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Pure McCartney: bela viagem pela obra de um gênio musical

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Por Fabian Chacur

Coletâneas costumam ser encaradas de forma não muito positiva por críticos e fãs mais radicais de música. O argumento é sempre o mesmo: seria uma forma de apresentar uma obra de forma fatiada, com escolhas nem sempre justificáveis e frequentemente mostrando um retrato nada fiel do artista enfocado. Questão de opinião. Para mim, coletâneas são, quando bem feitas e bem planejadas, belas obras de entrada para obras musicais. Eis a função que Pure McCartney, álbum duplo que acaba de sair no Brasil, pode cumprir em relação ao trabalho de Paul McCartney.

Pure McCartney pode ser encontrado no exterior em três formatos: o mesmo CD duplo com 39 faixas, uma caixa com 4 CDs (contendo 67 faixas) e vinil quádruplo com 41 faixas. Todas essas alternativas seguem o mesmo conceito, conforme explica texto escrito pelo próprio Macca no encarte que acompanha os lançamentos: “uma coleção de minhas gravações tendo em mente nada além de ser algo divertido para se ouvir, ou talvez para ser ouvida em uma longa viagem de carro, ou em um evento em casa ou ainda uma festa com amigos”. Simples assim.

Dessa forma, fica fácil entender o porque vários sucessos marcantes ficaram de fora, preteridos em alguns casos por músicas não tão conhecidas. O repertório cobre toda a carreira solo do ex-beatle, indo desde 1970 até 2014. Para aquele fã que tem tudo do artista, só cinco itens mais interessantes: os remixes de Ebony And Ivory, Say Say Say, Here Today e Wanderlust, e a belíssima Hope For The Future, lançada em 2014 para a trilha do vídeo game Destiny e disponível anteriormente apenas no exterior em um single de 12 polegadas de vinil.

O repertório não foi ordenado de forma cronológica, o que nos proporciona saborosas idas e vidas por fases bem distintas do trabalho do artista. A curiosidade fica por conta de a primeira e a última faixa em todos os formatos serem as mesmas e oriundas do primeiro álbum solo do astro britânico, McCartney (1970), respectivamente Maybe I’m Amazed e Junk. Isso não deve ser obra do acaso…

As músicas contidas nesta compilação reforçam um sonho que muitos fãs do autor de Yesterday gostariam de realizar: ter a chance de ver um de seus shows só com material da carreira-solo, sem canções dos Beatles. Nada contra o repertório maravilhoso dos Fab Four, mas é que McCartney tem tantas músicas boas de 1970 para cá que seria bem bacana poder ouvir ao vivo uma Heart Of The Country, por exemplo, ao invés da milésima interpretação de Hey Jude.

Ouvir Pure McCartney é uma bela oportunidade de se curtir a incrível versatilidade de um grande talento. Power ballad em Maybe I’m Amazed, disco music em Coming Up, soul-jazz em Arrow Through Me, folk puro em Junk, pop delicioso em Listen To What The Man Said, rock na veia em Jet, rock eletrônico em Save Us, lirismo puro em Here Today

A variedade de estilos é incrível, sempre com grande qualidade técnica e artística. E acredite: com o material que sobrou, mesmo se levarmos em conta a caixa com quatro CDs, ainda restou material bom o suficiente para justificar pelo menos umas quatro compilações do mesmo gênero, sem repetir faixas e com a mesma força.

O único problema para o neófito que se meter a ouvir Pure McCartney é acabar se viciando no som do cara, e por tabela sair atrás de toda a sua obra. É disco pra burro!!! Mas pode ter certeza de que vale a pena colecionar. Tipo do vício sem contraindicações. E reforço o ponto: ótimo para desancar quem acha que o trabalho solo de Paul McCartney não está a altura do que ele fez nos Beatles. Não? Pense outra vez!

