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Lindsey Buckingham sai mais uma vez do Fleetwood Mac

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Por Fabian Chacur

A notícia surgiu nesta segunda (9) como uma verdadeira bomba no site da edição americana da revista Rolling Stone, e acabou sendo confirmada pelo site oficial do Fleetwood Mac pouco depois. O guitarrista, cantor e compositor Lindsey Buckingham não faz mais parte da banda. Ele será substituído por dois outros músicos de grife, o cantor, compositor e guitarrista neozelandês Neil Finn, da banda Crowded House, e o americano Mike Campbell, guitarrista integrante de Tom Petty & The Heartbreakers. Uma mudança repleta de detalhes e curiosidades.

A matéria da RS afirma que Buckingham teria sido demitido pelo grupo após um desentendimento entre ele e os outros integrantes em relação à próxima turnê do time. O comunicado oficial da banda afirmou o seguinte: “Estamos felizes em recepcionar o talento musical de Mike Campbell e Neil Finn na família Mac; Com eles, estaremos apresentando todos os nossos hits que os fãs amam e também iremos surpreender o público com algumas músicas do nosso histórico catálogo de músicas. O FM sempre tem tido uma evolução criativa”.

O comunicado prossegue assim: “Olhamos para a frente para honrar esse espírito em nossa próxima turnê; Fizemos uma jam session com Mike e Neil e a química entre nós funcionou e fez a banda sentir que temos a combinação correta para seguir adiante, com algo novo ainda que contenha o inconfundível som do FM”. Quem assinou o texto foi Mick Fleetwood, fundador da banda em 1967 e o seu comandante desde então, responsável pela decisões referentes a eles.

A turnê ainda não tem datas definidas, o que ocorrerá em breve. Em sua conta no Twitter, Neil Finn confirmou a entrada no FM não muito após a divulgação da novidade. Por sua vez, Lindsey Buckingham ainda não fez até o momento nenhum comentário em seu site oficial, que por sinal está desatualizado, sem nenhum post referente a 2018.

O último show completo de Lindsey com o FM ocorreu em julho de 2017, sendo que em janeiro deste ano ele tocou com a banda em um pocket show. O repertório do show da nova encarnação do grupo deve mesclar grandes sucessos com lados B de seu vasto repertório, o que poderá incluir, por exemplo, canções da fase blues que marcou os anos iniciais desse time rocker.

O cantor, compositor e guitarrista americano Lindsey Buckingham entrou no Fleetwood Mac em 1975, junto com sua então namorada Stevie Nicks. Ao lado dos britânicos Mick Fleetwood (bateria), John McVie (baixo) e Christine McVie (teclados e vocal), integrou a formação clássica da banda, que estourou em termos mundiais com álbuns como Fleetwood Mac (1975), Rumours (1977) e Mirage (1982).

Em 1987, após o lançamento do CD Tango In The Night, Buckingham saiu da banda, para a qual retornou uma década depois, com o lançamento do álbum ao vivo The Dance (1997). Ele sempre se mostrou o integrante mais ousado e inovador do time, dando um tempero mais rocker ao pop-rock perfeito desenvolvido pelo quinteto.

Lindsey Buckingham iniciou uma carreira-solo quando ainda estava no Fleetwood Mac, em 1981, e tem no currículo seis CDs individuais gravados em estúdio, além de DVDs gravados ao vivo. Seu primeiro LP, Buckingham Nicks, gravado em parceria com Stevie Nicks antes de ambos entrarem no FM, saiu EM 1973. Em 2017, ele lançou Lindsey Buckingham Christine McVie, CD em dupla com a colega de FM Christine McVie, trabalho que foi divulgado com alguns shows (leia a resenha de Mondo Pop aqui).

Não é a primeira vez que um músico ilustre entra na vaga de Mr. Buckingham. Em 1995, o cantor e compositor Dave Mason, conhecido por ter integrado a banda Traffic nas décadas de 1960 e 1970, esteve no Fleetwood Mac, gravando com eles o álbum Time, um bom disco que, no entanto, tornou-se o maior fracasso comercial da história da banda. E seus novos substitutos tem belos currículos.

Neil Finn esteve em duas bandas de sucesso, a Split Enz e especialmente a Crowded House, que nos anos 1980 e 1990 conseguiu ótima repercussão nas paradas de diversos países graças a canções como Don’t Dream It’s Over, Better Be Home Soon, Weather With You, Chocolate Cake e It’s Only Natural, entre outras. Ele também gravou discos solo e em dupla com o talentoso irmão Tim Finn.

Por sua vez, Mike Campbell é um dos guitarristas mais respeitados no meio do rock mundial. Era o braço direito de Tom Petty nos Heartbreakers, e paralelamente atuou em projetos com nomes do porte de Don Henley (dos Eagles), Stevie Nicks (ele participou de discos-solo da cantora e também compôs com ela), Bob Dylan, Roy Orbison, Johnny Cash e inúmeros outros. Ou seja, a expectativa em torno dessa nova encarnação do FM é grande. E podem ter certeza de que Lindsey Buckingham nos oferecerá novos trabalhos bem bacanas sem eles.

