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Abraçaço, de Caetano Veloso, sai em vinil

Por Fabian Chacur

Dando prosseguimento a sua bela série de lançamentos no formato vinil de 180 gramas de clássicos da música brasileira, a Polysom escolheu agora um título bem mais recente do que os anteriores. Trata-se de Abraçaço, de Caetano Veloso, lançado originalmente em 2012 e licenciado pela Universal Music. O álbum continua repercutindo, e gerou um show registrado nos formatos CD e DVD e lançado há pouco no mercado musical.

Abraçaço completa a trilogia gravada em estúdio pelo genial cantor, compositor e músico baiano com a Banda Cê, integrada por Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo) e Marcelo Callado (bateria), músicos bem mais jovens do que o agora setentão Caê e que trouxeram um acento roqueiro e bastante energia e pique ao seu trabalho, gerando reações bem distintas dos fãs.

A marca registrada de Abraçaço em relação aos ítens anteriores desse trio de álbuns de estúdio é o fato de Caetano explorar vários outros ritmos, como funk melódico, axé music, bossa nova e baladas, mas sempre com um tempero roqueiro e minimalista. Canções como A Bossa Nova É Foda, Estou Triste e O Império da Lei são destaques de um trabalho que mantém o autor de Sampa e de tantos outros clássicos da MPB relevante como de praxe.

Veja o clipe de A Bossa Nova É Foda, com Caetano Veloso:

Kid Vinil Xperience lança compacto de vinil

Por Fabian Chacur

Os moleques dos anos 60, 70 e 80 fãs de música certamente se lembram dos compactos simples de vinil. Com 7 polegadas e capas ou simples ou com direito a foto, esses disquinhos traziam duas músicas, uma no lado A e outra no lado B. Custavam algo em torno de um terço do preço de um LP de 12 polegadas, e eram a porta de entrada do meio fonográfico para a maior parte dos durangos, eu naturalmente incluso.

Pois o Kid Vinil Xperience, banda pós-Magazine do lendário cantor, radialista, jornalista e apresentador televisivo Kid Vinil nos traz de volta esse agradável gostinho do eterno compacto simples em seu novo lançamento. Com direito a um desenho dos integrantes feito com categoria por Paulo Hardt na capa, o single nos traz duas novas faixas, ambas com um forte sabor sessentista.

As duas músicas são parcerias do guitarrista e produtor do KVX, o guitar hero Carlos Nishimyia, com o jornalista Rubens Leme. Carlão se incumbe de guitarra, violão e vozes de apoio, cabendo a Marcello Morettoni (baixo) e Fábio McCoy (bateria) o complemento sonoro do time. Kid Vinil, com sua voz forte e de pleno acento rock and roll, fica à frente da história, com muito pique e energia.

As músicas são bem distintas entre si. Beatriz, o lado A, é um rock melódico com cara de 1964/1965 na qual Nishimyia destila com a categoria habitual influências de Byrds, Beatles e outras bandas bacanas daquela época, com uma letra de jeitão nostálgico que nos leva imediatamente aos melhores momentos da Jovem Guarda de Renato & Seus Blue Caps, Os Vips e outros desse mesmo alto calibre.

Música Panfletária envereda por uma pegada bem garage rock, com direito a guitarras ardidas e nervosas, um vocal bem agressivo e um refrão detonante, com direito a um “mentira, mentira, mentira, mentira” que boa parte dos brasileiros adoraria gritar a plenos pulmões para os nossos gloriosos políticos de plantão, que ano após ano nada fazem para nos ajudar a sair do atoleiro. Uma letra direta e sem rodeios, tocando no nervo da questão.

O single em vinil Beatriz/Música Panfletária, com tiragem de 400 exemplares, vem se juntar aos outros belos itens da discografia do KVX, que são o CD Time Was (2010), que inclui belas releituras de clássicos obscuros do rock internacional e brasileiro, e o DVD Vinil Ao Vivo (2012), gravado ao vivo e incluindo clássicos do Magazine e a releitura certeira de Surfista Calhorda, hit nos anos 80 com os gaúchos Replicantes.

Saiba como adquirir esses trabalhos no site www.kidvinil.com.br .

