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Polysom relança o compacto de vinil do obscuro Vímana

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Por Fabian Chacur

O nome Vímana pode não ter registro para muitas pessoas que gostam e acompanham o cenário musical brasileiro. Os mais atentos, no entanto, já devem ter ouvido falar desse quinteto carioca, que existiu entre 1974 e 1978. O único registro fonográfico oficial dos rapazes, o compacto simples de vinil com as músicas Zebra e Masquerade, está sendo relançado neste mês pela Polydisc, em edição limitada. Um interessante resgate.

A banda é daquele tipo que se tornou muito mais conhecida depois de sua separação, em função da fama que seus ex-integrantes ganharam posteriormente. Ritchie (vocal e flauta), inglês radicado no Rio, era um deles, assim como os outros astros do pop-rock dos anos 1980 Lulu Santos (guitarra e vocal) e Lobão (bateria). De quebra, completavam o time Fernando Gama (baixo), que integrou de 1992 a 2005 o grupo Boca Livre, e o tecladista Luiz Paulo Simas.

Fortemente influenciado pelo rock progressivo, especialmente o feito pelo grupo Yes, o Vímana participou de festivais como o Hollywood Rock em 1975 e fez shows em locais como o MAM, no Rio, além de tocar com Fagner, Marília Pera, Walter Franco e Sérgio Dias, dos Mutantes. O compacto simples foi lançado originalmente pela gravadora global Som Livre em 1977. Zebra, em português, é uma mistura de rock, disco music e percussão brasileira, enquanto Masquerade (em inglês) tem o típico tempero do progressivo setentista, embora bem mais curta.

Após sair, curiosamente, do Yes, o tecladista suíço Patrick Moraz veio ao Brasil e quis transformar o Vímana em sua banda de apoio. Uma briga com ele tirou Lulu Santos do grupo, que em seguida encerrou suas atividades. A Som Livre preferiu não lançar o LP que gravou com eles, e hoje só são encontrados raros piratas de outras de suas músicas. Mas vamos ser sinceros: o trabalho posterior de seus músicos é bem melhor.

Zebra– Vímana:

Masquerade– Vímana:

On The Rocks (pirata)- Vímana:

Morre Keith Emerson, um dos criadores do rock progressivo

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Por Fabian Chacur

O rock progressivo surgiu na segunda metade da década de 1960 como um estilo que aproximou o rock da música erudita e do jazz, apostando em maior sofisticação e aprofundando (para o bem e para o mal) as experiências geradas pelo psicodelismo. Um de seus músicos seminais foi o tecladista britânico Keith Emerson, do Emerson Lake & Palmer, que nos deixou nesta sexta(11) aos 71 anos.

Keith Emerson nasceu na Inglaterra em 1º de novembro de 1944, e iniciou seus estudos de piano ainda criança. Começou tocando em pequenos grupos de jazz nos anos 1960. Sua primeira banda de maior expressão foi a The Nice, criada em 1967 inicialmente para acompanhar a cantora P.P.Arnold. Ao lado de músicos como Lee Jackson (baixo) e David O’List (guitarra), criou um som já na linha do que viria a ser o rock progressivo e no qual seus teclados tinham bastante proeminência.

Em dezembro de 1969, o The Nice tocou no Fillmore em San Francisco, Califórnia (EUA) junto com outra banda emergente, a King Crimson, e o contato com um de seus integrantes, o vocalista e baixista Greg Lake, foi marcante. Com gostos musicais similares, resolveram criar um novo grupo, e convidaram para completar o trio o baterista Carl Palmer, do Atomic Rooster. Em 1970, nascia o Emerson, Lake & Palmer.

Oriundo da era dos “supergrupos”, formações geradas a partir da associação de músicos já famosos e badalados graças a trabalhos anteriores, o Emerson, Lake & Palmer veio respaldado pelo talento de três nomes fortes do cenário inglês, e não decepcionou. Fez sucesso logo com o disco de estreia, autointitulado, do qual foi extraído o single Lucky Man. Emerson incorporou influências eruditas ao som em grande estilo.

