Mondo Pop

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Maria Bethânia: documentário Fevereiros é lançado em DVD

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Por Fabian Chacur

Em 2016, a Mangueira homenageou Maria Bethânia em seu desfile no sambódromo carioca, e conseguiu ser campeão do mais importante e badalado desfile carnavalesco do mundo. O documentário Fevereiros, dirigido por Márcio Debellian, teve como intuito não só registrar esse momento mágico na trajetória da cantora baiana, como também mergulhar em alguns aspectos fundamentais de sua vida e obra. Lançado em janeiro de 2019 nos cinemas, o filme agora chega às plataformas digitais e, ainda melhor, sai em DVD físico via Biscoito Fino.

Exibido em festivais de cinema em países como Canadá, França, Rússia, Suíça, Espanha, Itália, Chile, Uruguai, Congo e Senegal, Fevereiros detalha todo o processo de criação e realização do desfile de 2016, desde sua criação até a apoteótica vitória. Como o enredo enfatizou o ambiente familiar e religioso que envolve a vida da estrela baiana, o diretor optou por buscar flagrantes que representassem bem esse viés de sua trajetória.

As gravações se dividiram entre o Rio de Janeiro e a cidade natal da cantora, Santo Amaro da Purificação, e contam com depoimentos do irmão Caetano Veloso, Chico Buarque, o importante pesquisador Luis Paulo Simas, o carnavalesco da Mangueira Leandro Vieira e outros. Temas como o surgimento do samba, tolerância religiosa e racismo permeiam toda essa produção, feita pela Debê Produções em parceria com GloboFilmes, GloboNews e Canal Brasil.

Veja o trailer de Fevereiros:

Ney Matogrosso continua um craque da música brasileira

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Por Fabian Chacur

Se há um artista que personifica com perfeição o pop à brasileira, ele sem sombra de quaisquer dúvidas é Ney Matogrosso. Em seus quase 50 anos de trajetória musical, ele nos oferece uma mistura dos mais diversos elementos sonoros, propondo-nos, dessa forma, um som ao mesmo tempo universal, pelo acréscimo de fortes elementos da música originada no exterior, e essencialmente brasileiro, pela forma como tempera essa obra. Eis o que podemos conferir em Bloco na Rua, seu mais recente trabalho, disponível desde o fim do anos passado no formato digital e agora também em CD duplo e, em breve, em DVD físico.

Bloco na Rua é o registro do show que estreou no Rio de Janeiro em 11 de janeiro de 2019 e que, desde então, passou por diversos palcos brasileiros. A gravação ocorreu em julho do ano passado, no palco do Teatro Bradesco (SP), totalmente ao vivo, mas sem a presença de público. Chega a ser irônico se pensarmos na atual situação do show business mundial, uma atitude quase premonitória do que viria adiante.

O repertório nos oferece 20 músicas, sendo nove já gravadas anteriormente pelo artista na carreira-solo e com os Secos & Molhados, e 11 estreando em seu set list e discografia. Uma única dessas músicas é totalmente inédita, a sensacional Inominável, do compositor paulistano Dan Nakagawa. No entanto, a forma como Ney abordou cada canção dá a elas um molho de ineditismo que só quem é muito do ramo consegue fazer.

Para isso, ele contou com uma banda de apoio incrível que o acompanha há cinco anos, liderada pelo diretor musical, arranjador e tecladista Sacha Amback e que traz também os excelentes Marcos Suzano e Felipe Roseno (percussão), Maurício Negão (guitarra e violão), Dunga (baixo), Everson Moraes (trombone) e Aquiles Moraes (trompete e flugelhorn). Na faixa Postal de Amor, foi acrescentada a participação da Orquestra de Cordas de São Petesburgo.

O entrosamento entre o cantor e os músicos é impecável, fruto das diversas apresentações anteriores à gravação, e o registro da performance é padrão Ney Matogrosso, com iluminação esplêndida e detalhes cênicos que variam de canção a canção, sempre com o bom gosto e a ousadia habituais. Ney entra no palco usando uma máscara meio assustadora, que acabou sendo registrada na capa do CD duplo e que ele tira durante a primeira música.

Aliás, a apresentação visual do disco é maravilhosa, com direita a capa digipack luxuosa trazendo encarte com todas as letras das canções, fichas técnicas e fotos, além de dez deliciosos depoimentos de fãs referentes às performances do artista selecionados nas redes sociais.