Ouça Magic Potion, com o Kid Vinil Xperience:

Acabou Chorare é relançado em vinil de luxo

Por Fabian Chacur

Está chegando às lojas mais um item da imperdível série Clássicos em Vinil, que está relançando no formato LP de 180 gramas com conteúdo remasterizado e embalagem luxuosa seminais álbuns da história da MPB. Desta vez, a pérola escolhida pela Polysom é Acabou Chorare, lançado originalmente em 1972 e trabalho mais badalado da riquíssima discografia dos inesquecíveis Novos Baianos.

O grupo na época vivia o auge de sua trajetória, com sua escalação mais famosa: Baby Consuelo (vocal e percussão), Paulinho Boca de Cantor (vocal e percussão), Moraes Moreira (vocal, violão e arranjos), Pepeu Gomes (guitarra, violão, craviola e arranjos), Dadi Carvalho (baixo) e Jorginho Gomes (bateria), além das letras do poeta Galvão. Um time criativo e instigante, que revolucionou com sua mistura de rock, MPB, latinidade e muito mais.

Acabou Chorare, cuja faixa-título surgiu a partir de uma frase da então criança Bebel Gilberto, inclui grandes momentos do songbook da nossa música popular como essa canção belíssima e também Preta Pretinha, A Menina Dança, Mistério do Planeta, Tinindo Trincando, a instrumental Um Bilhete Para Didi e a fantástica releitura de Brasil Pandeiro, de Assis Valente. Um álbum que parece coletânea por incluir tantos hits.

Ouça A Menina Dança, com Os Novos Baianos:

Coisas, de Moacir Santos, sairá em vinil

Por Fabian Chacur

O álbum Coisas, de Moacir Santos, será o próximo lançamento da ótima série Clássicos em Vinil, lançada pela Polysom e que tem como objetivo resgatar no formato vinil de 180 gramas grandes pérolas da discografia brasileira. Já chegaram às lojas com este selo maravilhas do naipe de Maria Fumaça, da Banda Black Rio, e Feito em Casa, de Antônio Adolfo, ambos de 1977, só para citar dois títulos bem bacanas desse catálogo.

Lançado originalmente em 1965 pelo selo Forma, Coisas é o primeiro trabalho solo do arranjador, compositor, maestro e multi-instrumentista pernambucano que trabalhou em rádio e TV no Rio de Janeiro e em São Paulo antes de se mudar na segunda metade dos anos 60 para Pasadena, nos EUA, onde atuou em trilhas para o cinema e outras atividades musicais bacanas.

Totalmente instrumental, o álbum Coisas traz dez faixas que tem como peculiaridade serem intituladas apenas por números (tipo Coisa nº1,2,3 etc). Algumas delas foram, posteriormente, letradas por parceiros do maestro. A produção do LP ficou a cargo do experiente Roberto Quartin. A nova versão remasterizada traz um texto assinado pelo músico Mario Adnet, figura importante no resgate da obra de Moacir Santos em seu país natal.

Ao lado de Zé Nogueira, Adnet produziu em 2001 o álbum Ouro Negro, homenagem a Moacir Santos que inclui participações especiais de feras da MPB como Milton Nascimento, João Bosco, Djavan e Gilberto Gil, entre outros. A repercussão foi tão boa que acabou gerando show e DVD do grande maestro por aqui. Ele faleceu no dia 6 de agosto de 2006, uma semana depois de completar 80 anos de idade, deixando um legado belíssimo em termos musicais.

Ouça Coisa Nº9, com Moacir Santos:

Maria Fumaça (Banda Black Rio) volta em vinil

Por Fabian Chacur

Um dos maiores clássicos da música instrumental brasileira voltará às lojas no formato LP. Trata-se do seminal Maria Fumaça, trabalho de estreia da mítica Banda Black Rio. O álbum chegará às lojas no início de novembro em vinil de 180 gramas e capa luxuosa como parte da coleção Clássicos Em Vinil, criado pela Polysom e responsável pelo resgate de grandes títulos da nossa música na opção bolachão.

Surgida em 1976, a Banda Black Rio era capitaneada pelo saudoso Oberdan Magalhães (sax), e contava na época em que Maria Fumaça foi lançado com ele e também Lucio J. da Silva (trombone), José Carlos Barroso (trumpete), Jamil Joanes (baixo), Cláudio Stevenson (guitarra), Cristóvão Bastos (teclados) e Luiz Carlos Santos (bateria e percussão). Um timaço de músicos criativos e de vasto currículo.

