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Ben Harper e Charlie Musselwhite: que dupla!

Por Fabian Chacur

De um lado, Charlie Musselwhite, gaitista de blues nascido em 31 de janeiro de 1944 e conhecido por sua carreira solo e parcerias com outros artistas. Do outro, Ben Harper, cantor, compositor e músico americano vindo ao mundo em 28 de outubro de 1969 e nome badalado do cenário do blues rock. Juntos após dez anos de tentativas, eles lançam um explosivo álbum em dupla, Get Up!, que sai no Brasil agora com o mítico selo Stax, hoje propriedade da Universal Music.

Musselwhite lançou seu primeiro álbum solo em 1966, e além de uma trajetória individual intensa, colaborou com artistas do alto calibre de Bonnie Raitt, Tom Waits, Cyndi Lauper e o grupo australiano Inxs. Com este último, gravou a sacudida Suicide Blonde, por sinal um dos maiores hits da banda do saudoso cantor Michael Hutchence.

Lógico que seria de se esperar que Get Up! fosse um disco centrado no universo do blues, pois desde que se tornou conhecido do grande público, a partir de 1997 com o álbum Will To Live, Ben Harper sempre usou boas doses desse seminal gênero musical na sua obra. E a expectativa se confirmou, mas de forma bastante positiva.

Get Up!, em suas dez ótimas faixas, viaja por várias vertentes blueseiras, como o blues rural, o country blues e o hard blues, além de mergulhar também em derivações como o blues rock, o hard rock, a soul music e o funk. A harmônica swingada e com assinatura própria de Musselwhite pontua o vozeirão de Harper, com acompanhamento instrumental ora minimalista, ora mais encorpado, mas sempre exato.

A faixa-título e as ótimas You Found Another Lover (I Lost Another Friend), I Don’t Believe a Word You Say e Don’t Look Twice podem ser destacadas, mas o álbum é daqueles para se ouvir na íntegra, especialmente por não cair em repetições e não deixar o ouvinte cair no tédio.

Ben Harper é aquele tipo de artista que investe em vertentes musicais tradicionais de forma competente e consistente, sem criar nada de realmente novo mas proporcionando a seus fãs um som forte, intenso e no qual ele imprime sua alma sem medo de ser feliz. Já vi esse cara ao vivo, e ele é do ramo, sendo ótimo músico e um cantor dos bons.

Get Up! é daquele tipo de trabalho que já nasce clássico, e que certamente trará ótimos frutos aos dois músicos envolvidos, prova de que quando artistas de gerações distintas possuem evidentes afinidades e resolvem juntar suas sonoridades para ver no que dá, a chance de render coisa boa é sempre grande. Aqui, não deu outra!

I Don’t Believe a Word You Say:

You Found Another Lover (I Lost Another Friend):

Get Up! (live):

Quem nos deixou na música em 2012

Por Fabian Chacur

Lá pelos idos de junho deste ano, comentei com um colega jornalista sobre o impressionante número de nomes importantes do meio musical que nos deixaram até ali, em 2012. Ele me deu a burocrática e entediante resposta “todo ano morre gente”. Infelizmente, não como neste triste 2012.

Ao fazer um balanço das perdas que tivemos durante esses 12 meses, chego à conclusão de que poucos anos tiveram ou terão uma lista tão extensa de perdas significativas nos quesitos cantores, cantoras, músicos, compositores e demais envolvidos com o maravilhoso mundo da música, que tanta energia positiva nos oferece.

Como forma de apresentar provas dessa minha avaliação, relacionei os links de matérias publicadas por Mondo Pop durante 2012 noticiando essas perdas. Vocês verão, são mais de 30 nomes. E faltam outros que, por vacilada minha ou coisa do gênero, acabaram sem registros aqui. Mea culpa, mea maxima culpa. As homenagens são para eles, também.

Coloquei também links com notas sobre os fechamentos da casa de shows Citibank Hall (o antigo Palace) e o Jornal da Tarde pelo fato de ambos terem importante ligação com a música, um por ter abrigado inúmeros shows históricos e o outro por ser um órgão de imprensa que sempre deu grandes e importantes espaços à cultura.

Não escolhi por acaso ilustrar esse post com a foto da cantora Donna Summer, uma dessas lamentáveis perdas (ocorrida no dia 17 de maio). Se estivesse viva, a eterna Rainha da Disco Music completaria 64 anos nesta segunda-feira (31/12).

