Em seus 30 anos de carreira, o cantor, músico e compositor norte-americano Corey Taylor se firmou como líder das bandas Slipknot e Stone Sour, ambas com grande sucesso de público e crítica especializada. Em 2020, lançou o seu primeiro trabalho solo, CMFT, e abriu uma nova fronteira em sua trajetória. Essa faceta prossegue com o lançamento do single Beyond, o 1º a ser divulgado de CMFT 2, que está previsto para sair em 15 de setembro deste ano.
Beyond é um excelente single, um hard rock com riffs poderosos de guitarra, boa melodia e o vozeirão poderoso do cantor. Trata-se do primeiro lançamento de seu próprio selo, o Decibel Cooper, que tem distribuição a cargo da gravadora BMG. Ele definiu a canção da seguinte forma:
“Eu a escrevi originalmente como uma música romântica agressiva, mas agora também a vejo como uma espécie de música de ‘unidade’. Reunindo as massas e fazendo-as saber que quero que minha música os leve além do que possam pensar sobre mim”.
Aos 73 anos de idade, o cantor, compositor e multi-instrumentista paulistano Zé Brasil continua esbanjando energia e criatividade. Na estrada do rock desde os anos 1970 (leia mais sobre ele aqui), esse grande e inquieto artista nos traz uma novidade interessante no seu trabalho que já se revela logo no título de seu novo álbum, lançado pelo selo Natural Records: Viola Paulistana.
Sim, este roqueiro de fé incorporou ao seu coquetel sonoro os acordes da viola caipira, uma espécie de resgate das origens interioranas de seus familiares. Ele se incumbe desse instrumento, além de cantar, tocar teclados e assinar os arranjos e programações.
A viola aparece nas 12 faixas de formas bem diversificadas,indo das convenções mais próximas da música caipira paulista influenciando as melodias até a mistura com rock, folk e psicodelia. Temos 3 instrumentais (Folia de Reis, Pingo D’Água e Para Andrea), colocadas estrategicamente após blocos de três canções cada uma, como se fossem interlúdios.
O álbum abre com as três composições que Brasil divide com outros parceiros. Gente Decente foi escrita com Gerson Conrad (ex-Secos & Molhados), e é um lindo e poderoso libelo a favor do povo brasileiro, que é visto como “simples objetos” pelos poderosos de plantão.
Das Terras do Sem Fim é parceria com Cezar de Mercês (ex-O Terço) e Silvia Helena, esta última a parceira de vida e trabalho do Zé, que se incumbe também de vocais principais e de apoio durante todo o álbum, e traz como destaque a guitarra psicodélica de Fábio Golfetti (Violeta de Outono).
Desvario fecha o bloco das parcerias, com letra assinada pelo jornalista e poeta Nico Queiróz, e traz uma melodia bem mais próxima das canções rurais mais tradicionais, sem cair na mera repetição do já feito, vale ressaltar.
Após a delicada e encantadora instrumental Folia de Reis, temos Rio da Vida, rock com uma letra filosófica mergulhando no que seria a vida, de onde vem e pra onde vai, com tiradas bem profundas.
Monte Verde homenageia a encantadora localidade mineira mesclando o clima folk rural de sua letra e estrutura com sonoridades de tons indianos executadas pela cabacítara do sempre afiadíssimo Ricargo Vignini. Pura Intenção, bela balada folk-rock, fecha bem este bloco.
A instrumental Pingo D’Água, bem curtinha e linda, antecede Viola Sertaneja, provavelmente o momento mais caipira raiz do álbum. A seguir, vem o rockão Naturalmente, aberto por um lindo solo de guitarra de Fernando Alge.
Terra dos Bem-Te-Vis, com estrutura também extraída do formato da música rural, é uma linda e emocionante homenagem a São Paulo, cidade que até o início do século XX era muito provinciana e próxima do espírito caipira. E é exatamente essa mistura com o urbano e o progresso acelerado que esta linda canção exalta, com todos os seus paradoxos.
