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Tag: disco music anos 1970

The Trammps feat Earl Young lançam single Because Of You

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Por Fabian Chacur

Quando a era da disco music é relembrada, The Trammps sempre acabam sendo citados, especialmente por seu megahit Disco Inferno, que integrou a trilha sonora do icônico filme Os Embalos de Sábado à Noite (Saturday Night Fever, 1977). O grupo americano acaba de lançar um novo single. Trata-se de Because Of You, que traz todo o swing e o charme que os marcaram nesses anos todos. Uma faixa que já nasce clássica.

Surgido no início dos anos 1970, os Trammps hoje mantém apenas um de seus integrantes originais, pois infelizmente vários deles já não estão mais entre nós. Mas esse remanescente é uma verdadeira lenda da música.

Trata-se do baterista e vocalista Earl Young (o 1º à esquerda na foto acima), que além de integrar a banda também fez parte do staff de músicos de estúdio da gravadora Philadelphia International Records, participando de gravações de Harold Melvin & The Blue Notes, The O’Jays e outros.

Young, por sinal, é considerado por muitos o inventor da batida básica da disco music, mais especificamente na gravação The Love I Lost, de Harold Melvin & The Blue Notes (ouça aqui). Ele também se incumbe até hoje dos vocais de registro mais grave nas gravações dos Trammps.

Com os Trammps, Young gravou hits como a já citada Disco Inferno (ouça aqui) e também clássicos do porte de That’s Where The Happy People Go (ouça aqui), Soul Searchin’ Time (ouça aqui) e Zing Went Strings Of My Heart (ouça aqui ). O grupo se apresentou no Brasil no final dos anos 1970, como registra a matéria abaixo, da revista Música.

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Because Of You– The Trammps Featuring Earl Young:

Gregg Diamond (1949-1999), um dos grandes da disco music

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Por Fabian Chacur

Em março de 1999, a música Steal My Sunshine era lançada, e em pouco tempo se tornaria um dos maiores sucessos pop daquele ano. Gravada pelo grupo canadense Len, trazia como coautor um nome importante da era da disco music, o compositor, músico e produtor Gregg Diamond. Esse hit poderia ter ajudado o artista americano a sair de um ostracismo de quase duas décadas. No entanto, por uma dessas ironias do destino, ele se foi no dia 14 daquele mesmo março de 1999, sem nem ao menos desfrutar desse retorno triunfal.

Vítima de um sangramento gastrointestinal aos 49 anos de idade, Gregg nos deixou um belo legado que, infelizmente, não tem sido celebrado à altura. Procure um texto um pouco mais extenso e detalhado sobre ele e sinta o drama. É por isso que resolvi arregaçar as mangas e colher o máximo de informações possíveis para fazer este tributo. Sem mais delongas, eis a sua vida e obra, saudoso Gregg Diamond!

Gregory Oliver Diamond nasceu em 4 de maio de 1949 em Bryn Mawr, Pensilvania (EUA). Ele estudou percussão e teoria musical na Berklee School Of Music, e começou a carreira musical como baterista, tocando em bandas como a Five Dollar Shoes, que chegou a se apresentar no seminal clube CBGB’s, em Nova York.

O grupo lançou um álbum autointitulado em 1972 (Five Dollar Shoes) pela Neighborhood Records, e um single em 1973, sem grande repercussão. Em seus ensaios, uma figura constante era o irmão mais novo de Gregg, Godfrey Diamond, com seis anos a menos.

Como gostava muito de música, Godfrey não saía dos ensaios, e era convidado a dar opiniões sobre o que estava rolando. Dessa forma, ele começou a tomar gosto por esta área de trabalho, e aos 19 anos de idade, foi contratado pelo Media Sound Studios, em Nova York, inicialmente como auxiliar e aos poucos mergulhando na área técnica, participando de gravações e mixagens. Ele também tocava bateria.

Enquanto isso, Gregg continuava embrenhado no cenário do rock and roll, e passou a integrar a banda de apoio do cantor e compositor Jobriath (1946-1983), a The Creators, que nos idos de 1973 e 1974 era considerada uma das grandes apostas do glitter rock. Jobriath, inclusive, foi um dos primeiros astros de rock a assumir a homossexualidade, e também um dos primeiros nomes conhecidos da cena musical a ser vítima do vírus HIV.

Godfrey também era apaixonado por rock, mas trabalhava no estúdio com artistas de outros gêneros musicais, entre eles a banda de funk e soul Kool & The Gang, mais especificamente nos álbuns Light Of Worlds (1974) e Spirit Of The Boogie (1975), e do cantor de soul Ben E. King (o seminal álbum Supernatural, de 1975, do hit Supernatural Thing).

O mais novo dos Diamond tinha o costume de levar para casa cópias das mixagens que estava ajudando a fazer no Media Sound, e mostrava a Gregg, que aos poucos começou a curtir muito aquela sonoridade funk dançante e pra cima. Não demorou a surgir a ideia de fazer alguma coisa naquela linha, e ele (agora nos teclados) convidou Steve Love, guitarrista do The Creators, e também Jim Gregory (baixo, do Five Dollar Shoes) e o irmão para gravar uma base instrumental, em um estúdio naquela mesma Nova York.

