Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Porque eu adoro o Prefab Sprout-parte 2

Por Fabian Chacur

 

Steve McQueen é uma espécie de segredo não tão bem guardado do pop dos anos 80. Muita gente não o conhece, mas poderia, pois o disco nunca saiu de catálogo desde seu lançamento, em 1985. Essa multidão de gente que nunca ouviu tal álbum, que nos EUA saiu com o título Two Wheels Good (tal como a versão em vinil brasileira), tem tudo para literalmente pirar ao ouvir o mesmo, e lamentar o porque não o conheceu antes. Trata-se de uma verdadeira obra-prima do pop, a começar pela produção, a cargo de Thomas Dolby. Coube a ele a tarefa de selecionar o repertório do disco. Não poderia ter escolhido melhor. Embora mestre dos teclados e da eletrônica, Dolby soube usar esses elementos de forma bem dosada, dando às canções de Paddy McAloon (vocal e guitarra) a moldura ideal. Além da guitarra sutil e a bela voz de seu compositor, o grupo também oferece aos ouvintes a extremamente coesa sessão rítmica formada por Martin McAloon (baixo, irmão de Paddy) e Neil Conti (bateria), e os doces e etéreos vocais de apoio de Wendy Smith. As letras são de uma criatividade e inteligência notáveis. Appetite, a minha favorita, fala, por exemplo, do desejo sexual e do peso que fica nas costas da mulher após uma gravidez não planejada, com versos sensacionais como “wishing she could call him heartache but it’s not a boy’s name” (ela desejaria batizá-lo como dor de cabeça, mas esse não é um nome de garoto). O rockabilly Faron Young cita o grande hit deste cantor americano, Four In The Morning, no refrão, ao invés de soltar o óbvio “ela me deu o cartão vermelho”, com brilhante sutileza. A perfeição pop de Bonny, a doçura de Goodbye Lucille # 1(Johnny, Johnny) e o hit When Loves Break Down, cujos versos falam sobre o que era um amor perfeito chegar ao fim, são outros highlights de um álbum perfeito. Em 2007, saiu uma reedição luxuosa do disco, que inclui versão remasterizada de Steve McQueen e um segundo CD contendo maravilhosas releituras acústicas feitas por Paddy em 2006 de oito das onze faixas do álbum, além de encarte e capa digipack.

 

Veja o videoclipe de Appetite:

 

http://br.youtube.com/watch?v=X7oJAR4iYuw

3 Comments

  1. FABIAN, desculpe o comentario off topic mas nao pude deixar de comentar a respeito do falado em um topico anterior.
    Na minha opiniao, a extincao das lojas musicais nao deverah acontecer. Eh claro que diminuirah e muito com essa era da musica digital, ou seja, dos downloads onde nao se precisa sair de casa para se comprar musica. Mas sempre existirao aqueles que preferem o Vinil, o CD.
    Agora……. soh prah te deixar um pouquinho “maluquinho”, tem uma loja no centro de Londres, a HMV que tem tres andares e varias secoes, com CDs, DVDs, Videos, Vinil, Jogos de video game e etc.
    Se voce um dia vier a Londres, faco questao de te levar lah, ois gostaria de ver a sua reacao de “crianca em loja de brinquedos”. Vai ser dificil voce ficar lah menos de 3 horas!!!kkkkkkkk
    Ah…. prepare o cartao de credito e as orelhas, porque a esposa vai te xingar!!! hehehe

  2. Tiago Ferreira Taino

    January 25, 2009 at 7:13 pm

    Fabian, mais uma bela música que encontro aqui, parabéns pelo blog que, como eu falo há tempos, sempre tem belas sugestões. Muito bom mesmo.

    Para entrar nessa discussão, mesmo tendo 21 anos ainda sou dos que adora entrar numa loja de cds, e ficar olhando tudo o que tem por lá. Quando trabalhava no shopping era um dos meus passatempos favoritos. Mas cada vez mais vemos menos lojas, e as seções de CDs em lojas de departamento ou mercados, estão cada vez menores e cheias de cópias dos mesmos álbuns, do mesmo artista, que geralmente está na trilha da novela das 8. Infelizmente não tem mais diversidade aí, poucas lojas restaram para quem gosta de música.

    Até as rádios nos levaram, é difícil saber o que há de novo por aí, como gosto de rock tenho ouvido algumas rádios americanas (porque só entendo inglês de idioma estrangeiro, mas o Claudio pode me indicar rádios inglesas que aceito) para saber ou que se passa lá fora, ouvi boas músicas ano passado, mas nada que tenha chegado até aqui, infelizmente.

    Restou, no meu caso, olhar o Submarino e outras lojas virtuais, já que aqui por perto, onde moro, nenhuma loja de CD boa mesmo restou. Uma pena. Ou então aproveitar quando vou para São Paulo. O MP3 é um formato ótimo pela portabilidade que trouxe, posso ouvir os meus em qualquer lugar, mas eu ainda gosto dessa coisa de ter o CD, ler o encarte, e saber que comprando o CD ajudo o artista a produzir mais músicas. Quando o CD se torna inconveniente pra mim (como para ouvir no trabalho), levo por um dia, ripo, e guardo os mp3 por lá. Serve como um facilitador.

  3. Concordo contigo, Romano. Creio que as lojas físicas de discos serão em número bem menor do que já foram nos tempos áureos, mas continuarão existindo. Tremo só de pensar como é essa loja aí em Londres….tremo, mesmo!!!!!! Acho que eu certamente precisaria de um avião só para mim, como forma de trazer tudo o que adquiriria por lá…eheheheheh E caro Taino, acredito piamente na convivência dos vários tipos de formato de áudio, sempre utilizados conforme a nossa conveniência, como você de forma tão feliz exemplificou acima. Grande abraço, e tuuuuudo de bom pros dois!!!!!

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