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Trabalho de Geraldo Vandré é muito bem abordado em livro

geraldo vandre uma cancao interrompida

Por Fabian Chacur

Geraldo Vandré é uma das figuras mais fascinantes e enigmáticas da história da música brasileira. Inúmeros pontos de interrogação sempre pairaram sobre o seu trabalho como cantor, compositor e músico, especialmente seus problemas com a Ditadura Militar. Para quem quiser mergulhar de cabeça no tema, vale ler Geraldo Vandré- Uma Canção Interrompida, livro que nos permite conhecer a vida e obra do autor de Pra Que Não Dizer Que Não Falei das Flores (Caminhando).

Fruto de aproximadamente dez anos de minuciosas pesquisas por parte de seu autor, o experiente jornalista Vitor Nuzzi, o livro foi inicialmente lançado por conta própria em pequena tiragem. Com a regulamentação da lei sobre as biografias, a gravadora e editora Kuarup agora lança o livro em tiragem comercial, permitindo ao grande público ter acesso a um trabalho de fôlego digno do personagem enfocado no mesmo.

Sem conseguir entrevistas com o personagem de sua obra, Nuzzi superou essa dificuldade inicial fazendo inúmeras e significativas entrevistas com pessoas que trabalharam ou tiveram contato direto com Vandré, além de literalmente comer poeira nos arquivos de revistas, jornais, internet etc (e tome etc) para buscar o máximo possível de informações confiáveis, incluindo aí depoimentos do artista concedidos em entrevistas para outros repórteres.

Geraldo Vandré- Uma Canção Interrompida equivale a uma extensa reportagem, das boas, por sinal, na qual o autor se exime de dar opiniões ou analisar, deixando isso para suas fontes e sempre procurando dar ao leitor várias visões sobre cada questão, para que cada um possa tirar as suas próprias conclusões. Foi opção do autor fugir do clima romanceado de outras obras do gênero, e o resultado é elogiável.

O relato engloba toda a trajetória do paraibano Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, desde sua infância em João Pessoa até a participação, em 2014, em dois shows de Joan Baez em São Paulo, passando por tudo. O início nas rádios cariocas, a adesão à bossa nova, o desenvolvimento de uma obra calcada nas raízes da música nordestina, os festivais, os parceiros, os amigos, está tudo lá, sempre com minuciosos detalhes sobre cada personagem.

A incrível história que envolve suas músicas mais famosas, Disparada e Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores (Caminhando), os problemas com o Regime Militar que o levaram a ficar fora do Brasil entre 1969 e 1973, seu estranho retorno ao país, o afastamento da carreira musical e as raras incursões públicas pela música são apresentadas de um jeito detalhado e acessível ao público médio.

Embora enfatize nos momentos corretos as ocorrências de cunho pessoal, o livro dá amplos espaços para aquilo que tornou o artista conhecido e digno de nota, que é a sua obra artística. Todos os seus poucos discos são esmiuçados, assim como canções que não foram gravadas, obras inéditas e muito mais, com direito a uma discografia no fim do livro (que também inclui uma bibliografia bacana).

“Causos” pitorescos e bem documentados ajudam a mostrar a singularidade de Geraldo Vandré, que aos 80 anos de idade continua sendo cultuado por muitos e odiado por outros tantos. O livro de Vitor Nuzzi é essencial para quem deseja não só conhecer a trajetória desse grande artista, mas também para se ter uma ideia do tamanho das mudanças ocorridas na indústria cultura nos últimos 60 anos.

Obs.: a capa, com uma imagem em preto e branco granulada do artista no palco ladeado por um banquinho e com o violão em mãos é simplesmente genial, uma obra prima, pois dá bem a dimensão de como esse artista que chegou a ser tão popular saiu de cena, pelas razões que podem ser descobertas em suas 350 páginas.

Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores (Caminhando)– Geraldo Vandré:

Na Terra Como No Céu- Geraldo Vandré:

Canção Nordestina- Geraldo Vandré:

Elton John retoma suas raízes no CD Wonderful Crazy Night

elton john wonderful crazy night cover-400x

Por Fabian Chacur

Uma das marcas de Elton John era sempre gravar seus discos com os músicos que o acompanham em shows, com raras exceções, como o álbum Victim Of Love (1979). Ele quebrou essa tradição nos CDs The Union (2010), gravado em parceria com Leon Russell, e The Diving Board (2013). Pois ele acaba de retomar esse costume em seu recém-lançado Wonderful Crazy Night. E com muita classe, por sinal.

Com dez músicas em sua versão standard e quatro adicionais na ainda inédita no Brasil super deluxe edition (são elas Free And Easy, Children’s Song, No Monsters e England And América), Wonderful Crazy Night é um trabalho no qual o consagrado cantor, compositor e pianista deixa de lado os flertes com outras tendências que vez por outra realiza para investir na sonoridade que o consagrou. Sem surpresas para quem o acompanha, mas também sem decepções, no geral.