Arrow Through Me– Wings:

Dear Boy– Paul McCartney:

Hope For The Future– Paul McCartney:

Um jornal paulistano ignorou os shows dos Stones em 1995

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Por Fabian Chacur

Nesta quarta-feira (24) e no próximo sábado (27), os Rolling Stones voltam a São Paulo. Infelizmente, não estarei lá para conferir, mas não posso reclamar, pois vi os três shows que a banda de Mick Jagger e Keith Richards realizou por aqui em 1995. E tenho boas lembranças deles. Mas uma delas é no mínimo bizarra: vocês acreditam que um grande jornal paulistano não publicou uma única linha sobre essas performances? E por razões bizarras…

Ficou curioso? Pois vamos lá revelar esse momento triste do jornalismo paulistano. Em 1995, eu era repórter e crítico musical do Diário Popular, na época o jornal que mais vendia em bancas em São Paulo. Quando a vinda dos Rolling Stones para tocar por aqui pela primeira vez foi anunciada, fiquei muito ansioso, pois teria a chance de enfim vê-los ao vivo e escrever sobre isso em uma publicação grandona.

Só que as coisas não correram como eu imaginava. O departamento comercial da publicação, incomodada pelo fato de a produtora do evento não anunciar em suas páginas, resolveu pura e simplesmente vetar a cobertura dos shows. Ao invés de propor uma bela cobertura, para depois conseguir anúncios de outros eventos daquela empresa, os caras simplesmente resolveram tapar o sol com papel celofane. E a direção de redação concordou com tal idiotice.

Enquanto a imprensa como um todo oferecia uma cobertura generosa para seus leitores, o Diário Popular fingiu que não havia pedras britânicas do mais alto quilate rolando em nossas terras. Fui credenciado para ir aos shows, mas a minha orientação era só escrever matérias se ocorresse algo muito errado, tipo morrer alguém, os shows não acontecerem ou algo assim. Como tudo correu relativamente bem, nada saiu. Um total desrespeito aos leitores.

Se infelizmente não pude registrar o que vi nas páginas do Diário, ao menos tive a chance de ver um dos melhores grupos de rock de todos os tempos em excelente forma. Divulgando na época o ótimo álbum Voodoo Lounge (1994), eles tocaram algumas músicas daquele CD, como a espetacular You Got Me Rocking, e um caminhão de hits, como (I Can’t Get No) Satisfaction, Gimme Shelter, Sympathy For The Devil etc.

Dois momentos particularmente me marcaram. Ouvir Happy no segundo show foi um deles. O rockão interpretado por Keith Richards foi o primeiro compacto dos Rolling Stones a entrar na minha coleção, um belo presente que pedi e ganhei do meu padrinho Eduardo. O outro foi ver Mick Jagger comandando a coreografia da multidão de fãs durante Brown Sugar, na parte final, do yeah yeah yeah uh que marca essa canção.

A chuva durante os dois primeiros shows, realizados nos dias 27 e 28 de janeiro de 1995, foi responsável por eu ter preferido conferir as performances no espaço dedicado à imprensa, no local do Pacaembu destinado às emissoras de rádio e TV para transmissão de jogos de futebol. Como uso óculos, não conseguiria ver nada se estivesse no meio do povão, com aquela chuva toda. O último show, no dia 30, foi a seco.

A abertura dos shows ficou a cargo de Barão Vermelho, Rita Lee e da injustamente subestimada banda americana Spin Doctors. Com seu rock swingado e energético, os caras lançaram em 1991 Pocket Full Of Kryptonite, na minha opinião um dos dez melhores discos de rock dos anos 1990. Fizeram boas apresentações, e tive a oportunidade de conversar com eles. O único ponto a se lamentar foi o fato de o guitarrista original da banda, Erik Schenkman, ter saído fora, substituído naqueles shows pelo competente Anthony Crizam. Ele voltaria ao grupo nos anos 2000, mas isso é outra história.

You Got Me Rocking– The Rolling Stones:

Happy– The Rolling Stones:

Brown Sugar– The Rolling Stones:

André Frateschi faz o tributo digno a David Bowie em SP

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Por Fabian Chacur

Como diria o meu amigo carioca Carlos Eduardo Lima, agora irão aparecer inúmeros pseudo-especialistas em David Bowie, caras que afirmam ouvir a obra do Camaleão do Rock deste que nasceram, na maior cara dura. Entre eles, certamente, não será colocado André Frateschi. Esse talentoso cantor e ator paulistano faz um belo tributo à obra do autor de Changes há 11 anos com sua banda Heroes. Ele toca no dia 16 de fevereiro (terça) às 21h30 no Bourbon Street (rua dos Chanés, 127- Moema- fone 0xx11-5095-6100), com couvert artístico a R$ 50,00.

