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Coletânea serve como iniciação a John Lennon

Por Fabian Chacur

Coletâneas costumam ser execradas pelos críticos pelo fato de, em alguns casos, tentarem resumir aquilo que não tem como ser resumido.

Quem sabe isso tenha a ver com uma postura arrogante que boa parte dessa tal “crítica especializada” adora ter.

Quem é que disse que a missão de uma humilde compilação é resumir de forma perfeita uma carreira?

Ou quem afirmou ser um cidadão obrigado a ter tudo da obra de um artista, pois mais importante que esse nome possa ser?

E tem o ponto nevrálgico desse papo: uma coletânea frequentemente pode ter a função de ser a porta de entrada para uma obra. E, costumeiramente, mais abrangente do que um disco de carreira, por exemplo.

Esses pensamentos surgem ao analisar Power To The People – The Hits, álbum lançado pela EMI em parceria com a Som Livre e  junto com as edições remasterizadas das obras lançadas por John Lennon em sua carreira solo (que eu analisarei em breve por aqui).

Para pessoas como eu, que tem tudo o que o genial cantor, compositor e músico britânico lançou sem os Beatles, essa nova compilação é o chamado mais do mesmo.

No entanto, saibam vocês que meu primeiro álbum de Mrs. Lennon foi o Shaved Fish, primeira compilação da obra solo do autor de Imagine e lançado em 1976.

Tão entusiasmado fiquei com esse então LP que, aos poucos, fui comprando tudo o que o filho de Liverpool colocou nas lojas.

Então, Power To The People – The Hits pode perfeitamente cumprir a mesma função para a garotada de hoje em dia.

Ou então, para quem não tem muita grana e quer apenas algumas canções marcantes do repertório do Sr. Ono.

O repertório inclui 15 músicas irrepreensíveis, indo desde as pioneiras Cold Turkey e Instant Karma! (We All Shine On), lançadas em 1969, ou seja, antes do final dos Beatles, até Woman, (Just Like) Starting Over e Watching The Wheels, do último álbum que lançou em vida, Double Fantasy (1980).

É muita coisa boa, com direito às viscerais Mother e Gimme Some Truth, a visionária Imagine, a intensa Mind Games, a psicodélica #9 Dream e a romântica Jealous Guy.

A capa e a embalagem digipack são excelentes e belas, embora o encarte não traga as letras das canções, algo condenável em um produto que representa a obra de um artista que tinha nas palavras um de seus grandes aliados.

A edição especial traz um DVD com os clipes das canções que a torna ideal para se presentear alguém que ainda não conheça a música de Lennon, ou que deseje um resumo bacana, ou ainda….tanto faz!

Boa música é sempre benvinda, seja de que forma venha. Ponto. O resto é elocubração infrutífera e onanismo intelectual…

John Lennon 70 – os inúmeros prós

Por Fabian Chacur

John Lennon foi um dos artistas mais importantes da história do rock. Em seus breves 40 anos de vida, teve tempo de construir uma obra colossal, de importância artística e comercial incomensuráveis.

Nos Beatles, o cantor, compositor e guitarrista nascido em 9 de outubro de 1940 na portuária Liverpool se encaixava feito luva com Paul McCartney.

Ambos tinham características próximas, que souberam desenvolver. Eles aprenderam muito um com o outro, e se completavam de forma absurda.

Nem Paul era tão romântico, nem John era tão rebelde, e isso fica claro em alguns momentos doces dos Beatles assinados por ele, como Girl, Julia, If I Fell e Strawberry Fields Forever, só para dar alguns exemplos.

Juntos, John, Paul, George e Ringo construíram o mais valioso acervo da história da música pop.

Lógico que seria difícil superar isso sozinho, e John Lennon não conseguiu em sua carreira solo ir além do que fez com os Beatles.

Mas o que ele nos ofereceu em sua trajetória individual já seria capaz de eternizá-lo, mesmo que os Fab Four nunca tivessem existido.

John Lennon – Plastic Ono Band (1970), por exemplo, é um dos discos mais viscerais e minimalistas de todos os tempos, com direito a pérolas como Mother, I Found Out, Look At MeWell Well Well e God.

Logo em seguida, veio Imagine (1971), cuja faixa título é provavelmente o mais belo e singelo hino pacifista de todos os tempos. Mas o disco tem muito mais.

Vide a deliciosamente romântica e delicada Oh My Love, a visceral e de letra política Gimme Some Truth e a virulenta venenosa How Do You Sleep (cheia de rancor contra Paul McCartney).

Em 1972, o panfletário Some Time In New York City mostra um Lennon não tão inspirado e dando espaços demais para a pseudoartista Yoko Ono, mas mesmo assim, traz ao menos duas maravilhas, o rockão New York City e a balada visceral Woman Is The Nigger Of The World.

A faixa título, um dos momentos mais profundos, iluminados e conquistadores da obra do ex-beatle, é o destaque do álbum Mind Games.

Walls And Bridges, de 1974, é na minha opinião o grande álbum pop da carreira de John Lennon, incluindo clássicos do naipe de Nº 9 Dream, música cuja elaboração beira clássicos dos Beatles como I Am The Walrus e Strawberry Fields Forever, além de ter um refrão arrepiante.

O disco traz também Whatever Gets Yout Thru The Night, sacolejante dueto dele com Elton John, a sombria Scared, a funkeada What You Got e muito mais.