Ou com citações não creditadas, ou com releituras, ele apresentou aos roqueiros grandes momentos da música erudita, de nomes como Mussorgsky, Aaron Copland, Bach e Alberto Ginastera, entre outros. De quebra, criou um verdadeiro arsenal de teclados, entre os quais Hammond, Moog e o piano acústico Steinway, gerando um som original e que influenciou gerações de músicos progressivos. Ao vivo, a parafernália tecladística no palco era praticamente o cenário de cada novo show, de tanta coisa que envolvia.

Entre 1970 e 1978, a banda lançou diversos discos, entre os quais o antológico Trilogy (1972). Quando Love Beach (1978) chegou às lojas, eles vinham de anos bem pouco produtivos e nos quais os egos passaram a complicar muito a vida do grupo, que logo veio a sair de cena. Inicialmente, Emerson passou a se dedicar a trilhas incidentais de filmes, entre os quais Inferno (1980), de Dario Argento.

Em 1985, ele e Greg Lake resolveram voltar a tocar juntos, e como Carl Palmer inicialmente não se interessou, eles convidaram outro baterista consagrado, Cozy Powell, e montaram o Emerson, Lake & Powell, que lançou em 1986 um álbum homônimo no qual se destacou a faixa Touch And Go, que trouxe o rock progressivo de volta às paradas de sucesso.

O trio original se reuniu e ensaiou de janeiro a agosto de 1987, mas o retorno ficou por aí, ao menos naquele momento. Acompanhados pelo cantor e guitarrista Robert Berry, Emerson e Palmer criaram o grupo 3, que lançou em 1988 o álbum To The Power Of Three (incluindo um cover de Eight Miles High, dos Byrds) e fez alguns shows antes de também sair de cena sem deixar muita saudade.

Em 1990, Keith Emerson fez shows integrando um supergrupo de curta duração ao lado de John Entwistle (The Who), Joe Walsh (The Eagles), Jeff Skunk Baxter (Steely Dan e The Doobie Brothers) e Simon Phillips (tocou com The Who, Judas Priest, Jeff Beck, Mick Jagger e inúmeros outros). Ele voltaria a integrar um grupo do tipo em 2007, quando abriu o show do Led Zeppelin em 2007 com Chris Squire (Yes), Alan White (Yes) e Simon Kirke (Free e Bad Company).

O desejo dos fãs acabou se concretizando em 1991, quando Emerson, Lake & Palmer enfim voltaram a tocar juntos. No ano seguinte, lançaram Black Moon, primeiro disco de inéditas em 14 anos, e caíram na estrada. O grupo veio ao Brasil em 1993 e 1997, fazendo shows que os fãs brasileiros do rock progressivo simplesmente adoraram.

Com uma nova separação da banda, ocorrida em 1998, Keith Emerson voltou ao noticiário musical em 2002, devido a uma curta turnê de retorno do The Nice. Em 2004, lançou sua autobiografia, Pictures Of An Exhibitionist. O ELP se apresentou mais uma única vez, em 2010, em Londres, e naquele mesmo ano Emerson e Lake fizeram uma turnê. Como duo, lançaram em 2014 o CD Live From Manticore Hall.

Trecho do show do Emerson, Lake & Palmer no Brasil em 1993:

Pictures At An Exhibition (ao vivo no Brasil 1997)- ELP:

Hoedown– Emerson Lake & Palmer:

From The Beggining– Emerson Lake & Palmer:

The Endless Enigma– Emerson Lake & Palmer:

Touch And Go– Emerson Lake & Powell:

Banda Maestrick mostra suas influências em disco de covers

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Por Fabian Chacur

A banda paulista Maestrick está atualmente em meio às gravações de seu segundo álbum, previsto para ser lançado no segundo semestre de 2016. Enquanto isso não se concretiza, o quarteto oferecerá aos fãs um aperitivo dos mais bacanas. Trata-se do EP The Trick Side Of Some Songs, trazendo covers de músicas de artistas que influenciaram o grupo. O trabalho estará disponível a partir de janeiro em CD em edição limitada e também em versão digital gratuita.

O repertório do EP inclui While My Guitar Gently Weeps (Beatles), Aqualung (Jethro Tull), Rainbow Eyes (Rainbow) e dois pot-pourrys, um com músicas do Yes intitulado Yes! It’s a Medley e outro do Queen com o nome The Ogre Fellers Master March. Rainbow Eyes já é conhecida do público, pois o Maestrick a gravou recentemente para homenagear o lendário cantor Ronnie James Dio, que nos deixou há cinco anos.