Pode parecer redundante dizer isso, mas nada dessa produção toda valeria alguma coisa se a estrela da companhia não tivesse um desempenho à altura, e o ex-vocalista dos Secos & Molhados brilha com muita, mas muita intensidade mesmo. Aos 78 anos, ele se mostra mais apaixonado do que nunca por seu ofício, e mergulha com paixão e rigor técnico no repertório, tornando-o seu, mesmo que não tenha escrito nenhuma dessas músicas.

O set list de Bloco na Rua traz composições lançadas desde os tempos dos Secos & Molhados até esta década, mas elas soam com uma unidade, repletas de odes à liberdade, à coragem, à irreverência e ao lirismo (aqui e ali). O título, extraído da clássica Eu Quero é Botar Meu Bloco da Rua, de Sérgio Sampaio, reflete mesmo essa atitude de ir à luta, mesmo em tempos tão cinzas como os atuais.

Embora o show seja bom como um todo, vale destacar alguns de seus pontos altos, como a psicodélica Álcool (Bolero Filosófico), lançada em 2003 pelo autor, o DJ Dolores, a já citada Inominável, a sempre contundente Pavão Mysteriozo, hit máximo do cearense Ednardo, os clássicos de Tia Rita Lee Jardins da Babilônia e Corista de Rock, a tocante A Maçã, de Raul Seixas, e a envolvente Já Sei, de Itamar Assumpção. Sangue Latino e Mulher Barriguda, hits dos Secos & Molhados, surgem com novos e vibrantes arranjos roqueiros.

Bloco na Rua é a prova contundente de que Ney Matogrosso continua mais relevante do que nunca, mostrando que, como poucos, pode cantar os versos do grande Ednardo “não tenha minha donzela nossa sorte nessa guerra, eles são muitos mas não podem voar” sem medo de ser retrucado. Ele, pode, pelo menos em termos musicais e artísticos em geral.

Álcool (Bolero Filosófico)– Ney Matogrosso:

Tiê celebra dez anos de carreira com 1º DVD e show em São Paulo

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Por Fabian Chacur

A cantora e compositora paulistana Tiê comemora dez anos de carreira. Nesse período, ela computa o lançamento de quatro álbuns, a realização de várias turnês por Brasil e exterior e a inclusão de dez músicas em trilhas de novelas. Agora, chega a vez do primeiro DVD, Dix (Warner Music), cujo repertório ela apresenta em São Paulo nesta sexta-feira (28) às 21h no Sesc Pinheiros- Teatro Paulo Autran (rua Paes Leme, nº 195- Pinheiros- fone 0xx11-3095-9400), com ingressos de R$ 12,00 a R$ 40,00.

Dix reúne 17 faixas extraídas de várias fases da carreira desta talentosa artista, e foi gravado ao vivo no Rio de Janeiro em 25 de junho de 2019 no Youtube Space. Ela define as intenções e o direcionamento básico deste lançamento:

“Tem um olhar de maturidade diferente nesse trabalho. Estou mais leve, porém ainda muita intensa. O número dez representa a ausência e a completude ao mesmo tempo. Ou seja, a falta de um repertório só de inéditas, como estou acostumada a lançar, mas a totalidade de revisitar o caminho até aqui”.

Acompanhada por André Whoong (guitarra e teclados), Gianni Salles (baixo) e Matheus Souza (bateria), Tiê mostrará no show músicas como Mínimo Maravilhoso, Mexeu Comigo, Chá Verde, Amuleto e A Noite, com a sutileza, elegância e sensibilidade pop que a marcam.

Veja o DVD Dix, de Tiê, em streaming:

Fernanda Takai, Marcos Valle e Roberto Menescal visitam o Tom

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Por Fabian Chacur

Uma parte do charme da bossa nova fica por conta de ter nascido em torno de reuniões informais e intimistas de amigos em apartamentos cariocas para tocar suas canções. A semente de O Tom da Takai (2018), álbum que reuniu Fernanda Takai e dois dos papas da bossa, Marcos Valle e Roberto Menescal, surgiu assim, e gerou um belo CD, que agora ganha a esperada releitura ao vivo. O Tom da Takai Ao Vivo, lançado pela gravadora Deck, está disponível em DVD físico e também nas plataformas digitais.

A vocalista do Pato Fu participava de um show em homenagem a Tom Jobim e, em um determinado momento, Menescal sugeriu que ela gravasse um disco com aquele tipo de canção. A moça topou na hora, e Valle, que estava lá também, de bate pronto se incluiu no projeto, que a gravadora Deck encampou. Além das afinidades musicais, o que deu liga à parceria do trio foi a afinidade pessoal entre eles, no melhor estilo “bons amigos trabalhando juntos”.