Para Andrea (homenagem a uma das filhas de Zé e Silvia Helena) é faixa instrumental que encerra Viola Paulistana, com participação especial do celebrado guitarrista André Christovam. Vale destacar a participação de outros ótimos músicos no álbum, como Edu Gomes (guitarra e violão), Nivaldo Campopiano (guitarra, da banda Muzak) e Fred Barley (bateria).
Neste seu lindo mergulho por suas origens rurais que dura aproximadamente meia hora, Zé Brasil nos oferece um trabalho que é ao mesmo tempo fiel à sua sonoridade rock delicada e a suas temáticas fiéis à filosofia paz e amor dos anos 1960-70 e inovadora em seus nuances e misturas. Prova de que o cara que leva o nome do nosso país no sobrenome artístico ainda tem muita lenha pra queimar. Gente muito decente mesmo!
Veja vídeo do Zé Brasil ao vivo mostrando músicas do Viola Paulistanaaqui.
A icônica boneca Barbie acaba de gerar um filme com atores de carne e osso. Trata-se de Barbie The Movie, estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling. Como seria de se esperar, a atração também investe em uma trilha sonora com estrelas da música pop, e o primeiro single mostra muito poder de fogo. Trata-se de Dance The Night, interpretada por ninguém menos do que Dua Lipa.
Tendo a produção geral a cargo do premiadíssimo Mark Ronson, Dance The Night mostra a cantora e compositora britânica mais uma vez à vontade em uma área que domina com muita categoria, a dance music eletrônica com forte influência da disco music dos anos 1970. O resultado é matador, e não é precisa ser profeta para se prever um estouro mundial.
Além de Dua Lipa, também marcam presença na trilha, cujo título oficial é Barbie The Album, nomes do primeiro time do pop atual, entre os quais Tame Impala, Nick Minaj e Ava Max, só para citar três exemplos.
Nos últimos anos, o Maroon 5 tem investido forte em um som pop com tempero eletrônico e dançante. Desta vez, no entanto, a banda certamente irá surpreender seus milhões de fãs mundo afora ao nos oferecer um single totalmente fora desse contorno. Trata-se de Middle Ground, linda balada folk com direito a um coral gospel e uma letra repleta de poesia e conexão com os dias atuais.
A interpretação do cantor Adam Levine é uma das mais emocionais de seus mais de 20 anos de estrada, e tem tudo para cativar muita gente fora do universo habitual do grupo. A canção terá em breve um clipe completo, e será apresentada na fase final do programa de TV americano The Voice.
Em meio a uma temporada de shows em Las Vegas, que já teve oito apresentações e prosseguirá em julho no Park MGM dentro do projeto Dolby Live!, o grupo provavelmente prepara um novo álbum, mas nada em torno disso foi revelado até agora. Enquanto isso, é curtir essa linda canção.
Após ter batalhado com o Oasis pelo posto de principal banda do britpop britânico nos anos 1990, o Blur se notabilizou por longos sumiços. Até o momento, o grupo do vocalista Damon Albarn lançou no século 21 apenas dois álbuns de estúdio, Think Tank (2003) e The Magic Whip (2015). Para alegria de seus inúmeros fãs, eles acabam de divulgar a data em que The Ballad Of Darren, o 9º disco de estúdio da banda, sairá.
O álbum, cuja capa ilustra este post, sairá em 21 de julho e terá 10 faixas, sendo que uma delas já está nas plataformas digitais. E trata-se de uma amostra bem promissora. The Narcissist é um pop rock melódico e delicioso, com direito a guitarras envolventes, vocais de apoio muito bem concatenados e um espírito de anos 1960.
O Blur também fará shows neste ano para divulgar The Ballad Of Darren. O álbum foi gravado em Londres e Devon, com a produção a cargo de James Ford, produtor também conhecido por integrar as bandas Simian Mobile Disco e Last Shadow Puppets. O lançamento será pelo selo Parlophone, que atualmente é distribuído pela Warner Music.