Ainda sem título definido, o novo álbum do grupo formado por Fabio Caldeira (vocal e piano), Paulo Pacheco (guitarra), Renato Montanha Somera (baixo e vocal) e Heitor Matos (bateria e percussão) será um álbum duplo conceitual, com 24 músicas no total, sendo 12 músicas por CD divididas em três movimentos com 4 cada. Será o sucessor de Unpuzzle (2011), a estreia do time de São José do Rio Preto (SP).

Rainbow Eyes– Maestrick:

David Gilmour encanta os fãs em um belíssimo show em SP

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Por Fabian Chacur

A guitarra e a voz de David Gilmour sempre foram partes fundamentais do som do Pink Floyd. Após longas décadas de espera, finalmente o Brasil tem a oportunidade de ver ao vivo esse mito do rock. Em São Paulo, a passagem do mestre na Allianz Parque gerou duas noite de excelência musical. Mondo Pop presenciou a segunda, neste sábado (12). De arrepiar.

A estrutura do show em termos técnicos superou as expectativas. Qualidade de som impecável, com direito a um ótimo aproveitamento da bela acústica do estádio do Palmeiras. Em termos visuais, o telão gigante em formato circular se mostrou versátil, servindo para exibir clipes durante algumas músicas, mostrar Gilmour solando em tamanho gigante e reforçando efeitos de iluminação em alguns momentos.

A ousadia de incluir sete músicas de seu mais recente álbum, Rattle That Lock, no repertório, se mostrou bem-sucedida pelo fato de as canções serem ótimas, e também por terem sido incluídas em momentos estratégicos do show, ladeadas por duas de outro álbum solo (On An Island, de 2006) e 12 clássicos do Pink Floyd. O público encarou a estratégia numa boa, vibrando em todos os momentos.

O espetáculo abriu às 21h12 com três do novo CD, a instrumental 5Am, o rockão Rattle That Lock e a balada Faces Of Stone. Se a coisa já começou em alto estilo, pegou fogo logo a seguir, com o megaclássico Wish You Were Here. A Boat Lies Waiting (do disco novo) e The Blue (de On An Island) não deixaram a peteca ir ao chão.

Dois petardos extraídos do álbum The Dark Side Of The Moon, as icônicas Money e Us And Them, fizeram o estádio ir à loucura. In Any Tongue, de Rattle The Lock, serviu como boa ponte para High Hopes, do álbum The Division Bell (1994), do Pink Floyd, um bom encerramento para a primeira parte do espetáculo, que durou pouco mais de uma hora.

A abertura da segunda parte do show equivaleu a uma viagem a 1967, quando o Pink Floyd, ainda sem David Gilmour e liderado por seu amigo Syd Barret, lançava o incrível Piper At The Gates Of Dawn. A faixa de abertura desse CD, a lisérgica Astronomy Domine, veio acompanhada por uma avalanche de luzes, criando um clima de pura psicodelia. Shine On You Crazy Diamond, de Wish You Were Here, deu sequência à viagem.

Fat Old Sun, a bela balada folk de Atom Heart Mother (1970), soou cristalina e mostrando suas influências do estilo de Paul McCartney. A seguir, três faixas mais recentes vieram, a bela On An Island (do disco homônimo) e mais duas de Rattle That Lock, a jazz/blues The Girl In The Yellow Dress e a intensa Today. Sorrow, bom momento de A Momentary Lapse Of Reason (1987), primeiro do Floyd sem Roger Waters, veio a seguir. E para fechar, a vibrante Run Like Hell, um dos melhores momentos do álbum The Wall (1979).

Se o show já havia sido um verdadeiro arraso em termos gerais, seu bis veio para concluir os trabalhos de forma matadora. Time e Breathe (de The Dark Side Of The Moon) e a delirante Confortably Numb (de The Wall) proporcionaram mais 15 minutos de intensidade e prazer aos milhares de fãs presentes, que literalmente urraram.

Aos 68 anos, David Gilmour se mostrou em ótima forma. Cantou (bem) todas as músicas em seus tons originais. Seus célebres solos de notas espaçadas e bem exploradas continuam intensos, sempre mesclados com momentos mais agressivos, mas sem nunca sair de um estilo classudo e personalizado. Que me perdoe Roger Waters, mas Gilmour sempre foi a parte mais musical do Floyd, e isso ele provou neste belo show, um dos melhores no Brasil em 2015.

