, com prós e contra, e o documentário Living In The Material World, de Martin Scorsese (leia a resenha aqui) mostra de forma aberta as suas contradições.

No entanto, o que ficou, e que ficará para todo o sempre, é a maravilhosa herança musical deste artista genial, que se considerava não muito mais do que um operário da música, mas que, no entanto, construiu uma obra simplesmente essencial para quem ama a boa música. Ele certamente está na sua Crackerbox Palace, e um dia todos nos encontraremos lá, onde o amor é verdadeiro. Até lá! E viva Raunchy!

Crackerbox Palace (clipe)- George Harrison:

The Rolling Stones lançam mais um trabalho gravado ao vivo

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Por Fabian Chacur

Nos últimos anos, os Rolling Stones estão lançando uma extensa série de registros ao vivo da banda em várias fases de sua longa carreira. Agora, chegou a vez de Grrr Live!, disponível nas plataformas digitais e também em vários formatos físicos: LP triplo em vinil preto, LP triplo em vinil branco (exclusivo Indies), LP triplo em vinil vermelho (exclusivo d2c), CD duplo, DVD + CD duplo, BluRay + CD duplo (saiba mais aqui). As versões Blu-ray e digital têm som com Dolby Atmos.

Grrr Live! foi gravado durante a turnê 50 & Counting Tour, que entre 2012 e 2013 celebrou os 50 anos de estrada do grupo liderado por Mick Jagger e Keith Richards. O registro predominante neste lançamento ocorreu em 15 de dezembro de 2012 nos EUA em Newark, New Jersey. Essa apresentação teve transmissão na época em pay-per-view, mas agora temos uma nova versão reeditada e com áudio remixado.

Um dos principais atrativos fica por conta das participações especiais de estrelas da música como Bruce Springsteen, The Black Keys, Gary Clarke, John Mayer, Lady Gaga e o ex-guitarrista dos Stones, Mick Taylor.

Eis as faixas de GRR Live!:

CD 1

Get Off Of My Cloud
The Last Time
It’s Only Rock ‘n’ Roll (But I Like It)
Paint It Black
Gimme Shelter (with Lady Gaga)
Wild Horses
Going Down (with John Mayer and Gary Clark Jr)
Dead Flowers
Who Do You Love? (with The Black Keys)
Doom And Gloom
One More Shot
Miss You
Honky Tonk Women
Band Introductions

CD2

Before They Make Me Run
Happy
Midnight Rambler (with Mick Taylor)
Start Me Up
Tumbling Dice (with Bruce Springsteen)
Brown Sugar
Sympathy For the Devil
You Can’t Always Get What You Want
Jumpin’ Jack Flash
(I Can’t Get No) Satisfaction

Wild Horses (live)- The Rolling Stones:

Christine McVie, 79 anos, uma integrante do Fleetwood Mac

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Por Fabian Chacur

Em junho deste ano, foi lançada a coletânea Songbird- A Solo Collection (leia sobre este álbum aqui), a primeira dedicada à carreira-solo de Christine McVie. Infelizmente, foi o último trabalho lançado pela também cantora e compositora da banda Fleetwood Mac, que nos deixou nesta quarta-feira (30/11) aos 79 anos.

A informação foi divulgada nas redes sociais através de seus familiares, dizendo que ela partiu em paz após um período de internação e vitima de uma curta doença não revelada aos seus fãs.

Nascida em 12 de julho de 1943 na Inglaterra. ela começou a se tornar conhecida na cena musical do Reino Unido ao integrar a banda Chicken Shack, com quem gravou dois álbuns entre 1967 e 1969. Ela saiu do grupo e começou um flerte com outra banda que vivia seus primeiros tempos de sucesso na mesma época. o Fleetwood Mac. A ligação foi musical e afetiva, pois ela se casou em 1968 com seu baixista, John McVie.

Antes de entrar efetivamente na banda, ela lançou o seu primeiro álbum solo, que levou o seu nome de solteira, Christine Perfect (1970), trabalho no qual regravou o clássico do blues I’d Rather Go Blind, hit de Etta James que ela já havia gravado com a sua banda anterior, sendo a vocalista principal.

Christine participou como convidada dos álbuns Mr. Wonderful (1968) e Kiln House (1970), sendo que neste último foi a autora da pintura que ilustra a sua capa. No trabalho seguinte, Future Games (19710, Christine McVie foi enfim efetivada como tecladista e vocalista do FM. Embora tenha base blueseira também, ela certamente ajudou e muito a banda na sua transição para uma sonoridade um pouco mais pop e melódica.

Ela topou, junto com os fundadores da banda, o marido John e o baterista Mick Fleetwood, a encarar a mudança em 1974 para os EUA. E foi lá que o grupo encontrou o guitarrista e vocalista Lindsey Buckingham e a cantora Stevie Nicks, que com os três britânicos integrou a formação mais bem-sucedida do grupo em termos comerciais e para muitos também artística (estou entre os que pensam assim).

