WolfmotherDizem que o rock nunca morre porque ele se renova. Será? Nos últimos anos, com raríssimas exceções, temos visto nos charts centenas de bandas fazendo um “emocore” ou um “numetal” pasteurizado e lotando estádios ao redor do mundo.

Tudo está perdido? Não. Parece que três garotos australianos passaram longe dessa mesmice e montaram uma banda que traz o melhor do rock das últimas três décadas em seu álbum de estréia. Dimension começa com um berro que mostra bem onde estes garotos vão nos levar.

Os vocais de Andrew Stockdale são uma mistura de Chris Cornell, Ozzy e Ian Gillan batidos num liquificador e amplificada por sua juventude e suas letras psicodélicas “Purple haze is in the sky, see the angels with dead eyes…”.

A cozinha formada pelo baixista Chris Ross (que também cuida dos teclados) e pelo baterista Myles Heskett é não apenas é consistente, como também consegue soar numa mesma faixa ora como um Rage Against the Machine, e ora feito um Black Sabbath, como podemos perceber na energética Woman.

A melhor, e talvez mais conhecida canção do álbum (já que foi utilizada no comercial do iPod – duvido que muitos saibam disso) é Love Train. Com uma batida delicosa, exatamente como costumava fazer o falecido John Bohnam, Love Train é uma daquelas canções onde muito é dito em poucas linhas “I saw different faces and different places, I gotta get back girl on the love train”.

Não por acaso o Wolfmother foi considerado no ano passado “uma das bandas para se ouvir em 2006”. Eu pretendo ouvi-los por um bom tempo, já que tenho certeza que este é só o começo de uma grande banda do verdadeiro Rock n’roll.

Veja os garotos quebrando tudo no David Letterman Show:
http://www.youtube.com/watch?v=OLGde-7mIyA&search=Wolfmother