Aí, o imponderável entrou em cena. Andrea True, uma atriz iniciante que atuava em filmes pornôs de segunda categoria, entre eles Deep Throat II (Garganta Profunda, no Brasil), pensava em investir em uma carreira como cantora. Ao ir à Jamaica para participar de uma campanha institucional, viu-se em uma situação inusitada. Por problemas ocorridos entre os governos dos EUA e o local naquele exato momento, ela não poderia levar para o seu país o pagamento que recebeu pelo seu trabalho.

Para não sair totalmente no prejuízo, ela teve a ideia de gastar a grana na própria Jamaica pagando horas de estúdio para gravar uma faixa como cantora. Amiga de Gregg, ela ligou pra ele e perguntou se o músico não tinha alguma gravação que eles pudessem completar na pátria do reggae. Os Diamonds toparam, e viajaram com precisamente aquela gravação que haviam feito pouco tempo antes.

Foi dessa forma que nasceu More, More More, pensada inicialmente como possível tema de um filme pornô. Os Diamonds tentaram emplacar a gravação nas gravadoras de maior porte, mas só ouviram o tão sonhado sim do pequeno selo Buddah Records. Creditado a Andrea True Connection, o single rapidamente se tornou um estouro, atingindo a 4ª posição na parada pop dos single nos EUA e o 5º lugar no Reino Unido.

More, More, More, o álbum, saiu logo a seguir, chegando ao 47º lugar na parada pop e emplacando mais dois hits medianos, Call Me (ouça aqui) e Party Line (ouça aqui). Neles, destaque para a voz pequena e sensual de Andrea, os timbres deliciosos de teclado de Gregg e, especificamente na faixa-título, a levada de bateria de Godfrey, que deu show na mixagem e produção.

Foi nesse momento que Gregg e Godfrey abriram a sua própria empresa de produção, a Diamond Touch, na qual dividiam funções. Basicamente, o mais velho assinava as composições, fazia os arranjos de base e tocava os teclados, cabendo ao mais novo a parte técnica das gravações. More, More, More virou uma espécie de molde para o que viria a seguir.

Curiosamente, mesmo com tanto sucesso, os irmãos Diamond só participaram de uma faixa do segundo álbum de Andrea True Connection, White Witch (1977). Coincidência ou não, foi justo a música mais marcante do LP, N.Y. You Got Me Dancing (ouça aqui), que como single atingiu o nº 27 na parada pop e integrou a trilha da novela global Loco-Motivas.

Vale registrar que as outras faixas de White Witch foram produzidas por Michael Zager, outro produtor e compositor importante da era disco, que estourou com os hits Let’s All Chant e Life’s a Party, esta última a 1ª gravação de Whitney Houston, na época ainda uma adolescente. A única das músicas produzidas por ele neste álbum a estourar foi What’s Your Name What’s Your Number (de Roger Cook e Bobby Woods), nº 56 nos EUA.

Lógico que o sucesso de More More More atraiu a atenção de outros artistas para o trabalho dos irmãos Diamond. O 1º foi George McCrae, que em 1975 estourou mundialmente com Rock Your Baby, um dos primeiros hits massivos da disco music, com autoria e produção a cargo dos líderes do KC & The Sunshine Band, Harry Wayne Casey e Richard Finch.

Curiosamente intitulado Diamond Touch (1976), o álbum inclui quatro músicas de autoria de Gregg Diamond, incluindo o excelente single Love In Motion (ouça aqui). O álbum saiu pela TK Records, a mesma dos trabalhos do KC & The Sunshine Band, e não fez o sucesso que se esperava, mas rendeu um contato bacana que valeria um bom fruto não muito tempo depois.

Em 1977, foi a vez de Gloria Gaynor, a 1ª rainha da disco music graças ao estouro de Never Can Say Goodbye em 1975, valer-se dos serviços de Gregg e Godfrey. O álbum Glorious inclui quatro músicas de Gregg, entre elas a sensual Most Of All (ouça aqui). E, mais uma vez, o trabalho não teve a boa repercussão que merecia. E os Diamond devem ter parado pra pensar.

Nos LPs de George McCrae e Gloria Gaynor, Gregg e Godfrey não tiveram o controle total sobre a produção, compartilhando o trabalho com outros músicos, compositores e produtores. Ele certamente sentiram que uma chance de dar mais certo seria montar um projeto próprio no qual pudessem se incumbir de todas as etapas, desde a seleção de músicas até a mixagem.

Nascia, dessa forma, a Bionic Boogie, também conhecida como Gregg Diamond Bionic Boogie. Era uma banda de estúdio, que trazia como pilares Gregg como produtor, compositor e se desdobrando em teclados como o Yamaha Electric Grand Piano, Fender Rhodes, D-6 Clavinet, Steinway Acústico, Harpsichord e Hammond B-3, Steve Love (guitarra), Jim Gregory (baixo) e Richard Crooks (bateria).

