Por Fabian Chacur

Sou daqueles que se recusa a acreditar em “certezas” do tipo “música boa é a música de antigamente, hoje só se faz porcaria”. Podem ter certeza de que, mesmo nos anos 60, muita gente falava isso, em plena era dos Beatles.

Lógico que não sou louco de dizer que na primeira década do século 21 o que se faz no cenário musical é melhor do que em períodos fantásticos como os anos 60, 70 e 80.

Mas basta um pouco de boa vontade para descobrir coisas bacanas na música atual. Mesmo no chamado mainstream, ou seja, onde ficam os artistas mais populares, disputando os primeiros lugares das paradas.

Shakira é um exemplo bem claro de como é possível encontrar gente muito talentosa e criativa mesmo em uma área em que o comercialismo e as fórmulas pré-estabelecidas costumam dar as cartas.

Desde o início de seu sucesso na metade dos anos 90, com Piez Descalzo, a cantora e compositora colombiana só evoluiu.

Hoje, a gatíssima estrela pode se gabar de ser uma artista diferenciada.

Seu novo álbum, Sale el Sol, é uma verdadeira aula de pop latino dançante, com fortes elementos de folk, rock e rhythm and blues no meio.

Sua voz é poderosa, daquelas de arrasar quarteirão. Quem já ouviu a moça interpretar Back in Black, do AC/DC, sabe do que estou falando. Dinamite pura!

Além disso, ela sabe se cercar de ótimos músicos e produtores, e não cai na tentação de só trabalhar com os profissionais da moda, como fazem as Britney Spears da vida.

De forma geral, Sale el Sol é um álbum de pop latino turbinado, para incendiar pistas de dança e também cativar corações apaixonados com classe e sem apelar.

Loca, a faixa de trabalho que conta com a participação do rapper Dizzee Rascal, é um coquetel dançante contagiante, o que também pode ser dito de Gordita, Rabiosa e a contagiante Waka Waka, tema da Copa da África.

A faixa-título é um belo folk rock na linha de Pies Descalzos. Mariposas cativa pela beleza. E por aí vai, e vai bem.

Shakira sabe como poucas da sua geração (completou 33 anos em fevereiro, embora aparente uns 20 e poucos) conciliar forte apelo comercial e criatividade artística.

No palco, a moça, que deve cantar novamente no Brasil em 2011, é um verdadeiro furacão.

Sale el Sol prova que em pleno 2011 ainda se produz música comercial de qualidade que é ao mesmo tempo instigante e contagiante. Que bom!