A festa começa com a excelente faixa título, rock balançado com clima de New Orleans (Dr. John, Allen Touissaint). In The Name Of You tem levada funkeada, e traz o espírito do incrível álbum Rock Of The Westies (1975). Claw Hammer conta com um clima meio misterioso e envolve com classe o ouvinte. A balada Blue Wonderful vem a seguir e tem a cara das canções românticas de Elton nos anos 1980.

I’ve Got 2 Wings tem um leve tempero country e vocação pop. A Good Heart é aquela balada de fato, mais lenta e com bela melodia. Looking Up é um pop rock dançante delicioso com direito a belíssimas passagens de piano e guitarra. Guilty Pleasure segue os cânones do rock básico, com direito a belos riffs de guitarra. Tambourine é uma balada pop leve, e The Open Chord encerra o álbum novamente soando anos 1980.

Vale elogiar o trabalho costumeiramente impecável de Davey Johnstone (guitarra), Nigel Olsson (bateria) e Ray Cooper (percussão), que tocam com Elton John há mais de 40 anos. Os recrutas mais recentes John Mahon (percussão), Matt Bissonette (baixo) e Kim Bullard (teclados) também se mostram muito competentes na missão de dar ao álbum uma sonoridade consistente e personalizada.

Se não tem mais a mesma potência sonora dos bons tempos, a voz de Elton John ainda consegue desempenhar a contento. O novo CD prova que, às vésperas de completar 69 anos (o que ocorrerá no próximo dia 25 de março), o autor de Goodbye Yellow Brick Road continua disposto a oferecer novas e boas canções aos seus milhões de fãs. Isso, mesmo sendo dono de um verdadeiro e extenso arsenal de hits. Acomodação definitivamente não é com ele.

Wonderful Crazy Night (live)- Elton John:

Looking Up (live)- Elton John:

In The Name of You– Elton John:

Celia esbanja emoção e classe no CD Aquilo que a Gente Diz

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Por Fabian Chacur

É fácil dizer que Celia merece muito mais reconhecimento do que teve até hoje, em seus mais de 40 anos de carreira. Fácil porque se trata da mais pura verdade. Difícil entender a razão pela qual ela é tão pouco vista na mídia. Enfim, lamentar é triste. Melhor é celebrar, e este sentimento positivo surge ao se ouvir Aquilo Que a Gente Diz, mais recente CD da cantora paulistana, lançamento do selo Nova Estação com distribuição Tratore.

Com produção a cargo de Thiago Marques Luiz, esse batalhador cuja missão parece ser exatamente a de dar a grandes cantoras o tratamento luxuoso que merecem, Aquilo Que a Gente Diz equivale a uma verdadeira aula de classe, emoção e refinamento musical, sem que isso signifique sofisticação excessiva ou dificuldade para o ouvido médio absorver. Que nada. Disco bom de se ouvir, e de ponta a ponta. Basta dar uma oportunidade ao mesmo.

Com arranjos cirúrgicos que primam pelo bom gosto e assinados por Rovilson Pascoal, Alexandre Vianna e Yuri Queiroga, a moldura sonora se mostra adequada para abrigar a voz de Celia. E é aí que a coisa fica perfeita. A experiente intérprete sabe com raro talento desempenhar a difícil tarefa de ser ao mesmo tempo doce e incisiva, suave sem ser chata, melódica sem ser melosa e contundente sem cair na gritaria ou nos maneirismos tecnicistas mais tolos.

Poucas intérpretes merecem ser definidas como estilistas, e Celia é sem sombra de duvida uma delas. Estilo puro, de quem não perde tempo tentando seguir modismos efêmeros ou imitando quem está nos primeiros lugares das paradas de sucesso. Isso deve explicar o porque cada palavra que interpreta soa clara, cristalina, assimilável por todos.

O repertório do novo trabalho traz quatro músicas inéditas e seis releituras, oriundas de autores de várias gerações. Entre Amigos (Joyce), Aquilo Que a Gente Diz (Alzira E e Tiago Torres da Silva), Deus Dará (Zeca Baleiro) e Tanto Nó (Ivan Lins e Fátima Guedes) são as ótimas inéditas, que se somam a regravações impecáveis de maravilhas como Dois Rios (Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis), Opus 2 (Antônio Carlos & Jocafi) e Eu Sou Aquele Que Disse (Sergio Sampaio).

Célia é tão craque que conseguiu dar nova vida a Não Existe Amor em SP, do super-mega-ultra-totalmente superestimado Criolo, ou Crua, do talentoso mas irregular Otto. Ambas ficaram muito bacanas na sua voz. Após várias e várias audições do CD, só posso torcer para que mais gente descubra esse trabalho tão consistente e tão deliciosamente musical, no qual a inspiração e o respeito ao publico são as tônicas.