Além desses músicos, outros eram acrescentados de acordo com as necessidades de cada álbum, assim como os vocalistas. No 1º álbum (Bionic Boogie, 1977), temos os vocais a cargo de Yolanda, Zach Sanders e a consagrada cantora e compositora Gwen Guthrie, além de Alan Schwartsburg (bateria) e Lance Quinn (guitarra).

Lançado pela gravadora Polydor, Bionic Boogie não emplacou na parada pop americana, mas cravou dois hits em outros charts. A sensacional Dance Little Dreamer (ouça aqui), com seus vocais em uníssono e levada contagiante de teclados, chegou ao 1º lugar na parada de dance music nos EUA, e ao 77º lugar no Reino Unido.

Por sua vez, Risky Changes (ouça aqui), outro petardo disco, marcou presença na parada americana de r&b, onde chegou ao posto de número 79. Melhor ainda: o disco teve alta rotação nas pistas das discotecas, especialmente da mais badalada da época, o Studio 54.

Como aquela incensada casa noturna ficava a poucos quarteirões do estúdio onde os Diamond gravavam seus discos, era um costume eles levarem versões prévias do que gravavam e pedir para os DJs as testarem nas pistas de dança, sentindo o que dava certo e o que não rolava, aperfeiçoando até chegar ao resultado desejado. E, dessa forma, se tornaram queridinhos de lá.

O bom desempenho do álbum de estreia fez com que a Polydor se entusiasmasse, e logo surgiu o seu sucessor, Hot Butterfly (1978), creditado a Gregg Diamond Bionic Boogie. A grande novidade ficou a cargo da entrada no time do vocalista e compositor Luther Vandross, que participou com destaque do álbum Young Americans (1975), de David Bowie, e dos dois primeiros álbuns do Chic, Chic (1977) e C’Est Chic (1978).

Com sua voz maravilhosa, personalizada e de timbre inconfundível, Vandross marca presença em todos os vocais de apoio e ainda assume o vocal principal em Hot Butterfly (ouça aqui), canção mezzo r&b mezzo disco de andamento midtempo que atingiu o nº 8 na parada dance dos EUA e o nº 77 na parada britânica. Essa deliciosa canção foi relida com muita categoria em 1980 por Chaka Khan, rebatizada como Papillon (ouça aqui).

Excelente, o álbum traz outro petardo, Fess Up To The Boogie (ouça aqui), uma fantástica mistura de rock ardido e disco que sempre agitava as pistas de dança no momento em que entrava em cena, com direito a belos riffs de guitarra e vocais vigorosos. Curiosidade: tem um trecho que lembra muito o de It Don’t Come Easy, de Ringo Starr (ouça aqui).

Além de Luther Vandross, marcam presença nos vocais no álbum Hot Butterfly a cantora Cissy Houston, mãe de Whitney Houston e na época estourada nas paradas disco com Think It Over (de Michael Zager, com quem ela trabalhava) e David Lasley (1947-2021- que atuou com Chic, Sister Sledge e James Taylor, entre outros). Cream (Always Rises To The Top) (ouça aqui), com levada hipnótica, chegou ao nº 61 na parada do Reino Unido.

Em função do trabalho que haviam feito anteriormente na T.K. Records, Gregg e Godfrey receberam o convite para gravar um álbum por aquela gravadora. Como eles eram contratados da Polydor como Bionic Boogie, eles aceitaram a proposta com um novo nome, embora com uma escalação de integrantes bem próxima, Nascia o Gregg Diamond’s Star Cruiser, que no final de 1978 lançaria o LP Gregg Diamond’s Star Cruiser.

As principais novidades estavam no elenco de vocalistas. Gordon Grody (que atuou com Phillys Hyman, Gene Simmons e Vicki Sue Robinson) ficou com o vocal principal de Island Boogie. Por sua vez, Diva Gray (que participou de álbuns do Chic e Change, entre outros) comandou os vocais em This Side Of Midnight. Outra presença importante é a de Jocelyn Brown, que em 1984 estouraria com o hit Somebody Else’s Guy.

Com um repertório particularmente inspirado, Gregg Diamond’s Star Cruiser teve dois hits marcantes nas pistas de dança. Starcruisin’, com belo arranjo de metais e balanço com pitada roqueira (ouça aqui), chegou ao nº 7 na parada dance e o nº 57 na parada de r&b americanas.

Por sua vez, This Side Of Midnight, com um arranjo grandioso e envolvente e o vocal sedutor de Diva Gray, pode ser considerada um dos grandes clássicos da disco music (ouça aqui).

Infelizmente, esse álbum marcou o fim da parceria dos irmãos Diamond. Em entrevista concedida em 2014 para Abby Garnett para o site redbullmusicacademy.com, Godfrey deu a seguinte declaração:

“Ele era uma pessoa muito criativa e brilhante, o meu irmão, eu o amava. Mas ele também tinha um lado muito destrutivo. Eu trabalhava quase 18 horas por dia, não aguentava mais aquilo”.

