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Joyce Moreno e Marcos Valle criam bela homenagem a Gal

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Por Fabian Chacur

Ao receber a triste notícia da morte de Gal Costa em 9 de novembro deste ano, Marcos Valle reagiu criando uma delicada melodia no piano, inspirado pela chuva que caía e que rememorou Chuva de Prata (Ed Wilson-Ronaldo Bastos), de 1984, um dos grandes hits da cantora. Logo, surgiu a ideia de mandar a nova criação para que Joyce Moreno, grande amiga da cantora, se incumbisse da letra. Nascia A Chuva Sem Gal, canção lançada nesta terça-feira (20) nas plataformas digitais pela Biscoito Fino.

Em depoimento enviado à imprensa, Joyce Moreno explica como foi escrever esses lindos versos:

“Eu estava mexidíssima. Foi como se um pedaço do coração do Brasil tivesse parado de bater, naquele momento. Aí, eu recebi essa melodia linda do Marcos. Escrevi a letra chorando muito: achei que não conseguiria, mas ela saiu, na emoção da hora. No dia seguinte eu fiz os últimos ajustes e mandei pra ele, que imediatamente me disse que tinha adorado”.

A Chuva Sem Gal nasce já clássica, com um sentimento genuíno que a faz ficar muito longe de um possível oportunismo que alguns poderiam encarar nesse tipo de homenagem. Aqui, tudo soa genuíno. Além de Joyce no vocal e Marcos Valle no vocal e piano, temos Tutty Moreno (bateria), Jorge Helder (baixo) e Jessé Sadoc (flugelhorn). Onde estiver, Gal deve ter amado.

A Chuva Sem Gal (clipe)- Joyce Moreno e Marcos Valle:

Joyce Moreno divulga Todo Mundo e lançará um álbum

Fotografia de Leo Aversa leo@leoaversa.com

Fotografia de Leo Aversa
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Por Fabian Chacur

Ouvir Joyce Moreno é bom em qualquer época. Imagine então nos tempos bicudos que vivemos agora. Logo, é uma grande notícia a divulgação de que está previsto para agosto o lançamento, nos formatos CD físico e nas plataformas digitais, de um novo álbum dessa genial cantora, compositora e violonista. O título é Brasileiras Canções, e sairá via Biscoito Fino. O 1º single a ser divulgado, simplesmente divino, é uma composição só dela intitulada Todo Mundo.

Temos aqui uma canção com a marca registrada da faceta mais sacudida do trabalho de Joyce, com direito à sua voz cada vez mais boa de se ouvir, do seu violão swingado e acompanhada por três verdadeiros monstros em seus instrumentos. São eles o marido e parceiro de vida Tutty Moreno (bateria), Jorge Helder (baixo) e Hélio Alves (piano), este último dando uma aula de como encaixar o seu instrumento com classe e fluidez.

O repertório de Brasileiras Canções traz 12 músicas, selecionadas de um total de mais de 40 compostas pela artista carioca durante o ano de 2021. Todo Mundo é só dela, mas o álbum também traz parcerias com Cristóvão Bastos, Marcos Valle, Moacyr Luz e Tiago Torres da Silva. Em texto enviado à imprensa, Joyce define o espírito de seu novo álbum:

“A impossibilidade de seguirmos com a vida de sempre, os distanciamentos, as perdas de pessoas queridas, o mal espalhafatosamente assumindo o comando – tudo isso acabou desaguando para mim num momento onde a criação veio aliviar e salvar. Minha intenção foi criar um álbum que falasse da nossa condição humana, que tivesse lugar de fala e lugar de escuta, que trouxesse alguma delicadeza em tempos brutos”.

Todo Mundo (clipe)- Joyce Moreno:

CD Dorival reúne craques da música em show no Sesc-SP

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Por Fabian Chacur

O CD Dorival chama de cara a atenção do público pelo timaço de músicos que o assinam. Estão no projeto Rodolfo Stroeter (contrabaixo), André Mehmari (piano), Tutty Moreno (bateria) e Nailor “Proveta” Azevedo (clarinete e sax). Eles mostram o repertório desse álbum em São Paulo neste sábado (13) às 21h e domingo (14) às 18h no teatro do Sesc Pompeia (rua Clélia, nº 93- Pompeia- fone 0xx11-3871-7700), com ingressos de R$ 9,00 a R$ 30,00.

Embora envolva quatro músicos brasileiros, o álbum teve como local de gravação o Rainbow Studio, situado na cidade de Oslo, na Noruega. O repertório, como o título entrega logo de cara, traz composições do saudoso e genial Dorival Caymmi (1914-2008), um dos mais geniais e influentes nomes da história da nossa música popular.

São dez faixas no total, sendo que uma delas, a Suite Caymmi, reúne em pot-pourry Morena do Mar, Dois de Fevereiro e Milagre. Também temos maravilhas do porte de Dora, João Valentão, Só Louco e Samba da Minha Terra, tocadas com arranjos criativos e dando espaços para que cada músico mostre o seu talento, sem cair em exibicionismos inúteis e chatos. Aqui, é música instrumental do mais alto quilate.

O espaço aqui é curto para um currículo de fato desses músicos. Resuminho: Tutty Moreno é o sólido parceiro musical da genial Joyce Moreno; Rodolfo Stroeter é criador do grupo Pau Brasil, e também dono do selo de mesmo nome, responsável pelo lançamento de Dorival; Nailor “Proveta” Azevedo já tocou com Deus e o mundo, enquanto André Mehmari é considerado um dos melhores pianistas do mundo.

Dorival(CD na íntegra em streaming):

Sai nova edição de Transa, de Caetano Veloso

Por Fabian Chacur

No dia 7 de agosto, Caetano Veloso, um dos maiores ícones da música brasileira, fará 70 anos. Como forma de celebrar de forma bacana essa efeméride, a Universal Music está colocando aos poucos no mercado vários lançamentos especiais.

O mais recente é uma nova edição de Transa, álbum lançado em 1972 e considerado por inúmeros “caetanófilos” como um dos melhores ítens de sua riquíssima discografia.

Com seu conteúdo remasterizado nos estúdios Abbey Road (nos quais os Beatles gravaram seus maiores clássicos), o disco aparece em duas versões (LP de vinil especial e CD), ambas reproduzindo a primeiríssima edição do álbum, que incluia um encarte denonimado “discobjeto” que podia ser montado pelo fã no formado de um triângulo.

Transa é uma verdadeira viagem musical em torno de uma sonoridade centrada nos violões de Caetano e de Jards Macalé (que também toca guitarra e se incumbiu da produção) e na percussão de Tutty Moreno e Áureo de Souza. Minimalista, sem teclados, arranjos de cordas ou outros aparatos. Um minimalismo rico e sofisticado.

Gravado na parte final do exílio de Caê em Londres, no estúdio Chappells, o álbum inclui sete faixas, sendo uma delas a bela releitura de um clássico da MPB, Mora Na Filosofia, de Arnaldo Passos e Monsueto Menezes.

As canções mais conhecidas são You Don’t Know Me e Nine Out Of Ten, sendo esta última presença constante no repertório de shows de Caetano desde então.

O diálogo entre violões e percussão é simplesmente envolvente, sendo que em alguns momentos as improvisações levam a durações incomuns para as canções, especialmente Triste Bahia (com quase 10 minutos) e It’s a Long Way (com pouco mais de seis minutos). E a voz de Caetano cativa, entre versos profundos e espertos.

Na época, a palavra transa era usada com inúmeros significados distintos, e serve como luva para definir as inúmeras intenções contidas em seus versos, melodias e batidas que incluem até um leve flerte com o reggae, que iniciava seu caminho rumo ao sucesso mundial nas ruas de Londres naquele exato momento.

Transa merece ser reavaliado pelas novas gerações que descobriram Caetano Veloso a partir do estouro de Sozinho em 1999, ou mesmo para quem acha que ele é apenas aquele tiozinho magricela de cabelos brancos que gravou e fez shows junto com Maria Gadú.

Ouça Nine Out Of Ten, com Caetano Veloso:

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