Rattle That Lock– David Gilmour:

Today– David Gilmour:

Faces Of Stone– David Gilmour:

David Gilmour está por perto! Saiba tudo sobre o show dele

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Por Fabian Chacur

O brasileiro infelizmente nunca teve a oportunidade de ver o Pink Floyd ao vivo. O consolo ficou por conta das visitas de seu baixista, cantor e compositor, Roger Waters. Agora, chega a vez de finalmente conferirmos ao vivo o outro grande pilar dessa banda lendária, o guitarrista, cantor e compositor David Gilmour. Está chegando a hora de ver esse mestre no show que divulga o seu novo álbum solo, Rattle That Lock.

O fã pode esfregar as mãos, pois o espetáculo só tem grandes atrativos. A banda que acompanhará o ex-integrante do Floyd traz nomes badalados, especialmente o guitarrista Phil Manzanera, que brilhou nos anos 70 e 80 com a seminal banda Roxy Music. Guy Pratt (baixo) e Jon Carin (teclados) já tocaram em turnês de Gilmour e do Pink Floyd.

Completam o time Stevie Distanislao (tambores e percussão), Kevin McAllea (teclados), Theo Travis (sax e clarinete), João Mello (sax), Bryan Chambers (vocais de apoio) e Louise Marshall (vocais de apoio). Se em termos musicais a coisa é de primeira, a parte de áudio e vídeo é digna de um outro mundo, com direito a dez contêineres de equipamentos cênicos para concretizar efeitos grandiosos de luz e de laser.

O repertório do show mescla músicas do novo CD solo de Gilmour com outras mais antigas e também clássicos floydianos, entre os quais Fat Old Sun, Confortably Numb, Money e Us And Them. O espetáculo terá duas partes, uma de aproximadamente 70 minutos e outra durando por volta de 80 minutos, com intervalo de 20 minutos. A equipe que viaja com o roqueiro inclui 150 pessoas, somadas às 150 contratadas por aqui.

Nascido em 6 de março de 1946, David Gilmour começou sua carreira musical tocando em pequenas bandas. Em 1968, sua vida mudou ao ser convidado a tocar no grupo de seu amigo Syd Barrett, o então ainda emergente Pink Floyd. Eles chegaram a fazer quatro ou cinco shows juntos, mas Barrett literalmente pirou, e a guitarra da banda ficou em mãos únicas a partir daí.

Com o tempo, o músico ganhou muita importância no grupo, graças a uma voz ótima e a um estilo de tocar guitarra original e muito bem desenvolvido, com direito a notas longas e incrível aproveitamento dos espaços vazios e silêncios. Em 1978, lançou David Gilmour, seu primeiro trabalho solo, que seria seguido em 1984 por About Face. Ele virou o líder do Floyd a partir da saída de Roger Waters.

Em 2006, voltou à carreira solo com o elogiado On An Island, seguido pelo ao vivo Live In Gdansky (2008) e o mais recente Rattle That Lock. Gilmour também trabalhou com artistas célebres como Eric Clapton, Paul McCartney, Kate Bush, Supertramp, The Dream Academy e Phil Manzanera, sendo que este último é o coprodutor de Rattle That Lock.

Os shows em São Paulo serão nos dias 11 e 12 de dezembro na Allianz Parque (avenida Francisco Matarazzo, 1.705- Água Branca), com ingressos custando de R$ 160,00 a R$ 1.200,00. Os outros espetáculos no Brasil rolam dia 14 de dezembro em Curitiba na Pedreira Paulo Leminski e dia 16 de dezembro na Arena do Grêmio. Mais informações sobre os shows aqui .

SET LIST SHOW 3.10.2015- Royal Albert Hall- Londres-Inglaterra:

Parte 1:

1. 5 A.M.

