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Tag: the beatles 1962-1966

Minha porta de entrada para os Beatles

Por Fabian Chacur

Em dezembro de 1973, eu era um moleque de 12 anos que começava a descobrir o maravilhoso mundo da música.

Naquele mês, comprei o primeiro álbum duplo da minha vida. Tratava-se de The Beatles 1962-1966.

A aquisição poderia parecer estranha, para um moleque com aquela idade.

Afinal de contas, o álbum em questão era de uma banda que havia acabado há três anos, quando eu tinha apenas 9 aninhos. Ou seja, “não era do meu tempo”.

Mas a explicação é simples. Meu irmão, sete anos mais velho do que eu, curtia os caras.

Embora não tivesse nenhum LP deles, era dono de dois compactos que eu quase furei de tanto ouvir: Hey Jude/ Revolution e Something/Come Together.

Durante 1973, em função do lançamento das coletâneas 1962-1966 (de capa vermelha) e 1967-1970 (de capa azul), as rádios brasileiras, especialmente a Difusora e a Excelsior, voltaram a tocar regularmente músicas do quarteto de Liverpool em suas programações.

Era como se o grupo ainda existisse, pois entre um novo sucesso dos Doobie Brothers, Bread, The Sweet e Elton John, sempre havia espaço para um From Me To You, um And I Love Her, um You’ve Got To Hide Your Love Away.

Era como se aquelas canções fossem recém-lançadas. E sua qualidade se impôs nos meus ouvidos.

Nem é preciso dizer que em pouco tempo The Beatles 1962-1966 se tornou um favorito no meu toca-discos. E virei um beatlemaníaco.

O relançamento das duas coletâneas duplas foi um dos grandes momentos no setor em 2010. Só agora tive acesso ao 1962-1966 nessa nova embalagem, e literalmente pirei.

O álbum já havia conhecido o formato CD nos anos 90, mas agora temos uma belíssima capa digipack plastificada.

Mais: o novo encarte contém 32 páginas com todas as letras das canções, novas fotos e um belo texto do jornalista Bill Flanaghan contextualizando a importância dessas coletâneas.

Na verdade, The Beatles 1962-1966 e The Beatles 1967-1970 foram as portas de entrada da minha geração para a obra dos Fab Four. E continua cumprindo muito bem essa missão, 37 anos depois.

O repertório dos álbuns não se prende apenas aos singles, trazendo também canções representativas que não saíram nesse formato, tipo You’ve Got To Hide Your Love Away, Norwegian Wood (This Bird Has Flown) e In My Life.

A qualidade da remasterização das faixas é extremamente bacana, também.

Ou seja, comprar as novas versões desses álbuns não é apenas um mero fetiche por parte dos quarentões e cinquentões que mergulharam inicialmente na obra dos Beatles através deles.

E para quem quer ter uma visão abrangente da obra do grupo mais importante da história da música, também vale.

E vamos combinar: ouvirmúsica dos Beatles com os próprios é um convite irrecusável.

Dica: paguei R$ 40 pelo álbum vermelho nas Lojas Americanas. O azul está pelo mesmo preço. Uma pechincha, mais barato do que o novo CD da Grande Irmã, digo, Ivete Sangalo.

Toque final: as capas, variações da do álbum de estreia do grupo, Please Please Me, são maravilhosas. A segunda, feita em 1969, era a ideia inicial para a embalagem do que viria a ser Let It Be.

Ouça e leia a tradução da letra de In My Life, uma das músicas mais belas e profundas da história dos Beatles e da música:

EMI vai relançar as clássicas coletâneas 1962-66 e 1967-70 dos Beatles em outubro

Por Fabian Chacur

A gravadora EMI, dona do acervo dos Beatles, promete para os dias 18 e 19 de outubro versões remasterizadas das célebres coletâneas The Beatles 1962-1966 (a vermelha) e The Beatles 1967-1970 (a azul).

Lançadas em 1973 em dois álbuns duplos de vinil, essas compilações foram a porta de acesso para a obra dos Beatles para a minha geração. The Beatles 1962-1966 foi o primeiro álbum duplo que comprei na vida (tinha 12 anos na época), e me tornou um beatlemaníaco para o resto da vida.

O outro eu só comprei em 1993, quando a EMI disponibilizou os dois pela primeira vez no formato CD, com encarte contendo letras e seguindo os padrões dos lançamentos originais em vinil.

Desta vez, a gravadora promete remasterizações feitas pela equipe de engenheiros dos estúdios Abbey Road e uma versão expandida do encarte, com texto do premiado jornalista Bill Flanaghan e fotos raras.

Quanto à tal remasterização, vou esperar o lançamento e a opinião da única pessoa em que confio 100% para dar um parecer sobre isso, que é o produtor, músico e amigo Raul Bianchi.

Ele não viu melhoras significativas nas novas versões dos discos de carreira dos Beatles, lançadas em 2009. É aguardar para ver o que ele vai achar do trabalho nas coletâneas. Mas que esses discos são um fetiche, ah, lá isso são.

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