No dia 16 de junho, Yusuf/Cat Stevens lançará o álbum King of a Land. Como forma de atiçar os ouvidos dos fãs, ele nos oferece mais uma faixa previamente. E não poderia ter escolhido melhor. All Nights, All Days é um pop-rock simplesmente delicioso e contagiante, daqueles que você acaba ouvindo muitas vezes seguidas, e por várias razões possíveis.
Pra começo de conversa, temos um ritmo irresistível, melodia linda e um riff de guitarra marcante, além de pequenas passagens agudas a la George Harrison. A voz de Stevens, que fará 75 anos no próximo dia 21 de julho, continua envolvente, no mesmo nível da sua fase de sucesso dos anos 1970. E a letra é incisiva, sugerindo que os políticos mentirosos deveriam ser presos no zoológico de Londres…
Para ilustrar All Nights, All Days, foi criado um clipe dirigido por Nick Cinelli e produzido pelo Studio Linguine com uma animação sensacional que traz como destaque homenagem a personagens do filme cult Ensina-me a Viver (1971), cuja trilha foi feita pelo próprio artista. E a música tem apenas 2m25 de duração. O máximo de qualidade em um tempo reduzido!
A Bossa Nova chega aos 65 anos ainda extremamente influente e inspiradora, e capaz de incentivar novos nomes a navegar nas suas águas envolventes e encantadoras. E é exatamente isso o que nos oferecem Paulo Renato e Marie Minare. Em 2020, lançaram um single delicioso, A Teia (veja o clipe aqui), que deixou um clima de quero mais no ar. E enfim chegou essa segunda dose.
Se na primeira canção tivemos uma homenagem explícita à bossa, com citações a alguns de seus seguidores na letra, Lábios Castanhos nos oferece um clima romântico e de esperança típicos da essência desse gênero musical. O entrosamento das vozes de Paulo e Marie é impecável, com um charme que deixa claro que um álbum dessa dupla se faz mais do que necessário.
Oriundo de Brasília (DF), Paulo Renato Nardelli é cantor, músico e compositor, tem seu canal no Youtube (confira aqui) e possui outras gravações interessantes. Mas fica bem claro que ele e Marie deveriam se concentrar no trabalho em dobradinha mesmo.
O criativo clipe de Lábios Castanhos, centrado no formato de plano sequência, é estrelado pela atriz Carol Schrappe, que se sai bem na tarefa de representar o clima da canção.
Lábios Castanhos (clipe)- Paulo Renato e Marie Minare:
A formação musical de Antonio Adolfo (leia mais sobre ele aqui) foi fortemente impactada pelo surgimento da Bossa Nova. Este genial pianista, compositor e arranjador carioca integra uma geração que podemos nomear de “filhos da bossa”. Nada mais natural do que ele homenagear os 65 anos do mais influente gênero musical brasileiro em termos mundiais.
O recorte escolhido por Adolfo não poderia ter sido mais original e oportuno. Ele resolveu gravar um álbum com composições de dois autores seminais da bossa que ainda estão entre nós. Ou seja, deu a eles as flores em vida. Nasceu, assim, Bossa 65- Celebrating Carlos Lyra and Roberto Menescal, lançado pelo seu selo AAM Music e disponível em CD e também nas principais plataformas digitais.
A escolha dos dois autores não foi aleatória. Um dos primeiros trabalhos do ainda bem jovem Antonio Adolfo como pianista profissional foi no musical Pobre Menina Rica (1963-64), escrito por Carlos Lyra com seu parceiro, o eterno poeta Vinícius de Moraes.
Ao lado de Roberto Menescal, ele participou da banda que gravou os álbuns Elis in London e Elis And Toots Thielemans com Elis Regina em 1969, e posteriormente esteve em vários projetos de “Menesca” enquanto produtor na gravadora Polygram, nos anos 1970.