Para a versão ao vivo do álbum, foi escolhido como palco uma suíte do Hotel La Suite By Dussol, que tem uma belíssima visão das praias cariocas como cenário. Além de Takai (vocal principal), Marcos Valle (teclados e vocais) e Roberto Menescal (guitarra e vocal), quatro músicos selecionados a dedo entraram no time. O veterano Fernando Merlino, por exemplo, se incumbiu dos teclados.

O excelente Thiago Delegado, também conhecido como cantor e compositor de destaque das novas gerações, ficou incumbido do violão, enquanto os competentes e talentosos Caio Plínio e Diego Mancini se incumbiram, respectivamente, de bateria e baixo. O entrosamento e o swing deles se mostrou perfeito para a missão de encarar um repertório tão bom e sofisticado.

Em clima descontraído, Fernandinha interpretou as 13 músicas do álbum original, uma adicional do próprio Tom (Once I Loved- Amor em Paz), uma de Marcos Valle (Samba de Verão) e outra de Roberto Menescal (um pot-pourry incluindo O Barquinho e sua versão para o japonês, Kobune), em um total de 16 faixas. Entre uma e outra, o trio principal relembra deliciosas histórias envolvendo essas composições de Tom, bastidores da nossa música e também sobre a parceria deles nesse projeto.

Como já havia ficado claro em trabalhos anteriores dela, a voz da cantora do Pato Fu se mostra mais do que adequada para esse tipo de repertório, e brilha ainda mais do que a média já alta em Olha Pro Céu, Brigas Nunca Mais, Estrada do Sol e Esquecendo Você. Menescal faz dueto com ela em Ai Quem Me Dera, enquanto Valle exerce esse papel em Discussão, Fotografia e Samba de Verão.

Uma boa sacada foi ter colocado Fernanda e Menescal sentados em um sofá repleto de almofadas, com os outros músicos próximos e bem distribuídos pelo cenário. Temos também uma pequena plateia, em meio à qual se destaca Zélia Duncan, mas que só se manifesta com palmas em raros momentos, como forma de ressaltar a atmosfera delicada do evento.

Houve quem questionasse o fato de Fernanda Takai ter relido músicas de Tom Jobim, um autor já tão abordado por outros artistas, mas seria um pecado que alguém tão talhada para essa missão como ela deixasse uma oportunidade como essa passar batida. Ainda mais ao lado de dois dos grandes estilistas do gênero. Tom certamente deve estar sorrindo feliz, onde estiver, ao ver e ouvir suas obras tão bem abordadas por esse septeto afiado e inspirado.

Olha Pro Céu (ao vivo)- Fernanda Takai:

Banda Zil resgata seu trabalho em classudo DVD em preto e branco

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Por Fabian Chacur

Em 1986, sete músicos com um currículo invejável resolveram se unir com o intuito de criar um grupo para desenvolver uma sonoridade própria, baseada em uma mistura de jazz rock (ou fusion, rótulo muito usado naquele tempo para denominar tal sonoridade), bossa nova, Clube da Esquina, folk e muito mais. Surgia a Banda Zil, que lançou o álbum Zil (1987- Continental) e fez alguns shows concorridos, incluindo participação no Free Jazz Festival de 1988. Em 1991, saíram de cena, mas um possível retorno sempre ficou no ar.

E isso enfim ocorreu em 2016. Para felicidade dos fãs da melhor música brasileira, foi devidamente registrado no DVD Zil Ao Vivo (MP,B-Som Livre-Canal Brasil), também disponível em áudio nas plataformas digitais.

Fortes laços unem os integrantes da banda Zil. Zé Renato (vocal e violão) e Claudio Nucci (vocal e violão) integraram a formação do Boca Livre que lançou em 1979 seu icônico e autointitulado trabalho de estreia, além de terem gravado em 1985 pela gravadora CBS um bem-sucedido álbum em dupla.

Marcos Ariel (teclados) integrou nos anos 1970 o grupo Cantares ao lado de Zé Renato, além de ter sólida carreira solo. João Baptista (baixo e vocais) foi baixista da célebre e cultuada banda gaúcha Almôndegas (que revelou os irmãos Kleiton e Kledir Ramil), e depois tocou com João Bosco e Milton Nascimento.

Jurim Moreira (bateria) foi parceiro de Baptista na gravação e na turnê de divulgação de O Rock Errou (1986), excelente LP de vinil (nunca lançado em CD) e subestimado até pelo próprio autor, o polêmico Lobão, e integrou as bandas de apoio de Alceu Valença, Gilberto Gil, Edu Lobo, Gal Costa e Chico Buarque.