Nascido em São Paulo em 29 de março de 1975, André Frateschi é filho dos atores Denise Del Vecchio e Celso Frateschi. Aos 7 anos de idade, ganhou o LP Alladin Sane do padrasto, e desde então ficou fascinado por David Bowie. Após muitos anos de preparação como cantor, músico e ator, achou os músicos certos e, em 2005, iniciou o grupo Heroes, cujo repertório é totalmente dedicado à obra do saudoso roqueiro.

Desde então, por onde passa Frateschi arrebata a plateia, com interpretações convincentes de clássicos sofisticados do naipe de Modern Love, Cracked Actor, Let’s Dance, Changes, The Man Who Sold The World e tantos outros. Ele fez uma temporada de longos sete anos no antigo Studio SP, sempre com casa cheia.

A atual escalação da Heroes traz, além do líder nos vocais e violão, sua esposa, a também talentosa cantora Miranda Kassin (vocais), Renato Cortez (baixo), Fernando Coelho (guitarra), Angelo Kanaan (bateria), Piero Damiani (teclados) e Tiago Sormani (sax). Esses músicos também integram bandas autorais bacanas como Chimpanzé Clube Trio, Numismata, Seycelles e Banda Paralela.

Em 2014, André Frateschi lançou seu primeiro CD autoral, o ótimo Maximalista, no qual conta com a participação especialíssima do consagrado pianista Mike Garson, conhecido por suas brilhantes atuações ao lado de (adivinhe?) David Bowie, especialmente no álbum Alladin Sane. Ele também está fazendo shows com repertório da Legião Urbana ao lado de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.

Cracked Actor (ao vivo)-André Frateschi:

Modern Love (ao vivo)- André Frateschi:

Changes (ao vivo)- André Frateschi:

David Gilmour encanta os fãs em um belíssimo show em SP

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Por Fabian Chacur

A guitarra e a voz de David Gilmour sempre foram partes fundamentais do som do Pink Floyd. Após longas décadas de espera, finalmente o Brasil tem a oportunidade de ver ao vivo esse mito do rock. Em São Paulo, a passagem do mestre na Allianz Parque gerou duas noite de excelência musical. Mondo Pop presenciou a segunda, neste sábado (12). De arrepiar.

A estrutura do show em termos técnicos superou as expectativas. Qualidade de som impecável, com direito a um ótimo aproveitamento da bela acústica do estádio do Palmeiras. Em termos visuais, o telão gigante em formato circular se mostrou versátil, servindo para exibir clipes durante algumas músicas, mostrar Gilmour solando em tamanho gigante e reforçando efeitos de iluminação em alguns momentos.

A ousadia de incluir sete músicas de seu mais recente álbum, Rattle That Lock, no repertório, se mostrou bem-sucedida pelo fato de as canções serem ótimas, e também por terem sido incluídas em momentos estratégicos do show, ladeadas por duas de outro álbum solo (On An Island, de 2006) e 12 clássicos do Pink Floyd. O público encarou a estratégia numa boa, vibrando em todos os momentos.

O espetáculo abriu às 21h12 com três do novo CD, a instrumental 5Am, o rockão Rattle That Lock e a balada Faces Of Stone. Se a coisa já começou em alto estilo, pegou fogo logo a seguir, com o megaclássico Wish You Were Here. A Boat Lies Waiting (do disco novo) e The Blue (de On An Island) não deixaram a peteca ir ao chão.

Dois petardos extraídos do álbum The Dark Side Of The Moon, as icônicas Money e Us And Them, fizeram o estádio ir à loucura. In Any Tongue, de Rattle The Lock, serviu como boa ponte para High Hopes, do álbum The Division Bell (1994), do Pink Floyd, um bom encerramento para a primeira parte do espetáculo, que durou pouco mais de uma hora.