2. Rattle That Lock

3. Faces of Stone

4. Wish You Were Here

5. A Boat Lies Waiting

6. The Blue

7. Money

8. Us and Them

9. In Any Tongue

10.High Hopes

Parte 2:

11. Astronomy Domine

12. Shine On You Crazy Diamond (Parts I-V)

13. Fat Old Sun

14. On an Island

15. The Girl in the Yellow Dress

16. Today

17. Sorrow

18. Run Like Hell

BIS:

19. Time

20. Breathe (Reprise)

21. Comfortably Numb

Live In Gdansk- David Gimour:

The Girl In The Yellow Dress– David Gilmour:

Chris Squire, fundador do Yes, sai da cena rock com 67 anos

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Por Fabian Chacur

Sempre que se fazem listas com os nomes dos melhores baixistas da história do rock, Chris Squire é presença garantida, graças a seus quase 50 anos de serviços prestados. Infelizmente, ele nos deixou neste domingo (28) em Phoenix, Arizona, onde morava com a família, vítima de um tipo raro de leucemia que foi divulgado para o público no mês de maio. Ele tinha 67 anos.

Quando anunciou a doença que lamentavelmente o levaria desse plano físico, Squire também divulgou que, pela primeira vez na história do Yes, uma turnê do grupo não contaria com a sua presença. Seria a dobradinha Yes/Toto programada para ter início em agosto. Billy Sherwood, que integrou o Yes entre 1997 e 2000, seria o seu substituto (leia sobre a turnê aqui), anunciado em comunicado pelo próprio Squire.

Chris Squire nasceu em Londres em 4 de março de 1948 em Londres, e criou o Yes em 1968 com o vocalista Jon Anderson. Ele foi o único integrante a participar de todos os discos e shows da banda, uma das mais importantes, bem-sucedidas e criativas do rock progressivo. O primeiro álbum saiu em 1969, e desde o início chamou a atenção pelo talento de seus músicos.

O estouro mundial veio em 1972 com o álbum Fragile, que inclui faixas marcantes como Roundabout, Long Distance Runaround e Heart Of The Sunrise. A partir dali, o Yes viveu várias fases em sua carreira, incluindo uma mais próxima do pop na década de 1980, mas sempre tendo Squire como âncora e garantia de qualidade.

São várias as virtudes de Chris Squire. Suas linhas de baixo sempre se caracterizaram pelas belas melodias e criatividade na utilização de timbres e recursos eletrônicos. De quebra, participava das vocalizações de forma consistente e foi coautor de alguns dos clássicos da banda, entre os quais I’ve Seen All Good People, Heart Of The Sunrise, Owner Of a Lonely Heart e Leave It, só para citar algumas mais conhecidas.

Além do Yes, Squire também lançou um aclamado álbum solo, Fish Out Of Water (1975), que alguns críticos consideram tão bom como os da sua banda. O músico tocou no Brasil pela primeira vez em janeiro de 1985 na mitológica primeira edição do Rock in Rio, e esteve por aqui pela última vez em 2013. Esse vai deixar muita saudade.

Leave It – Yes:

Heart Of The Sunrise– Yes:

I’ve Seen All Good People– Yes:

Coletânea R-Kive faz uma boa viagem pela obra do Genesis

R-Kive-genesis-400xPor Fabian Chacur

Foi lançado na Inglaterra e no exterior um documentário que dá uma geral na carreira do Genesis. Ainda sem previsão de lançamento no Brasil, o filme conta com depoimentos atuais de seus integrantes e imagens de arquivo dos mais de 40 anos da carreira da banda britânica. Como consolo, acaba de sair por aqui via Universal Music a coletânea tripla R-Kive, espécie de complemento do vídeo.

Durante esses anos todos, foram lançadas várias compilações com músicas da célebre banda inglesa, um dos pilares do rock progressivo. No entanto, esta aqui é sem sombra de dúvidas a mais abrangente e bem pensada, especialmente para aqueles que não conhecem bem o seu trabalho, ou que gostariam de poder ouvir momentos representativos de todas as suas fases.

São no total 37 faixas, sendo 22 do grupo e três de projetos individuais de cada um dos cinco integrantes mais importantes da história do grupo: Phil Collins (bateria e vocal), Peter Gabriel (vocal), Peter Banks (teclados), Steve Hackett (guitarra) e Mike Rutherford (baixo e guitarra). Ou seja, pela primeira vez uma coletânea mistura esse material todo.