Vale o toque: em 2011, a Warner lançou de forma quase secreta e em formato álbum duplo em sua série Sucessos em Dose Dupla os dois primeiros LPs da carreira de Celia, ambos autointitulados e lançados em 1971 e 1972. São incríveis, nos quais a ainda muito jovem intérprete já se mostrava madura e formada. Só as faixas Boca do Sol (Arthur Verocai e Vitor Martins), Para Lennon e McCartney (Lô Borges, Fernando Brant e Márcio Borges) e Detalhes (Roberto e Erasmo Carlos) já valeriam a aquisição, mas os discos são bons de ponta a ponta. Compre antes que sumam de catálogo, se é que já não sumiram…

Célia (1971)- CD em streaming na integra:

Célia (1975)- LP em streaming na íntegra:

Alaíde Costa e Gonzaga Leal e sua sutileza no CD Porcelana

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Por Fabian Chacur

Se eu fosse obrigado a definir Porcelana, primeiro CD lançado em dupla pelos experientes e talentosos cantores Alaíde Costa e Gonzaga Leal, com uma única palavra, ela seria sutileza. Nada mais sutil do que as canções, os arranjos e especialmente as interpretações contidas neste álbum, com direito a 13 canções repletas de lirismo e sensibilidade pura.

Alaíde Costa é uma das pioneiras da Bossa Nova, e está na estrada há mais de 50 anos, esbanjando talento ao interpretar composições alheias e também as de sua própria autoria. Seu dueto com Milton Nascimento em Me Deixa em Paz, faixa do antológico Clube da Esquina (1972), é para mim um dos mais brilhantes e emocionantes da história da MPB.

Por sua vez, Gonzaga Leal está na estrada desde a década de 1970, investindo em um trabalho que se preza pelo bom gosto e por um apurado senso de qualidade na seleção de repertório e músicos que o acompanham. Investir no que estiver na moda ou em facilidade para “tocar nas rádios” nunca foi sequer opção para ele, que assim construiu uma trajetória bem respeitável no cenário da MPB.

A carioca radicada há décadas em São Paulo e o pernambucano fazem shows juntos há dez anos, e faltava apenas registrar essa parceria bem entrosada em disco. Não falta mais. Porcelana é um daqueles trabalhos que você precisa ouvir com atenção, para poder captar as suas nuances em termos musicais e poéticos. Não se presta a uma audição apressada e desatenta, pois não foi feito para isso. E vale dar ao CD essa atenção.

As vozes de Gonzaga e Alaíde são muito belas, e brilham tanto nos momentos solo como nas horas em que se encontram. Facilita as coisas os belos arranjos instrumentais, que são assinados por ótimos músicos como Maurício Cesar (teclados) e Marcos FM (baixo). O tema básico do disco são as idas e vindas do amor, olhados de forma lírica e poética e sem cair no rotineiro ou no banal. É a paixão como mote o tempo todo.

O repertório, assinado por autores das mais diversas origens e fama, prima pelas melodias elaboradas e letras sofisticadas, mas sem nunca cair naquela erudição exagerada/arrogante. É música popular, sim, mas de bom gosto. São vários os destaques, entre os quais Meu Amor Abre a Janela, O Meu Menino é D’oiro e Quando Se Vai Um Amor, provas de que dá para se falar de amor sem cair naquelas coisas repetitivas e tolas que tocam nas rádios mais popularescas.

Porcelana é um daqueles trabalhos que apostam na inteligência e no bom gosto do ouvinte. Impressiona a categoria de Alaíde Costa, que há pouco comemorou 80 anos de idade que definitivamente não aparenta, nem em termos físicos, nem em termos vocais. E Gonzaga Leal é categoria pura, digno seguidor do que de melhor a nossa música popular nos rendeu em toda a sua história. Eis um disco que merecia ter impresso a frase Disco é Cultura que aparecia nos LPs nos anos 1970.

Meu Amor Abre a Janela:

Divinamente Nua a Lua:

Dan Torres lança CD com suas gravações para trilhas de TV

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Por Fabian Chacur

Dan Torres é um dos nomes mais frequentes em trilhas de novelas globais nos últimos anos. A participação dele nesses álbuns se mostrou tão grande a ponte de justificar o lançamento de Novelas, compilação que reúne 13 músicas incluídas durante as tramas das atrações da Globo e uma faixa bônus composta e gravada para uma cena específica.

Nascido em Londres no dia 2 de abril de 1979, tendo pai brasileiro e mãe inglesa, ele se mudou para o Brasil em 2003, e pouco tempo depois participou do programa global Fama, no qual se destacou. Posteriormente, criou com Cidia Luiza a dupla Cidia e Dan, que gravou CDs e DVDs e se manteve na ativa durante quatro anos. Em 2009, iniciou a carreira solo, que em 2016 deve render seu terceiro trabalho centrado em material autoral.