Eles nos deixaram, mas suas obras permanecem por aí, para aplacar nossa saudade e também para serem descobertas pelas novas gerações. Todos inesquecíveis! Que em 2013 a gente possa falar mais de vida do que de morte por aqui. E desejo a todos um Ano Novo maravilhoso, com direito a muita saúde, paz, alegria, realizações e muita música de qualidade!

http://www.mondopop.net/2012/01/morre-etta-james-genial-cantora-de-soul-music/

http://www.mondopop.net/2012/01/citibank-hall-antigo-palace-fechara-em-marco/

http://www.mondopop.net/2012/01/morre-coautor-de-sunshine-on-my-shoulders-sucesso-de-john-denver-nos-anos-197080/

http://www.mondopop.net/2012/02/morre-don-cornelius-do-programa-soul-train/

http://www.mondopop.net/2012/02/wando-se-vai-nesse-triste-8-de-fevereiro/

http://www.mondopop.net/2012/02/morre-a-diva-popsoul-whitney-houston/

http://www.mondopop.net/2012/02/whitney-houston-cantou-no-brasil-em-1994/

http://www.mondopop.net/2012/02/saiba-qual-o-melhor-cd-de-whitney-houston/

http://www.mondopop.net/2012/02/morre-davy-jones-do-grupo-the-monkees/

http://www.mondopop.net/2012/03/whitney-houston-tem-3-cds-entre-os-10-mais/

http://www.mondopop.net/2012/03/morre-jimmy-ellis-a-voz-de-disco-inferno/

http://www.mondopop.net/2012/03/morre-michael-hossack-dos-doobie-brothers/

http://www.mondopop.net/2012/04/morre-dick-clark-do-american-bandstand/

http://www.mondopop.net/2012/04/morre-greg-ham-saxofonista-do-men-at-work/

http://www.mondopop.net/2012/04/adeus-levon-helm-ex-the-band-va-em-paz/

http://www.mondopop.net/2012/05/adam-yauch-dos-beastie-boys-morre-nos-eua/

http://www.mondopop.net/2012/05/morre-fotografo-de-tapestry-de-carole-king/

http://www.mondopop.net/2012/05/morre-chuck-brown-mestre-da-funk-music/

http://www.mondopop.net/2012/05/morre-donna-summer-a-rainha-da-disco-music/

http://www.mondopop.net/2012/05/robin-gibb-nos-deixa-aos-62-anos/

http://www.mondopop.net/2012/06/morre-bob-welch-ex-fleetwood-mac/

http://www.mondopop.net/2012/07/morre-ivone-kassu-assessora-de-imprensa-no1/

http://www.mondopop.net/2012/07/morre-jose-roberto-bertrami-do-azymuth/

http://www.mondopop.net/2012/07/morre-jon-lord-ex-deep-purple/

http://www.mondopop.net/2012/07/morre-bob-babbit-um-dos-funk-brothers/

http://www.mondopop.net/2012/07/morre-o-otimo-cantor-marcos-roberto/

http://www.mondopop.net/2012/07/morre-larry-hoppen-do-grupo-orleans/

http://www.mondopop.net/2012/08/morre-magro-waghabi-do-grupo-mpb-4/

http://www.mondopop.net/2012/08/chorinhos-em-desfile-agora-no-ceu-altamiro/
http://www.mondopop.net/2012/08/morre-scott-mckenzie-do-hit-san-francisco/

http://www.mondopop.net/2012/09/morre-o-genial-letrista-pop-hal-david/

http://www.mondopop.net/2012/09/morre-roberto-silva-um-estilista-do-samba/

http://www.mondopop.net/2012/09/the-killers-homenageiam-andy-williams/

http://www.mondopop.net/2012/09/eu-e-a-gracinha-da-saudosa-hebe-camargo/

http://www.mondopop.net/2012/10/jornal-da-tarde-e-a-camisa-10-do-zeca-jagger/

http://www.mondopop.net/2012/12/morre-o-genial-jazzista-dave-brubeck/

http://www.mondopop.net/2012/12/ravi-shankar-foi-o-guru-de-george-harrison/

http://www.mondopop.net/2012/12/morre-lee-dorman-do-grupo-iron-butterfly/

Unforgettable, com Nat King Cole e Natalie Cole:

Seal grava novo e ótimo CD de covers de soul

Por Fabian Chacur

Em 2008, Seal lançou seu primeiro álbum composto apenas por obras alheias. Soul, cujo título entrega imediatamente seu conteúdo, obteve boa repercussão e vendeu bem. Quatro anos depois, temos aqui Soul 2, com onze novas releituras de clássicos da soul music, dez delas lançadas originalmente nos anos 70.

Muitos podem apontar a falta de originalidade em dedicar um disco a esse tipo de repertório. Afinal, quando se pensa em álbuns de covers no cenário pop, quatro temas são os mais comuns e mais explorados: soul, Motown, Beatles e standards americanos.

