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R.E.M. anuncia a sua separação após 31 anos

Por Fabian Chacur

O R.E.M., uma das melhores e mais influentes bandas da história do rock, anunciou nesta quarta-feira (21) o seu fim. O comunicado está postado em seu site oficial, o www.remhq.com, que no momento está praticamente impossível de ser acessado.

A banda, que se manteve na ativa durante 31 anos, começou sua mensagem de despedida da seguinte forma:

“A nossos fãs e amigos: decidimos encerrar a banda. Estamos felizes por tudo o que conseguimos realizar. A todos que foram tocados por nossa música, nosso mais profundo agradecimento.”

O grupo integrado por Michael Stype (vocal), Peter Buck (guitarra) e Mike Mills (baixo) garantiu, no mesmo comunicado, que a separação ocorreu de forma pacífica, sem brigas ou desentendimentos.

“É a hora de seguirmos adiante, embora não tenha sido fácil tomar tal decisão. Já dizia um sábio que  o importante ao ir a uma festa é saber a hora de partir. Construímos algo extraordinário juntos, e agora iremos embora. Tudo precisa acabar, e queríamos fazer a coisa certa, do nosso jeito.”

Essa decisão pode explicar o fato de o grupo não ter saído em turnê para divulgar seu mais recente álbum, Collapse Into Now, lançado há seis meses. Era habitual eles irem para a estrada nesses casos.

O grupo surgiu na cidade americana de Athens em 1980, e tinha como outro integrante original o baterista Mike Mills, que saiu do time em 1997 após ter sofrido problemas de saúde.

Com um som que misturou rock, country, folk, rock e pop, o R.E.M. tornou-se o verdadeiro arquétipo do que se rotulou como rock alternativo, ou college rock, ou indie rock, nos anos 80.

Murmur (1983) é considerado um dos melhores trabalhos de estreia da história do rock, mas a banda gravaria coisas ainda melhores em sua carreira, como Fables Of The Reconstruction (1985), Out Of Time (1991), Automatic For The People (1993) e o recente Accelerate (2008).

Em 1987, eles conseguiram atingir o mainstream roqueiro com o álbum Document (1987), e em seguida saíram do selo independente IRS rumo à multinacional Warner, na qual estrearam em 1989 com Green.

O R.E.M., no entanto, conseguiu manter sua postura independente e longe dos golpes publicitários e concessões típicas do mundo pop, concretizando a dura tarefa de vender muitos discos e ao mesmo tempo continuar sendo respeitado pelos roqueiros mais conscientes.

Segundo a empresa Soundscan, que desde 1991 faz a medição de vendas de álbuns no mercado americano, o R.E.M. vendeu por lá, nos últimos 20 anos, 19.3 milhões de cópias.

Michael Stype e sua turma tocaram no Brasil duas vezes: em 2001, no Rock in Rio, e em 1998, em turnê que passou por São Paulo em antológicos shows na Via Funchal.

Eis uma perda realmente enorme no universo do rock. Felizmente, restam seus discos e DVDs para a gente matar saudades, sempre que se fizer necessário.

Ouça Everybody Hurts em versão ao vivo:

R.E.M. ao vivo em maravilhoso desfile de lados B

por Fabian Chacur

Em 2007, o R.E.M. lançou o seu primeiro CD de carreira ao vivo.  Antes, a banda americana reservava faixas ao vivo apenas para os lados B de seus inúmeros singles, que viraram raridades disputadas pelos fãs mais fiéis.

Duplo, R.E.M. Live traz um DVD como bônus, e equivale a uma bela viagem pelos maiores hits de Michael Stipe e sua turma, interpretados com muito pique e categoria. Apenas dois anos se passaram, e eis um novo CD ao vivo.

Só que o grupo integrado por Michael Stipe (vocal), Peter Buck (guitarra) e Mike Mills (baixo) nunca aposta na redundância. Live At The Olympia In Dublin só tem duas coisas em comum com o live album anterior.

Um é o fato de também ser duplo. O outro, três músicas: Drive, I’m Gonna DJ e Cuyahoga. O conceito básico dos dois álbuns é bastante distinto. Enquanto um aposta nos hits, o outro mergulha no catálogo do trio.

Com o apoio de Scott McCaughey (guitarra e backing vocals) e Bill Rieflin (bateria), o R.E.M. se apresentou ao vivo em 2007 na cidade de Dublin, na Irlanda, como forma de se preparar para a turnê mundial que realizaria a seguir, e que passou de forma inesquecível pelo Brasil em 2008.

O repertório do show chega a ser dos sonhos para os fãs mais antigos, ou que conhecem melhor o repertório da banda. 22 das 39 músicas apresentadas pelo grupo neste álbum foram gravadas originalmente nos anos 80.

Maravilhas como Wolves, Lower, Gardening At Night, Carnival Of Sorts (Box Cars), West Of The Fields e Cuyahoga não costumam fazer parte dos set lists mais recentes dos shows dos americanos de Athens, Georgia.

Dois álbuns foram muito bem representados: o segundo, Reckoning, de 1984 (com seis faixas, entre elas Second Guessing) e o terceiro, o excelente e subestimado Fables Of The Reconstruction, de 1985, (com cinco, entre elas as maravilhosas Maps And Legends, Driver 8 e Feeling Gravitys Pull).

Além desse instigante passeio pelo passado brilhante dos rapazes, eles também ofereceram, em primeira mão para o público irlandês, nove das onze faixas que entrariam no ótimo álbum de estúdio Accelerate (2008).

Entre outras, a vibrante Living Well Is The Best Revenge, I’m Gonna DJ e Disguised (que em Accelerate aparece com o título Supernatural Superserious) representam bem a safra mais recente do R.E.M. .

Live At The Olumpia In Dublin é a prova de que uma boa banda de rock não precisa de recursos visuais milaborantes, carinhas bonitinhas e roupas chocantes para se tornar uma sensação mundial.

Basta ter grandes canções e tocá-las com vibração e competência. O que, convenhamos, não é qualquer um que consegue. O R.E.M. já faz parte desse Olimpo pop há muitos, mas muitos anos mesmo!

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