A abertura da segunda parte do show equivaleu a uma viagem a 1967, quando o Pink Floyd, ainda sem David Gilmour e liderado por seu amigo Syd Barret, lançava o incrível Piper At The Gates Of Dawn. A faixa de abertura desse CD, a lisérgica Astronomy Domine, veio acompanhada por uma avalanche de luzes, criando um clima de pura psicodelia. Shine On You Crazy Diamond, de Wish You Were Here, deu sequência à viagem.

Fat Old Sun, a bela balada folk de Atom Heart Mother (1970), soou cristalina e mostrando suas influências do estilo de Paul McCartney. A seguir, três faixas mais recentes vieram, a bela On An Island (do disco homônimo) e mais duas de Rattle That Lock, a jazz/blues The Girl In The Yellow Dress e a intensa Today. Sorrow, bom momento de A Momentary Lapse Of Reason (1987), primeiro do Floyd sem Roger Waters, veio a seguir. E para fechar, a vibrante Run Like Hell, um dos melhores momentos do álbum The Wall (1979).

Se o show já havia sido um verdadeiro arraso em termos gerais, seu bis veio para concluir os trabalhos de forma matadora. Time e Breathe (de The Dark Side Of The Moon) e a delirante Confortably Numb (de The Wall) proporcionaram mais 15 minutos de intensidade e prazer aos milhares de fãs presentes, que literalmente urraram.

Aos 68 anos, David Gilmour se mostrou em ótima forma. Cantou (bem) todas as músicas em seus tons originais. Seus célebres solos de notas espaçadas e bem exploradas continuam intensos, sempre mesclados com momentos mais agressivos, mas sem nunca sair de um estilo classudo e personalizado. Que me perdoe Roger Waters, mas Gilmour sempre foi a parte mais musical do Floyd, e isso ele provou neste belo show, um dos melhores no Brasil em 2015.

Rattle That Lock– David Gilmour:

Today– David Gilmour:

Faces Of Stone– David Gilmour:

David Gilmour está por perto! Saiba tudo sobre o show dele

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Por Fabian Chacur

O brasileiro infelizmente nunca teve a oportunidade de ver o Pink Floyd ao vivo. O consolo ficou por conta das visitas de seu baixista, cantor e compositor, Roger Waters. Agora, chega a vez de finalmente conferirmos ao vivo o outro grande pilar dessa banda lendária, o guitarrista, cantor e compositor David Gilmour. Está chegando a hora de ver esse mestre no show que divulga o seu novo álbum solo, Rattle That Lock.

O fã pode esfregar as mãos, pois o espetáculo só tem grandes atrativos. A banda que acompanhará o ex-integrante do Floyd traz nomes badalados, especialmente o guitarrista Phil Manzanera, que brilhou nos anos 70 e 80 com a seminal banda Roxy Music. Guy Pratt (baixo) e Jon Carin (teclados) já tocaram em turnês de Gilmour e do Pink Floyd.

Completam o time Stevie Distanislao (tambores e percussão), Kevin McAllea (teclados), Theo Travis (sax e clarinete), João Mello (sax), Bryan Chambers (vocais de apoio) e Louise Marshall (vocais de apoio). Se em termos musicais a coisa é de primeira, a parte de áudio e vídeo é digna de um outro mundo, com direito a dez contêineres de equipamentos cênicos para concretizar efeitos grandiosos de luz e de laser.

O repertório do show mescla músicas do novo CD solo de Gilmour com outras mais antigas e também clássicos floydianos, entre os quais Fat Old Sun, Confortably Numb, Money e Us And Them. O espetáculo terá duas partes, uma de aproximadamente 70 minutos e outra durando por volta de 80 minutos, com intervalo de 20 minutos. A equipe que viaja com o roqueiro inclui 150 pessoas, somadas às 150 contratadas por aqui.

Nascido em 6 de março de 1946, David Gilmour começou sua carreira musical tocando em pequenas bandas. Em 1968, sua vida mudou ao ser convidado a tocar no grupo de seu amigo Syd Barrett, o então ainda emergente Pink Floyd. Eles chegaram a fazer quatro ou cinco shows juntos, mas Barrett literalmente pirou, e a guitarra da banda ficou em mãos únicas a partir daí.