No entanto, a pergunta é óbvia: porque temas óbvios não podem proporcionar bons trabalhos, mesmo em cima de material já repassado milhares de vezes? Seal poderia justificar da seguinte forma seu mergulho em um dos repertórios mais ricos da música mundial: “eu nunca gravei essas músicas antes; então, é novidade!”.

Conceitos à parte, o mais importante é ouvir o álbum e avaliá-lo. E não dá para não considerar Soul 2 um belíssimo trabalho, no qual a voz do cantor e compositor londrino de 49 anos desliza com doçura e potência por um set list de qualidade irretocável.

Com produção divida entre Trevor Horn (o descobridor de Seal e produtor premiado) e David Foster (revelou Celine Dion, The Corrs e inúmeros outros grandes nomes), o álbum traz arranjos enxutos e muito bem concatenados, ressaltando as harmonias e dando espaços para que a voz do cantor se sobressaia sem apelar a arroubos ególatras.

A sensual balada Love T.K.O., sucesso originalmente na voz de Teddy Pendergrass, a doce Ooh Baby Baby, única faixa oriunda dos anos 60 e um original de Smokey Robinson And The Miracles, a arrebatadora balada Love Won’t Let Me Wait (hit com Major Lance e depois com o saudoso Luther Vandross) e a vibrante I’ll Be Around (grande clássico dos Spinners) são destaques certeiros, mas o álbum todo é muito legal.

A curiosidade fica por conta de duas baladas gravadas originalmente pelo grupo Rose Royce, Wishing On A Star (mais conhecida no Brasil na versão dos anos 90 das Cover Girls) e Love Don’t Live Here Anymore (regravada por Madonna nos anos 80).

Mesmo as escolhas mais manjadas, como Let’s Stay Together, de Al Green, regravada até por Rosana Fiengo, não podem ser condenadas, pois ao menos tiveram releituras bem gostosas.

Para quem busca a originalidade que Seal exalava em seus trabalhos iniciais, representados por clássicos como Killer, Crazy e Future Love Paradise, Soul 2 poderá soar decepcionante. Mas para quem curte seu lado mais pop, dos megahits Kiss From a Rose e Fly Like a Eagle, ou quer apenas ouvir ótimas canções interpretadas por um cantor irrepreensível, este álbum é uma excelente pedida.

Ouça Love TKO, com Seal, em versão de estúdio:

Ouça Love TKO, com Seal, em versão ao vivo:

Whitney Houston cantou no Brasil em 1994

Por Fabian Chacur

Vários artistas internacionais importantes tocaram no Brasil pela primeira vez no extinto Hollywood Rock Festival, que rolou entre 1988 e 1996. Whitney Houston foi uma delas, na edição realizada em janeiro de 1994.

Ela foi a principal atração de uma das noites, curiosamente a única ligada à música pop/black. Entre os outros nomes internacionais de destaque estavam o Aerosmith, o ex-cantor do Led Zeppelin Robert Plant e as bandas Poison, Ugly Kid Joe e Live.

Embora ainda estivesse no auge de sua carreira, os problemas com drogas já começavam a atormentá-la. Nem mesmo o fato de ter sido mãe pela primeira vez no ano anterior deu uma acalmada na moça. E ela já estava casada com o “glorioso” Bobby Brown, origem dessas encrencas todas.

Seja como for, os dois shows feitos por ela no Brasil, um no Rio e outro em São Paulo (no estádio do Morumbi) foram bastante profissionais, apesar de ter ficado nítido que sua música era mais adequada para locais fechados, e não para serem interpretadas em um estádio a céu aberto, palco ideal para o rock.

Whitney veio acompanhada por uma ótima banda de apoio e deu uma geral no repertório que havia gravado até então, com destaque para as canções de O Guarda Costas, como I Will Always Love You.

A curiosidade ficou por conta de, em uma das músicas, o palco ter sido invadido por um fã que foi em direção à cantora. A segurança teve ação tão eficiente e rápida que para muitos dos presentes, eu incluso, deu a impressão de se tratar de uma armação.

Afinal, algo parecido ocorre no filme, com Kevin Costner, então um dos galãs mais badalados de Hollywood, se incumbindo de proteger a jovem estrela. A produção do evento e da artista não esclareceram o fato, que hoje faz parte do folclore dos shows internacionais realizados no Brasil. Quem viu, viu, quem não viu…

Ouça I Have Nothing, da trilha de O Guarda Costas:

Ouça The Greatest Love Of All:

Morre a diva pop/soul Whitney Houston

Por Fabian Chacur

O mundo da música pop recebeu há pouco uma notícia barra pesadíssima, às vésperas de mais uma cerimônia de entrega do Grammy, o Oscar desse setor entre aquilo que chamamos de arte.

