Por Fabian Chacur

 

O início ocorreu como uma espécie de brincadeira entre amigos, para, como se dizia antigamente, “tirar um som”. Em 1989, no entanto, a farra ficou séria, e o grupo Aquilo Del Nisso recebeu o convite para participar do Free Jazz Festival, o maior e mais prestigiado evento do gênero no Brasil de então. A partir daí, eles se firmaram como uma das melhores formações da música instrumental feita neste país, lançando os CDs Aquilo Del Nisso (1990), Tocando Tudo (1992), Chico Buarque Instrumental (1994), Festa Brasileira (1997) e 5 (2003). Entre seus fãs, gente do gabarito de Dominguinhos, Hermeto Pascoal e Naná Vasconcelos. Após quase seis anos, o grupo volta com Piratininga (independente, distribuição Tratore), homenagem à cidade de São Paulo, berço e base do trabalho do hoje quarteto, integrado por Alê Damasceno (bateria), Celso Marques (flauta, pífano, sax tenor e soprano), Beba Zanettini (piano) e Robertinho Carvalho (baixo elétrico e fretless). O som do Aquilo Del Nisso equivale a uma espécie de achado, pois é capaz de atender a vários tipos de demanda. Quem curte música sofisticada certamente irá adorar os solos, as harmonias elaboradas e o requinte exibidos nas dez faixas. Para aqueles que apreciam um som instrumental fluente, rítmico e gostoso de se ouvir, Piratininga também será uma trilha sonora das mais adequadas. Os jazzistas irão se deliciar com as improvisações, enquanto os fãs de ritmos dançantes poderão até bailar com os devidos parceiros ao som de Piratininga. Música instrumental brasileira com tempero jazzístico e conciliando elaboração e acessibilidade não é tarefa das mais fáceis de ser concretizada, e é exatamente isso o que esse disco belíssimo nos oferece.

 

Profile do Aquilo Del Nisso no myspace:

 

www.myspace.com/aquilodelnisso