Ricardo Silveira (guitarra e vocais) estudou nos EUA, tocou na banda do consagrado jazzista americano Herbie Mann e tem no currículo trabalhos com gente do porte de Elis Regina, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Ivan Lins e Ney Matogrosso, além de manter elogiada carreira solo. Em seu tempo na banda de João Bosco, foi colega de João Baptista, por sinal.

Vale também registrar que em 2007 Marcos Ariel, João Baptista, Ricardo Silveira e Jurim Moreira lançaram o CD 4 Friends. Completa o time o virtuoso Zé Nogueira (sax, flauta, duduk e vocais), que emprestou seu talento a Edu Lobo, Djavan e Chico Buarque, só para ficar em alguns dos mais conhecidos.

Entrosamento, bom repertório, inspiração…

Com currículos como esses, e vale ressaltar que estão mega-resumidos nesta resenha, não é de se estranhar que tenha demorado tanto para que esses músicos conseguissem se reunir novamente. A agenda deles é mais do que cheia, e com toda justiça. Mas isso finalmente ocorreu no dia 19 de maio de 2016, no palco do Cultural Bar, em Juiz de Fora (MG).

Lógico que só a belíssima trajetória de seus integrantes não seria garantia de qualidade superior para a Banda Zil. Não são poucos os exemplos de formações deste gênero que sucumbiram, no melhor estilo “óleo e água”, sem dar liga. Aqui, no entanto, a combinação se mostrou das melhores, e quem sabe a amizade e as grandes afinidades sonoras tenham feito a diferença para tal resultado.

O repertório de Zil Ao Vivo traz as oito faixas do álbum original (sete no vinil e uma a mais nas versões em CD lançadas nos EUA, Europa e Japão) e mais seis adicionais. Oito delas são instrumentais, e seis seguem o formato canção. Das 14 faixas, só três não levam a assinatura de algum dos integrantes. Duas tem como coautor Milton Nascimento: Anima (parceria com Zé Renato) e Portal da Cor (escrita com Ricardo Silveira).

O som do grupo soube incorporar com sabedoria e bom gosto o background dos músicos, como as vocalizações a la Boca Livre, as improvisações típicas da fusion, as sofisticadas harmonias musicais da bossa nova etc.

O bacana é que eles encaixam seus talentos de forma generosa, sem cair em duelo de egos para ver quem sola de forma mais criativa ou tecnicamente mais difícil. Todos jogam a favor da música, e o resultado é muito bom de se ouvir, embora sofisticado e criativo ao extremo.

Preto e branco dá um tom vintage à festa

Se a enorme qualidade da performance dos músicos já não fosse suficiente, o DVD se torna ainda mais clássico pela opção de registrá-lo em preto em branco, com uma iluminação ressaltando o clima de barzinho de filme noir dos anos 1940/1950. Durante a música Lua Branca, o registro é feito em cima do palco, enfocando individualmente cada músico, com um efeito esteticamente delicioso.

Em Suite Gaúcha, Nucci e Zé Renato ficam de fora, eles que dividem o palco sem a banda na releitura de Blackbird, dos Beatles. E Calma traz apenas Ariel, Nogueira e Silveira. Os dois cantores se valem de suas vozes em encantadores vocalizes nos momentos de enfoque instrumental, em alguns trechos tendo o acréscimo de Baptista, Nogueira e Silveira.

O DVD é bom como um todo, mas alguns momentos podem ser ressaltados, como a encantadora Anima, as deliciosas Zarabatana e Song For a Rainforest (Tupete) , a ácida Pegadas Frescas (cuja letra permanece mais atual do que nunca) e a quase progressiva Portal da Cor, com seus mais de 10 minutos de duração.

Se fica difícil imaginar muitas reuniões futuras desse time tão requisitado e ocupado, ao menos agora temos um registro de alta qualidade para matarmos a vontade de vê-los juntos. Menos mal. O DVD foi dedicado ao saudoso produtor Paulinho Albuquerque (1942-2006), que teve participação importante na idealização e criação da banda nos anos 1980.