Desta forma, Godfrey resolveu sair da Diamond Touch. Ele, que em 1976 produziu o álbum Coney Island Baby, de Lou Reed, saiu da cena da dance music e trabalhou com artistas como Billy Squier e Aerosmith, até abrir o seu próprio estúdio, o Perfect Mixes Studio, na ativa há mais de 20 anos.

Sem o irmão, Gregg prosseguiu o seu contrato com a Polydor, e em meados de 1979 lançou o álbum Tiger Tiger. A parte técnica de gravar e mixar ficou a cargo do engenheiro de som John Pace, conhecido por seus trabalhos com John McLaughlin, Kenny Loggins e Anne Murray, entre outros

A grande marca fica por conta da manutenção da parceria com Luther Vandross, que se incumbiu dos arranjos vocais, backing vocals e vocal principal em três faixas muito boas, das quais ele foi também o coautor.

São elas Lay It On The Line (ouça aqui), Crazy Lady Luck (ouça aqui) e Take The Boogie Home (ouça aqui). Embora excelentes, nenhuma delas emplacou nos charts de dance music, r&b e pop.

O único semihit do álbum foi exatamente a faixa-título, Tiger Tiger (Feel Good For a While) (ouça aqui), assinada apenas por Gregg e que chegou ao 33º lugar na parada dance dos EUA. Seria o último hit do Bionic Boogie. Jocelyn Brown, Lani Groves e Janet Wright também participaram dos vocais.

Já sem Luther Vandross, Gregg Diamond lançou um último álbum, desta vez creditado só a ele, por um outro selo do conglomerado Polygram, o Mercury. Trata-se de Hardware, que chegou às lojas no finalzinho de 1979, no exato momento em que a disco music sofria com o abjeto movimento Disco Sucks, que procurou tirar a disco de cena por razões preconceituosas e infelizmente atingiu os seus objetivos.

O time de músicos neste álbum se manteve, com participações especiais luxuosas como as de David Sanborn (sax alto) e Randy Brecker (trompete). Nos vocais, Zack Saunders, Jocelyn Brown, Diva Gray e Gordon Grody, entre outros. Embora com faixas bem interessantes como 1/8th Of Your Love (ouça aqui) e War Paint (Love Line) (ouça aqui), o disco passou batido.

Com o fim da era disco, Gregg Diamond simplesmente sumiu de cena. Uma rara aparição ocorreu em 1983, e ainda assim por tabela, quando a cantora Jackie Moore (que em 1979 estourou com o hit disco This Time Baby, escrito por Bell & James) regravou com categoria Holding Back (ouça aqui), que o Bionic Boogie lançou no álbum Gregg Diamond’s Star Cruiser (1978, ouça a versão original aqui).

Lembra do início dessa matéria? Pois chegou a hora de contar a história de Steal My Sunshine, a música que trouxe Gregg Diamond de volta às paradas de sucesso, mesmo que de maneira meio torta. Tudo começou quando o músico canadense Marc Costanzo ouviu More, More, More, de Andrea True Connection, em uma festa retrô, e ficou com ela na cabeça.

Costanzo era o cantor, músico e líder da banda de rock alternativo canadense Len, que havia até então lançado dois álbuns sem grande repercussão. Valendo-se de um pequeno (porém marcante) trecho de More, More, More, no melhor estilo do rap/hip hop, ele compôs uma nova música, que interpretou em dupla com a irmã, Sharon Costanzo.

Intitulada Steal My Sunshine (ouça e veja o clipe aqui), a canção foi lançada em março de 1999, incluída na trilha sonora do filme Go (exibido no Brasil como Vamos Nessa), dirigido por Doug Liman, no 3º álbum da banda, You Can’t Stop The Bum Rush e depois também saiu no formato single.

A divulgação adicional obtida graças ao filme impulsionou a música nas paradas de sucesso, e a levou a atingir a posição de nº 9 na parada americana de singles. O álbum chegou ao 46º posto na parada pop, e Steal My Sunshine entrou no Top 40 de oito países pelo mundo afora.

O sucesso do Len, no entanto, ficou por aí, com a banda de Marc Constanzo lançando outros dois álbuns que passaram batido. Eles se tornaram o que a literatura pop definiu como one hit wonder (maravilha de um sucesso só, em tradução livre), e até hoje são lembradas por essa canção, que se tornou uma espécie de hino do verão americano daquele mesmo 1999 em que seu coautor, Gregg Diamond, nos deixou. Fina ironia…

More More More (clipe)- Andrea True Connection:

Patrick Adams e Paulo Diniz, duas grandes perdas na música

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Por Fabian Chacur

Dois grandes músicos nos deixaram nesta quarta-feira (22). Um foi o cantor, compositor e músico pernambucano Paulo Diniz, aos 82 anos. O outro, o produtor, compositor, músico e engenheiro de som norte-americano Patrick Adams, aos 72 anos. Ambos tinham em comum o grande talento e o fato de terem vivido seus períodos de maior sucesso comercial e artístico durante a década de 1970, cada um em sua respectiva área de atuação.

Nascido em 17 de março de 1950, Patrick Adams começou a carreira fazendo arranjos musicais para artistas como Astrud Gilberto. Sister Sledge e outros, além de ter sido manager do grupo Black Ivory. Em meados dos anos 1970, mergulhou no universo da produção e composição. Um de seus primeiros êxitos foi com o projeto de estúdio Universal Robot Band, que estourou em 1977, em pleno auge da disco music.

