Nesta terça-feira (27), o estádio Paulo Machado de Carvalho, o querido Pacaembu, completa 70 anos de vida. Embora seja um palco mais frequente para os craques de futebol, ele também abrigou grandes shows.
Aliás, o melhor espetáculo que vi nos meus 48 anos de vida foi realizado lá em 1993. Paul McCartney! Um show maravilhoso, o melhor dos três que tive a honra de conferir ao vivo e a cores (os outros foram no Maracanã, no Rio, em 1990). Confesso que só de me lembrar dele cantando Let Me Roll It e My Love nessa performance me deixa emocionado.
E a emoção foi além. Na época, eu trabalhava no jornal Diário Popular, e tive a honra não só de participar da entrevista coletiva do ex-beatle, realizada no Ginásio do Pacaembu, como de fazer a última pergunta da mesma.
Educado, ele respondia as questões olhando diretamente para quem as fazia. Tentem imaginar como me senti com o cara que eu idolatro desde criança ali, falando comigo. Nem anotei nada: sabia que não me esqueceria de suas palavras.
Perguntei a ele quem seria o seu melhor parceiro musical, além de John Lennon. Ele citou nomes de gente com quem trabalhou, como Elvis Costello, Eric Stewart e Denny Layne, mas disse que o melhor de todos foi John Lennon.
Aí, eu contra-argumentei: tirando John, quem teria sido o seu favorito? E a resposta de gênio: “para mim, basta um favorito, e foi John”.
Vi muito mais gente boa lá no estádio onde meu time de coração é o que mais comemorou taças e ganhou partidas (Sociedade Esportiva Palmeiras, caso você por acaso não saiba).
Na primeira edição do finado festival Hollywood Rock realizada lá, em janeiro de 1992, tivemos o primeiro dos diversos shows que o grupo americano Living Colour fez por aqui, e de longe o melhor, sendo considerado o grande destaque do evento.
Seal, que havia lançado apenas o primeiro CD e ainda usava aquelas tranças malucas, também deu um belo show.
Três edições do Monsters Of Rock também tiveram o Paulo Machado de Carvalho como palco, e cobri dois deles, com direito a ver mestres como Alice Cooper, Ozzy Osbourne sem Black Sabbath, Black Sabbath sem Ozzy e o sumido Therapy?, entre outros.
E tivemos também os três shows debaixo de chuva do Hollywood Rock 1995, no qual tocaram Rita Lee, Spin Doctors (banda da qual parece que só eu gosto) e os Rolling Stones, com Mick Jagger dando uma aula de carisma e vitalidade. Três shows espetaculares.
E só para finalizar falando de futebol: o melhor jogo que vi por lá foi Palmeiras 4×0 Portuguesa, pelo Paulistão de 1993, com dois gols de Evair e dois de Edmundo. Mas isso é outra história. Aqui é música! Parabéns, Pacaembu setentão, a casa da música, também!
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