A intenção desse grupo carioca era uma fusão da black/funk music americana da época com as sonoridades tipicamente brasileiras, gerando um balanço simplesmente irresistível, com a metaleira na frente e uma cama alucinada de instrumentos dando o apoio para que o baile se tornasse inevitável. A faixa-título desse álbum brilhou com intensidade nas paradas de sucesso como tema principal da novela global Loco-Motivas.

O disco se divide entre belas composições próprias como Maria Fumaça (Oberdan-Luiz Carlos), a absurdamente sacudida Mr. Funky Samba (Jamil Joanes) e Leblon Via Vaz Lobo (Oberdan) com releituras absolutamente personalizadas e criativas de clássicos da MPB como Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso), Casa Forte (Edu Lobo) e Baião (Luiz Gonzaga-Humberto Teixeira). Para se ouvir (e dançar) de ponta a ponta.

A Banda Black Rio se manteria nessa fase inicial (com mudanças na escalação) até o início dos anos 80, lançando os bacanérrimos Gafieira Universal (1978) e Saci Pererê (1980). O grupo voltaria em 2001 com outra formação e capitaneada pelo tecladista William Magalhães, filho do saudoso Oberdan, gerando um belo álbum, Movimento, iniciativa do extinto selo Regata Música, do poeta Bernardo Vilhena.

Ouça o álbum Maria Fumaça, da Banda Black Rio:

Feito em Casa, de Antonio Adolfo, é relançado

Por Fabian Chacur

Feito em Casa, um dos discos mais importantes da história da MPB e um clássico do repertório de Antônio Adolfo, está sendo relançado no formato original no qual chegou ao mercado musical, em 1977, ou seja em vinil. O selo Polysom está disponibilizando o disco em vinil de 180 gramas, com qualidade de áudio e embalagem de primeira linha, como esse incrível álbum merece.

A importância de Feito em Casa vai além da qualidade musical, pelo fato de ter sido o primeiro trabalho do eventual cantor, mas atuante compositor, tecladista e maestro pela via independente. O sucesso de sua empreitada acabou animando outros artistas a explorar esse caminho, entre os quais o grupo Boca Livre, Paulinho Boca de Cantor, a vanguarda paulistana e muitos outros.

Com predominância instrumental, o álbum inclui uma faixa com vocais que fez sucessos nas rádios dedicadas à música brasileira na época, a belíssima Aonde Você Vai, cantada pelo próprio Adolfo com impecável registro vocal. Ele conta no álbum com participações especiais de músicos do alto gabarito de Jamil Joanes (baixo), Luizão Maia (baixo), Luiz Cláudio Ramos (violão e guitarra) e Chico Batera (bateria).

Outra participação bacana é a da cantora, compositora e violonista Joyce na faixa Acalanto, sendo que Dia de Paz foi composta em parceria com Jorge Mautner. Vale lembrar que, na época, nenhuma gravadora multinacional se dispôs a lançar esse trabalho de Antônio Adolfo, que resolveu então encarar a opção independente como forma de dar continuidade a uma carreira que já tinha colhido frutos bacanas.

Antes de lançar Feito Em Casa, Antônio Adolfo integrou o popular grupo A Brazuca, compôs sucessos como Sá Marina, BR-3 e Juliana e trabalhou com nomes do alto gabarito de Wilson Simonal, Elis Regina e Sérgio Mendes, entre muitos outros. Ele tem sólida formação musical, tendo estudado no Brasil e no exterior, o que lhe possibilitou refinar seu trabalho, sem no entanto cair no tecnicismo puro.

Mais ativo do que nunca, Adolfo lançou recentemente o fantástico álbum Finas Misturas (leia a crítica aqui), e tocou recentemente em São Paulo em julho (leia mais aqui), em apresentação única e gratuita. Ele continua morando no exterior, e desenvolve um prolífico trabalho educacional, além de continuar tocando ao vivo e gravando novos álbuns.

Ouça Aonde Você Vai, com Antônio Adolfo:

Ronnie Von terá 3 álbuns relançados em vinil

Por Fabian Chacur

A Polysom, fábrica brasileira de discos de vinil que foi reaberta em 2010, após alguns anos fora de ação, anunciou mais três títulos para a coleção Clássicos Em Vinil, na qual relançou no clássico formato bolachão álbuns importantes da música brasileira, como Cabeça Dinossauro (Titãs), A Tábua de Esmeraldas (Jorge Ben) e a discografia completa do grupo carioca Los Hermanos.

