Por Fabian Chacur

Desde que o mundo é mundo, músicos e críticos musicais mantém uma espécie de contenda eterna, na qual alguns desejam ver surgir um vencedor de um dos lados conflitantes.

Para diversos músicos, críticos musicais não passam de párias, músicos frustrados que descarregam suas mágoas e revolta naqueles que conseguem realizar seus trabalhos. Ou seja, uns invejosos.

Para diversos críticos, no entanto, músicos frequentemente não passam de seres arrogantes que não admitem ver seus trabalhos criticados de forma negativa, considerando-se gênios intocáveis.

Na verdade, esse duelo não deveria ter vencedores, levando-se em conta que um precisa do outro. Alguns músicos arrogantes dizem que não precisam da crítica, mas sempre exaltam e divulgam, orgulhosos, quando algum analista elogia suas obras de forma entusiasmada.

Quanto ao crítico, é óbvio que, se não existir música, ele não terá o que analisar/criticar, tornando-se totalmente inútil. Mas para onde o músico irá, se a sua obra não for divulgada? E críticas, boas ou ruins, são sempre uma boa forma de se realizar essa divulgação.

Na verdade, o problema surge quando as pessoas se levam a sério demais. O músico fica louco da vida ao ler uma crítica negativa, enquanto o crítico fica puto quando o músico o classifica como um inútil.

O jornalista Maurício Kubrusly certa vez deu uma boa resposta para os músicos que não admitem serem analisados por um “não músico”, digamos assim: “será que eu preciso saber fazer uma pizza para poder opinar sobre sua qualidade?”

Então, meus caros, o negócio é o seguinte: ninguém é o dono da verdade. Quando eu opino aqui ou em outros espaços para os quais colaboro, apenas faço isso, dou minha opinião. Não quero ser ou dar uma de dono da verdade.

Minha principal preocupação é a de passar informações e tentar incentivar quem me lê a ouvir os artistas sobre os quais escrevo. Ouça você e concorde comigo, ou não. Mas quero fazer o que, antes, críticos como Ana Maria Bahiana, Ezequiel Neves, Big Boy e tantos outros fizeram para mim, ajudando-me a descobrir gente como Beatles, Joe Jackson, Culture Club, Daryl Hall & John Oates etc etc etc ( e tome etc!).

Acho que qualquer crítico ou músico que se ache o dono da cocada preta tende a mandar bolas na trave ou fora do estádio. Bem, essa é a minha opinião…

Ouça Dancing Barefoot, com a cantora e compositora (que também foi crítica musical) Patti Smith: