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Paul McCartney no Brasil em 1993

Por Fabian Chacur

3 de dezembro de 1993. Neste dia histórico para mim, tive a oportunidade não só de ver Paul McCartney ao vivo pela terceira vez, desta vez na minha amada São Paulo, no estádio do Pacaembu, como de participar de outra coletiva com o astro.

Se você teve saco de ler os posts anteriores, já sabe que eu estive no Rio em abril de 1990, vi os dois shows e estive presente na entrevista coletiva. Pois em Sampa City, a coisa foi ainda melhor.

Antes do show, exatamente como rolou no Rio, tivemos uma entrevista coletiva com Paul McCartney, realizada no Ginásio do Pacaembu, que fica ao lado do estádio.

O esquema era o seguinte: Paul estava no lugar onde fica a quadra. O assessor de imprensa dele escolhia entre os jornalistas, que estavam na plateia, quem faria as perguntas. E assim foi.

Lógico que eu levantei a mão várias vezes, e não fui atendido. Até que, na última pergunta, o tal assessor me apontou. Sim, eu, este que vos tecla.

Sabe Deus como, contive a emoção e fiz a pergunta: como foi trabalhar com diversos parceiros musicais, como John Lennon, Elvis Costello, Eric Stewart, Denny Layne, Michael Jackson etc?

Educado como ele só, Paul respondia olhando diretamente para quem lhe havia feito a pergunta. Tentem imaginar como me senti vendo o cara que eu admiro desde que era uma criança olhando para mim e falando comigo…

Ele respondeu que tinha sido muito bom trabalhar com todos eles, mas que realmente quem marcou sua vida foi mesmo John Lennon.

Tive o jogo de cintura de retrucar, mesmo emocionado como estava: “mas afora John, você não apontaria um favorito?”.

A resposta foi direta: “não, basta um favorito, John Lennon”.

Diante de tal emoção, o show seria lucro. E que lucro foi, meus caros!

Durante esses 49 anos de vida, tive a graça de ver centenas de shows, muitos deles inesquecíveis e marcantes. Mesmo assim, elejo sem pestanejar esse espetáculo do dia 3 de dezembro de 1993 como o meu favorito.

Parte da The New World Tour, realizada por ele e que dava a todos os que viam os shows uma belíssima revista colorida de graça cuja capa ilustra este post, o show repetia o esquema de ter um vídeo introdutório, tão bacana como o de 1990, mas com uma forte mensagem ecológica.

Logo depois, o início, desta vez com adrenalina pura: Drive My Car, clássico dos Beatles. Depois de alguns minutos, deixei uns bons amigos (que estavam, no entanto, sendo “malas” naquele momento) longe e fui curtir o show sozinho, o mais perto que consegui chegar do palco.

Duas músicas particularmente me arrancaram lágrimas, por fazerem parte da minha lista de favoritas e por não terem sido tocadas em 1990: a matadora balada soul My Love e o blues rock Let Me Roll It.

A voz de Macca estava perfeita, a banda idem, e o repertório, alucinante. Lógico que Hey Jude, minha música favorita de todos os tempos, novamente me arrancou arrepios.

Saí do estádio da municipalidade paulistana com a alma lavada. Melhor show da minha vida.

Pelo menos, até o dia 21 de novembro, se Deus me der a graça de ver meu ídolo de novo. Seja como for, as recordações desses três shows incríveis ninguém me tira…

Minhas lembranças do Pacaembu na música

Por Fabian Chacur

Nesta terça-feira (27), o estádio Paulo Machado de Carvalho, o querido Pacaembu, completa 70 anos de vida. Embora seja um palco mais frequente para os craques de futebol, ele também abrigou grandes shows.

Aliás, o melhor espetáculo que vi nos meus 48 anos de vida foi realizado lá em 1993. Paul McCartney! Um show maravilhoso, o melhor dos três que tive a honra de conferir ao vivo e a cores (os outros foram no Maracanã, no Rio, em 1990). Confesso que só de me lembrar dele cantando Let Me Roll It e My Love nessa performance me deixa emocionado.

E a emoção foi além. Na época, eu trabalhava no jornal Diário Popular, e tive a honra não só de participar da entrevista coletiva do ex-beatle, realizada no Ginásio do Pacaembu, como de fazer a última pergunta da mesma.

Educado, ele respondia as questões olhando diretamente para quem as fazia. Tentem imaginar como me senti com o cara que eu idolatro desde criança ali, falando comigo. Nem anotei nada: sabia que não me esqueceria de suas palavras.

Perguntei a ele quem seria o seu melhor parceiro musical, além de John Lennon. Ele citou nomes de gente com quem trabalhou, como Elvis Costello, Eric Stewart e Denny Layne, mas disse que o melhor de todos foi John Lennon.

Aí, eu contra-argumentei: tirando John, quem teria sido o seu favorito? E a resposta de gênio: “para mim, basta um favorito, e foi John”.

Vi muito mais gente boa lá no estádio onde meu time de coração é o que mais comemorou taças e ganhou partidas (Sociedade Esportiva Palmeiras, caso você por acaso não saiba).

Na primeira edição do finado festival Hollywood Rock realizada lá, em janeiro de 1992, tivemos o primeiro dos diversos shows que o grupo americano Living Colour fez por aqui, e de longe o melhor, sendo considerado o grande destaque do evento.

Seal, que havia lançado apenas o primeiro CD e ainda usava aquelas tranças malucas, também deu um belo show.

Três edições do Monsters Of Rock também tiveram o Paulo Machado de Carvalho como palco, e cobri dois deles, com direito a ver mestres como Alice Cooper, Ozzy Osbourne sem Black Sabbath, Black Sabbath sem Ozzy e o sumido Therapy?, entre outros.

E tivemos também os três shows debaixo de chuva do Hollywood Rock 1995, no qual tocaram Rita Lee, Spin Doctors (banda da qual parece que só eu gosto) e os Rolling Stones, com Mick Jagger dando uma aula de carisma e vitalidade. Três shows espetaculares.

E só para finalizar falando de futebol: o melhor jogo que vi por lá foi Palmeiras 4×0 Portuguesa, pelo Paulistão de 1993, com dois gols de Evair e dois de Edmundo. Mas isso é outra história. Aqui é música! Parabéns, Pacaembu setentão, a casa da música, também!

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