Portal da Cor (ao vivo)- Banda Zil:

Roberta Campos lança o seu 1º DVD com um show em São Paulo

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Por Fabian Chacur

Uma das vertentes mais populares da atual música pop brasileira é a que mistura o folk com elementos de pop, rock e MPB. Uma de suas principais representantes é a cantora, compositora e violonista mineira Roberta Campos. Como forma de celebrar os 10 anos de sua carreira discográfica, ela lançou há pouco o seu primeiro DVD, Todo Caminho é Sorte- Ao Vivo (gravadora Deck), no qual dá uma geral em seus hits e traz novidades. O show de lançamento em São Paulo será nesta sexta (28) às 21h no Auditório Ibirapuera (avenida Pedro Álvares Cabral, s-nº- Portão 2 do Parque do Ibirapuera- fone 0xx11-3629-1075), com ingressos a R$ 15,00 (meia) e R$ 30,00 (inteira).

Nesta apresentação, Roberta terá a seu lado o mesmo afiadíssimo time musical que a acompanhou na gravação do DVD, composto por Fabio Pinc (teclados e direção musical), Fabio Sá (baixos acústico e elétrico), João Erbetta (violão, guitarra e lep steel), Loco Sosa (bateria) e a adorável Patricia Ribeiro (cello).

O repertório traz hits autorais de Roberta, entre os quais Minha Felicidade, Abrigo, Todo Dia e De Janeiro a Janeiro, e releituras de My Love (Paul McCartney), Casinha Branca (Gilson) e Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor (Lô Borges).

Leia entrevista com Roberta Campos falando sobre o DVD e sua carreira aqui.

Todo Dia (ao vivo)- Roberta Campos:

Rolling Stones lançam registro de show de 1997 em vários formatos

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Por Fabian Chacur

E prossegue a série de lançamentos de registros de shows dos Rolling Stones durante sua extensa e bem-sucedida carreira com quase 60 anos de estrada. Desta vez, teremos Bridges To Bremen, que a Universal Music, em parceria com a Eagle Music, promete colocar no mercado mundial de áudio e vídeo no próximo dia 21 de junho. No Brasil, o produto será disponibilizado apenas em DVD e digital (áudio e vídeo), mas no exterior teremos também Blu-ray, DVD+2 CDs, Blu-ray+2 CDs e vinil triplo.

Bridges To Bremen flagra a banda de Mick Jagger e Keith Richards em Bremen, na Alemanha, em show da turnê durante a qual o grupo britânico divulgava o seu então mais recente álbum, Bridges To Babylon (1997). Foi a primeira turnê deles a incluir o recurso de um pequeno palco no meio da plateia, no qual, durante uma pequena parte do espetáculo, os músicos apresentavam algumas músicas em clima mais intimista (obviamente para quem estivesse lá perto, pois os shows eram sempre realizados em estádios e ginásios). Por volta de 40 mil pessoas estavam naquele show, em particular.

Entre 1997 e 1998, os Stones fizeram 97 shows em quatro continentes, atraindo mais de 4.5 milhões de fãs. No repertório, seus grandes clássicos e também algumas faixas de Bridges To Babylon, como Flip The Switch, Anybody Seen My Baby? e Thief In The Night. Em cada apresentação, era feita uma consulta prévia via internet para que o público escolhesse uma faixa exclusiva a ser adicionada no show. Memory Motel venceu, no caso de Bremen. Nos bônus de DVD e Blu-ray, foram incluídas quatro performances de um show em Chicago (EUA).

O conteúdo de vídeo e áudio de Bridges To Bremen foi restaurado, remixado e remasterizado. Antes desse lançamento, a Universal Music promete para o dia 19 deste mês Honk, nova coletânea com 36 faixas lançadas originalmente entre 1971 e 2010, e uma Deluxe Edition do CD Blue & Lonesome, trazendo como bônus 10 faixas gravadas ao vivo em estádios ao redor do planeta.

CONTEÚDO De BRIDGES TO BREMEN

DVD e Blu Ray

(I Can’t Get No) Satisfaction
Let’s Spend The Night Together
Flip The Switch
Gimme Shelter
Anybody Seen My Baby?
Paint It Black
Saint Of Me
Out Of Control
Memory Motel
Miss You
Thief In The Night
Wanna Hold You
It’s Only Rock ‘n’ Roll (But I Like It)
You Got Me Rocking
Like A Rolling Stone
Sympathy For The Devil
Tumbling Dice
Honky Tonk Women
Start Me Up
Jumpin’ Jack Flash
You Can’t Always Get What You Want
Brown Sugar

BRIDGES TO CHICAGO

BONUS PERFORMANCES

Rock And A Hard Place
Under My Thumb
All About You
Let It Bleed

CD DUPLO E LP DE VINIL TRIPLO

(I Can’t Get No) Satisfaction

Let’s Spend The Night Together

Flip The Switch

Gimme Shelter

Anybody Seen My Baby?