Com o tempo, o músico ganhou muita importância no grupo, graças a uma voz ótima e a um estilo de tocar guitarra original e muito bem desenvolvido, com direito a notas longas e incrível aproveitamento dos espaços vazios e silêncios. Em 1978, lançou David Gilmour, seu primeiro trabalho solo, que seria seguido em 1984 por About Face. Ele virou o líder do Floyd a partir da saída de Roger Waters.

Em 2006, voltou à carreira solo com o elogiado On An Island, seguido pelo ao vivo Live In Gdansky (2008) e o mais recente Rattle That Lock. Gilmour também trabalhou com artistas célebres como Eric Clapton, Paul McCartney, Kate Bush, Supertramp, The Dream Academy e Phil Manzanera, sendo que este último é o coprodutor de Rattle That Lock.

Os shows em São Paulo serão nos dias 11 e 12 de dezembro na Allianz Parque (avenida Francisco Matarazzo, 1.705- Água Branca), com ingressos custando de R$ 160,00 a R$ 1.200,00. Os outros espetáculos no Brasil rolam dia 14 de dezembro em Curitiba na Pedreira Paulo Leminski e dia 16 de dezembro na Arena do Grêmio. Mais informações sobre os shows aqui .

SET LIST SHOW 3.10.2015- Royal Albert Hall- Londres-Inglaterra:

Parte 1:

1. 5 A.M.

2. Rattle That Lock

3. Faces of Stone

4. Wish You Were Here

5. A Boat Lies Waiting

6. The Blue

7. Money

8. Us and Them

9. In Any Tongue

10.High Hopes

Parte 2:

11. Astronomy Domine

12. Shine On You Crazy Diamond (Parts I-V)

13. Fat Old Sun

14. On an Island

15. The Girl in the Yellow Dress

16. Today

17. Sorrow

18. Run Like Hell

BIS:

19. Time

20. Breathe (Reprise)

21. Comfortably Numb

Live In Gdansk- David Gimour:

The Girl In The Yellow Dress– David Gilmour:

Phil Collins lançará biografia e reedições luxuosas de álbuns

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Por Fabian Chacur

Em comunicado oficial divulgado nesta segunda-feira (12), Phil Collins revelou que lançará uma autobiografia em outubro de 2016. O livro, ainda sem título definido, será lançado na Inglaterra pela editora Century e pela Crown Archetype nos EUA, ambas vinculadas à renomada Penguin Random House. “Sempre me questionaram do porque eu ainda não ter escrito uma autobiografia mas eu nunca havia sentido ter chegado o momento certo, até agora!”, comentou no mesmo texto enviado à imprensa.

Quem já teve contato com o material escrito pelo ex-baterista e vocalista do grupo Genesis afirma que o livro será muito franco e honesto, e que revelará um Phil Collins que poucos conhecem. Ainda não está definido quem lançará este livro no Brasil, ou mesmo se essa esperada autobiografia chegará ao nosso mercado, mas é de se esperar que isso ocorra mais cedo ou mais tarde.

E os fãs do cantor, compositor e músico britânico também estão esfregando as mãos. Em novembro deste ano, mais precisamente no dia 6 daquele mês, sairão as duas primeiras edições do projeto de relançamentos luxuosos dos oito discos solo do autor de In The Air Tonight. Iniciam a série os álbuns Face Value (1981) e Both Sides (1993), com direito a CDs bônus repletos de faixas bônus inéditas gravadas ao vivo ou demo, além dos álbuns normais em versões remaster.

In The Air Tonight– Phil Collins:

Hand In Hand– Phil Collins:

I Missed Again– Phil Collins:

Both Sides Of The Story– Phil Collins:

Andy Summers toca em SP na companhia de Rodrigo Santos

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Por Fabian Chacur

Uma dupla de integrantes de bandas famosas é a atração desta quarta-feira (19) às 21h30 em São Paulo no Bourbon Street (rua dos Chanés, 127- Moema- fone 0xx11-5095-6100), com ingressos de R$ 75,00 a R$ 110,00. São eles Andy Summers, do The Police, e Rodrigo Santos, do Barão Vermelho e também conhecido por sua atuação com o Kid Abelha. Tipo da reunião bem interessante.