Uma das marcas de Dan é a capacidade de reler de forma discreta e boa de se ouvir alguns clássicos da música pop de todos os tempos. Em Novelas, podemos ouvir Lucy In The Sky With Diamonds, Lay Lady Lay, The Way You Look Tonight, Unchained Melody, Don’t Let Me Be Misunderstood, I Need You e Yesterday, que integraram trilhas de novelas globais de sucesso como Império, Sete Vidas, Guerra dos Sexos (o remake), Duas Caras, Malhação, Babilônia e Em Família.

Três músicas de autoria do próprio Dan também estiveram nas trilhas e estão em Novelas. São elas Calling, Splendor e Wishing You Could Stay, que reforçam o estilo próprio do cantor em uma região entre o folk, o soft rock e o pop, com direito a melodias delicadas e a uma boa voz que guarda alguma semelhanças com a de Michael Bublé. No geral, uma compilação eficiente e satisfatória.

The Way You Look Tonight– Dan Torres:

Lay Lady Lay– Dan Torres:

I Can’t Live Without Your Love– Dan Torres:

Grupo Bon Jovi se despede de gravadora com disco básico

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Por Fabian Chacur

Foram 32 anos anos de parceria, com direito a milhões de discos vendidos mundo afora e muitos hits radiofônicos. Mas a separação ocorre agora de forma beligerante. De um lado, o grupo americano Bon Jovi, um dos mais populares em termos mundiais. Do outro, o selo Mercury, integrante do conglomerado Universal Music. O último fruto dessa parceria que parecia ser eterna é o álbum Burning Bridges, que traz peculiaridades bem interessantes, e uma pimentinha no meio, que ninguém é de ferro.

Logo de cara, chama atenção a apresentação visual do CD, cuja embalagem mais lembra a de um álbum pirata. A capa imita aqueles envelopes internos que protegiam os LPs de vinil, com direito à simulação das marcas do centro e das bordas do disco. Sem fotos, apenas o nome do álbum e do grupo escritos à mão. Encarte? Apenas a contracapa, com não mais do que os nomes das músicas e os de seus autores. Nem letras, nem ficha técnica, nem nada.

Outra marca é o número de músicas, apenas dez, ao contrário das habituais 14 de sempre. Trata-se do primeiro álbum de estúdio do grupo de New Jersey a não contar com a participação do guitarrista Richie Sambora, que saiu do time em 2013. Ele só marca presença como o coautor do ótimo rock Saturday Night Gave Me Sunday Morning. David Bryan (teclados) e Tico Torres (bateria), da formação original, continuam no time, assim como o baixista Hugh McDonald, que entrou no grupo em 1994 no lugar de Alec John Such.

Duas presenças são importantes em Burning Bridges. Uma é a do produtor, músico e compositor John Shanks, conhecido por seus trabalhos com artistas do gabarito de Stevie Nicks, Sheryl Crow, Melissa Etheridge, Bonnie Raitt, Carlos Santana, Sting e Michelle Branch. Ele coproduz o álbum com o cantor e é o coautor de quatro faixas, incluindo a única de Sambora (que também leva o nome de Jon na parceria).

Em termos musicais, o álbum é quase que uma volta às raízes da banda, com um som mais próximo do hard rock melódico dos anos 80 que lhes trouxe tanta fama, mas com doses de rock básico e baladas pop. O tempero country que marcou anos mais recentes só aparece na faixa título, que encerra o trabalho com uma mistura de melodia assobiável e ritmo gostoso a uma letra ácida, repleta de recados diretos aos atuais dirigentes da Mercury/Universal.

Só para vocês terem uma ideia, lá vão alguns dos versos, em tradução livre: “sayonara, adiós, goodbye, aqui está uma última canção que você pode vender, vamos chamar de Burning Bridges, ela é simples, também toque para seus amigos no inferno; após 30 anos de lealdade, eles te deixam cavar a sepultura; espero que meu dinheiro e meus senhores comprem um lugar na primeira fila do inferno”. É, é uma letra do Bon Jovi. Dá para acreditar?

O disco chegou ao 13º lugar na parada americana, posição bem abaixo do habitual para o grupo, e traz algumas canções bacanas, entre as quais a apimentada faixa-título, o rock Saturday Night Gave Me Sunday Morning e a contagiante I’m Your Man, com aquele tipo de refrão típico da banda. Vale lembrar que burning bridges é uma expressão idiomática americana que equivale a “chutar o pau da barraca” ou “não deixar pedra sobre pedra”. E o grupo promete para breve o novo álbum em um novo selo, provavelmente deles próprios.

obs.: temos também uma curiosidade para brasileiros. Lembram do disco que Roberto Carlos lançou em 1981 só com música em inglês? A canção que mais se destacou, Sail Away, era de autoria de Billy Falcon. Pois esse cantor, compositor e músico americano de 61 anos é parceiro de Jon Bon Jovi desde o início dos anos 1990, tendo por volta de 30 músicas escritas com ele, sendo quatro delas incluídas neste novo CD.