Paint It Black

Saint Of Me

Out Of Control

Memory Motel

Miss You

Thief In The Night

Wanna Hold You

It’s Only Rock ‘n’ Roll (But I Like It)

You Got Me Rocking

Like A Rolling Stone

Sympathy For The Devil

Tumbling Dice

Honky Tonk Women

Start Me Up

Jumpin’ Jack Flash

You Can’t Always Get What You Want

Brown Sugar

Veja o trailer de Bridges To Bremen:

Roberta Campos lança o seu 1º DVD com hits, inéditas e covers

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Por Fabian Chacur

Roberta Campos iniciou a sua carreira no mundo da música em 1998. Foram dez anos até o lançamento de seu primeiro CD, Para Aquelas Perguntas Tortas (2008). Desde então, gravou outros três- Varrendo a Lua (2010), Diário de um Dia (2012) e Todo Caminho é Sorte (2015)- e conquistou um público fiel Brasil afora. Só agora ela nos proporciona o seu primeiro DVD, Todo Caminho é Sorte Ao Vivo, lançado pela gravadora Deck. E a explicação que ela dá, durante entrevista para Mondo Pop, sobre essa aparente demora é simples e bastante lógica, levando-se em conta a sua origem mineira (nasceu em Caetanópolis em 29 de dezembro de 1977).

“Esse DVD é uma celebração a meus 20 anos de carreira. Agora, eu já tenho o conteúdo de quatro CDs lançados, acho que faz mais sentido fazer isso (lançar o DVD) nesse momento, pois estou mais madura artisticamente. Procuro realizar uma coisa de cada vez, sem pressa. Esse é um registro muito bonito, sensível, de como é o meu show, e feito no momento exato. Quis fazer algo que mostrasse a minha essência da melhor forma possível, de um jeito simples, mas chique”.

Gravado no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, no dia 3 de julho de 2018, o DVD traz Roberta nos vocais, violão e guitarra, acompanhada por Patrícia Ribeiro (violoncelo), Fabio Pinczowski (teclados, percussão, vocais), Fábio Sá (baixo), João Erbetta (guitarra, violão, loop steel) e Loco Sosa (bateria e percussão). O repertório traz 18 faixas, sendo duas inéditas autorais (Todo Dia e Dois Flamingos), um cover inédito (My Love, de Paul McCartney), sete canções do mais recente álbum de estúdio e oito faixas de seus outros três álbuns.

O DVD traz uma única participação especial, a da cantora e compositora Nô Stopa, na faixa Sinal de Fumaça. “De início eu não pensava em ter convidados no DVD, mas logo vi que a Nô se encaixaria muito bem neste projeto, pois a conheci bem no início da minha carreira, quando me mudei para Sâo Paulo (o que ocorreu em 2004). Ela me ajudou muito, fizemos juntos juntas, somos parceiras musicais, inclusive em Sinal de Fumaça“, relata.

Aliás, habitualmente Roberta costuma escrever suas canções sozinha. “Por volta de 90% das minhas músicas eu faço sozinha, aprendi desse jeito, é uma forma de falar comigo mesma”. As canções alheias que grava costumam ter ligações afetivas. “Casinha Branca, do Gilson, eu conheci quando tinha 4 anos de idade, o meu tio a tocava, e me inspirou muito, é a minha música favorita. Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor, do Lô e Márcio Borges, eu conheci na voz do Milton Nascimento e pensava que era de autoria dele. E fiz um pedido de casamento com My Love, do Paul McCartney”. Todas elas estão no DVD.

Uma das marcas da carreira de Roberta Campos é o fato de ter tido o impressionante número de 18 músicas incluídas em trilhas sonoras de novelas. “É uma boa forma de divulgar as minhas músicas, você entra nas casas das pessoas todos os dias, reflete em tudo de forma positiva. Lembro que, quando criança, eu assistia muito novelas, e sonhava em ter um dia músicas minhas em suas trilhas”, comenta. Como dizem por aí, cuidado com o que você deseja…

Roberta é uma das principais expoentes de uma geração cuja sonoridade tem fortes influências da musica folk. “Essa pegada do folk eu sempre tive, ouvi muito o Clube da Esquina (Lô Borges, Milton Nascimento, Beto Guedes etc), comecei a tocar violão aos 11 anos. Também ouvi muito Bob Dylan, Joni Mitchell, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso”, relembra.

