Por Fabian Chacur

Nesta quinta-feira (22), um roqueiro que ficou famoso com a imagem de garotão boa pinta em 1976 chega aos 60 anos de idade. É Peter Frampton. Em plena atividade, ele lança no próximo dia 27 um novo CD, Thank You Mr. Churchill, do qual participa seu filho Julian (que toca guitarra e canta).

A longa cabeleira encaracolada e a pinta de galã rocker dos anos 70 já se foram há muito, mas o músico continua em ótima forma e respeitado. Em 2006, por exemplo, seu CD instrumental Fingerprints lhe valeu um Grammy.

A carreira de Peter Frampton (que foi colega de escola de David Bowie) teve início em sua adolescência no grupo Herd, que fez sucesso na Inglaterra. Logo em seguida, montou ao lado de Steve Marriott (do Small Faces) o grupo Humble Pie, que investia em hard rock de forma competente.

Em 1971, ele resolveu mergulhar na carreira solo. Lançou quatro álbuns com repercussão mediana. Em 1976, uma jogada ousada. Como seus shows eram bem mais elogiados do que os trabalhos de estúdio, resolveu gravar um deles e lançá-lo em disco duplo.

A proposta era meio maluca, pois discos ao vivo não eram ainda campeões de vendas naqueles tempos. Ainda mais um álbum duplo. Pois não é que deu certo? Frampton Comes Alive!, lançado pela A&M, virou um recordista de vendas, e tornou Peter Frampton o grande nome do rock em 1976.

As versões ao vivo de Baby I Love Your Way e Show Me The Way tornaram aquele jovem cabeludo um ídolo de proporções mundiais. Pena que uma somatória incluindo problemas com drogas, um acidente que quase o matou em 1978 e mudança dos gostos do público o tenha tirado do estrelato.

O que não significa que ele não gravou músicas legais desde então, entre as quais as excelentes I Can’t Stand It No More, Breaking All The Rules e Sleepwalk, entre outras.

Sua primeira aparição no Brasil rolou em 1980, e até um disco especialmente para o público daqui (Rise Up) foi lançado, uma coletânea misturando faixas já lançadas com material inédito.

Em 1987, Frampton foi o guitarrista de David Bowie no álbum Never Let Me Down, e o acompanhou na grandiosa turnê Glass Spider.

Desde então, o cantor, compositor e guitarrista britânico lançou bons discos com menos repercussão do que mereciam, foi consultor do filme Quase Famosos, de Cameron Crowe (no qual ele fez uma ponta), e até participou de um episódio dos Simpsons.

Tive a honra de entrevistá-lo por telefone em 1995, quando de sua terceira (e até o momento, última) passagem pelo Brasil. Ele também tocou aqui lá pelos idos de 1983, mais ou menos, quando estava lançando o ótimo LP The Art Of Control, que inclui os petardos Sleepwalk e I Read The News.