A distribuição das músicas foi feita de forma bastante inteligente. O primeiro CD enfatiza a fase mais progressiva nos moldes tradicionais do gênero, quando Peter Gabriel era o vocalista do Genesis. São 9 faixas, sendo Supper’s Ready com mais de 23 minutos de duração. Longas passagens instrumentais, melodias próximas da música erudita, especialmente de sua vertente mais romântica, letras psicodélicas, eis as marcas dessa fase.

Entre improvisos e faixas mais longas, também temos nesse disco as mais compactas I Know What I Like (in Your Wardrobe) e Carpet Crawlers, que davam leves dicas do que viria. A faixa que encerra essa parte é Ace Of Wands, do primeiro trabalho solo de Steve Hackett (Voyage Of The Acolyte), da qual participam Phil Collins e Mike Rutherford.

O segundo CD registra a banda em sua fase de transição, sem Gabriel e Hackett e com Phil Collins nos vocais, aos poucos mergulhando um pouco mais no rock eletrônico, no pop e em outros elementos musicais. Os trabalhos solo também mostram uma amplitude enorme, como provam Solsbury Hill e Biko (Peter Gabriel), In The Air Tonight (Phil Collins) e Every Day (Steve Hackett).

O terceiro CD apresenta o Genesis com a cara que o tornou ainda mais bem-sucedido em termos comerciais, um pop rock consistente, musculoso e que não perdeu a força de seus tempos mais progressivo nos moldes dos anos 70. Ou seja, a ousadia continuou presente, só que de outras formas, como provam Invisible Touch, I Can’t Dance, Land Of Confusion e Hold On My Heart.

Também é interessante ouvir as faixas do bem-sucedido grupo alternativo de Mike Rutherford, o Mike + The Mechanics, com direito às ótimas The Living Years e Over My Shoulder. Os outros momentos solo incluídos aqui mostram desde experiências com o flamenco (Nomads, de Steve Hackett) e a música erudita (Siren, de Tony Banks).

O legal desta compilação é que não houve a intenção de reunir todos os hits. Outras coletâneas já cumpriram essa missão anteriormente. Aqui, o fundamental foi apresentar momentos representativos da carreira do grupo e de seus integrantes, mesmo que em alguns casos não se tratasse das faixas mais conhecidas.

R-Kive conta com belíssima embalagem digipack e um encarte com ótimo texto repleto de aspas dos cinco músicos (que contribuíram diretamente na realização desta coletânea) e fotos das capas de todos os álbuns dos quais faixas foram extraídas (no caso do Genesis, todos de estúdio a partir do álbum Foxtrot, de 1970, que marcou o início da “fase adulta” da banda).

Ouvir R-Kive na íntegra e na sequência é uma bela forma de se viajar na trajetória de uma banda que nunca teve medo de experimentar novos rumos e formatos para a sua música, tanto em conjunto como em suas trajetórias individuais paralelas. Que venha logo o documentário, para que possamos ter a experiência integral CDs+filme.

Supper’s Ready – Genesis:

Mama -Genesis:

Invisible Touch – Genesis:

Imagery lançará CD de estreia no exterior

Por Fabian Chacur

Um dos bons lançamentos do cenário rock brasileiro em 2012 foi o álbum de estreia da banda paranaense Imagery. The Inner Journey (leia a crítica aqui) arrancou elogios da crítica especializada e teve boa acolhida perante o público brasileiro. Pois agora chegou a hora de o público internacional conferir esse lançamento no formato físico, e de forma bastante especial.

O primeiro álbum do grupo formado por Joceir Bertoni (vocal e guitarra), Ricardo Fanucci (baixo), Bruno Pamplona (bateria) e Henrique Loureiro (teclados) será distribuído nos EUA, Europa e Japão pela Cleopatra Records. Este selo está na ativa há 21 anos e tem em seu catálogo belos títulos de heavy metal, rock progressivo, rock gótico, soul e outros estilos musicais bacanas.

Com sede em Los Angeles, a Cleopatra divulgou texto feito por seu fundador, Brian Perera, no qual ele elogia bastante nossos compatriotas. “O Imagery mistura com muita habilidade o rock progressivo clássico com o heavy metal moderno. Já faz um tempo desde que me deparei com uma nova banda que pode misturar gêneros de forma tão perfeita”.

