Por Fabian Chacur

 

Mesmo sendo um cara assumidamente emotivo, não consigo ver graça nos chamados “discos natalinos”. Americano ama esse formato, e boa parte dos mais importantes artistas de lá já lançaram trabalhos nessa linha, como por exemplo Elvis Presley, Mariah Carey, Phil Spector, Harry Connick Jr., Tony Bennett, Amy Grant, George Strait e quem você imaginar. Canções específicas, então, até John Lennon escreveu, para quem não lembra a lírica Happy Xmas (War Is Over). Para vocês terem uma idéia, tenho a discografia completa de Daryl Hall & John Oates, que lançam discos desde o distante 1972, com a exceção de um item: Home For Christmas, de 2007, dedicado ao gênero que todos já sabem qual é. O problema básico é o fato de geralmente as letras serem por demais estereotipadas, e as melodias, açucaradas além do limite do suportável. Nessa época do ano no Brasil, em décadas passadas, você não conseguia fugir dos discos natalinos de harpa paraguaia do infalível Luis Bordon, um hit até hoje em famílias mais conservadoras. Provavelmente, o pior exemplar do gênero é o megalomaníaco 25 de Dezembro, lançado por Simone nos idos de 1996 e incluindo versão tenebrosa de Happy Xmas, intitulada Então é Natal. Nunca fui fã do colunista Tutty Vasques, mas nessa, ele mandou muito bem, em comentário feito na época na revista Veja: “Então é natal, não é mesmo, Simone? Tudo bem, e não se fala mais no assunto!”. Para finalizar esse verdadeiro antiode às canções natalinas, acho curioso corais natalinos entoando de forma doce a belíssima Boas Festas, composta por Assis Valente nos anos 30 do século passado, cuja letra é uma das mais tristes que já ouvi na vida, de fazer chorar até o Montgomery Burns dos Simpsons: “já faz tempo que eu pedi mas o meu Papai Noel não vem, com certeza já morreu ou então felicidade é brinquedo que não tem”. Feliz natal? Rsrsrsrs

 

Videoclipe com Happy Xmas (War Is Over) como trilha sonora:

 

http://br.youtube.com/watch?v=s8jw-ifqwkM