Desta vez, foram selecionados três títulos seminais da discografia do cantor e apresentador televisivo Ronnie Von. Os álbuns são Ronnie Von (1969), A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais (1969) e A Máquina Voadora (1970), todos lançados na época pela Polydor (hoje Universal Music).

Os três discos fazem parte da fase psicodélica da carreira de Ronnie, e eram disputados a tapa nos sebos da vida a preços proibitivos. Embora não tenham feito sucesso comercial na época, com o passar dos anos foram reavaliados e hoje são considerados clássicos do rock brasileiro.

Ronnie Von e A Máquina Voadora voltaram ao mercado nacional em 2007 no formato CD, junto com Ronnie Von (1966, que inclui Meu Bem, versão de Girl, dos Beatles), enquanto A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais estava fora de catálogo há mais de 40 anos.

Os relançamentos são no padrão de vinil de 180 gramas (o melhor, segundo os especialistas) e com capas luxuosas, ao custo médio de R$ 70 por cada exemplar, disponíveis nas melhores lojas do país (as que sobraram, evidentemente) e também pelo site da própria Polysom e outros sites que comercializam títulos em vinil.

Segundo a assessoria de imprensa da Polysom, em 2012 a fábrica produziu 24.120 exemplares no formato LP e 12 mil no formato compacto, números bem significativos na atual fase do mercado fonográfico brasileiro. Além dos nomes citados, artistas como Pitty, Maria Rita, Nação Zumbi e Fernanda Takai tiveram títulos lançados em vinil, nos últimos tempos.

Ouça Silvia: 20 Horas, Domingo, com Ronnie Von, do álbum Ronnie Von (1969):

Polysom lança em vinil dois LPs de Jorge Ben

Por Fabian Chacur

Embora atingindo um público restrito e pecando pelos altos preços (entre R$ 70 e R$ 120), o bem aquecido mercado dos lançamentos/relançamentos no formato vinil continua se mostrando bastante sólido.

Responsável por uma fatia significativa desse comércio no Brasil, a fábrica e selo Polysom acaba de disponibilizar mais dois títulos a seu catálogo, ambos do genial rei do swing Jorge Ben.

Os discos são Samba Esquema Novo (1963) e Negro É Lindo (1971), ambos fabricados com o nobre vinil de 180 gramas e reproduzindo as embalagens lançadas originalmente.

Primeiro álbum da discografia do agora Jorge Ben Jor, Samba Esquema Novo traz como destaques as faixas Chove Chuva e Por Causa de Você Menina, que logo se tornariam conhecidas mundialmente, e Balança Pema, sucesso nos anos 90 na regravação bem bacana de Marisa Monte e um clássico do samba rock.

Negro É Lindo contou com arranjos a cargo do hoje cultuado maestro Arthur Verocai, e inclui duas parcerias de Jorge com Toquinho, Que Maravilha e Cassius Marcello Clay, além das marcantes Rita Jeep (homenagem a Rita Lee) e Porque é Proibido Pisar Na Grama.

Conheça a lista dos lançamentos em vinil da Polysom:

-Chico Science e Nação Zumbi – Afrociberdelia
-Jards Macalé – Jards Macalé
-Jorge Ben – África Brasil
-Jorge Ben – A Tábua de Esmeralda
-Rita Lee – Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar
-Secos e Molhados – Secos e Molhados (1973)
-Secos e Molhados – Secos e Molhados (1974)
-Titãs – O Blesq Bloom
-Titãs – Cabeça Dinossauro
-Titãs – Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas
-Tom Zé – Correio da Estação do Brás
-Tom Zé – Estudando o Samba
-Tom Zé – Todos os Olhos
-Ultraje a Rigor – Nós Vamos Invadir Sua Praia
-Ultraje a Rigor – Sexo!

Ouça Errare Humanum Est, com Jorge Ben:

Discografia do Los Hermanos sairá em vinil

Por Fabian Chacur

O Los Hermanos é um grupo que iniciou sua carreira discográfica já na era do CD, em 1999. Para aqueles que gostariam de saber como soaria o trabalho do quarteto carioca no formato vinil, uma ótima notícia.

