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Marc Bolan é homenageado em disco-tributo com estrelas pop

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Por Fabian Chacur

Embora tenha vivido apenas 29 anos, o cantor, compositor e guitarrista britânico Marc Bolan (1947-1977) nos deixou um belíssimo legado. Sua mistura de folk e glitter rock marcou uma época e influenciou gerações de músicos em todo o mundo. Como forma de relembrar e celebrar suas canções, a gravadora BMG lançará no dia 4 de setembro o álbum AngelHeaded Hipster: The Songs Of Marc Bolan & T.Rex. Uma de suas faixas acaba de ser divulgada: Children Of The Revolution, interpretada pela estrelinha pop americana Kesha.

São 26 músicas, relidas por nomes expressivos de diversas eras da música. Um destaque certamente é Bang a Gong (Get It On), relida pelo U2 com participação especialíssima de Elton John no piano, ele que não só era amigo de Bolan como também participou de gravações com o saudoso roqueiro. Jeepster, com Joan Jett, Cosmic Dancer, com Nick Cave, Planet Queen, com Todd Rundgren, e Metal Guru, com Nena, são outros momentos bastante aguardados deste trabalho.

O clipe que divulga Children Of The Revolution mescla cenas de Kesha durante as gravações de sua participação no álbum com outras do filme Born To Boogie (1972), nas quais Bolan aparece tocando com Elton John e Ringo Starr. Outros artistas incluídos no projeto são Julian e Sean Lennon, Marc Almond, Maria McKee, Jessie Harris, Father John Misty e Victoria Williams.

O lado triste dessa bela iniciativa fica por conta do fato de que seu mentor e produtor, Hal Willner (1956-2020), nos deixou no último dia 7 de abril, vítima da Covid-19. Ele tem no currículo a produção de álbuns de artistas como Lou Reed, Marianne Faithfull, Victoria Williams e Allen Ginsberg, além de promover tributos discográficos a Nino Rota, Thelonius Monk, Kurt Weill e Charles Mingus e atuar na produção musical do programa Saturday Night Live.

O título do álbum foi extraído do célebre poema Howl, de Allen Ginsberg, e as gravações levaram alguns anos para serem concretizadas, tendo como locais estúdios localizados em Nova York, Los Angeles, Nova Orleans, Londres, Paris e Berlim. Músicos como Donald Fagen, Mike Garson, Bill Frisell, Wayne Kramer e Van Dyke Parks também participaram de algumas dessas sessões de gravação.

Children Of The Revolution (clipe)- Kesha:

Todd Rundgren lançará novo álbum com vários convidados

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Por Fabian Chacur

Todd Rundgren, um dos nomes com melhor currículo no cenário do rock mundial, lança um novo álbum em breve. Será no dia 12 de maio, com o título White Knight e nos formatos CD (com 15 faixas), LP de vinil (com 11 faixas) e digital (15 faixas). A gravadora será a Cleópatra Records, e infelizmente não há previsão de lançamento no Brasil. O bacana é que vários convidados ilustres marcarão presença.

Entre outros, teremos no novo álbum do cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista americano astros do porte de Daryl Hall (Chance For Us), Donald Fagen, do Steely Dan (Tin Foil Hat), Joe Satriani (Not a Drill), Joe Walsh (Sleep), Trent Reznor e Aticus Ros, do Nine Inch Nails (Deaf Ears), Bettye LaVette (em Naked & Afraid), a cantora Robyn (em That Could Be Me) e Rebop Rundgren, filho de Todd (em Wouldn’t You Like To Know). Ufa! Um elenco de primeira linha.

Vale lembrar que há menos de um ano, precisamente em 12 de agosto de 2016, Rundgren lançou o DVD/Blu-ray/CD (também inédito no Brasil) An Evening With Todd Rundgren Live At Ridgefield, gravado ao vivo em 15 de dezembro de 2015 em Ridgefield, Connecticut (EUA). O trabalho dá uma bela geral na obra do artista, com faixas da carreira-solo e de suas ex-bandas, a Nazz e a Utopia. No repertório, Hello It’s Me, I Saw The Light, Bang The Drum All Day e Love in Action, com 25 faixas nos formatos de vídeo e 18 no CD.

Nascido nos EUA em 22 de junho de 1948, Todd Rundgren tornou-se conhecido inicialmente como integrante da banda Nazz. Em 1970, iniciou a carreira-solo, que rendeu álbuns clássicos como Something/Anything? (1972) e hits como I Saw The Light, além de desenvolver carreira paralela com o grupo Utopia.

Ele produziu discos para artistas como Daryl Hall & John Oates, Grand Funk Railroad, Badfinger, XTC, Meat Loaf e New York Dolls, e participou de três turnês da All Starr Band, de Ringo Starr, com a qual esteve no Brasil em duas ocasiões (leia a resenha de um desses shows aqui).

Black And White (live)- Todd Rundgren:

Ringo e seus amigos agitam o Credicard Hall

Por Fabian Chacur

Se há um grupo que merece o nome que tem é certamente a All Starr Band. Em seus 24 anos de existência, sempre capitaneada pelo ex-Beatle Ringo Starr, teve em suas fileiras alguns dos mais importantes e talentosos músicos da história do rock. E a atual formação, que tocou nesta terça-feira (29) no Credicard Hall (SP) manteve a excelência habitual. Entretenimento de primeira linha.

