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Paulo Rafael, 66 anos, um dos mestres da guitarra no Brasil

paulo rafael

Por Fabian Chacur

Durante mais de 40 anos, o guitarrista Paulo Rafael foi uma espécie de lugar-tenente do grande Alceu Valença, participando de inúmeros shows e gravações ao lado do conterrâneo pernambucano. Além disso, o músico, que também se virava de forma brilhante em violões e outros instrumentos de cordas, firmou-se como um dos mais competentes na fusão do rock com a música regional. Ele nos deixou nesta segunda (23), aos 66 anos de idade, vítima de um câncer que o atormentava há algum tempo. Uma perda dolorosa para quem gosta de música boa e inventiva.

Paulo Rafael nasceu em Caruaru (PE) em 11 de julho de 1955. Sua primeira aparição importante na cena musical foi ao integrar o grupo Ave Sangria, que em 1975 lançou um importante e badalado álbum de estreia e que voltaria à ativa há poucos anos (leia mais sobre eles aqui). Logo a seguir, participou do lendário álbum duplo Paêbiru, de Zé Ramalho e Lula Côrtes (leia sobre esse disco aqui).

Na metade dos anos 1970, Alceu Valença convenceu Paulo a se tornar o guitarrista de sua banda de apoio. Nascia ali uma parceria que se manteria firme e forte nos próximos quarenta e poucos anos. Pode-se dizer que o músico ajudou a injetar doses significativas de rock no som nordestino do autor de Anunciação, resultando em uma das musicalidades mais originais, cativantes e miscigenadas da nossa amada música popular brasileira.

Além de participar de gravações de diversos outros artistas, como Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Lobão, Paulo Rafael também integrou o grupo Primavera Nos Dentes, especializado em reler canções do repertório dos Secos & Molhados, ao lado de Charles Gavin, Duda Brack, Pedro Coelho e Felipe Pacheco Ventura (leia mais sobre eles aqui). Ele também participou de uma reunião do Ave Sangria em 2019 que gerou um novo álbum.

Anunciação (ao vivo)- Alceu Valença, Paulo RAfael e Orquestra Ouro Preto:

Paêbiru, raridade de Zé Ramalho e Lula Côrtes, é relançado em LP

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Por Fabian Chacur

Considerado um dos discos mais raros e mais procurados pelos colecionadores de rock do Brasil e do mundo, o álbum duplo Paêbiru, de Zé Ramalho e Lula Côrtes, está sendo reeditado pela Polysom, em parceria com a gravadora responsável pelo lançamento original, a pernambucana Rozenblit. O esquema é na base do vinil de 180 gramas, sendo que a remasterização ocorreu a partir dos tapes originais pelas mãos do mesmo Helio Rozenblit que cuidou disso na versão original deste trabalho.

Gravado entre outubro e dezembro de 1974 e lançado em 1975, Paêbiru reúne dois grandes artistas então ainda desconhecidos do grande público, o cantor, compositor e músico paraibano Zé Ramalho e o saudoso cantor, compositor e músico pernambucano Lula Côrtes (1949-2011). Eles contam com as participações de outros músicos que também se tornariam célebres, entre eles Alceu Valença, Zé da Flauta e Paulo Rafael. O disco é dividido em quatro lados temáticos, dedicados ao ar, terra, fogo e água, com uma mistura criativa e viajante de rock e ritmos nordestinos, em clima de psicodelia pura.

A tiragem inicial do álbum duplo era de 1.300 exemplares, mas em torno de mil deles foram inutilizados devido à uma enchente do rio Capiberibe, em Recife (PE), que ficava ao lado da fábrica da Rozenblit. Sobraram por volta de 300, que passaram com o decorrer dos anos a serem disputados a tapa nos sebos do planeta rock. O trabalho teve reedição em CD no exterior.