Burning Bridges– Bon Jovi:

Saturday Night Gave Me Sunday Morning– Bon Jovi:

I’m Your Man– Bon Jovi:

Cast In Steel flagra o A-ha em momento inspirado e estável

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Por Fabian Chacur

Quando o A-ha anunciou que voltaria à ativa e faria shows no Brasil em setembro e outubro de 2015, ninguém estranhou. Afinal, se o trio norueguês tivesse de retornar, nada mais adequado do que fazer isso em um dos países onde tem maior popularidade. Como marca dessa volta, lançaram o CD Cast In Steel (Universal Music), primeiro de inéditas em seis anos e prova de que os caras não estão nessa só pelo dinheiro. O som novo é muito bom!

Desde que deu início à sua carreira, lá pelos idos de 1982, o A-ha nunca escondeu de ninguém sua vocação para o pop, sempre se valendo de sintetizadores e elementos eletrônicos mas nunca deixando de lado valores importantes para a música, como boas melodias e vocalizações. Com isso, tornaram-se uma verdadeira fábrica de hits mundo afora, especialmente nos anos 1980, exceto (sabe-se lá o porque) nos EUA, onde emplacaram um único sucesso, Take on Me.

As armas utilizadas pela banda: a ótima voz do carismático vocalista Morten Harket, os teclados predominantes de Magne Mags Furuholmen e a guitarra elegante e sempre precisa de Paul Waaktaar-Savoy. De quebra, composições bacanas, arranjos inteligentes e nenhuma outra pretensão além de tentar atingir o pop perfeito, aquele que as pessoas ouvem, ouvem e ouvem sem cansar. Tipo Cry Wolf, Hunting High And Low, You Are The One, I’ve Been Losing You

Após essa segunda parada na carreira (a primeira ocorreu entre 1994 e 1998), a banda voltou com fome de bola, se levarmos em conta o ótimo conteúdo de Cast In Steel. Os três vieram com 12 novas boas composições, e os arranjos vocais e instrumentais exibidos nos trazem de volta aquele apelo synthpop grandioso e ao mesmo tempo classudo que marca seus melhores momentos.

O vigor de Door Ajar, a reflexiva Objects In The Mirror (prova de que o Coldplay certamente ouviu muito A-ha em seus anos formativos), a quase psicodélica Goodbye Thompson, o pop rock Mythomania e a sacudida She’s Humming a Tune são provas de que uma banda pode perfeitamente mergulhar em seu passado e nos proporcionar boas e novas canções sem necessariamente apelar para inovações nem sempre bem concatenadas.

Cast In Steel mostra novamente que devemos ter orgulho de proporcionar tanta popularidade ao A-ha. Afinal de contas, é uma banda honesta, talentosa e oriunda de um país sem tradição em termos de música pop. A turnê deste álbum deve durar pelo menos até maio deste ano, e vale a torcida para que eles possam nos proporcionar novos trabalhos tão bacanas como esse aqui.

Door Ajar– A-ha:

Mythomania– A-ha:

Goodbye Thompson– A-ha:

Projeto gera o CD que não faz juz ao talento de Gonzaguinha

Gonzaguinha-400x

Por Fabian Chacur

Estou com o CD Gonzaguinha Presente- Duetos há meses na pilha daqueles trabalhos a serem ouvidos, sempre sendo precedido por outros trabalhos e deixado para trás. A razão era simples: estava com medo de ouvir o resultado final. Agora, finalmente resolvi acabar com essa história e conferir essa obra. Meus temores infelizmente se confirmaram. São várias as razões que tornam esse álbum totalmente desnecessário e infeliz.

Desde o estouro em 1991 de Unforgettable, dueto proporcionado pela moderna tecnologia entre a cantora Natalie Cole e seu pai Nat King Cole (falecido em 1965), vários outros projetos similares tomaram o mundo. Aqui, o conceito é o mesmo: a voz de Gonzaguinha (1945-1991) foi extraída de 14 gravações feitas originalmente em estúdio e ao vivo e disponibilizada pelo produtor Miguel Plopschi para que novos instrumentos e arranjos fossem acrescentados, assim como somadas às vozes de 14 convidados especiais.

Logo de cara, vale o questionamento ético. O autor de Recado e tantos outros clássicos da MPB era um sujeito de personalidade forte. Como teria ele encarado o elenco escalado para esses duetos? Teria curtido ouvir sua voz utilizada à revelia em um trabalho cujo objetivo básico pode até ser uma homenagem justa, mas que no fim das contas tem como grande objetivo vender discos e downloads, ou seja, faturar?

Deixando essas questões de lado, chega a hora de conferir o resultado. E aí é que a coisa pega de vez. Logo de cara, vale ressaltar que alguns dos vocais do homenageado foram extraídos de versões ao vivo que não são as melhores dessas canções, como a de Espere Por Mim Morena, provavelmente para tentarem criar um clima mais descontraído e facilitando teoricamente a qualidade dos duetos. Não rolou, não.