O guitarrista britânico vem se notabilizando por suas constantes passagens pelo Brasil nos últimos anos, sempre para trabalhos com músicos brasileiros ou radicados por aqui, como Roberto Menescal, Fernanda Takai e Victor Biglione. Vale lembrar que, além de duas visitas ao país com o The Police (1982 e 2007), ele inaugurou a segunda encarnação do extinto Projeto SP em 1987 ao lado de Stanley Clarke, Stewart Copeland e Debra Holland.

Por sua vez, o baixista e cantor Rodrigo Santos possui um currículo dos mais invejáveis. Além de tocar há mais de 20 anos no atualmente em férias (permanentes?) Barão Vermelho, participou de shows e gravações constantes com o Kid Abelha e também atuou ao lado de Lobão e João Penca & Os Miquinhos Amestrados, tendo uma produtiva carreira solo.

O repertório do show será uma mescla de músicas dos grupos que tornaram os dois músicos famosos. Maravilhas do naipe de Roxanne, Every Little Thing She Does Is Magic, Synchronicity II, So Lonely, Message in a Bottle, Maior Abandonado, Pro Dia Nascer Feliz e Por Você. O show também inclui outro integrante do Barão Vermelho, o guitarrista Fernando Magalhães, e o experiente baterista Kadu Menezes.

Message In a Bottle (live)- Rodrigo Santos e Andy Summers:

Synchronicity II (live)-Rodrigo Santos e Andy Summers:

Every Little Thing She Does Is Magic– Rodrigo Santos e Andy Summers:

Ringo Starr, 75 anos: ainda o melhor baterista dos Beatles

Ringo Starr

Por Fabian Chacur

Nesta terça-feira (7), um certo Richard Starkey não só completou 75 anos de idade como garantiu que continuará tocando o instrumento musical que o tornou famoso mundialmente, a bateria. Bela notícia para os fãs do melhor rock and roll. E porque, em pleno 2015, ainda há quem o considere um músico medíocre, um mero sortudo, um quase coitado? Qual seria a razão?

Antes de qualquer coisa, Ringo Starr, um cara que merece mais do que ninguém usar “estrela” como sobrenome, é um sobrevivente. Em seus tempos de criança e adolescente, teve sérios problemas de saúde que davam a entender que o cara não duraria muito. Provavelmente todos os médicos que previam isso já estão do outro lado do mistério. E o cara aí, firme e forte, para nossa felicidade.

Mas vamos ao que interessa. Qual seria a razão pela qual acham esse cara um baterista ruim? Pois vamos aos argumentos contrários a essa tese pateta. Logo de cara: o cara entrou nos Beatles em 1962, e foi a partir daí que a maior banda de todos os tempos engatou uma terceira rumo ao estrelato. Ele era a peça que faltava. Exata, perfeita.

Vale lembrar que Pete Best foi sacado do time basicamente por suas limitações musicais. Se Ringo fosse ruim, não teria sido aprovado por John, Paul, George e principalmente por George Martin, o produtor do grupo. Mais: se aprovado em uma primeira instância, não teria durado muito. Afinal, eles nem se conheciam há tanto tempo assim. Não eram amigos quase que de infância, como os outros três. O que custaria dar um cartão vermelho a ele?

Ouvir os discos dos Beatles em sequência é admirar uma banda que já surgiu em um patamar alto e que, a cada novo trabalho, crescia a olhos vistos em termos técnicos e artísticos. Pode ser que individualmente não fossem os melhores músicos, mas, juntos, formavam um time simplesmente imbatível, capaz de façanhas musicais incríveis.

Vale a lembrança: John, Paul, George e Ringo sempre atuaram a favor das canções, e nunca em nome de egocentrismos típicos de outros músicos tecnicamente mais proficientes, mas que simplesmente não sabem a hora de parar de jogar notas fora. Nos Beatles isso nunca ocorreu. Cada acorde, cada vocalização, cada harmonia sempre tinha uma função positiva.