A carreira desta cantora, compositora e musicista mineira ganhou impulso em plena era da internet, e ela procurou se aproveitar das novas ferramentas surgidas, embora sem deixar de lado os formatos físicos. “Você precisa se adequar ao que está acontecendo. Usei muito o Myspace no meu começo. Essa coisa do ‘faça você mesmo’ ajuda, vejo de forma muito positiva a coisa de internet, pois tem muitas formas de você espalhar a sua música. Penso em lançar EPs digitais, já lancei singles, mas ainda penso no formato álbum e nos formatos físicos, inclusive já lancei dois de meus discos em vinil”.

Ainda sem definir quando terá início a turnê de lançamento de seu DVD no Brasil, Roberta fará em abril shows em Portugal e Cabo Verde. Um novo trabalho de estúdio também já está em seus planos. “Tenho muitas músicas prontas, mas penso em compor outras especialmente para um novo trabalho, algo que ainda não fiz. Acho legal experimentar novas possibilidades. Ela encerra o papo relembrando dos tempos iniciais de sua bem-sucedida trajetória musical.

“Tive de superar muitas dificuldades até gravar meu primeiro CD. A cantora Duda Monteiro gravou uma composição minha, e me possibilitou ter o dinheiro para gravar esse CD, independente, no qual eu fiz até o encarte. Foi difícil, mas nada me impediu de fazer, e depois fui contratada pela Deck”.

Todo Dia– Roberta Campos:

Carole King conta sua bela história em Natural Woman

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Por Fabian Chacur

Em uma época na qual a participação feminina no mundo da música parece aumentar e ser mais valorizado, nada melhor do que relembrar a trajetória de uma pioneira no setor. Carole King é o tema do excelente documentário Natural Woman (2016), integrante da série American Masters, já lançado em DVD no exterior. O filme, com aproximadamente 60 minutos de duração, será exibido pelo Canal Bis nesta terça (22) às 13h30 e nesta quarta (23) às 10h na faixa Arquivo Musical, além de já estar disponível na plataforma de streaming pago do canal, a Bis Play.

Nascida em Nova York em 9 de fevereiro de 1942, Carole King começou a tocar piano ainda criança, e não demorou a dominar o instrumento. Ainda adolescente, já compunha, e em 1959 não só arrumou um parceiro para composições, o letrista Gerry Goffin, como ganhou de quebra um marido, pois eles se casaram naquele ano. O documentário registra bem esse período, no qual ela e Goffin escreviam músicas para outros artistas, emplacando hits clássicos como Up On The Roof, The Loco-Motion, One Fine Day, Chains, Will You Love Me Tomorrow, Take a Giant Step, Going Back e (You Make Me Feel Like a) Natural Woman, só para citar alguns dos mais bem-sucedidos.

Com uma mescla de entrevistas feitas em épocas diferentes (incluindo uma realizada especialmente para Natural Woman), a cantora, compositora e pianista relembra com franqueza a dolorosa separação de Goffin, o início de sua carreira como cantora, a parceria musical com James Taylor e o estouro do álbum Tapestry (1971), que vendeu milhões de cópias e a consagrou de uma vez por todas. Os problemas com os outros maridos, a dificuldade de fazer shows e ter de ficar semanas longe das filhas são outros temas muito bem abordados.

Foram aproveitadas imagens de vários momentos da vida de Carole, incluindo fofíssimas cenas de quando ela era criança e começava a tocar piano. Temos também deliciosos depoimentos de amigos e cúmplices do mundo da música como James Taylor, o guitarrista fantástico Danny Kortchmar, o produtor Peter Asher, o casal de compositores Barry Mann e Cynthia Weil, a letrista Toni Stern (parceria dela em hits como It’s Too Late), o produtor Lou Adler e outros.

Natural Woman aproveita muito bem o curto espaço de tempo para abranger uma brilhante carreira que beira 60 anos e equivale a um belíssimo cartão de apresentações para quem não tem muita ideia de quem seja essa tal de Carole King. Duvido que, após ver esse documentário, você não se disponha a ouvir mais, ver mais e saber mais sobre a obra dessa incrível artista, que além de ter uma obra incrível no pop-rock ainda arruma tempo para um ativismo civil muito importante. Temos até ela recebendo o importante prêmio Guershwin das mãos do então presidente americano Barack Obama em 2013.