A escolha dos convidados é bem abrangente, o que tem a ver com o espírito nada preconceituoso de Gonzaguinha, que era fã de artistas populares como Joanna e Agnaldo Timóteo (ambos deveriam estar em um projeto como esse, por sinal). Mas o desempenho de alguns deles é quase constrangedor, sendo os casos mais explícitos os de Ana Carolina em Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração) (exagero puro), Luiza Possi em Recado (totalmente insossa) e Victor & Leo em Espere Por Mim Morena (totalmente perdidos).

No geral, as gravações são frias, sendo que os piores momentos ficam por conta das tentativas de interação “além túmulo” entre os convidados e Gonzaguinha, como as de Zeca Pagodinho em E Vamos à Luta e de Alexandre Pires em O Que É O Que É. Fica difícil entender como Daniel Gonzaga, filho do homenageado, entrou nessa, fazendo dueto tecnológico com o pai e o avô Gonzagão em A Vida do Viajante. Dá arrepios negativos…

Gonzaguinha merece ser louvado como um dos nomes mais expressivos da história da MPB, com suas belas canções indo do mais doce romantismo ao engajamento político-social mais ácido, sem perder a ternura jamais. Não teria sido mais decente fazer um disco com esses convidados interpretando as músicas entre si? Ou o lançamento de uma coletânea com as gravações originais? Da forma que saiu, que me perdoem, mas gerou um produto absolutamente desnecessário e constrangedor. Melhor ouvir os discos originais do autor de Recado.

Ouça sampler das faixas de Gonzaguinha Presente Duetos:

B.B. King, Lemmy e os outros astros que partiram em 2015

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Por Fabian Chacur

Em 2015, perdemos um verdadeiro festival de grandes nomes da música, em todas as áreas. O seminal embaixador do blues B.B.King (foto) é um dos mais expressivos, mas inúmeros outros nomes bacanas, também das mais variadas épocas, nos deixaram rumo à eternidade. Na medida do possível, Mondo Pop procurou homenagear essa turma da pesada nesse ano tão difícil.

Abaixo, fizemos uma lista com um número significativo desses grandes artistas que fizeram nossa alegria com suas canções, acordes, poesias etc. Quando for o caso de existir um texto de Mondo Pop sobre o artista em questão, o link aparece logo na sequência. Que a boa música feita por eles continue nos inspirando dia após dia, até o tal do “fim dos tempos”.

É uma lista bem abrangente, mas obviamente não é completa.

MÚSICOS QUE MORRERAM EM 2015:

– Dallas Taylor (baterista Crosby Stills Nash & Young)- 7/4/1948- 18/1/2015

– Edgar Froese (Tangerine Dream)- 6/6/1944- 20/1/2015

– Demis Roussos (cantor- ex-Aphrodite’s Child) – 15/6/1946- 25/1/2015

http://www.mondopop.net/2015/01/morre-aos-68-anos-na-grecia-o-cantor-egipcio-demis-roussos/

– Sam Andrew (guitarra- Big Brother & The Holding Company)- 18/12/1941- 12/2/2015

http://www.mondopop.net/2015/02/morre-sam-andrew-o-eterno-guitarrista-da-diva-janis-joplin/


– Lesley Gore (cantora pop)- 2/5/1946- 16/2/2015

– Daevid Allen (Soft Machine)- 13/1/1938- 13/3/2015

– Mike Porcaro (baixo- Toto)- 29/5/1955- 15/3/2015

http://www.mondopop.net/2015/03/morre-mike-porcaro-59-anos-ex-baixista-da-banda-pop-toto/

– A.J. Pero(bateria- Twisted Sister)- 14/10/1959- 20/3/2015

– Kim Fowley (produtor Runaways etc)- 21/7/1939- 15/1/2015

– Pino Danielle (cantor e compositor italiano)- 19/3/1955- 4/1/2015

– Andy Fraser (baixista- Free)- 3/7/1952-16/3/2015

– Steve Strange (cantor- Visage)- 28/5/1959- 12/2/2015

– Jimmy Greenspoon (teclados- Three Dog Night)- 7/2/1948- 11/3/2015

– Percy Sledge (cantor)- 25/11/1940- 14/4/2015

– Ben E. King (cantor)- 28/9/1938- 30/4/2015

http://www.mondopop.net/2015/05/ben-e-king-de-stand-by-me-morre-nos-eua-aos-76-anos/

– Jack Ely (vocal e guitarra- The Kingsmen)- 11/9/1943- 28/4/2015

– Erroll Brown (cantor- Hot Chocolate- 11/12/1943- 6/5/2015

http://www.mondopop.net/2015/05/morre-errol-brown-vocalista-da-banda-pop-hot-chocolate/

– B.B. King (rei do blues)- 16/9/1925- 14/5/2015

http://www.mondopop.net/2015/05/b-b-king-o-rei-e-embaixador-que-deixa-um-legado-dourado/

– Louis Johnson (baixista- Brother Johnson)- 13/4/1955- 21/5/2015

http://www.mondopop.net/2015/05/morre-louis-johnson-um-dos-melhores-baixistas-do-mundo/