E Ringo era peça chave nessa história toda. Como uma banda com a diversidade de criação dos quatro de Liverpool poderia ter um baterista ruim? Como tocar rock and roll básico, country, soul, heavy metal, rock progressivo, vaudeville etc etc etc (e tome etc!) sem ter um cara versátil tomando conta da parte percussiva e rítmica? Com os resultados obtidos pelos Beatles, impossível.

Se no grupo que lhe deu fama mundial o cara arrebentou, não decepcionou na carreira solo. Emplacou singles e álbuns no 1º lugar das paradas de todo o mundo, maravilhas como Ringo (1973), Goodnight Vienna (1974) e Stop And Smell The Roses (1982), por exemplo, e hits como Photograph, It Don’t Come Easy, Six O’Clock e Wreck My Brain?

Se todos esses argumentos já não bastassem, a partir de 1989 o cara criou a All Starr Band, na qual tocou ao lado de alguns dos maiores e mais famosos músicos do cenário roqueiro. Entre outros, já marcaram presença por lá Levon Helm, Rick Danko, Peter Frampton, Jack Bruce, Joe Walsh, Billy Preston, Todd Rundgren, Mark Farner, Gary Brooker, Eric Carmen, Gregg Lake, Colin Hay, Steve Lukather etc (e tome outros inúmeros etc).

Você acha em sã consciência que esse povo todo tocaria na banda do Ringo se o considerassem um músico ruim, só pela grana? E vale a lembrança de que Starr também gravou com gente do porte de B.B. King, por exemplo, além de ser o único ex-Beatles a ter participado dos trabalhos de seus três ex-colegas.

Se depois de todos esses argumentos alguém continuar se atrevendo a rotular Ringo Starr como “músico medíocre” ou “o cara mais sortudo do mundo da música”, desculpem-me, mas não vou ficar aqui perdendo o meu tempo com a ignorância alheia. Ou melhor, a falta de capacidade de avaliar a musicalidade alheia. Prefiro ficar ao lado de gente como Ian Paice, do Deep Purple, um dos inúmeros fãs ilustres de Mr. Starkey. E estarei bem acompanhado.

Abbey Road- The Beatles-álbum na íntegra:

Blast From Your Past (coletânea) na íntegra- Ringo Starr:

Livro conta a incrível história de fanzine dos Rolling Stones

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Por Fabian Chacur

Em 1978, um garoto de apenas 16 anos resolveu, após muito tempo insatisfeito com a pequena e inexata cobertura da imprensa referente à sua banda favorita, criar um fanzine. Mal sabia ele, Bill German, que aquele inocente gesto mudaria a sua vida por completo. Eis o que conta o excelente livro Under Their Thumb (Editora Nova Fronteira), cujo subtítulo entrega o conteúdo do mesmo: como um bom garoto se misturou com os Rolling Stones e sobreviveu para contar.

O americano Bill German criou o seu fanzine, intitulado Beggars Banquet, em 1978. No início, ninguém dava nada por ele. No entanto, o jovem nova iorquino não desanimou, e indo atrás de fontes e mergulhando no trabalho da banda, começou a tornar seu trabalho conhecido. Em 1980, aproveitou a presença da banda em Nova York e, na raça, abordou Keith Richards e Ron Wood para lhes entregar exemplares do fanzine. Mal sabia o que estava iniciando.

Por sorte de German, Keith Richards, Mick Jagger e Ron Wood passavam uma boa parte de seu tempo naquele início dos anos 1980 em Nova York. Dessa forma, ele conseguiu se aproximar deles e de seus assessores e produtores. Resultado: em 1983, foi convidado a tornar o Beggars Banquet o boletim oficial do grupo para os fãs americanos.

Detalhe: com chamada para convidar os fãs para assiná-lo no encarte do álbum Undercover. Era a glória. Bem, sim e não. A partir daí, o jovem German sentiu na pele o que é lidar com o ego inflado e a instabilidade emocional de astros do rock e, principalmente, como é duro conviver com os assessores desses astros. Isso, ganhando quantias de dinheiro que lhe permitiam apenas uma dura luta pela sobrevivência.

Com um texto fluente e divertido, o autor nos conta intimidades vividas ao lado especialmente de Keith Richards e Ron Wood, além da convivência com alguns personagens inacreditáveis da entourage da banda britânica. Tudo regado a muitas drogas, mulheres e rock and roll, não necessariamente nessa ordem, mas sempre com belos bastidores.

