Como deve ser nossa relação com a música? Essa é uma pergunta meio besta, e que pouca gente pensa em fazer para si mesmo. Mas deveria. Vou dar algumas das minhas respostas. É, respostas, uma só complica tudo, simplifica demais. Eu quero a diversidade criativa dos Beatles. A melancolia melódica e intensa de Laura Nyro. O swing sofisticado do Simply Red. A ironia urbana e agressiva/poética de Lou Reed. O caos organizado e melódico/psicodélico do Jefferson Airplane. A poesia agressiva/romântica de Gonzaguinha. O rock básico do riff man Chuck Berry. O samba esporte fino de Paulinho da Viola. O violão acústico e as canções de João Bosco.

As melodias maravilhosas e poesias marcantes de Ivan Lins-Vitor Martins. O rock direto e desencanado e as power ballads de Bryan Adams. A poesia simples, as baladas marcantes e a voz de Sarah McLachlan. O rock dançante e alto astral do Franz Ferdinand. O rock dançante e alto astral 2-a missão do Kaiser Chiefs. O mix rock-folk-country-psicodelismo dos Byrds. As harmonias vocais maravilhosas de Crosby Stills & Nash (com ou sem Young). As baladas de Kate Bush. O soul-funk mortal dos Isley Brothers. A eterna insatisfação criativa do eterno David Bowie. O swing e as harmonias sempre imprevisíveis de Gilberto Gil. O supra sumo da disco do Chic. O beat dançante e os vocais irresistíveis do Shalamar. O mix glam rock-soft funk do Roxy Music. A bossa nova renovada de Marcos Valle.

Perceberam o saco de gatos acima? É artista de tudo quanto é época, tudo quanto é estilo, tudo quanto é popularidade. Em comum, adoro todos eles, acho suas músicas ótimas. Para mim, esse é o caminho: goste sem preconceitos, esteja sempre aberto a ouvir coisas novas para você, que de repente pode tanto ser o primeiro MP 3 de uma banda que surgiu ontem, como um disco da Billie Holiday dos anos 30. Viva a boa música, de ontem, de hoje, de amanhã…..de sempre!