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Novo álbum dos Beatles é para colecionadores

Por Fabian Chacur

Poucos fãs são tão devotados ao seu objeto de paixão como os dos Beatles. Os mais fanáticos consomem literalmente tudo que leva a logomarca dos Fab Four. Camisetas, livros, revistas, pôsteres e especialmente discos. O mais recente lançamento, On Air- Live At The BBC Volume 2, marca o primeiro item da banda a sair pela Universal Music, que adquiriu o acervo da EMI. Belo início dessa nova parceria.

Logo de cara, é importante ressaltar que este álbum duplo é recomendável apenas àqueles que já possuem a coleção completa dos álbuns lançados pelo mitológico grupo britânico entre 1963 e 1970 e também a coletânea Past Masters Volumes 1 e 2, que compila os singles que não integraram os LPs e foram lançados naquele período. Esse é o Santo Graal, com as gravações perfeitas do mais fantástico repertório jamais lançado por um grupo, duo, artista ou coisa que o valha na história da música.

Para quem ainda não possui esse acervo, adquirir On Air- Live At The BBC Volume 2 soa meio fora de propósito, e a explicação é simples. Este álbum duplo traz 63 faixas, sendo 40 músicas e 23 vinhetas e pequenas entrevistas com os quatro músicos. Essas gravações foram registradas entre 1963 e 1966 essencialmente nos estúdios da rádio BBC de Londres, sendo flagrantes da banda tocando ao vivo canções já registradas por ele em seus álbuns normais ou outras nunca gravadas por eles oficialmente.

Boa parte dos registros tem qualidade de áudio bem inferior ao dos álbuns regulamentares e com performances bem próximas das, digamos assim, “oficiais”. Para quem quer ouvir os Beatles no topo de sua atuação, é muito melhor comprar Please Please Me, Help!, Revolver, Sgt. Pepper’s, Abbey Road e seus outros espetaculares discos de carreira, pois é lá que eles nos mostram o porque merecem tanta adulação.

Live At The BBC Volume 2, assim como seu antecessor, Live At The BBC (1994), são destinados ao fã mais detalhista, que curte conferir versões diferentes da mesma música e que não se importa de fazer isso valendo-se de gravações de qualidade técnica inferior, como ocorre aqui, especialmente nas faixas I’m Talking About You e Beautiful Dreamer.

Também é delicioso ouvir John, Paul, George e Ringo mandando ver em canções não gravadas por eles oficialmente, embora até tivessem sido incluídas nos set lists de shows de seus primeiros tempos, como Lucille, The Hippy Hippy Shake e Sure To Fall (In Love With You). Mas o ouvinte médio certamente não aguentará ouvir os dois CDs na íntegra, ainda mais com as entrevistas entre uma canção e outra. Melhor deixar isso para nós, os fanáticos.

A apresentação de Live At The BBC em CD e LP de vinil é simplesmente espetacular, com direito a capa digipack (no caso do CD), encarte luxuoso feito com papel especial e repleto de fotos e informações detalhadas sobre cada faixas, além de um bom trabalho de remasterização das faixas, que só não soam melhores pelo fato de terem sido gravadas de forma menos caprichosa do que as feitas nos célebres estúdios da EMI situados em Abbey Road.

Para quem não sabe, os Beatles tinham um contrato com a BBC de Londres que os obrigava a participar de vários programas da emissora, sempre tocando ao vivo. Eles fizeram isso entre 1962 e 1965, o que era considerado uma bela forma de divulgação para a banda. Esse material foi bastante pirateado a partir dos anos 70, e só começou a sair oficialmente em 1994.

A Universal Music também lançou no exterior uma caixa reunindo os quatro CDs contidos nos volumes 1 e 2 de Live At The BBC, outro item de colecionador bem bacana, especialmente para quem por ventura não havia ainda adquirido o volume 1. Esses álbuns mostram a melhor banda de todos os tempos desnuda, mostrando sua garra e seu imenso talento em gravações mais toscas. Indispensável para os integrantes do núcleo duro dos beatlemaníacos.

Ouça The Hippy Hippy Shake, com os Beatles:

Ouça Words Of Love, com os Beatles:

EMI Music é desmembrada e vendida

Por Fabian Chacur

Depois de quatro meses de intensas negociações, enfim a EMI Music foi vendida pelo seu mais recente proprietário, o CitiGroup, que teve de se desvencilhar da empresa após quatro anos. A notícia foi veiculada na edição eletrônica desta sexta(11) do The New York Times.

Como forma de escapar de um prejuízo que poderia se tornar ainda maior, o CitiGroup preferiu comercializar a célebre gravadora de origem britânica por um total de 4.1 bilhão de dólares, sendo que há quatro anos o grupo empresarial a havia adquirido por 5.5 bilhões de dólares.

A venda ocorreu da seguinte forma: a Universal Music, do grupo empresarial francês Vivendi, pagou 1.9 bilhão de dólares pela gravadora e seu acervo, que inclui obras dos Beatles, Pink Floyd, Norah Jones, Coldplay e inúmeros outros artistas.

A editora musical, por sua vez, rendeu 2.2 bilhões de dólares ao CitiGroup e ficou nas mãos de um grupo empresarial que tem como líder a japonesa Sony Music.

Desta forma, uma antiga previsão que eu havia feito enfim se concretizou no meio musical. Eu explico.

Inspirado pelas grandes incorporações e fusões do mercado de alimentos e afins nos anos 90, previ que, em um futuro breve, cada área de atividade industrial/comercial teria apenas três grandes empresas na ponta do processo, com todas as outras, de porte infinitamente menor, disputando o resto do mercado. Não deu outra.

Com essa negociação concretizada, agora temos apenas três grandes conglomerados mandando no mundo da música: a Universal Music, a Sony Music e a Warner Music. Esta última, hoje em mãos de empresários russos, tentou adquirir a EMI, mas não teve sucesso.

Cabe a essas imensas transnacionais lutarem para viabilizar a permanência do negócio da música gravada em patamares mais próximos dos seus tempos áureos, o que parece cada vez mais improvável.

A indústria musical sofreu um forte golpe nos últimos 12 anos devido aos downloads ilegais de músicas, que ajudaram a derrubar um mercado que parecia sólido e imune a pancadas.

A Universal Music, por exemplo, hoje abriga marcas que já foram autônomas e vencedoras, como EMI, Motown, Island, A&M e Polygram, só para citar algumas.

No caso da Sony Music, temos por lá a outrora poderosa alemã BMG, que por sinal já havia englobado, nos anos 80, a icônica RCA Victor.

Já a Warner traz em seu catálogo obras de selos como Atlantic, Elektra, Continental e diversos outros.

Ouça EMI, com os Sex Pistols:

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