Detalhes de shows, o relacionamento da banda com os fãs, a imprevisibilidade total do temperamento de Mick Jagger, a simpatia de Richards e Wood e a mudança da postura do staff da banda com o decorrer dos anos pontuam o livro. Durante 17 anos (até o início de 1996), Bill German viveu em função do Beggars Banquet, e pagou caro por isso. Mas não se arrepende.

Under Their Thumbs também serve como um bom registro em primeira mão das mudanças ocorridas no mundo dos shows entre os anos 1980 e 1990, quando os espetáculos de bandas grandes como os Rolling Stones viraram eventos faraônicos, com ingressos caríssimos e o público mantido cada vez mais distante de seus ídolos.

Harlem Shuffle– The Rolling Stones:

Beast Of Burden– The Rolling Stones:

Undercover Of The Night– The Rolling Stones:

Jake Bugg resgata passado sem soar datado

Por Fabian Chacur

Jake Bugg fez 20 anos de idade no último dia 28 de fevereiro. Nasceu, portanto, em 1994, várias décadas após o surgimento do som que o influencia de forma muito forte. Qual o problema? Rigorosamente nenhum, se levarmos em conta o ótimo desempenho deste jovem cantor, compositor e guitarrista britânico em sua performance durante o Lollapalooza Brasil 2014 no último domingo (6). Um show muito interessante e estimulante em termos artísticos.

Acompanhado apenas por um baixista e um baterista, no melhor estilo power trio, Bugg não tem medo de se expor, pois os holofotes de sua quase uma hora de apresentação ficaram nele o tempo todo. Cantando e tocando guitarra e também violão, ele só tem um ponto teoricamente negativo, que é o de não se comunicar com a plateia. Raros momentos de interação com a plateia presente, sempre tímidos e contidos.

Com o instrumento na mão e o microfone na frente, no entanto, a postura do cara é outra. Canta bem, com sua voz sendo uma mistura de elementos das de Liam Gallagher, Johnny Cash, Lonnie Donegan (bem observado, Raul Bianchi!), Bob Dylan, Mick Jagger dos anos 60 e Carl Perkins, só para citar algumas influências mais nítidas. Mas com personalidade suficiente e bastante adrenalina incorporados na mistura.

O lado guitarrista de Jake Bugg surpreende. O garoto sabe tocar, e sola com desenvoltura surpreendente para um garoto de 20 anos com apenas dois discos no currículo. Seu violão é bastante consistente, também, e a soma de seus talentos dá mostras de um artista que, se tiver a cabeça no lugar e não se deixar levar pelo lado negro do estrelato, tem tudo para se firmar no panteão do rock and roll.

Sobre o primeiro álbum do artista, intitulado Jake Bugg, você já leu resenha em Mondo Pop (se não leu, leia aqui). O segundo, Shangri La, acaba de sair por aqui via Universal Music, e tira uma dúvida: como ficaria ele produzido pelo consagrado Rick Rubin, que já trabalhou com Red Hot Chili Peppers, Tom Petty e tantas outras estrelas?

A resposta é positiva. Rubin foi inteligente e não inventou. Mesmo com novos músicos a seu lado, Bugg continua firme e forte no seu mergulho no universo do folk, rock anos 50, rhythm and blues, blues e rockabilly. O repertório do álbum é excelente, com destaque para as ótimas Slumville Sunrise, Messed Up Kids, A Song About Love, Kingpin e Storm Passes Away. 12 canções básicas, bem construídas e bem arranjadas, com interpretações precisas.

O show teve como base as músicas desses dois ótimos álbuns, mais um cover de My My Hey Hey, de Neil Young, que inúmeros artistas já releram anteriormente, mas que ele encarou com a devida vibração, sem cair no lugar comum ou na mera repetição. O show se encerrou com a endiabrada Lightning Bolt, que abre o álbum de estreia. No geral, Jake Bugg provou no Lollapalooza Brasil 2014 ser uma jovem realidade, com um futuro brilhante pela frente.

Seen It All, Jake Bugg, no Lollapalooza Brasil 2014:

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