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Um ano sem o eterno Michael Jackson

Por Fabian Chacur

Impressionante como o tempo voa.  Já faz um ano que Michael Jackson saiu do mundo dos vivos e viajou rumo à eternidade. Na verdade, ele já estava nesse nível há muito, graças à obra musical maravilhosa que construiu em seus 50 anos de vida.

Nesses 12 meses, calcula-se que o Rei do Pop tenha rendido algo em torno de um bilhão de dólares, somando-se venda de discos, DVDs, blu-rays, downloads legalizados, licenciamentos, direitos autorais etc. E tome etc!

Para que vocês possam ter uma ideia, 6.5 milhões de dólares foram arrecadados com os 50 shows que o genial cantor e compositor americano faria na O2 Arena, em Londres. Mas como isso seria possível, se nenhum desses espetáculos foi concretizado?

Simples: milhares de fãs preferiram não pedir o seu dinheiro de volta em relação aos ingressos que haviam adquirido antecipadamente, como forma de preservar os tíquetes como lembrança.

E mais material inédito de Michael Jackson virá por aí. Em novembro, está previsto para sair um CD com faixas inéditas. 2011 verá uma nova reedição do clássico Off The Wall. E pelo menos mais oito outros ítens virão até 2017, ano em que se encerrará o contrato assinado por seus herdeiros com a Sony.

Revi This Is It na semana passada, pois enfim comprei a minha cópia em DVD. Ainda não conferi os extras, que certamente comentarei por aqui, até como desculpa para escrever sobre esse ídolo imortal de novo. Arrepia.

Escrevi bastante nos dias que se seguiram à morte prematura do astro aqui em Mondo Pop. Hoje, o que posso expressar é o óbvio: nunca deixaremos de ouvir as canções deixadas por esse gênio musical.

Esse ser humano ingênuo, crédulo, confuso, mas artista brilhante e criativo, capaz de gravar álbuns seminais como Off The Wall, Thriller, Bad e Destiny (com os Jacksons). Aliás, que tal ouvir o Rei do Pop agora?

This Is It: o show que foi sem nunca ter sido

This is it-1Por Fabian Chacur

Para os da minha geração, impossível não associar a história de This Is It com a da viúva Porcina, da novela Roque Santeiro. O lema da mesma: a que foi, sem nunca ter sido. Como a novela foi censurada em 1975 e só foi ao ar dez anos depois, todos ficavam tentando imaginar do que se tratava aquela frase.
Hoje, todos sabemos: a viúva, na verdade, nunca foi viúva, pois seu marido não morreu coisa nenhuma. Apenas sumiu. Mal comparando, This Is It é isso: o show que foi, sem nunca ter sido. A explicação para tal comparação é fácil. Assista ao filme enquanto ele estiver em cartaz, ou então confira o lançamento em DVD, no ano que vem.

A resposta virá fluente, rápida e concisa. Difícil acreditar, após ver os deliciosos minutos de This Is It, que o show, para o qual rolaram tantos ensaios, não passou de um sonho não concretizado.

Afinal, tanta gente boa esteve envolvida e empenhada, entre músicos, dançarinos, produtores e profissionais de várias áreas, que se por ventura alguém vier de Marte, vai achar que o tal show rolou, e provavelmente foi um sucesso.

Bem, na verdade, existem pistas aqui e ali de que havia alguma coisa errada no reino de Neverland. Fica claro, por exemplo, que o visual e os arranjos de algumas músicas estavam prontinhos, enquanto o de outras, como por exemplo Billie Jean, precisavam ainda de muita coisa. O espetáculo ainda não estava totalmente amarrado.

Mas o que já estava redondo arrepiou. Por exemplo, a versão de Smooth Criminal com direito a um filme no qual, graças à atual tecnologia, Michael Jackson contracenou com Rita Hayworth em seu papel máximo, Gilda, e também com o galã clássico Glenn Ford.

Ou então a releitura de alta tecnologia de Thriller, o clipe mais bem-sucedido de todos os tempos. Ou o visual apocalíptico de They Don’t Care About Us. Ou a fábula apocalíptica e ecológica de Earth Song.

O repertório do show trazia grandes sucessos, como Human Nature, I Wanna Be Startin’ Something, Bad e The Way You Make Me Feel. A maior surpresa seria a inclusão da fantástica Shake Your Body (Down To The Ground), gravada pelos Jacksons com Michael no vocal principal em um álbum seminal da banda, Destiny, de 1978, uma espécie de precursos de Off The Ground, do ano seguinte.
Michael estava em boa forma. Canta bem e dança muito, embora fique claro que ele não estava exatamente 100% de saúde. O modo doce e delicado com que se comunica com as pessoas é tocante. Ele não parece um adulto. Na verdade, provavelmente nunca foi um.

Um grande momento: depois de soltar a voz em I Just Can’t Stop Loving You, ele é aplaudido pelos dançarinos e outros que acompanhavam os ensaios, uns cinqüenta felizardos que nem tinham ideia de o quanto estavam sendo privilegiados, ao ver o show que ninguém veria ao vivo.

Ele pediu: “por favor, não me incentivem, eu não posso dar tudo de mim aqui, é apenas um ensaio”. E os caras, em resposta, gritavam: manda ver, Michael, manda ver. E ele mandava.

This Is It foge do registro fúnebre ou meramente aproveitador. É o registro de um artista que faz muita falta, e que sempre fará. Um gênio na maior acepção da palavra. Miss you, Michael!
Ah, e tem a música This Is It, parceria dele com Paul Anka composta em 1983 e recuperada agora, a partir de um registro com Michael nos vocais e piano. O arranjo pop com os vocais de apoio dos Jacksons ficou muito legal.

Uma das melhores coisas gravadas por ele desde Blood On The Dance Floor (1997), na minha opinião a última grande música composta e gravada pelo Rei do Pop.

Veja o trailer de This Is It:

http://www.youtube.com/watch?v=vwVvIIvFdgw

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