Por Fabian Chacur

Em um mercado no qual parece que o mais importante é quanto se bebe, as roupas que se veste ou a tal de “atitude” imposta pelas Lady Gagás da vida, é bacana ver gente ficando badalada pelo simples fato de cantar e compor boas canções pop.

Esse é o caso de Sarah Joyce, paquistanesa filha de uma inglesa com um nativo daquele país nascida há 31 anos e radicada desde os 10 no Reino Unido.

Com o curioso nome artístico Rumer, a cantora e compositora estreia como artista solo com um disco que consegue ser ao mesmo tempo simples, sofisticado, pop, original e delicioso.

Seasons Of My Soul, que chegou ao mercado britânico no final de 2010 e que agora sai no Brasil pela Warner, inclui 10 composições próprias da moça e três releituras de sucessos pop.

O seu universo musical é basicamente o pop-soul dos anos 60 e 70, com nítidas e nobres influências de Laura Nyro, Burt Bacharach, The Fifth Dimension e The Carpenters.

A voz de Rumer é suave, doce e sempre muito bem colocada, enquanto suas composições trazem como marca boas melodias, letras muito simpáticas e uma capacidade de encantarem o ouvinte até hipnotizá-lo por completo.

Não é por acaso que gente do gabarito de Elton John, Jools Holland e Burt Bacharach se confessou fã de seu trabalho.

Bacharach foi além, convidando-a para gravar com ele um EP com músicas natalinas lançado em 2010 e ainda inédito por aqui.

O CD começa com a deliciosa Am I Forgiven, que parece saída de um disco de Laura Nyro, e vai se espalhando em nossos ouvidos, com maravilhas do naipe de Come To Me High, Slow, a faixa título, Saving Grace e On My Way Home, só para citar algumas do material próprio.

As releituras são de Goodbye Girl, sucesso de David Gates (do grupo Bread) e tema do filme A Garota do Adeus (1977), Alfie, de Burt Bacharach e tema do filme homônimo, e It Might Be You, sucesso de Stephen Bishop e tema do filme Tootsie. Das três, só a última não ficou tão bacana, mas ainda assim aceitável.

No geral, Seasons Of My Soul é a madura estreia de uma cantora classuda, simples, hipnótica e que tem tudo para nos proporcionar coisas ainda melhores em um futuro próximo.

Veja o clipe de Am I Forgiven: