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Yourself Or Someone Like You- Matchbox 20 (1996/ Lava-Warner)

Por Fabian Chacur

 

Existe uma parcela significativa dos fãs de rock que consideram o gênero estagnado há muito tempo. Eles se restringem a valorizar os medalhões, alegando que o rock atual não tem mais ninguém com real qualidade. Nunca concordei com esse tipo de postura. Por mais que o período compreendido entre o surgimento do rock and roll, na metade dos anos 50, até meados dos anos 80 possa ser considerado muito mais rico em termos musicais do que o atual, sempre surge gente de talento que subverte tal regra, e que, com o tempo, acaba merecendo entrar nessa galeria de grandes criadores. Eis o que ocorreu em 1996, quando a banda Matchbox Twenty veio de Orlando, Flórida, com seu excelente disco de estréia, Yourself Or Someone Like You. Um time afiado. Nas guitarras, os competentes Kyle Cook (solos) e Adam Gaynor (base). Na cozinha rítmica, os seguros Brian Yale (baixo) e Paul Doucette (bateria). E nos vocais e composições, um legítimo seguidor da tradição do rock americano, especialmente o feito por Bruce Springsteen, John Mellencamp, Pearl Jam e The Byrds: o excelente Rob Thomas. Com produção a cargo de Matt Serletic (que atuou com o grupo Collective Soul), o álbum é uma coleção de ótimos rocks e baladas, que fundem country rock, hard rock, folk, merseybeat a la Beatles e rock alternativo com muita inspiração. Embora não tenha atingido o topo da parada ianque (sua posição mais alta foi o quinto lugar), o disco vendeu a incrível marca de mais de 10 milhões de cópias por lá, e gerou quatro singles maravilhosos: a power ballad Push, a deliciosamente folk rock 3 am, o rockão Real World e a cativante Back To Good. O mais legal é pensar que esse álbum quebrou recordes de venda e se manteve por quase quatro anos nas paradas de sucesso especialmente impulsionado pelas performances ao vivo do então quinteto. Nada de truques de marketing, de explosões nos palcos, de visual elaborado e nada. A arma dessa banda era apenas boas canções. E eles venceram. Prova de que vale a pena acreditar na capacidade de novas bandas e artistas surgirem e aumentarem o songbook desse gênero musical que tanto amamos.

 

Ouça Push ao vivo com o Matchbox Twenty:

 

http://www.youtube.com/watch?v=v1B-dsOtcps

 

5 Comments

  1. Alexandre Damiano

    June 15, 2009 at 4:50 pm

    Fabian,
    Sou um desses que acha que tudo ( ou quase tudo) de bom no rock já foi feito rsss…
    mas vc tem razão sobre Matchbox Twenty. boa banda. vocalista com um timbre de voz interessante…

    outra boa banda que surgiu na mesma época é Gin Blossoms. o que acha?
    abs
    Alexandre Damiano

  2. Alexandre Damiano

    June 15, 2009 at 10:17 pm

    hehehe Fabian, o que vc tem contra ” explosões no palco e visual elaborado? “

  3. Embora não no mesmo nível do Matchbox Twenty, o Gin Blossons é bastante interessante, e tenho um disco deles. Quanto ao “explosões no palco e visual elaborado”, não é para agulhar uma de suas bandas favoritas não, viu? rsrsrsrsrs Grande abraço, e obrigado pela visita qualificada!!!! E não tenho nada contra, desde que exista música de qualidade por trás disso tudo….

  4. Alexandre Damiano

    June 16, 2009 at 9:02 am

    Ahhh rsrss…então tá.

    Eu tenho um do Gin blossoms tb. e tenho um do Matchbox Twenty tb! rs

    Mas confesso que essas bandas embora bastante bacaninhas teriam mais sucesso se tivessem aparecido nos 70 ou 80.

    abs

  5. Muito provavelmente, Alexandre,mas ambas, especialmente o Matchbox Twenty, até que conseguiram um bom fã-clube. Prova de que, sim, existe gente antenada por aí para um rock de boa qualidade e sem frescuras. Grande abraço!!!!

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