Ouça Paêbiru em streaming:

Paula Fernandes quer emocionar as pessoas

Por Fabian Chacur

Em um mercado fonográfico cujo tamanho diminuiu bastante nos últimos 12 anos, o fato de Paula Fernandes ter conseguido vender 1.7 milhão de cópias no Brasil de seu CD/DVD Ao Vivo é um daqueles fenômenos que merece ser estudado.

O que teria levado tanta gente a se apaixonar pelo trabalho desta jovem cantora e compositora mineira que está na estrada desde seus oito anos de idade? Hoje com 28 anos, a nova estrela da música sertaneja afirmou, em entrevista coletiva realizada no saguâo do Credicard Hall, em São Paulo nesta terça-feira (12), que imagina o porquê disso tudo.

“Acho que faço sucesso pela minha música ser verdadeira. São 20 anos de careira, fiz um trabalho de formiguinha nesses anos todos, as coisas não aconteceram para mim da noite pro dia. O povo não é burro, não sou um produto para ser comercializado, sou uma missionária da música. Sou só um grãozinho de areia, mas consegui isso tudo.

Se conseguir um sucesso desse tamanho é um acontecimento, imagine a pressão para mantê-lo. E é esse o desafio que Paula tem com seu novo álbum, Meus Encantos, que a Universal Music coloca nas lojas até o fim do mês. A cantora diz ter um objetivo simples com o CD.

“Espero que o álbum Meus Encantos emocione as pessoas como emocionou quem o fez, como eu, minha equipe, meus músicos. Procurei trabalhar com calma, é assim que deve ser, cuidar bem da minha arte, pois essa é a matéria-prima de tudo. É um bom disco que leva ao sucesso, aos shows lotados, a tudo”.

Meus Encantos inclui 15 faixas, sendo duas delas bônus: Hoy Me Voy (Juan Esteban Aristizabal), dueto com o astro latino Juanes, e Long Live (Taylor Swift), dobradinha com a jovem estrela country americana Taylor Swift.

Além dessas duas canções, temos outras 13, sendo nove delas de autoria da própria Paula, e quatro compostas por ela em parceria com Zezé Di Camargo (Mineirinha Ferveu e Eu Sem Você), Zé Ramalho (Harmonia do Amor) e Victor Chaves, da dupla Victor & Leo (a música Além da Vida).

“A parceria com o Zezé começou com Pra Você, que foi o maior sucesso. Aí, ele fizemos mais duas, Mineirinha Ferveu e Eu Seu Você, sendo esta última a primeira faixa de trabalho. Adoro o trabalho do Zé Ramalho, e quando o conheci nos bastidores de um programa de TV perguntei se ele não gostaria de compor comigo, e ele topou de imediato.”

A música feita com Victor Chaves, com quem ela já havia trabalhado anteriormente, estava na gaveta há uns dez anos, segundo ela, e somente agora encontrou o caminho de um disco.

“Esta música estava esperando o momento certo para ser lançada. Acho que as músicas não envelhecem, e esta aqui se encaixou bem na unidade deste álbum”.

Paula afirma ter recebido muitas fitas com composições, mas que preferiu apostar nas suas próprias.

“Recebo composições do Brasil todo, mas elas não tinham a cara do meu momento”.

Ao ser questionada sobre os elogios que recebe por sua beleza, ela tentou ser humilde (pero no mucho):

“Acho a beleza muito relativa, depende de cada pessoa. Sou muito vaidosa, gosto de me cuidar, sou muito sonhadora, acredito no conto de fadas, o amor faz parte da vida. Sou a representante da mulher brasileira, que é a mais linda do mundo. A mulher tem que ousar, ser feminina, mostrar seus encantos, mas sem forçar a barra. A sensualidade não está na roupa, nem a vulgaridade, depende de cada um”.

Ela dá o pontapé inicial na turnê de lançamento de Meus Encantos de sexta (25) a domingo (27) no Credicard Hall, em São Paulo, e depois irá viajar pelo país inteiro para encarar a árdua missão de se manter no topo das paradas de sucesso.

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