Veja o trailer do documentário Natural Woman:

Michel Freidenson e Teco Cardoso releem Luiz Millan e Moacyr Zwarg em DVD e CD

Michel Freidenson, Anna Setton, Luiz Millan e Teco Cardoso - Foto Priscila Prade-400x

Por Fabian Chacur

Formado em medicina com especialização em psiquiatria, Luiz Millan também desenvolveu sua veia musical, estudando piano e violão. Após ver um show do pianista Moacyr Zwarg, não só procurou o músico para elogiá-lo como também quis ter aulas com ele. O aprendizado formal não foi lá essas maravilhas, mas rendeu coisa melhor: uma parceria musical. Nascia ali uma semente que rendeu quase 40 músicas, um CD de estúdio e, agora, um DVD-CD, Dois Por Dois Ao Vivo. Trata-se de um trabalho inusitado, e cuja história é deliciosa, envolvendo fortes amizades e muito talento e emoção. O resultado merece bons elogios.

Pois vamos acrescentar mais informações sobre os eventos que geraram este trabalho. Millan viu que o número de obras compostas por ele e Zwarg era bastante significativo. Aí, surgiu a ideia de registrar uma parte delas, 14, para ser mais preciso, em um CD. Mas o conceito em torno desse trabalho seria diferente. Ao invés de os autores as gravarem, eles convidariam dois outros músicos para interpretá-las. E Millan resolveu convidar um amigo que já havia trabalhado com ele, o pianista, compositor e arranjador Michel Freidenson.

Na estrada desde os anos 1980 com muito destaque, integrante de bandas como a ZonaZul e acompanhando nomes do porte de Hermeto Pascoal, Djavan, Milton Nascimento e outros, além de trabalhos próprios, Freidenson aceitou de imediato o convite do velho amigo, e logo em seguida outro parceiro dele de muitos anos, o flautista e saxofonista Teco Cardoso, entrou no time. Teco integrou o ZonaZul junto com Freidenson, e tocou com Edu Lobo, Hermeto Pascoal, Dori Caymmi, Ivan Lins e Toots Thielemans. Mesmo sem tocar junto há algum tempo, o duo logo viu que continuava entrosado.

O CD Dois Por Dois saiu em 2016, e no dia 25 de agosto daquele mesmo ano foi realizado em São Paulo, no Teatro Espaço Promon, um show de lançamento. O espetáculo traria no palco Freidenson, Cardoso e também a cantora Anna Setton, que participou do álbum na única faixa com vocais do mesmo, a delicada balada Janeiro de 76. Millan apresentou as músicas e tocou piano em um único momento, para acompanhar no piano a leitura do poema Depois de Ouvir o Millan (de autoria de Márcia Salomão) por Marília Pereira Bueno Millan.

Felizmente, surgiu a ideia de gravar, com quatro câmeras e direção do jovem Thales Menezes, a apresentação, mas com o intuito apenas de registrar o evento. O resultado, no fim das contas, ficou tão bom que o lançamento se mostrou inevitável, e é exatamente o que acaba de acontecer, em luxuosa embalagem digipack com direito a encarte caprichado e englobando DVD e CD em um único produto, distribuído pela Tratore e com preço médio de R$ 30,00.

O repertório traz as 14 faixas do CD de estúdio mais o já citado poema e também três canções de Millan compostas com outros parceiros: E O Palhaço Chorou (com Mozar Terra), Entre Nuvens (com Plinio Cutait) e Montparnasse (também com Plinio Cutait). As três, e também Janeiro de 76, são interpretadas em um único bloco no show por Anna Setton, que se mostra à vontade na função, ressaltando as boas melodias e letras de cada faixa.

As músicas da dupla Millan & Zwarg possuem uma delicadeza muito grande, valendo-se de elementos de várias vertentes da música brasileira e com um tempero erudito. A seleção, segundo conta Millan no ótimo making of de 16 minutos contido no DVD, procurou optar por uma diversidade de estilos, com direito a canções, bossa nova e até frevo. O Passar das Horas, Frevo Para Léa (bela homenagem a Lea Freire), Dois Por Dois e Primeiro Amor são destaques de um repertório que flui sem dificuldade.

A parte triste ficou para o fim. No dia 22 de junho de 2017, durante a fase de produção do DVD, Moacyr Zwarg nos deixou, aos 72 anos de idade. Ele aparece tanto no making of (gravado em 2016, após o lançamento do CD de estúdio) como na plateia do show, e este lançamento equivale a uma bela e merecida homenagem a ele, oriundo de uma família de vários músicos (incluindo o pai, Antonio Bruno Zwarg) e com trabalhos ao lado de nomes como Hermeto Pascoal, Fagner, Ednardo, Leny Andrade e Peri Ribeiro, entre outros.

Janeiro de 76 (ao vivo)- Michel Freidenson e Teco Cardoso, com Anna Setton:

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