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Tom Zé reúne gravações pouco conhecidas no álbum Raridades

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Por Fabian Chacur

Boa notícia para os colecionadores do trabalho de Tom Zé. Já está disponível nas plataformas digitais a coletânea Raridades, que a gravadora Warner promete lançar também em formato físico no dia 16 de outubro. Trata-se da reunião de 14 gravações do grande cantor, compositor e músico baiano anteriormente disponíveis apenas em raros e disputados compactos e trilhas, lançadas originalmente entre 1969 e 1976 pelas gravadoras RGE e Continental.

Temos aqui gravações alternativas de canções conhecidas do repertório do mais célebre nativo da cidade de Irará, como Senhor Cidadão e Augusta, Angélica e Consolação, e a gravação ao vivo de Jeitinho Dela incluída no álbum oficial do V Festival da Música Popular Brasileira, promovido pela TV Record, e na qual temos a participação especial dos então estreantes Novos Baianos.

Outra canção legal é A Dama de Vermelho, que Tom Zé gravou para a trilha sonora da novela Xeque-Mate (1976), exibida pela TV Tupi e estrelada por Ênio Gonçalves, Maria Isabel de Lizandra, Raul Cortez e Edney Giovenazzi. Curiosamente, a outra faixa gravada por ele para a mesma trilha, Nancy (Olhos Azuis), ficou de fora de Raridades, por alguma razão não revelada.

Eis as faixas de Raridades:

Você Gosta 2m23
Feitiço 2m45
Jeitinho Dela (Participação Especial De Novos Baianos (Ao Vivo) 4m03
Bola Pra Frente (Ao Vivo) 2m50
Irene 2m53
Silêncio De Nós Dois 3m10
Senhor Cidadão 3m26
A Babá 3m20
Augusta, Angélica E Consolação 4m06
Quem Não Pode Se Tchaikowsky 3m56
Contos De Fraldas 3m59
A Dama De Vermelho 2m30
Dói 3m29
O Anfitrião 3m46

Jeitinho Dela (ao vivo)- Tom Zé e Os Novos Baianos:

Tom Zé tem seu 2º LP relançado em vinil pela Polysom-Som Livre

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Por Fabian Chacur

Há 50 anos, Tom Zé lançou o seu segundo álbum, autointitulado. O trabalho ajudou a firmar de forma decisiva o nome do cantor, compositor e músico baiano no cenário musical brasileiro como um dos grandes expoentes do movimento tropicalista. Como forma de resgatá-lo, a Polysom, em parceria com a gravadora Som Livre, está relançando este importante disco, integrando sua badalada série Clássicos em Vinil, no melhor estilo LP de 180 gramas.

O relançamento está sendo feito em grande estilo, com reprodução na íntegra dos encartes que acompanhavam o álbum em 1970, incluindo até uma reclamação do artista por ainda não ter, naquela época, recebido da prefeitura de São Paulo o prêmio referente ao festival que venceu dois anos antes com São, São Paulo, um dos maiores sucessos do seu belo songbook.

O repertório traz como destaques as incríveis Jimmy Renda-se e Qualquer Bobagem, esta última uma composição dele em parceria com os Mutantes. Outras faixas bem bacanas são Jeitinho Dela e Passageiro, em um disco que teve direção artística de João Araújo (o pai do saudoso Cazuza) e arranjos assinados por Chiquinho de Moraes, Lagna Fietta e Capacete.

Além de Tom Zé (1970), a Polysom já relançou outros títulos bem bacanas do genial filho mais conhecido da cidade de Irará: Tom Zé-A Grande Liquidação (1968), Tom Zé- Se o Caso é Chorar (1972), Todos os Olhos (1973), Estudando o Samba (1976) e Correio da Estação do Brás (1978).

Ouça Tom Zé (1970) na íntegra em streaming:

Tom Zé canta em São Paulo para celebrar relançamento do 1º LP

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Por Fabian Chacur

Tom Zé deve se lembrar com uma certa afetividade do ano de 1968. Apesar do conturbado clima político pelo qual o Brasil passava naquele período, o cantor, compositor e músico baiano venceu o IV Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com a música São São Paulo, além de participar do histórico álbum Tropicália Ou Panis Et Circensis. De quebra, ainda lançou o seu primeiro e muito elogiado álbum solo, Grande Liquidação, que a Polysom acaba de relançar no formato vinil de 180 gramas, como parte de sua série Clássicos em Vinil.

E é para celebrar essa reedição que o artista se apresenta nesta quinta-feira (4) às 21h em São Paulo no Centro Cultural São Paulo (rua Vergueiro, nº 1.000- Paraíso- fone 0xx11-3397-4002), com ingressos ao preço único de R$ 25,00.

Grande Liquidação conta com produção de João Araújo, pai de Cazuza e posteriormente diretor da gravadora Som Livre, arranjos dos brilhantes Damiano Cozella e Sandino Hohagen e participação das bandas Os Brazões e Os Versáteis. Com 12 composições de Tom Zé, o disco tem como destaque São São Paulo, que por sinal integra a trilha sonora da novela que a Globo estréia nesta terça (2), Órfãos da Terra. Outras faixas marcantes são Parque Industrial, Glória, Namorinho de Portão e Sabor de Burrice.

Ouça Grande Liquidação em streaming:

Não encham o saco do Tom Zé, please!