Rock And Roll (1975) é uma simpática demonstração de amor de Lennon ao rock and roll dos anos 50 e início dos 60, com releituras bacanas de clássicos como Slippin’ And Slidin’ e Stand By Me.

Double Fantasy (1980), último álbum lançado em vida por John Lennon, equivale a uma despedida digna, com pelo menos três músicas que se equiparam a seus melhores momentos: a nostálgica e contagiante (Just Like) Startin’ Over, a reflexiva Watching The Wheels e a maravilhsa homenagem ao filho Sean Beautiful Boy.

Se não tivesse nos deixado há 30 anos, Lennon certamente teria feito como Paul McCartney, que nas últimas três décadas nos proporcionou inúmeras músicas novas maravilhosas, aumentando ainda mais seu acervo de clássicos.

Não era para ser. Mesmo assim, o legado de Mr. Lennon tem valor incalculável, e irá inspirar a todos nós até o final dos tempos.

John Lennon ano 70 – os contras

Por Fabian Chacur

Neste sábado que amanhece frio e com garoa em São Paulo, John Lennon completaria 70 anos.

Completaria, pois a insanidade de um pseudo-fã levou-o de nós com apenas 40 anos de idade, naquele triste 8 de dezembro de 1980.

No entanto, dá para dizer que ele viveu mais de 70 anos durante os 40 em que esteve entre nós.

Lançou músicas maravilhosas, integrou a maior e melhor banda de rock, pop ou o que for de todos os tempos, teve uma carreira solo das melhores, lutou pela paz…

Como todo ser humano que se preze, Lennon foi contraditório. Não foi um bom pai para seu primeiro filho, Julian.

Separou-se de forma não muito agradável de sua primeira esposa, Cynthia. Teve uma relação no mínimo estranha com Yoko Ono, a segunda mulher.

Falou alguns absurdos de seu principal parceiro musical, Paul McCartney. E também lançou alguns trabalhos irregulares, entre os quais o fraco e panfletário Some Time In New York City.

Dois livros ressaltam bastante esse, digamos assim, “lado negro” de John Winston Lennon (que depois mudou o próprio nome para John Ono Lennon).

Um eu já comentei em Mondo Pop, o enorme (mais de 800 páginas) e contundente John Lennon – A Vida, de Philip Norman (Companhia das Letras), com direito a dispensáveis revelações, entre as quais que o artista teria tido vontade de transar com a própria mãe. Eu não precisava saber disso, nem vocês.

O outro eu acabei de ler. Trata-se de John (editora Larousse), no qual Cynthia Powell Lennon, primeira esposa do ex-beatle, conta como foi a sua vida ao lado do autor de Imagine, Mind Games e tantos outros clássicos.

Cynthia não doura a pílula, apresentando ao leitor o retrato de um homem que era carinhoso, amoroso e apaixonante, mas que também tinha enorme insegurança, agressividade, crueldade e uma total incapacidade de encarar problemas de frente, fugindo deles sempre que possível.

Lógico que precisamos dar um desconto ao relato da ex-miss Lennon, pois fica claro o ressentimento que ainda existe pela separação. Mas não dá para negar que Lennon foi no mínimo cruel com ela, e que foi um pai totalmente negligente em relação a Julian.

Mas a vida é assim. A gente erra e acerta. Esse Lennon que Cynthia descreve é o que ela conheceu. Para nós, que não tivemos a oportunidade de conhecer seu lado íntimo, ele sempre será lembrado como um gênio. E é sobre isso que falarei no próximo post. Afinal, foi o que o tornou eterno…

Várias efeméridas marcarão 2010 para os Beatles

por Fabian Chacur

Preparem-se para ler muito sobre os Beatles em 2010. Se no ano passado isso já ocorreu, em função do relançament turbinado de sua discografia, agora será a vez de diversas efeméridas completando datas redondas.

Ringo Starr (foto) começa o ano com tudo. Nesta terça-feira (12), lança pelo selo Hip-o o CD solo Y Not, o primeiro que ele próprio produziu. Participam do mesmo Paul McCartney, Joe Walsh e Dave Stewart, entre outros.

Será uma boa preparação para a festa de 70 anos, que, se Deus quiser (toc, toc, toc!) ele completará no dia 7 de julho. Também faz 40 anos que ele lançou Sentimental Journey, seu primeiro disco solo.

Em 9 abril de 1970, ao lançar seu primeiro disco solo, McCartney, Paul McCartney comunicou a sua saída dos Beatles. Essa data é considerada a que marca a separação da banda de rock mais importante de todos os tempos.

Em 9 de outubro de 1940, veio ao mundo John Winston Lennon, que posteriormente mudaria o nome para John Ono Lennon. Ele nasceu no mesmo ano de Ringo, só que não teve a mesma sorte do parceiro.

Num triste 8 de dezembro de 1980, ou seja, há quase 30 anos, o cantor, compositor e músico britânico foi assassinado pelo tresloucado Mark Chapman, deixando-nos com apenas 40 anos.

Além do disco do Ringo (ainda sem previsão de sair por aqui), e também do CD/DVD ao vivo de Paul McCartney, não há confirmação de novos lançamentos para marcar tantas efemérides.

Vale lembrar que Let It Be, o filme, outro que completa 40 anos de lançamento em 2010, continua inédito em DVD. Seria uma ótima ocasião para versões em DVD e em Blu-ray, não acham?

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