Perera afirmou, também, que deseja ajudar o quarteto brasileiro a expandir seu universo de fãs nos principais mercados da América do Norte, Europa e Japão, onde The Inner Journey será distribuído nas mais importantes lojas do ramo. Títulos de bandas como Motorhead, Hawkwind, Tangerine Dream, Nektar e The O’Jays já saíram com o selo Cleopatra.

Veja o clipe da música Start The War, do Imagery:

Morre Peter Banks, da fase inicial do Yes

Por Fabian Chacur

Morreu no último dia 7 de março, em Londres, vítima de parada cardíaca, o músico britânico Peter Banks. Ele tinha 65 anos e ficou conhecido no universo do rock progressivo como o primeiro guitarrista do Yes, com o qual gravou os bons álbuns Yes (1969) e Time And a Word (1970).

Embora tenha saído do Yes ainda em sua fase inicial, quando o sucesso comercial da célebre banda inglesa ainda não era tão grande, Banks deixou sua marca na obra do grupo, e é considerado por especialistas como um dos músicos mais talentosos da história do rock progressivo. Seu desempenho no brilhante cover de Every Little Thing, dos Beatles, serve como boa prova dessa afirmação.

Depois de deixar Jon Anderson e sua turma, Peter Banks integrou bandas como a Flash e a Empire, além de investir em carreira solo razoavelmente produtiva, embora sem tanta repercussão. Ele nasceu em 15 de julho de 1947, e reza a lenda que foi dele a sugestão de que o grupo britânico até hoje na ativa fosse batizada como Yes, nomenclatura assumida de forma provisória pelo grupo em princípio, mas que logo se solidificou.

Every Little Thing, com o Yes:

DVD traz bastidores de Wish You Were Here

Por Fabian Chacur

Wish You Were Here (1975) foi provavelmente o disco mais complicado de ser feito entre os títulos incluídos na discografia do Pink Floyd. E não é difícil entender o por quê essa gestação teve tanta dificuldade.

Como suceder The Dark Side Of The Moon (1973), um dos melhores, mais bem-sucedidos em termos artísticos e comerciais e até hoje um ícone do nosso amado rock and roll? Não era tarefa para qualquer zé mané da vida.

The Story Of Wish You Were Here, documentário que a ST2 acaba de lançar no Brasil, busca mostrar o processo que gerou este álbum, que se não tem o mesmo status e brilho do antecessor, certamente é repleto de qualidades, incluindo algumas canções que não saem dos set lists das rádios de todo o planeta.

O filme apresenta reveladoras entrevistas recentes feitas com Roger Waters (vocal e baixo), David Gilmour (guitarra e vocal) e Nick Mason (bateria), além de se valer de trechos de um papo levado com o saudoso tecladista Richard Wright lá pelos idos de 2001.

Do início do processo criativo, com um riff de guitarra feito por Gilmour que gerou a primeira música a ser composta para o álbum, Shine On You Crazy Diamond, homenagem direta ao fundador da banda, Syd Barrett, até a conclusão das gravações, o relato traz cenas da época, detalhes sobre as gravações e muita informação.

A participação do cantor e compositor Roy Harper no vocal principal da canção Have a Cigar, por exemplo, que Gilmour aprovou e do qual Waters revela não ter gostado. Essa música é uma forte estocada em cima dos executivos das grandes gravadoras e da forma como se relacionavam com os grupos que contratavam.

As entrevistas também falam da relação deles com Syd Barrett, e também do fato de a canção que dá nome ao álbum não ser uma homenagem explícita a ele. O relato da mítica visita de Barrett aos estúdios durante as gravações do álbum arrepia, com direito a uma foto do que havia restado do músico, antes boa pinta, naquele momento gordo, careca e patético. Triste.

As músicas são destrinchadas uma a uma, com detalhes muito interessantes sobre como foram criadas, além de depoimentos de pessoas que participaram das gravações, jornalistas e outras figuras com boas opiniões a dar sobre o álbum e a banda.

O DVD traz ainda 25 minutos adicionais de entrevistas que ajudam a explicar como Wish You Were Here surgiu para vender mais de 13 milhões de cópias no mundo todo. Tipo do ítem indispensável para quem é fã do velho e bom Floyd, e também para os estudiosos do rock.

Veja The Story Of Wish You Were Here:

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