Go Your Own Way– Fleetwood Mac:

Dave Grohl dá pistas sobre fim do Foo Fighters

Por Fabian Chacur

O grupo Foo Fighters, um dos melhores do rock atual, está em vias de sair de cena? Se levarmos em conta algumas declarações de seu líder, o cantor, compositor e guitarrista Dave Grohl, a resposta é um sim contundente. O que, se se concretizar, será uma pena para quem curte rock visceral e de grande qualidade artística.

Em sua participação neste sábado (29) no Global Citizen Festival realizado no Central Park em Nova York perante mais de 60 mil pessoas, o ex-baterista do Nirvana falou algumas vezes sobre o assunto, entre uma canção e outra, e certamente deixou seus fãs arrepiados no mal sentido. Afinal, ninguém quer ver o fim da banda que idolatra.

Antes de tocar a quarta música de seu set list no show (Learning To Fly), o roqueiro americano soltou a seguinte frase, segundo matéria publicada no site americano da Billboard:

“Sem fazer muita onda em torno disso, não temos outros shows marcados para realizar depois desse aqui. Era isso, pessoal. Honestamente, não sei se iremos fazer isso novamente. E este é o melhor lugar para fazer isso pela última vez”.

Após tocar a última música da apresentação, Everlong, o roqueiro complementou: “não sei quando, mas a gente se verá novamente”. O evento também incluiu The Black Keys e Neil Young & Crazy Horse, que encerraram a festa do rock.

Se esse fim realmente se concretizar, ao menos poderemos dizer que o Foo Fighters sairá de cena no auge. Wasting Light, lançado em 2011, é seu álbum mais recente, e provavelmente o melhor de todos, com produção de Butch Vig (o mesmo de Nevermind, do Nirvana) e participações de Krist Novoselic (baixista do Nirvana) e Bob Mould (vocalista e guitarrista do seminal Husker Du). Vendeu muito e é excelente em termos musicais.

Dave Grohl é uma espécie de Phil Collins do grunge. Ele foi baterista do Nirvana na fase áurea da banda, entre 1990/1994. Com o fim do trio, lançou em 1995 o Foo Fighters, no qual investiu em seu talento como cantor, compositor e guitarrista, surpreendendo a todos, tal qual Phil Collins quando assumiu os vocais no Genesis, substituindo Peter Gabriel após ter sido apenas baterista durante anos. E deu super certo nos dois casos.

Ouça All My Life, com o Foo Fighters:

R.E.M. anuncia a sua separação após 31 anos

Por Fabian Chacur

O R.E.M., uma das melhores e mais influentes bandas da história do rock, anunciou nesta quarta-feira (21) o seu fim. O comunicado está postado em seu site oficial, o www.remhq.com, que no momento está praticamente impossível de ser acessado.

A banda, que se manteve na ativa durante 31 anos, começou sua mensagem de despedida da seguinte forma:

“A nossos fãs e amigos: decidimos encerrar a banda. Estamos felizes por tudo o que conseguimos realizar. A todos que foram tocados por nossa música, nosso mais profundo agradecimento.”

O grupo integrado por Michael Stype (vocal), Peter Buck (guitarra) e Mike Mills (baixo) garantiu, no mesmo comunicado, que a separação ocorreu de forma pacífica, sem brigas ou desentendimentos.

“É a hora de seguirmos adiante, embora não tenha sido fácil tomar tal decisão. Já dizia um sábio que  o importante ao ir a uma festa é saber a hora de partir. Construímos algo extraordinário juntos, e agora iremos embora. Tudo precisa acabar, e queríamos fazer a coisa certa, do nosso jeito.”

Essa decisão pode explicar o fato de o grupo não ter saído em turnê para divulgar seu mais recente álbum, Collapse Into Now, lançado há seis meses. Era habitual eles irem para a estrada nesses casos.

O grupo surgiu na cidade americana de Athens em 1980, e tinha como outro integrante original o baterista Mike Mills, que saiu do time em 1997 após ter sofrido problemas de saúde.

Com um som que misturou rock, country, folk, rock e pop, o R.E.M. tornou-se o verdadeiro arquétipo do que se rotulou como rock alternativo, ou college rock, ou indie rock, nos anos 80.

Murmur (1983) é considerado um dos melhores trabalhos de estreia da história do rock, mas a banda gravaria coisas ainda melhores em sua carreira, como Fables Of The Reconstruction (1985), Out Of Time (1991), Automatic For The People (1993) e o recente Accelerate (2008).

Em 1987, eles conseguiram atingir o mainstream roqueiro com o álbum Document (1987), e em seguida saíram do selo independente IRS rumo à multinacional Warner, na qual estrearam em 1989 com Green.

O R.E.M., no entanto, conseguiu manter sua postura independente e longe dos golpes publicitários e concessões típicas do mundo pop, concretizando a dura tarefa de vender muitos discos e ao mesmo tempo continuar sendo respeitado pelos roqueiros mais conscientes.

Segundo a empresa Soundscan, que desde 1991 faz a medição de vendas de álbuns no mercado americano, o R.E.M. vendeu por lá, nos últimos 20 anos, 19.3 milhões de cópias.

Michael Stype e sua turma tocaram no Brasil duas vezes: em 2001, no Rock in Rio, e em 1998, em turnê que passou por São Paulo em antológicos shows na Via Funchal.

Eis uma perda realmente enorme no universo do rock. Felizmente, restam seus discos e DVDs para a gente matar saudades, sempre que se fizer necessário.

Ouça Everybody Hurts em versão ao vivo:

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