Entre 1975 e 1987, o Fleetwood Mac se tornou uma das mais bem-sucedidas bandas de rock do mundo, graças a álbuns impactantes como Fleetwood Mac (1975), Rumours (1977). Tusk (1979) e Mirage (1982). Neles, Christine se destacou como cantora e compositora, em hits como Say You Love Me, You Make Loving Fun, Songbird, Hold Me e Everywhere, além de encaixar com categoria seus vocais e teclados nas canções dos colegas.

Além do trabalho com a banda, ela lançou mais dois discos solo, Christine McVie (1984), com o hit Got a Hold On Me, e In The Meantime (2004), este seu único lançamento em um longo período longe do Fleetwood Mac, entre 1998 e 2013. Ela também lançou um excelente álbum em parceria com o Lindsey Buckingham em 2017 (leia a resenha aqui).

Depois de se separar de John McVie em 1976, Christine ainda conseguiu trabalhar com o ex-marido, mesmo tendo alguns perrengues com ele, alguns inspiradores de canções do célebre álbum Rumours, o mais famoso da banda. Um dos pontos altos da recente coletânea é uma versão de Songbird, um de seus clássicos do Fleetwood Mac, acrescido de um belíssimo arranjo de cordas, que acaba soando como uma bela despedida dela de cena.

Songbird (nova versão)- Christine McVie:

David Bowie e o filme Moonage Daydream: trilha sonora à vista

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Por Fabian Chacur

Será lançado em setembro nos cinemas Moonage Daydream, documentário dirigido por Brett Morgen (o mesmo de Kurt Cobain: Montage Of Heck, de 2015) que dá uma geral na carreira de David Bowie. Trata-se da primeira atração aprovada pelos herdeiros do genial e saudoso astro britânico. E, como seria de se esperar, o documentário será acompanhado por uma trilha sonora que certamente irá atrair as atenções de seus fãs.

A trilha chegará às plataformas digitais pelo selo Parlophone (distribuído atualmente pela Warner Music) no dia 16 de setembro, e no formato CD duplo em 18 de novembro. A seleção traz gravações de todas as fases da prolífica trajetória de Bowie, incluindo novas mixagens, raridades e pequenos trechos de áudio extraídas do filme entre algumas das faixas. Um dos pontos altos é o medley The Jean Genie/Love Me Do, gravado ao vivo em 1973 com a participação especial de Jeff Beck na guitarra.

O documentário é narrado pelo próprio David Bowie, narração essa montada a partir de trechos de entrevistas concedidas por ele em diversas ocasiões, e procura dar uma geral em uma das carreiras mais sólidas e surpreendentes da história do rock. Tem tudo para atrair as atenções das novas gerações a essa obra consistente e repleta de nuances.

Eis as faixas da trilha de MOONAGE DAYDREAM:

– “Time… one of the most complex expressions…”
– Ian Fish U.K. Heir (Moonage Daydream Mix 1)
– Hallo Spaceboy (Remix Moonage Daydream Edit)
– Medley: Wild Eyed Boy From Freecloud / All The Young Dudes / Oh! You Pretty Things (Live)
Life On Mars? (2016 Mix Moonage Daydream Edit)
– Moonage Daydream (Live)
– The Jean Genie / Love Me Do / The Jean Genie (Live) (featuring Jeff Beck)
– The Light (Excerpt)*
– Warszawa (Live Moonage Daydream Edit)
– Quicksand (Early Version 2021 Mix)
– Medley: Future Legend / Diamonds Dogs intro / Cracked Actor
– Rock ‘n’ Roll With Me (Live in Buffalo 8th November, 1974)
– Aladdin Sane (Moonage Daydream Edit)
– Subterraneans
– Space Oddity (Moonage Daydream Mix)
– V-2 Schneider
– Sound And Vision (Moonage Daydream Mix)
– A New Career In A New Town (Moonage Daydream Mix)
– Word On A Wing (Moonage Daydream Excerpt)
– “Heroes” (Live Moonage Daydream Edit)
– D.J. (Moonage Daydream Mix)
– Ashes To Ashes (Moonage Daydream Mix)
– Move On (Moonage Daydream acappella Mix Edit)
– Moss Garden (Moonage Daydream Edit)
– Cygnet Committee/Lazarus (Moonage Daydream Mix)
– Memory Of A Free Festival (Harmonium Edit)
– Modern Love (Moonage Daydream Mix)
– Let’s Dance (Live Moonage Daydream Edit)
– The Mysteries (Moonage Daydream Mix)
– Rock ‘n’ Roll Suicide (Live Moonage Daydream Edit)
– Ian Fish U.K. Heir (Moonage Daydream Mix 2)
– Word On A Wing (Moonage Daydream Mix)
– Hallo Spaceboy (live Moonage Daydream Mix)
– I Have Not Been To Oxford Town (Moonage Daydream acappella Mix Edit)
– “Heroes”: IV. Sons Of The Silent Age (Excerpt) *
– ★ (Moonage Daydream Mix Edit)
– Ian Fish U.K. Heir (Moonage Daydream Mix Excerpt)
– Memory Of A Free Festival (Moonage Daydream Mix Edit)
– Starman
– “You’re aware of a deeper existence…”
– Changes
– “Let me tell you one thing…”
– “Well, you know what this has been an incredible pleasure…”

* Interpretada pela Bournemouth Symphony Orchestra dirigida por Marin Alsop

Modern Love (Moonage Daydream mix)- David Bowie:

The Kinks terão dois álbuns clássicos relançados em CD e LP

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Por Fabian Chacur

Os Kinks foram uma das bandas mais bem-sucedidas em termos criativos da história do rock, embora tenham alternado momentos de altos e baixos em termos comerciais. A obra do grupo liderado pelo cantor, compositor e músico britânico Ray Davies sempre primou pela qualidade artística e criatividade, e merece ser reverenciada. A gravadora BMG relançará no dia 9 de setembro dois de seus álbuns.

Muswell Hillbillies e Everybody’s In Show-Biz saíram em 1972 e marcaram a estreia dos Kinks na gravadora RCA. Os álbuns chegarão ao mercado nas plataformas digitais e também em versões deluxe nos formatos físicos CD e LP de vinil, todos com direito a faixas-bônus e remasterizadas. Ambos mostram a banda mergulhada em sua experiência com estilos como music hall, country, bluegrass e hillbilly, com fortes tendências teatrais.

A 1ª faixa remixada a ser disponibilizada é uma das baladas mais lindas do songbook de Ray Davies. Trata-se de Celluloid Heroes, uma emocionante e emotiva homenagem aos heróis do cinema. Os dois álbuns merecem ser reavaliados como um todo, sendo que Everybody’s In Show-Biz também traz gravações ao vivo feitas pela banda no Carnegie Hall, na época.

Celluloid Heroes– The Kinks:

Paul McCartney, 80 anos, a façanha de se tornar eterno

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Por Fabian Chacur

Fazer sucesso não é fácil. Manter esse sucesso, mais difícil ainda. Tornar-se eterno, no entanto, é coisa para os muito fortes e muito talentosos. E é nesse panteão que se colocou um certo James Paul McCartney, que neste sábado (18) completa 80 anos mais ativo e relevante do que nunca. Tudo bem que o cidadão que está escrevendo este texto não é suspeito, é culpado, pois fala aqui sobre o seu maior ídolo. Mas tem horas que o melhor é mandar a isenção pra longe. Viva Paul McCartney!

Não faltam argumentos para sustentar a minha teoria, de que Paul McCartney é eterno. Logo de cara: quem conseguiria sobreviver ao fim da maior banda de todos os tempos e permanecer nas paradas de sucesso e lotando estádios, agora sozinho? Macca já começa goleando logo aqui. Coube a ele carregar o estandarte dos Beatles mundo afora sem seus companheiros, e essa missão está sendo cumprida com galhardia.

Lógico que este brilhante cantor, compositor e músico britânico continua cantando músicas de sua célebre ex-banda em seus shows, sempre arrancando aplausos, emoções e singalongs por parte dos milhões de fãs. Mas não custa lembrar que, nos anos 1970, ele tocava um número bem pequeno de hits dos Fab Four nos shows de sua banda de então, os Wings, e mesmo assim vendeu milhões de cópias de seus discos e atraiu multidões enormes nas turnês que fez então.

Eis uma frase polêmica que irei escrever, mas lá vai: mesmo se não tivesse sido um beatle, McCartney teria seu lugar garantido como megastar, levando-se em conta apenas a sua produção com os Wings nos anos 1970 e na carreira-solo posterior. Os hits desse período são vários e enormes: Another Day, My Love, Band on the Run, Silly Love Songs, Mull Of Kintyre, Ebony And Ivory, The World Tonight… A lista é longa e vai longe.

O talento deste Sir é imenso, e em várias frentes. Excelente cantor, baixista tido como um dos melhores do rock em todos os tempos, bom também com outros instrumentos musicais (guitarra, violão, teclados, bateria etc), compositor de mão cheia, absurdamente carismático nos shows… Teve um parceiro máximo nas composições, o saudoso John Lennon, mas soube se virar muito bem sozinho e também escrevendo com Elvis Costello, Eric Stewart, Denny Layne e sua também saudosa Linda, entre outros.