Durante as quase duas horas de show, Ringo e sua turma nos ofereceram um hit atrás do outro, extraídos do repertório dos Beatles, da carreira solo de Mr. Starkey e também do currículo dos ilustres músicos presentes. Tudo tocado com muita garra, swing e disposição. Delicioso ver o empenho de cada um deles para tornar o momento solo do colega muito especial. Um luxo.

Lógico que seria muito complicado fazer uma análise bacana do show em bases tradicionais. Então, tive a ideia de encarar o espetáculo como se fosse um jogo de futebol, especificamente naquele capitulo de dar notas individuais a cada jogador, detalhando suas atuações. Lógico que nesta adaptação musical, a nota de todos é a máxima. Vamos aos detalhes, então.

Ringo Starr – O ex-Beatle deu um banho como baterista, tocando em parceria com Greg Bissonette, e também como cantor, naquele estilo descompromissado e sacudido. Simpático, soube cativar a plateia, além de dar generosos espaços para seus colegas de time brilharem. Entre outras, ele cantou Boys, Don’t Pass Me By, Photograph, It Don’t Come Easy, Matchbox, Yellow Submarine, I Wanna Be Your Man, With a Little Help From My Friends e duas de Ringo 2012, Wings e Anthem. Em forma aos 73 anos, é uma lenda mais viva do que nunca.

Todd Rundgren– Integrante das bandas Nazz e Utopia e um artista solo dos mais consistentes, esse cara soube como poucos em sua trajetória misturar rock, pop, soul, rock progressivo, power pop e o que mais pintasse na sua frente. Um gênio, que também tem belíssimo currículo como produtor e que nos visitou pela primeira vez. Na All Starr Band, ele tocou basicamente guitarra e violão, com grande presença de palco, correndo o tempo todo. Ele trouxe, de seu repertório, a pérola power pop I Saw The Light, a fantástica balada Love Is The Answer e a agitadíssima Bang The Drum All Day, na qual cantou e tocou percussão. Ah como eu queria ver um show solo dele! Mas valeu a amostra.

Richard Page– Baixista, cantor e compositor do Mr. Mister, boa banda de pop rock dos anos 80, ele mostrou o porque é tão procurado para fazer vocais em discos alheios. Toca baixo com precisão e muito swing, e canta que é uma beleza. Do repertório do seu extinto grupo, trouxe os megahits Kyrie e Broken Wings, além de uma música inédita. Para quem não o conhece, recomendo com entusiasmo o álbum Welcome To The Real World (1985), que inclui os dois hits e também Is It Love (tema do filme Tocaia), um belo álbum de pop rock. Pat Mastelotto, o baterista do grupo, depois foi integrar o King Crimson de Robert Fripp.

Steve Lukather – Além de guitarrista e vocalista do Toto, uma das mais bem-sucedidas bandas de pop rock dos anos 70/80, esse cara participou de mais de mil discos como músico de estúdio, entre eles um certo Thriller, de um tal de Michael Jackson. Ao vivo, esbanjou carisma, técnica, pegada e bom gosto, deixando no ar a pergunta: porque dificilmente seu nome é citado no Brasil quando o tema é melhores guitarristas de pop rock de todos os tempos? O cidadão é um monstro! Ele interpretou com categoria três hits de sua ex-banda, apoiado vocalmente pelos colegas: Rosanna, Africa e Hold The Line, três petardos que incendiaram a festa roqueira em Sampa City.

Mark Rivera – Além de diretor musical da All Starr Band há quase 20 anos, esse saxofonista, percussionista, vocalista e tecladista tem no currículo trabalhos com gente do naipe de John Lennon, Daryl Hall & John Oates, Simon & Garfunkel, Billy Joel e um caminhão de outros. Ele não tem momentos solo, mas ajuda de forma efetiva nas performances de todos os outros. Tipo do músico “pau pra toda obra”, esbanjando simpatia, boa voz e excelente desempenho nos instrumentos de sopro. Craque.

Greg Rollie – Esse cantor e tecladista integrou a Santana Band em sua espetacular fase inicial, que rendeu álbuns do naipe de Abraxas (1970) e Santana III (1971), e também fundou e integrou durante anos o Journey. Além de arrasar no Hammond e no teclado convencional, capitaneou performances de três clássicos do repertório da banda que o tornou conhecido mundialmente: Evil Ways, Oye Como Va e Black Magic Woman, que deram aos músicos a chance de improvisar de forma swingada e vibrante. Gerou os momentos latinos e salerosos do show. Vamos bailar la salsa!

Greg Bissonette – Baterista que tocou com Dave Lee Roth, Steve Lukather, Duran Duran, Richard Marx, Andy Summers e inúmeros outros, é um verdadeiro dínamo, esbanjando energia e muita técnica, sem perder um único beat. Não é nada fácil tocar ao lado de um mito como Ringo Starr, mas Bissonette se mostrou mais do que aprovado nesse desafio, dividindo com generosidade e categoria o espaço com o chefinho famoso. Versátil, encarou rock básico, hard, latinidade, baladas e pop com desenvoltura de quem sabe tudo. Fera demais!!!

obs.:a foto que ilustra esse post foi feita por Raul Bianchi, com quem tive a honra de ver esse show maravilhoso e sem o qual… Valeu, grande amigo!!!

Ouça o álbum Ringo (1973), de Ringo Starr, na íntegra:

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