Este grupo de estúdio fez grande sucesso no Brasil com a música Dance and Shake Your Tambourine (1977- ouça aqui), incluída na trilha da novela global Loco-Motivas (1977). Essa música, assim como o outro ótimo hit deste projeto, Freak With Me (ouça aqui), eram de autoria de Adams, além de contarem com seus arranjos. Esse trabalho atraiu a atenção de Marvin Schlachter, da gravadora Prelude Records.

Schlachter perguntou a Patrick Adams quanto tempo ele levaria para gravar um álbum disco e perguntou o preço, que foi aceito logo de cara. Em apenas três semanas, Adams deu conta do recado, incluindo compor as músicas, fazer os arranjos, arregimentar os músicos e cantores (incluindo a diva Jocelyn Brown) e se incumbir da engenharia de som. Surgia o Musique.

O álbum Keep On Jumpin’ (1978) pode ser considerado um dos grandes clássicos da era disco. Sua fantástica faixa-título é outro hit de Adams no Brasil, pois integrou com destaque a trilha sonora da novela global Pecado Rasgado (1978). Nos EUA e exterior, o principal sucesso foi outra gravação certeira, In The Bush (ouça aqui), que logo virou um clássico das pistas.

Summer Love (ouça aqui) e Summer Love Theme (instrumental- ouça aqui), no mesmo alto nível, completam o álbum. Sim, apenas quatro músicas, mas todas em versões longas, muito criativas e extremamente adequadas às pistas de dança. Tudo nelas é perfeito: as levadas rítmicas, os timbres dos instrumentos, os vocais, os arranjos… Christine Wiltshire, uma das cantoras do álbum, teve uma filha com Adams.

Com a queda da popularidade da disco music, causada principalmente por pressões homofóbicas e racistas, Patrick Adams não deixou a peteca ir ao chão, e trabalhou com artistas de rap como Eric B & Rakim, KSR-One, Mas e Salt-N-Pepa. Suas músicas também foram sampleadas por outros artistas, entre os quais o consagrado Kanye West.

Quero Voltar Pra Bahia e outros hits

Paulo Diniz nasceu em 24 de janeiro de 1940. Em meados dos anos 1960, mudou-se para o Rio de Janeiro para tentar se inserir no meio musical. Com uma inspirada mistura de soul, ritmos brasileiros e pop, ele estourou nacionalmente em 1970 com Quero Voltar Pra Bahia, uma bela, velada e contagiante homenagem a Caetano Veloso, então exilado na Inglaterra.

Não demorou a emplacar outros sucessos marcantes nas paradas de sucesso da época, entre elas O Meu Amor Chorou (de Luiz Marçal Neto- ouça aqui), Um Chope Pra Distrair (ouça aqui) e Pingos de Amor (ouça aqui), esta última regravada em 2000 com muito sucesso pelo Kid Abelha. As três últimas são composições dele feitas em parceria com Odibar (1950-2010), seu parceiro mais constante nesses seus anos de ouro.

Outra marca de sua obra foi musicar poemas de nomes ilustres como Carlos Drummond de Andrade (José), Gregório de Matos (Definição de Amor), Manuel Bandeira (Vou Me Embora Pra Passárgada) e Augusto dos Anjos (Versos Íntimos). Ele também releu clássicos alheios como Felicidade (Lupicinio Rodrigues) e Asa Branca (Luiz Gonzaga-Humberto Teixeira).

Embora sem o mesmo sucesso em termos comerciais, Diniz se manteve na ativa até o início dos anos 2000, quando parou de fazer shows devido às complicações causadas pela esquistossomose, mas se mantinha compondo e apoiava projetos que envolviam suas composições.

Keep On Jumpin’– Musique:

Timmy Thomas, 77 anos, autor de um belo libelo pela paz mundial

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Por Fabian Chacur anos

No finalzinho de 1972, um verdadeiro libelo pela paz mundial tomou as programações de rádio de todo o mundo. Why Can’t We Live Together levou o seu autor, o cantor, compositor e músico Timmy Thomas, a atingir o 3º lugar na parada pop e o 1º posto no chart de r&b, vendendo só nos EUA mais de 2 milhões de cópias. Tido por alguns como um one hit wonder (maravilha de um sucesso só), ele, no entanto, tem uma história bem bacana. Thomas nos deixou nesta sexta (11) aos 77 anos de idade de causas não reveladas.

Timmy Thomas nasceu em Evansville, Indiana (EUA) em 13 de novembro de 1944. Jovem músico promissor, ele começou aprendendo e tocando ao lado de jazzistas do calibre de Cannonball Adderly e Donald Byrd. Em Memphis, Tennessee, tornou-se músico de estúdio, atuando em gravações para as gravadoras Sun, Stax e Goldwax. Ele também trabalhou como músico para as bandas The Mark-Keys e Phillip And The Faithfulls. Aí, resolveu mudar para Miami, Flórida, inicialmente para montar um barzinho.