O álbum tem 10 faixas, cinco de cada um. O repertório traz desde standards mais conhecidos como O Barquinho (Roberto Menescal-Ronaldo Bôscoli) e Marcha da Quarta-Feira de Cinzas (Carlos Lyra-Vinícius de Moraes), a outras escolhidas a dedo nesse repertório tão rico e repleto de coisas boas. Temos até Bye Bye Brasil (Roberto Menescal-Chico Buarque), composição feita para o icônico filme homônimo lançado em 1980.
Incumbindo-se do piano e dos arranjos, Adolfo escalou um timaço integrado por Lula Galvão (guitarra), Jorge Helder (baixo acústico), Rafael Barata (bateria e percussão), Dada Costa (percussão), Danilo Sinna (sax alto) e Rafael Rocha (trombone), com Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn) em duas faixas e Marcelo Martins (sax tenor e flauta) em uma.
A capacidade de Antonio Adolfo como músico e arranjador é espetacular. Sempre elegante, ele sabe como poucos dar a cada músico o seu espaço, gerando dessa forma diálogos sonoros extremamente bem concatenados e bons de se ouvir. Ele aproveita bem as melodias originais e as envolve com harmonias criativas, dando a elas uma roupagem que soa atual, sem perder o espírito original de cada música.
O lado jazzístico surge ao permitir improvisações de cada músico envolvido, sempre na medida certa, mas sem abrir mão da criatividade e ousadia. Isso explica o porque os vários lançamentos recentes do altamente produtivo Antonio Adolfo andam frequentando as paradas de sucesso, playlists e programações de rádios dedicadas ao jazz nos EUA, tornando-o um dos craques do que atualmente rotulam como latin jazz.
Carlos Lyra completou 90 anos de idade no último dia 11, e não poderia ter ganho um presente melhor, assim como Roberto Menescal, também muito produtivo aos 85 anos. Bossa 65- Celebrating Carlos Lyra and Roberto Menescal mostra como fazer uma homenagem à bossa nova sem cair em repetições ou clichês cheirando a naftalina. Bossa com sabor de 2023.
Três anos após o single natalino This Christmas (2020) e cinco após seu mais recente álbum, Always in Between (2018), a cantora britânica Jess Glynne volta à cena. E o retorno é com uma faixa certeira. Trata-se de Silly Me, um r&b com levada midtempo hipnótica e timbre vintage de órgão no qual fica evidente a voz gostosa e charmosa da intérprete. Em declaração enviada à imprensa, ela explica a origem de seu novo provável hit:
“Esta música realmente fala sobre aprender com seus erros e crescer com isso. A vida não é perfeita, todos nós cometemos erros ao longo do caminho e temos momentos em que nos sentimos bobos, mas o que importa é se levantar e não ser muito duro consigo mesmo”.
Nascida em 20 de outubro de 1989, Jess tornou-se conhecida a partir do estouro de Rather Be em 2014, single gravado por ela com Clean Bandit. Seus dois álbuns lançados até o momento, I Cry When I Laugh (2015) e Always in Between (2018) atingiram o topo da parada do Reino Unido. Além disso, ela também se mostra presença frequente nas grandes premiações, tendo faturado um Grammy e nada menos do que nove Brit Awards.
Cities in Dust é um dos hits mais emblemáticos da carreira do grupo britânico Siouxsie and The Banshees. Lançado em single no final de 1985 e depois incluído no álbum Tinderbox (1986), essa canção que mistura rock e dance music estourou nos quatro cantos do mundo, Brasil inclusive, onde a banda abriu seus shows com ela em 1986. A banda americana Garbage acaba de lançar uma releitura da mesma, incluída em seu EP intitulado Witness To Your Love.
O grupo liderado pela cantora Shirley Manson e pelo músico e produtor Butch Vig (que produziu o icônico álbum Nevermind, de 1991, do Nirvana) deu ao sucesso oitentista uma roupagem eletropop com um resultado bem interessante que de repente até pode trazer a canção de volta aos charts.
Essa mesma canção já foi relida em 2007 pelo Pato Fu (confira aqui) e em 2008 pelo produtor holandês Junkie XL (ouça aqui). Mas a versão original continua mesmo imbatível (essa aqui).
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