Durante muito tempo, alguns críticos ridículos rotulavam o Macca como um “baladeiro incorrigível”, como se ele só fizesse canções românticas. Faixas como Helen Wheels, Let Me Roll It, Old Siam Sir, Jet, Give Ireland Back To The Irish, Angry e Girls School são apenas algumas belas provas de o quanto tal teoria é ridícula. Paul rock and rolla como poucos!

Outro ponto nem sempre muito fácil para um artista é conseguir ir além da sua própria geração, e eis outra grande virtude do autor de Yesterday. Mr. McCartney tem fãs das mais diversas faixas etárias, desde gente com idade acima da sua até a molecada da era Tik Tok. Cada um curtindo facetas específicas, ou o todo de sua obra, mas todos felizes ao ouvir suas canções.

Tive a honra de ver quatro shows de meu ídolo. Dois em 1990, no Maracanã, quando de sua primeira visita ao Brasl. Um em 1993 no estádio do Pacaembu, em São Paulo (o meu favorito), e o quarto em 2010, no estádio do Morumbi. Todos maravilhosos. E participei de duas entrevistas coletivas, a de 1990 e a de 1993, sendo que nesta última tive a honra de fazer a última pergunta. Um dos momentos mais incríveis da minha vida, com o meu ídolo respondendo e olhando para mim! Sonhos podem se concretizar!

E o legal é que em momento algum de sua trajetória Paul McCartney se acomodou. Sempre se manteve atento às novidades, trocando figurinhas com outros artistas e lançando álbuns bacanas e muito relevantes, como os recentes e ótimos Egypt Station (2018) e McCartney III (2020). E o cidadão está em meio a mais uma turnê. Que Deus o abençoe e o mantenha entre nós por muitos e muitos anos mais.

E vale lembrar que, em 1967, quando tinha meros 25 anos de idade, ele imaginava como seria quando tivesse 64 anos (When I’m 64), em faixa do mitológico Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Mal sabia ele… Que chegue aos 100 com saúde e lúcido é o meu desejo!

Good Times Coming/ Feel The Sun– Paul McCartney:

Elton John e Ed Sheeran fazem parceria em um single natalino

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Por Fabian Chacur

Amigos há mais de dez anos, dois grandes astros da música pop resolveram se unir para lançar um single beneficente. São eles Elton John e Ed Sheeran. A canção natalina Merry Christmas, composta e gravada em dueto por eles, já está nas plataformas digitais, e os royalties obtidos com ela durante este período do ano serão revertidos à Ed Sheeran Suffolk Music Foundation e a The Elton John Aids Foundation. A produção ficou por conta do produtor e compositor britânico Steve Mac, conhecido por seus trabalhos com Pink, Westlife, Il Divo e o próprio Ed Sheeran, entre outros.

Dançante e com uma leve semelhança com um grande hit de Elton John nos anos 1970, Don’t Go Breaking My Heart (gravado em 1976 em dueto com Kiki Dee), Merry Christmas é divulgada por um clipe colorido e bem divertido, com participações especiais de Mr. Blobby, Jonathan Ross, Big Narstie, Michael McIntyre e dos integrantes do grupo The Darkness e citação de clipes natalinos de outros artistas, como Wham! e Shakin Stevens.

Merry Christmas (clipe)- Elton John & Ed Sheeran:

Rod Stewart divulga clipe e lançará álbum de inéditas

rod stewart tears of hercules

Por Fabian Chacur

Aos 76 anos de idade, Rod Stewart parece bem longe da aposentadoria. Após lançar em 2019 o álbum ao vivo You’re In My Heart, com a The Royal Philharmonic Orchestra, ele anuncia para o dia 12 de novembro um novo trabalho. Trata-se de The Tears Of Hercules, que trará 12 faixas, sendo 9 delas com a assinatura do roqueiro britânico e as outras três releituras de autores como Johnny Cash.

O 1º single extraído desse trabalho é a deliciosa One More Time, uma contagiante canção folk de ritmo dançante na qual o autor de Maggie May tenta convencer uma paixão mal resolvida a tentar mais uma vez, sendo que essa vez adicional pode ser, no fim das contas, apenas, uma espécie de celebração aos bons tempos entre os dois sem novos desdobramentos.

Entre outras canções, o álbum traz homenagens ao pai do roqueiro em Touchline e ao grande rocker britânico Mark Bolan (1947-1977), em Born To Boogie (A Tribute To Mark Bolan). Provavelmente, mais um trabalho de sucesso em uma impressionante trajetória positiva de mais de cinco décadas.

Eis as faixas de The Tears Of Hercules:

One More Time
Gabriella
All My Days
Some Kind Of Wonderful
Born To Boogie (A Tribute To Mark Bolan)
Kookooaramabama
I Can’t Imagine
The Tears Of Hercules
Hold On
Precious Memories
These Are My People
Touchline

One More Time (clipe)- Rod Stewart:

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