É impossível pensar na música brasileira sem pensar na bossa nova, e é impossível pensar em bossa nova sem que logo venha à mente (e aos ouvidos) aquela maneira meio sussurrada, meio à meia-voz de cantar. O pai desse estilo, o cantor baiano João Gilberto, faz 75 anos neste sábado (10).Costuma considerar-se que Tom Jobim tenha sido o pai da bossa. Mas o certo é que o estilo não seria o mesmo sem a voz –e o violão– de João Gilberto.

Com sua musicalidade aguçada e seu sentido de ritmo muito próprio, o cantor baiano mostrou –e continua mostrando até hoje– que não é preciso mais do que um banquinho e um violão para se fazer um dos ritmos mais balançantes do planeta.

Seu estilo único de cantar, com um mínimo de voz, afinadíssima, e sempre com uma divisão inesperada, dá a impressão de que ele pode repetir uma mesma melodia inúmeras vezes, sem nunca se repetir –o que ele de fato faz em seus shows e gravações.

Esse estilo ultracool influenciou e continua influenciando diversas geração de cantores nacionais e internacionais, numa lista que inclui nomes tão diversos como Frank Sinatra, Caetano Veloso, Stereolab e Belle and Sebastian, entre outros.