slystone3por Fabian Chacur

Essa foi uma das melhores notícias da semana. A gravadora Cleopatra, de Los Angeles, anunciou a contratação de Sly Stone. Ele mesmo, um dos maiores gênios da história da música pop, e mais sumido do que dinheiro.

Stone já está em estúdio gravando um novo CD previsto para sair em 2010. O álbum deve misturar canções inéditas com releituras de clássicos do Sly & The Family Stone.

Nascido em 15 de março de 1943, Sly Stone iniciou sua carreira no meio musical na primeira metade dos anos 60. Inicialmente, foi produtor de bandas como The Beau Brummels e Great Society.

Na segunda metade da década de 60, resolveu montar sua própria banda. O conceito era genial: fundir rock, pop, soul, jazz, psicodelismo e o que mais pintasse, sem medo de ser feliz.

Melhor: o grupo misturava músicos negros como ele e também branquelos com swing. Foi uma das primeiras bandas multiraciais americanas a dar certo na parte de frente dos palcos e das paradas de sucesso.

Eles se consagraram após uma participação explosiva no Festival de Woodstock, em agosto de 1969, eternizada no filme que registrou aquele evento mítico para a história do rock and roll e da música pop.

Músicas como Dance To The Music, I Want to Take You Higher, Hot Fun In The Summertime e The Family Affair ganharam as paradas de todo o planeta, e foram influências fundamentais no surgimento do funk, da disco music e do rock com acento soul.

Mas a festa não durou muito. A partir do apenas mediano CD Fresh (1973) e da saída do genial baixista e cantor Larry Graham, o Sly & The Family Stone perdeu força e logo acabou.

Sly Stone tentou uma carreira solo, mas, mergulhado em drogas pesadas, foi perdendo a mão e a originalidade. Após lançar o álbum Ain’t But The One Way (1983) e o single Eek-a-bo-static (1987), deu uma sumida.

Uma de suas raras aparições foi participando de uma faixa do CD Heritage, do Earth, Wind & Fire. O sumiço levou muitos a considerarem ele como um possível novo morto ilustre do meio roqueiro.

Até que, em 2006, ele participou de uma homenagem à sua própria pessoa no Grammy Awards, com destaque e ao lado de Steven Tyler (Aerosmith) e Jon Legend, entre outros.

Que venha o novo álbum. Tomara que seja ótimo, embora ninguém mais consciente e cético espere algo no nível de Stand! (1969), o melhor trabalho do Sly & The Family Stone e discoteca básica para qualquer fã de rock, pop e black music que se preze.