Por Fabian Chacur

Esse tema até já saiu de pauta (felizmente), mas não me sentiria bem se não desse minha opinião sobre o mesmo. A confusão envolveu o cantor, compositor e músico baiano Tom Zé e o fato de ele ter feito a locução de um dos inúmeros comerciais de uma célebre marca de refrigerantes tendo como foco a Copa do Mundo de Futebol da Fifa de 2014.

Nele, o eterno tropicalista lê um texto absolutamente normal, no qual são enfocados diversos aspectos do Brasil e de seu povo no intuito de conseguir superar o desafio de recepcionar um evento tão importante e divulgado nos quatro cantos do mundo como um mundial de futebol, sem dúvidas o esporte mais popular do planeta.

Algumas pessoas começaram a cornetar Tom Zé, naquele velho esquema de considerá-lo como “vendendo sua credibilidade para uma causa ruim só para encher os bolsos de dinheiro”. Para começo de conversa, o fato de a Copa do Mundo da Fifa de 2014 ser realizada no Brasil não é um problema, e sim a forma como os políticos usam desse tipo de evento para encher seus bolsos e beneficiar seus interesses escusos.

Mas o torneio em si é um dos mais bacanas do meio esportivo. E qual seria o problema de Tom Zé ganhar um dinheiro honesto para ser o locutor de um texto correto e sem nada que o pudesse desabonar? É o tipo de patrulhamento ideológico detestável, exercido por alguns seres metidos a campeões do “politicamente correto” em seus piores aspectos.

Quem acompanha a carreira do genial criador baiano sabe as dificuldades que ele já enfrentou em sua longa carreira. Nos anos 80, por exemplo, ele quase largou mão da música para trabalhar em um posto de gasolina na sua cidade natal, Irará, na Bahia, como forma de sobreviver. Onde estavam esses “patrulheiros” nessa época? Enchendo o saco de outro infeliz?

De quebra, Tom Zé ainda afirmou que usará esse dinheiro honesto e ganho com seu trabalho digno e honrado para gravar seu proximo disco. Ele poderia até usá-lo para viajar para Aruba, se preferisse, pois a bolada é dele. Mas dizer que o investirá em um trabalho artístico dá boa prova de sua integridade artística e humana. Deixem esse jovem senhor de 76 anos em paz e vão encher as Doutoras Dilmas e os Lulas da vida, please!

Ouça na íntegra o brilhante álbum Estudando o Samba, de Tom Zé:

Comercial da Coca-cola com locução de Tom Zé:

Tropicália disseca Tropicalismo com maestria

Por Fabian Chacur

De todos os movimentos ocorridos na história de nossa riquíssima música popular, o Tropicalismo certamente segura o estandarte de o mais polêmico, influente e original. Mais de 40 anos após seu surgimento nos efervescentes anos 60, esse importante capítulo de nossa cultura permanece relevante e atraindo as atenções gerais.

Tropicália, documentário dirigido pelo experiente e competente Marcelo Machado, estreará nos cinemas paulistanos nesta sexta-feira (14) com a missão de oferecer ao público a oportunidade de conhecer melhor o que representa essa palavra de sonoridade agradável e imediatamente associada ao nosso “País Tropical abençoado por Deus”, como diria Jorge Ben.

O principal mérito da produção é conciliar, de forma inteligente e impecável, uma apresentação fluente do Tropicalismo oferecida a quem não o domina e a busca por elementos inéditos ou pouco divulgados para satisfazer quem conhece o tema de forma mais apurada.

Sem cair em um didatismo que poderia tornar o filme enfadonho, Tropicália proporciona ao espectador uma visão abrangente do movimento que ajudou a quebrar as barreiras entre estilos musicais e culturais até então considerados opostos. Graças ao Tropicalismo, rock, bossa nova, bolero, música erudita de vanguarda e jazz (para citar apenas alguns gêneros musicais) puderam dialogar em um mesmo contexto de forma livre e ousada.

Para contar essa história, Machado e sua equipe mergulharam em pesquisas que resgataram registros inéditos ou raríssimos por aqui de momentos importantes dos artistas envolvidos. Caetano Veloso e Gilberto Gil, por exemplo, aparecem dando entrevista a uma emissora de TV portuguesa em 1969, e em Londres em meio a seu exílio imposto pela Ditadura Militar.

Os cantores também são flagrados em uma desconhecida por muita gente participação no palco do mitológico festival da Ilha de Wight, na Inglaterra, evento que também incluiu figuras mitológicas como Jimi Hendrix, The Who, Miles Davis e The Doors, entre outros. Caetano e seus parceiros cantam Shoot Me Dead. De arrepiar.

Além dessas cenas garimpadas nos mais diversos arquivos, também temos entrevistas atuais com Caetano, Gil, Tom Zé, Gal Costa, Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e outros protagonistas do Tropicalismo. Em alguns momentos, o filme mostra Caetano, por exemplo, vendo algumas daquelas cenas raras e interagindo com elas.

Lógico que a música come solta durante os 82 minutos de duração do filme, entre as quais uma interpretação ao vivo simplesmente arrasadora de Back In Bahia, um dos clássicos composto por Gil e relacionado a seus dias de exílio londrino.

Tropicália é um documentário essencial para quem deseja entender os caminhos da música brasileira nessas décadas todas. Não vejo a hora do lançamento em DVD, principalmente se tivermos extras aproveitando material que ficou de fora da edição final. Deve ter muita coisa boa adicional nessa geleia geral pesquisada pela troupe da Bossa Nova Filmes.

Veja o trailer de Tropicália, de Marcelo Machado:

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