Ele fez amizade em 1972 com o músico e compositor Noel “King Sporty” Williams, que depois ficaria mundialmente conhecido como o parceiro de Bob Marley no hit póstumo do rei do reggae Buffalo Soldier (lançada em 1983 no álbum Confrontation). Williams o levou ao estúdio da Glades, um dos vários selos ligados à TK Productions, do veterano Henry Stone. Com ele, Thomas trouxe o seu teclado marca Lowrey e uma precursora das baterias eletrônicas que dali a pouco tomariam conta das gravações, especialmente de dance music.

Cantando, tocando o órgão e valendo-se do ritmo eletrônico, o cantor deu vida a o que inicialmente seria apenas uma demo da canção que ele havia feito há pouco, inspirado pela Guerra do Vietnã. Ele explica melhor, em trecho de entrevista concedida à revista Blues & Soul em 1973:

“Escrevi essa letra baseada na minha frustração em relação ao que ocorria no mundo como um todo naquela época, questionando o porquê não podíamos viver juntos, sem guerra e em paz uns com os outros. Tive como inspiração um ritmo próximo ao da bossa nova, sendo que antes havia experimentado algo ainda mais latino”.

Quando a gravação ficou pronta, os técnicos envolvidos perceberam que a tal demo estava com qualidade para ser lançada do jeito que estava. A gravação ocorreu em agosto de 1972, e em outubro já começava a entrar com força nas programações das rádios. Em 27 de janeiro de 1973, Why Can’t We Live Together tirou nada menos do que Superstition, de Stevie Wonder, da ponta da parada ianque de r&b, mantendo-se lá por duas semanas. O single também atingiria o 3º lugar na parada pop, vendendo em solo americano mais de 2 milhões de cópias.

Tendo com lado B a deliciosa Funky Me (ouça aqui), o single Why Can’t We Live Together fez sucesso nos quatro cantos do mundo, Brasil incluso. Ele veio divulgar a música por aqui. E, em informação que consegui com o querido colega Zeca Azevedo, aproveitou para gravar um compacto duplo de vinil.

O disco, lançado pela Top Tape, traz Eu Só Quero Um Xodó (de Dominguinhos Anastácia e, na época, grande hit com Gilberto Gil- ouça a versão de Timmy Thomas aqui), cantado meio que na raça em português pelo artista e Tá Chegando a Hora (Cielito Lindo- ouça aqui), com um coral brasileiro nos vocais.

O single também trouxe duas canções inéditas feitas por Thomas especialmente para a ocasião, She’s a Rio Girl (ouça aqui) e I’ll Always Remember Brazil (ouça aqui), ambas bem dançantes e divertidas, com direito a cuíca e tudo, além de letras do tipo “turista encantado com o país que está visitando”.

Why Can’t We Live Together se tornou um clássico perene. Além do estouro da versão original, ela também teve diversas regravações, entre as quais de Sade (no CD Diamond Life, de 1984), MC Hammer (no CD Too Legit To Quit, de 1991) Steve Winwood (no CD Junction Seven, de 1997), Joan Osbourne (no CD How Sweet It Is, de 2002) e Carlos Santana (no álbum Warszawa, de 2020). Drake também sampleou a gravação de Thomas no hit Hotline Bling, de 2015.

Depois do estouro dessa música, Timmy Thomas teve dificuldade para superá-lo. Em conversa com Henry Stone, o dono da TK lhe deu uma possível explicação: “meu caro, o tema da sua canção era muito profundo, muito denso, seria mesmo muito difícil você apresentar algo tão forte assim”. Seja como for, ele seguiu adiante. Em 1974, por exemplo, lançou um dueto matador com a cantora Betty Wright, Ebony Affair (ouça aqui).

Em 1977, foi a vez do álbum Touch To Touch, cuja ótima faixa-título seguia uma batida puramente disco-soul (ouça aqui). Essa música fez um certo sucesso no Brasil, incluída na coletânea Miami Sound, lançada pela CBS. Em 1985, outro dueto bacana, New York Eyes, com a cantora Nicole McCloud (ouça aqui).

A partir do final dos anos 1980, Timmy Thomas passou a atuar de forma mais esparsa como artista solo, dedicando-se a produzir outros artistas e também a dar aulas de música em escolas públicas. Ele teve participação, como organista, em quatro faixas no badalado álbum de estreia da cantora britânica Joss Stone, The Soul Sessions (2003). Não é sem ironia que Timmy Thomas se vai quando os versos de Why Can’t We Live Together se mostram mais atuais do que nunca.

Why Can’t We Live Together (ao vivo)- Timmy Thomas:

Baccara perde Maria Mendiola, 69 anos, integrante original

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Por Fabian Chacur

Um dos destaques da trilha sonora da novela global Espelho Mágico (1977) foi a faixa disco Yes Sir I Can Boogie. Esse hit, que atingiu o 1º posto em 14 paradas europeias na época, incluindo a do Reino Unido, marcou a efusiva estreia do duo Baccara. Neste domingo (12), foi divulgado em um perfil do Instagram que a cantora e dançarina espanhola Maria Mendiola, única integrante da dupla original na formação atual, infelizmente nos deixou aos 69 anos em Madrid, de causa não revelada.