– James Horner (compositor e maestro)- 14/8/1953- 22/6/2015

– Chris Squire (baixista- Yes)- 4/3/1948- 27/6/2015

http://www.mondopop.net/2015/06/chris-squire-fundador-do-yes-sai-da-cena-rock-com-67-anos/

– Lynn Anderson (cantora country)- 26/9/1947- 30/7/2015

– Bryn Merrick (baixo- The Damned)- 12/10/1958- 12/9/2015

– Gary Richrath (guitarrista- Reo Speedwagon)- 18/10/1949- 13/9/2015

– Lemmy Kilmister (baixo e vocal- Motorhead)- 24/12/1945- 28/12/2015

http://www.mondopop.net/2015/12/lemmy-no-brasil-seus-filmes-e-mais-sobre-o-lendario-rocker/

– Phillip Philty Animal Taylor (baterista Motorhead)- 21/9/1954- 11/11/2015

– Scott Weiland (vocal- Stone Temple Pilots e Velvet Revolver)- 27/10/1967- 4/12/2015

http://www.mondopop.net/2015/12/morre-cantor-scott-weiland-do-velvet-revolver-e-do-stp/

– Cynthia Robinson (trompete- Sly & The Family Stone)- 12/1/1946- 23/11/2015

– Allen Toussaint (músico)- 14/1/1938- 10/11/2015

– Andy White (baterista)- 27/7/1930- 9/11/2015

– Cory Wells (cantor- Three Dog Night)- 2/2/1941- 20/10/2015

– Phil Woods (sax alto-jazz e pop)- 2/11/1931- 1/10/2015

– Natalie Cole (cantora)- 6/2/1950- 31/12/2015

http://www.mondopop.net/2016/01/morre-aos-65-anos-de-idade-a-otima-cantora-natalie-cole/

– Lincoln Olivetti (músico e produtor)- 17/4/1954- 13/1/2015

http://www.mondopop.net/2015/01/musico-lincoln-olivetti-morre-aos-60-anos-e-deixa-saudade/

– Renato Rocha (baixo- Legião Urbana)- 27/5/1961- 22/2/2015

– José Rico (cantor sertanejo)- 29/6/1946- 3/3/2015

– Inezita Barroso (cantora etc)- 4/3/1925- 8/3/2015

http://www.mondopop.net/2015/03/inezita-barroso-foi-a-hebe-da-musica-rural-e-fara-muita-falta/

– Percy Weiss (cantor- Made In Brazil)- 1/3/1955- 14/4/2015

– Mangabinha (Trio Parada Dura)- 16/3/1942- 23/4/2015

– Fernando Brant (compositor)- 9/10/1946- 12/6/2015

http://www.mondopop.net/2015/06/fernando-brant-faz-travessia-e-nos-deixa-com-pura-saudade/

– Wilma Bentivegna (cantora)- 17/7/1929- 2/7/2015

– Claudia Barroso (cantora)- 23/4/1932- 9/10/2015

– Luis Carlos Miele (produtor)- 31/5/1938- 14/10/2015

– Marilia Pera (atriz e cantora)- 22/1/1943- 5/12/2015

– Flávio Basso-Júpiter Maçã (cantor)- 26/1/1968- 21/12/2015

– Cristiano Araújo (cantor)- 24/1/1986- 24/6/2015

Uma homenagem a todos esses nomes da música que se foram:

A coletânea Beatles 1 volta às lojas com DVD e videoclipes

the beatles 1 cd dvd-400x

Por Fabian Chacur

Eu me lembro perfeitamente de como fiquei espantado em 2000 com o barulho que se criou em torno da coletânea 1, dos Beatles. O que poderia haver de tão surpreendente em uma compilação que trazia 27 faixas já lançadas anteriormente em inúmeros outros discos? Pois o álbum rapidamente se tornou um campeão de vendas, e em pouco tempo eu percebi a razão para que um disco aparentemente dispensável virasse um clássico.

A explicação estava bem na frente do meu nariz. Como o título entrega, a compilação reúne todas as músicas dos Fab Four que, lançadas no formato single, atingiram o primeiro posto nas paradas de sucesso americanas e/ou inglesas. Nunca um CD simples havia reunido tantas músicas clássicas de uma banda tão exponencial como essa. Para quem quisesse uma amostra de seu poder de fogo sem gastar muito, esse era o disco. E o público o comprou em quantidades industriais.

Quinze anos depois, com os direitos de lançamento dos sacrossantos fonogramas dos Beatles agora nas mãos da Universal Music, a compilação volta às lojas em diversos formatos, de acordo com as preferências da nova era. Um deles é uma belíssima dobradinha contendo uma versão remasterizada do CD original, capa digipack, livreto com 24 páginas repletas de fotos e informações e, melhor de tudo, um DVD com 27 clipes das músicas contidas no CD.