Até o fim deste mês, o selo Polysom promete colocar no mercado os quatro álbuns de estúdio da banda no melhor estilo bolachão do século passado. Cada disco ganhará prensagem Premium, com 180 gramas de peso, que os especialistas consideram a melhor encarnação do vinil.

Os discos Bloco do Eu Sozinho, Ventura e Ao Vivo Na Fundição serão álbuns duplos, enquanto Los Hermanos e 4 comportarão o material dos CDs originais em um único disco de vinil cada.

Os seguidores mais fanáticos da banda de Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo terão ainda uma alternativa mais luxuosa. Trata-se de uma caixa incluindo os cinco discos, sendo que, ao menos inicialmente, Ao Vivo Na Fundição só estará disponível nessa compilação especial, segundo a assessoria de imprensa da Polysom. O preço médio dos lançamentos também não foi divulgado até o momento.

Esse material chega às lojas no momento em que os fãs se preparam para mais alguns shows do grupo, que nos últimos anos se divide entre períodos de férias (durante os quais seus integrantes investem em projetos paralelos) e pequenas turnês nas quais tocam seus grandes sucessos. Pelo menos por enquanto, não se fala em um álbum de inéditas do Los Hermanos.

Veja o clipe de Ana Júlia, com Los Hermanos:

O formato álbum durará para sempre, tontos!

Por Fabian Chacur

Mais uma vez, um jornal de São Paulo fez um ranking com o que nove caras consideram “as melhores capas de CDs de todos os tempos”. Quanto à escolha, cada um opta pelo que quiser, sem problemas.

O ponto questionável dessa listinha entre amigos é a insistência em se afirmar que, com a decadência da mídia CD, os álbuns deixarão de existir em um futuro próximo. Será mesmo, caras pálidas?

Vale aqui um mergulho rápido na história da música gravada. Durante décadas, a única alternativa eram aqueles discos pesadões, com uma música de cada lado.

No finalzinho dos anos 40, surgiram os LPs de vinil, com algo em torno de 20 minutos de duração de cada lado. Esse novo “espaço”, digamos assim, gerou um novo jeito de se gravar música.

Durante os anos 50, os LPs surgiram inicialmente como reuniões aleatórias de músicas oriundas especialmente de compactos.

Coube a gênios como Frank Sinatra utilizar essa nova possibilidade de um jeito mais criativo, investindo em repertórios de canções com temática semelhante, por exemplo.

Na década de 60, firmou-se de uma vez por todas os álbuns como uma alternativa artística aos singles, graças a álbuns como Revolver (1966) e Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967), dos Beatles, por exemplo.

Um não excluiu o outro. Os singles continuaram a ser lançados, sendo os álbuns uma nova possibilidade que se tornou realidade.

Esse panorama não mudou com o advento dos CDs, embora o artista passasse a ter um limite de tempo muito maior. Eram quase 80 minutos em um só lado, enquanto os LPs de vinil ofereciam no máximo uns 46 minutos, e em dois lados.

Com o advento da música digital, alguns insistem em defender a tese de que ninguém mais gravará álbuns, e que as música serão necessariamente consumidas pelo público de forma individual e só no formato digital.

Essa tese tola já ultrapassou uma década, e o que podemos ver é: os CDs ainda existem e continuam consumidos em quantidades bem razoáveis. Certamente sempre existirá algum tipo de mídia física disponibilizando música para os interessados.

A música digital vai aos poucos criando um público fiel, mas nunca será a única alternativa para quem deseja consumir música.

Na verdade, o xis da questão é uma palavra simples: alternativas. O público não se presta mais a escolhas únicas, e deseja consumir os fonogramas musicais da maneira que melhor lhe convier.

Da mesma forma, o artista já está se valendo dessa vasta gama de possibilidades para divulgar/comercializar suas canções. Singles, EPs, CDs, vinis, arquivos digitais de qualidades variadas, álbuns concebidos para suportes variados… O céu é o limite.

Os formatos irão conviver entre si, e o público irá escolher entre eles. Quem aposta em uma volta pura e simples aos tempos da ditadura de músicas individuais e só pela via digital já está quebrando a cara feio e não percebeu ainda…

Ouça Aladdin Sane, com David Bowie:

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