Nascida em 4 de abril de 1952, Maria Mendiola trabalhava como dançarina em uma emissora de TV espanhola ao lado de Mayte Mateos (nascida em 7 de fevereiro de 1951) quando sugeriu à amiga que elas poderiam se dar bem cantando em dupla músicas dançantes. Seus caminhos se cruzaram com o do produtor Leon Dane, que trabalhava para a filial alemã da gravadora RCA e viu potencial nas duas. Não demorou para que elas fossem contratadas.

Com produção musical e composições a cargo dos alemães Frank Dostal e Rolf Soja, as espanholitas, agora se valendo do nome Baccara, gravaram um primeiro single em 1977. E logo de cara, a canção em foco, Yes Sir I Can Boogie, as levou a invadir as paradas europeias com sua levada disco com tempero latino e um jeitão de pop sensual e ingênuo. Deu tão certo que estourou também no Brasil, na gravação original delas e na divertida versão em português interpretada pela paraguaia Perla com o peculiar título Eu Sei Tudo Professor.

Essa faixa foi o carro-chefe do autointitulado álbum de estreia do Baccara, lançado no final de 1977. Outra canção desse álbum conseguiu boa repercussão nas paradas de sucesso, a também dançante e muito caliente Sorry I’m a Lady. Nas apresentações ao vivo, a marca registrada das moças era Mendiola de vestido branco e Mayte de preto, além das coreografias.

O 2º álbum do duo, Light My Fire (1978), trouxe como destaque um longo pot-pourry com quase 12 minutos reunindo mais uma composição de Dostal/Soja, Baby Why Don’t You Reach Out?, com a célebre Light My Fire, canção mais popular da carreira do The Doors. Releituras de La Bamba (Ritchie Valens) e Yummy Yummy Yummy (Ohio Express) também marcaram presença, mas o álbum vendeu pouco em relação ao anterior.

Outra tentativa, no mesmo ano, foi participar do festival Eurovision defendendo Luxemburgo com a canção Parlez-Vous Français?, que atingiu o 7º lugar na competição e também marcou presença no LP Light My Fire.

Após mais dois álbuns sem grande repercussão (Colours– 1979 e Bad Boys-1981), as duas integrantes do Baccara resolveram seguir caminhos distintos, ambas tentando se valer do nome Baccara e competindo intensamente pelos antigos fãs. No fim das contas, foi Maria Mendiola quem se deu melhor, e conseguiu sucesso (embora muito menor do que os antes) com faixas como Call Me Up, Fantasy Boy e Touch Me.

Após a saída de Mayte Mateos, Maria Mendiola teve a seu lado Marisa Perez (de 1985 a 2008), sua sobrinha Laura Mendiola (de 2008 a 2011) e Cristina Sevilla, outra amiga dos tempos de TV espanhola e que chegou a integrar a versão Baccara de Mayte nos anos 1980. E foi precisamente Sevilla quem anunciou, no Instagram, a morte da colega de dupla, ocorrida neste sábado (11) em Madrid.

Yes Sir I Can Boogie ganhou sobrevida desde os tempos da disco music graças a releituras de Sophie Ellis-Bextor, The Fratellis e Goldfrap, além de ter sido usada de forma informal como uma espécie de hino da seleção de futebol da Escócia durante a Euro 2020.

Yes Sir I Can Boogie (clipe)- Baccara:

Patrick Juvet, 70 anos, um dos grandes astros da disco music

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Por Fabian Chacur

Por paradoxal que possa parecer, o volume de notícias na era da internet é tão grande que, por vezes, acabamos deixando passar algumas delas. Apenas hoje fiquei sabendo da morte do cantor e compositor suíço Patrick Juvet. Ele nos deixou aos 70 aos de idade no dia 1º de abril deste ano. Foi encontrado morto em seu apartamento em Barcelona, Espanha, vítima de um ataque cardíaco, conforme informaram seus parentes em post nas redes sociais. Com atraso, mas na antevéspera do que seria o seu aniversário de 71 anos, eis o tributo de Mondo Pop a esse artista.

Patrick Juvet nasceu no dia 21 de agosto de 1950 na icônica cidade de Montreux, mundialmente conhecida por abrigar desde o final dos anos 1960 um badalado festival de jazz. Ele chegou a atuar como modelo na cidade alemã de Dusseldorf durante dois anos, mas se mudou para a França lá pelos idos de 1970, disposto a arriscar uma carreira no meio musical. Juvet encantou o produtor Eddie Barclay, que o contratou para o seu selo, o Barclay, em 1971.

O cantor lançou seu primeiro álbum em 1973, mesmo ano em que representou a Suíça no festival Eurovision com a canção Je Vais Me Marier Marie, que atingiu a 12ª posição na importante competição musical europeia.