Na verdade, boa parte desses vídeos não seguem o que se tornou posteriormente um formato típico de videoclipes. São registros extraídos de shows ao vivo ou participações em programas de TV que acompanham as gravações originais de estúdio. A estética do clipe começou a surgir devido a um problema de necessidade física. Cada vez mais solicitados, os Beatles começaram a não dar conta de atender a todos os pedidos para participar de programas de TV.

Como forma de atender essa demanda sem ter de criar clones de John, Paul, George e Ringo, foram feitos vídeos, apelidados inicialmente de “promos”, que eram enviados às emissoras de TV. Isso começou a rolar a partir de 1965, e músicas como Day Tripper e We Can Work It Out foram das primeiras a merecer esse tipo de divulgação. Como marca, sempre o profissionalismo e o bom humor dos integrantes da banda.

Em um desses promos, por exemplo, enquanto seus colegas de banda aparecem dublando o áudio com seus instrumentos em mãos, Ringo Starr surge andando em uma bicicleta ergométrica. Com o tempo, as coisas se tornariam ainda mais sofisticadas, com direito ao minifilme de Penny Lane, o divertido registro em palco de Hello Goodbye e a histórica transmissão ao vivo via satélite de All You Need Is Love.

E temos também um simplesmente excepcional vídeo feito em animação em 2000 na época do lançamento original da coletânea para ilustrar Come Together que é um verdadeiro delírio visual, mergulhando de cabeça nos ícones simbólicos do grupo com direito a muita criatividade e bom gosto. Só esse já valeria a compilação.

Ver esses vídeos na sequência é admirar as incríveis mudanças ocorridas na trajetória dos Beatles em termos musicais e visuais em um curto período de sete anos. Alguns momentos são bem curiosos, como o clipe de Something, por exemplo, que reúne cenas dos quatro integrantes da banda com suas companheiras na época, respectivamente Yoko, Linda, Patty e Maureen, captadas casal por casal. O grupo estava perto do fim.

A qualidade da restauração de áudio e principalmente de vídeo é excelente, e torna essa nova edição de 1 muito interessante para o fã mais detalhista do grupo mais importante de todos os tempos. Existe também uma edição deluxe que traz CD, dois DVDs (o segundo traz 23 vídeos adificionais) e um livro com 128 páginas para os riquinhos.

Conheça o conteúdo das várias configurações de 1:

Disco 1 Áudio (CD) + Disco 1 Video (DVD)

1. Love Me Do

2. From Me To You

3. She Loves You

4. I Want To Hold Your Hand

5. Can’t Buy Me Love

6. A Hard Day’s Night

7. I Feel Fine

8. Eight Days a Week

9. Ticket To Ride

10. Help!

11. Yesterday

12. Day Tripper

13. We Can Work It Out

14. Paperback Writer

15. Yellow Submarine

16. Eleanor Rigby

17. Penny Lane

18. All You Need Is Love

19. Hello, Goodbye

20. Lady Madonna

21. Hey Jude

22. Get Back

23. The Ballad of John and Yoko

24. Something

25. Come Together

26. Let It Be

27. The Long and Winding Road

Disco 1 Videos Extras

Comentário (áudio) de Paul McCartney

Penny Lane

Hello, Goodbye

Hey Jude

Introdução (video) de Ringo Starr

Penny Lane

Hello, Goodbye

Hey Jude

Get Back

The Beatles 1+ (CD/2-DVD):

Disco 1 Áudio (CD) + Disco 2 Video (DVD):

1. Love Me Do

2. From Me To You

3. She Loves You

4. I Want To Hold Your Hand

5. Can’t Buy Me Love

6. A Hard Day’s Night

7. I Feel Fine

8. Eight Days a Week

9. Ticket To Ride

10. Help!

11. Yesterday

12. Day Tripper

13. We Can Work It Out

14. Paperback Writer

15. Yellow Submarine

16. Eleanor Rigby

17. Penny Lane

18. All You Need Is Love

19. Hello, Goodbye

20. Lady Madonna

21. Hey Jude

22. Get Back

23. The Ballad of John and Yoko

24. Something

25. Come Together

26. Let It Be

27. The Long and Winding Road

Disco 2 Video (DVD):

1. Twist & Shout

2. Baby It’s You

3. Words Of Love

4. Please Please Me

5. I Feel Fine

6. Day Tripper *

7. Day Tripper *

8. We Can Work It Out *

9. Paperback Writer *

10. Rain *

11. Rain *

12. Strawberry Fields Forever

13. Within You Without You/Tomorrow Never Knows

14. A Day In The Life

15. Hello, Goodbye *

16. Hello, Goodbye *

17. Hey Bulldog

18. Hey Jude *

19. Revolution

20. Get Back *

21. Don’t Let Me Down

22. Free As A Bird

23. Real Love

Disco 2 Video Extra:

Comentário (áudio) de Paul McCartney

Strawberry Fields Forever

* versão alternativa

Conheça os formatos da nova versão de 1, em vídeos promocionais:

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