Morreu por volta das 21h50 da noite deste sábado (11), no horário de Brasília, a cantora Whitney Houston. Seu corpo foi encontrado no quarto de um hotel em Beverly Hills, na California. A cantora tinha 48 anos de idade.

Ainda não se sabe qual a causa de sua prematura morte, que foi divulgada por volta de uma hora após ter ocorrido. O cadáver da intérprete norte-americana teria sido encontrado por sua empresária.

Nascida em 9 de agosto de 1963 em Newark, Nova Jersey, Whitney Houston era filha de outra grande cantora, a intérprete gospel e pop Cissy Houston, e prima da eterna diva Dionne Warwick.

Sua carreira profissional começou de forma gradativa, quando ela era ainda uma adolescente, participando de discos da mãe e de outros nomes. Sua primeira gravação como solista ocorreu em 1978 na música Life’s a Party, faixa-título do álbum da Michael Zager Orchestra, mais conhecida por seu megahit disco Let’s All Chant.

Whitney recebeu convites de Michael Zager e de diversos outros produtores para assinar um contrato como artista solo, mas a mãe preferiu esperar por uma proposta melhor, que acabou ocorrendo em 1983.

Naquele ano, o consagrado executivo Clive Davis ficou maravilhado com o potencial da jovem cantora e resolveu levá-la para a Arista Records (selo cujo acervo hoje pertence à Sony Music).

Sem pressa, Davis montou uma equipe repleta de nomes importantes da música pop naquele momento, entre os quais Jermaine Jackson, Kashif e Narada Michael Walden, e não poupou esforços para que aquele lançamento fosse bombástico. E foi.

Whitney Houston (1985), o tal álbum, esteve por 14 semanas não consecutivas no topo da parada americana, além de emplacar três singles no número 1 nessa categoria: Saving All My Love For You, How Will I Know e Greatest Love Of All.

A partir daí, a cantora viveu anos de ouro até 1996, emplacando três álbuns solo e 11 singles entre os mais vendidos. Sua participação na trilha do filme O Guarda-Costas (The Bodyguard, 1992), com as músicas I Have Nothing, I’m Every Woman e I Will Always Love You levaram o álbum a vender mais de 10 milhões de cópias nos EUA e ficar durante 20 semanas no primeiro lugar.

A cantora também estrelou esse filme ao lado de Kevin Costner, e participou de dois outros filmes de sucesso logo a seguir, Waiting To Exhale (Falando de Amor, 1995) e The Preacher’s Wife (1996), nos quais também gravou músicas para as respectivas trilhas sonoras.

Em 1992, no entanto, ela se casou com o ex-integrante do grupo New Edition e artista solo de rhythm and blues, Bobby Brown. O parceiro, com quem ficou oficialmente durante 15 anos, é acusado de introduzi-la no mundo das drogas, além de agredi-la por diversas vezes e ter ficado em cana durante um bom tempo.

A partir do lançamento do álbum My Love Is Your Love (1998), sua carreira perdeu o embalo, com discos de vendas bem inferiores aos dos bons tempos sendo lançados.

Quando lançou I Look To You (2009), CD que entrou direto na primeira posição da parada americana, Whitney ensaiou um retorno triunfal, mas pouco depois se viu que isso infelizmente não iria ocorrer.

No ano seguinte, o que tinha como objetivo ser uma turnê para reconquistar os milhões de fãs dos bons tempos acabou se tornando um dos momentos mais constrangedores da história do pop, com vídeos mostrando Whitney desafinando de forma terrível e inimaginável bombando no Youtube.

Whitney Houston morre na antevéspera do Grammy Awards 2012, ela que em sua carreira conseguiu seis estatuetas, além de inúmeros outros prêmios durante sua carreira.

Se frequentemente interpretava canções excessivamente melosas, quando acertava a mão a intérprete dava banhos de interpretação e swing, graças a uma voz poderosa e afinadíssima. Era uma legítima diva dos anos 80/90, e certamente deixará saudades nos quatro cantos do mundo.

Curiosidades sobre duas canções da trilha de O Guarda Costas: I Will Always Love You é de autoria da cantora country Dolly Parton, e foi gravada originalmente nos anos 70. Por sua vez, I’m Every Woman fez sucesso inicialmente na voz de Chaka Khan em 1978, com vocais de apoio de uma ainda adolescente Whitney. A veterana retribuiu o favor na releitura de Whitney.

Ouça Life’s a Party – Michael Zager Band, com Whitney e Cissy Houston nos vocais:

Ouça I’m Every Woman, com Whitney Houston:

Ouça I Will Always Love You, com Whitney Houston:

Novo EP redime Corinne Bailey Rae

Por Fabian Chacur

A cantora britânica Corinne Bailey Rae lançou um dos melhores álbuns da década passada.

Corinne Bailey Rae (o CD) saiu em 2006 e cativou por várias razões: a belíssima e delicada voz de Corinne, o impecável repertório soul/jazz/funk que inclui maravilhas como Put Your Records On e Like a Star, os arranjos simplesmente perfeitos… Um novo clássico.

Em 2010, após superar tragédias pessoais, a moça voltou ao mercado com The Sea (que foi resenhado aqui em Mondo Pop) e decepcionou ao apresentar um trabalho opaco, quase burocrático, repleto de canções insossas e capaz de colocar dúvidas nos críticos: seria ela a “maravilha de um disco só”?

A resposta ainda será dada no futuro, mas a bela morena ao menos nos oferece um alento com The Love EP, lançado no início deste ano mas só agora chegando às minhas mãos e ouvidos.

Trata-se de um mini-álbum que inclui cinco faixas, com aproximadamente 30 minutos de duração no total.

O repertório traz releituras de canções alheias, e possui uma qualidade extremamente acima da de The Sea, chegando a se aproximar do cultuado disco de estreia.

The Love EP começa com uma excelente releitura de I Wanna Be Your Lover, primeiro sucesso de Prince no fim dos anos 70 (faixa de deu excelente segundo álbum, que integra Discos Indiscutíveis de Mondo Pop) e na qual Corinne mostra um lado mais pop ainda inédito em sua obra.

Low Red Moon, do grupo roqueiro feminino Belly, apresenta nossa heroina mandando ver em um rock pesado e soturno.

Clássico de Bob Marley nos anos 70, Is This Love recebeu um arranjo bluesy típico de Corinne, enquanto My Love, uma das obras-primas românticas de Paul McCartney, ganhou ao mesmo tempo elementos de  smooth soul e pop. A música faz parte da trilha da novela brasileira Morde & Assopra.

O EP é encerrado com uma longa versão de mais de 13 minutos de duração de Que Sera Sera, antigo sucesso da hollywoodiana Doris Day e que também já foi gravada por Sly & The Family Stone.

A música ficou com um forte teor blues/soul, ressaltando o ótimo desempenho da delicada moreninha ao vivo.

Tomara que The Love EP possa ser o prelúdio de um excelente terceiro álbum de Corinne Bailey Rae em um futuro próximo. Estou com os dedos cruzados. Se esse possível terceiro álbum vier somado a um novo corte curtinho nos atualmente longos cabelos da diva black, viverei em um mundo perfeito!

Ouça My Love, com Corinne Bailey Rae:

Sly Stone lançará novo álbum após 29 anos

Por Fabian Chacur

No dia 16 de agosto, uma espera de 29 anos deverá ter fim, segundo informações do site da revista britânica New Musical Express.

Nessa data, deverá sair em vinil e CD I’m Back! Family & Friends, novo álbum do lendário Sly Stone.

Stone, que se notabilizou como líder da seminal banda Sly & The Family Stone nos anos 60 e 70, lançou seu álbum anterior, Ain’t But The One Way, em 1982.

Desde então, fez esparsas participações em discos alheios e sumiu até o meio da década passada, quando começou a fazer um ou outro show, como mostra bem o sensacional documentário Coming Back For More, comentado aqui em Mondo Pop.

O novo álbum contará com participações especiais de nomes importantes da música, entre os quais Jeff Beck, Ann Wilson (do grupo Heart) e Johnny Winter.

Além de releituras de clássicos de seu repertório, o álbum trará três músicas inéditas: Plain Jane, Get Away e His Eye On The Sparrow, sendo que na versão CD, a última faixa também será incluída em três versões remixadas.

Eis a relação de faixas:

Dance To The Music – com Ray Manzarek (ex-The Doors)

Everyday People -com Ann Wilson (do grupo Heart)

Family Affair

Stand! com o baterista Carmine Appice (ex-Vanila Fudge) e o saxofonista Ernie Watts (tocou com os Rolling Stones)

Thank You – com Johnny Winter

I Want to Take You Higher – com Jeff Beck

Hot Fun In The Summertime – com Bootsy Collins (ex-Funkadelic/Parliament)

Plain Jane

His Eye On The Sparrow

Get Away .

Participação de Sly Stone no festival Coachella 2010:

Ouça a versão original de Family Affair:

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