Em 1975, fez sucesso na França e no Brasil com um single que trazia dois hits internacionais vertidos para o francês: Magic (David Paton e Billy Lyall- ouça aqui), do grupo britânico Pilot cuja versão foi assinada pelo então ainda desconhecido músico francês Jean-Michel Jarre, e J’ai Peur de La Nuit, versão de Boris Bergman (ouça aqui) para Only Women Bleed, hit de Alice Cooper e Dick Wagner gravado pelo astro americano em Welcome To My Nightmare (1975).

A coisa realmente engrenou na carreira de Patrick Juvet quando ele firmou parceria com a produtora Can’t Stop Productions, do músico e produtor Jacques Morali e do administrador Henri Belolo, os mesmo responsáveis pelos estouros do Village People e da Ritchie Family. O primeiro projeto do cantor suíço com os novos parceiros, o álbum Got a Feeling (1978), tornou-se o marco principal de sua trajetória musical. Em pleno auge da era da disco music, estourou no mundo inteiro, graças a dois singles certeiros.

O 1º foi Got a Feeling, faixa-título do LP e cujo single de vinil (com Another Lonely Man no lado B) eu ganhei do meu saudoso irmão Victor no meu aniversário de 17 anos. O 2º e mais importante se tornou o seu maior hit, I Love America (ouça aqui), que no álbum dura 14m02 e no single por volta de 6 minutos (divididos em duas parte). Difícil alguma festa temática disco que não inclua essa música.

O álbum traz quatro faixas. Três delas- Got a Feeling, Another Lonely Man e I Love America são parcerias de Juvet com o produtor Jacques Morali e o cantor americano Victor Willis, vocalista principal do Village People em sua fase áurea. A faixa restante, Where Is My Woman, tem como autores Juvet, Willis e o velho amigo Jean-Michel Jarre. Os arranjos de cordas e metais de Horace Ott e os vocais e de base de Morali são matadores.

Em 1979, Patrick Juvet voltou com outro ótimo álbum, Lady Night, que emplacou nas paradas disco a certeira faixa-título (ouça aqui) e a deliciosa Swiss Kiss (ouça aqui), ambas assinadas por Juvet/Morali/Willis.

Naquele mesmo 1979, Juvet mostrou um outro lado de seu talento com o álbum praticamente todo instrumental Laura Les Ombres De L’ete, trilha sonora do filme Laura, dirigido pelo inglês David Hamilton que conta com a participação dos músicos franceses Marc Chantereau e Slim Pezin, integrantes do grupo Voyage, outro marco da disco music com hits como Souvenirs, From East To West e Scotch Machine, entre (vários) outros.

Aí, a era disco infelizmente acabou, com boa parte dos artistas imediatamente associados a esse estilo musical sendo jogados de lado pela mídia e gravadoras. Patrick Juvet não foi exceção, e após tentativas de reaver o sucesso perdido (um desses álbuns tinha o irônico título Still Alive, de 1980), mergulhou em bebidas e drogas, mudando algumas vezes de país e entrando em franca decadência.

Um bom momento desses anos pós-fama ocorreu em 1991 com o lançamento do álbum Solitudes, que contou com as participações especiais de Françoise Hardy, Luc Plamondou e Marc Lavoine. Sua carreira, então, passou a ser participar de shows de revival da disco, alguns ao lado da cantora Sheila B. Devotion (dos hits Spacer, Singing In The Rain e You Light My Fire). Em 2005, ele lançou a autobiografia Les Bleus Au Coeur: Souvenirs, na qual contou suas histórias na música e também como lidou com o seu homossexualismo.

Got a Feeling (clipe)- Patrick Juvet:

The Fratellis regravam um belo clássico da disco music setentista

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Por Fabian Chacur

Acho muito legal quando alguém regrava uma canção que nunca imaginaríamos que aquele tipo de grupo ou artista escolheria para o seu repertório. E isso acaba de ocorrer com o The Fratellis. O trio escocês de rock alternativo criado em 2005 nos surpreende com uma releitura muito divertida de Yes Sir I Can Boogie, hit mundial da disco music em 1977 com o duo feminino espanho Baccara e que integrou a trilha da novela global Espelho Mágico (ouça a versão delas aqui).

Quem explica a escolha da canção para ser relida é John Fratelli (vocal, guitarra e teclados), que integra o grupo ao lado de Barry Fratelli (baixo e vocais) e Mince Fratelli (bateria, vocais e banjo). Vale lembrar que o sobrenome na verdade é só artístico, extraído de personagens do filme The Goonies (1985):

“Foi muito divertido pegar uma música que ninguém jamais teria associado ao The Fratellis e transformá-la em algo que fizesse todo o sentido para nós. A resposta à versão ao vivo no programa Chris Evans’ Breakfast Show foi incrível. Embora soubéssemos que tínhamos feito algo de que estávamos muito orgulhosos, ainda foi um choque descobrir que tantas pessoas concordaram!”

A gravação foi lançada em single e também incluída como faixa-bônus em uma nova edição do 6º e mais recente álbum da banda, Half Drunk Under a Full Moon, sendo que a renda obtida com as vendas nesses dois formatos será doada a três instituições de caridade dedicadas ao público infantil.

Yes Sir I Can Boogie– The Fratellis:

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