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EMI não venderá mais para lojas independentes nos EUA

por Fabian Chacur

Muita gente se pergunta de o porque as grandes gravadoras transnacionais acabaram vendo seu imenso poder conquistado durante décadas praticamente ruir, a partir do final dos anos 1990. Quem pensa que é só por causa da ação da pirataria e também do compartilhamento de arquivos de música de forma ilegal não está indo no cerne do problema. Uma nova notícia serve como luva para ilustrar o verdadeiro xis da questão. A EMI nos EUA a partir de agora não venderá mais seus produtos para lojas independentes, limitando sua distribuição a revendedoras de grande porte como as megastores Wal-Mart e Best Buy. E ainda aconselharam esses lojistas a comprarem os produtos que lhes interessarem direto nas grandes lojas, revendendo-os para o consumidor final. Piada de mal gosto. Wayne Rosso, ex-presidente do programa de compartilhamento de arquivos musicais P2P Grokster, afirmou ao blog Zero Paid que “vários lojistas indies com os quais conversei ficaram tão bravos que juram que nunca mais venderão nenhum ítem de catálogo da EMI, assim como lançamentos de novos artistas”. Dá para acreditar que, em plena crise, alguém possa ser tão melindroso no ato de vender seus produtos? Como disse Guilherme Arantes em uma entrevista para mim há seis anos, “não dá para torcer pelas grandes gravadoras, porque elas nunca torceram muito para nós, artistas”. E as subsidiárias brasileiras dessas multinacionais do disco estão na verdade adiantadas nesse verdadeiro tiro no pé. Para quem não sabe, lojas de pequeno ou médio porte no Brasil não conseguem comprar produtos diretamente das gravadoras, que fazem inúmeras exigências absurdas como pedido mínimo, preço mais alto, prazo de pagamento muito curto etc. Dessa forma, o lojista é obrigado a se valer dos serviços das distribuidoras independentes. Pra resumir: desse jeito, daqui a dez anos as tais majors estarão mais enterradas do que o comunismo……

Guilherme Arantes no Globo de Ouro há muitos anos:

http://www.youtube.com/watch?v=fR1Gke8Mm8A

5 Comments

  1. Eu não tenho outra coisa a dizer sobre essa notícia senão: QUE PALHAÇADA!!!!E olha esta frase:”E ainda aconselharam esses lojistas a comprarem os produtos que lhes interessarem direto nas grandes lojas, revendendo-os para o consumidor final.”
    Isso está parecendo uns tempos atrás que muita gente comprava uma geladeira e no final pagava por três.Se alguém procurar revender Cd que comprou no wal-mart por exemplo, este CD teria passado por três lugares para chegar no consumidor final e todos querendo seu lucro.

    Uma vergonha!

    Saudações Chacur!

  2. Marcelo Covoes

    July 31, 2009 at 6:44 pm

    Absurdo é um termo leve pra essa decisão . Como é possível sequer tornar viável o trabalho das lojas menores diante desse comportamento de truste da indústria ? Um raciocínio burro , não existe outra palavra , já que qualquer um que tenha uma mínima noção de comércio , sabe que a soma dos pequenos sempre representou um número significativo na venda de qualquer grande produção , seja ela de discos , chinelos ou batatas . A não ser que isso signifique que eles querem mesmo acabar com esse comércio de discos . Sequer por um momento , esses senhores devem lembrar que lidam com um produto com características de mercado muito especiais , por motivos que fogem ao seu entendimento estreito do tema . Muito triste .

  3. Claudio Romano

    July 31, 2009 at 7:24 pm

    Wall Mart eh um cancer nos EUA. Estah aniquilando com os pequenos comerciantes. Isso estah me cheirando a “treta arrumada” entre as partes envolvidas. Assisti um programa documentario sobre o Wall Mart que me deixou “disgusted”. Na Inglaterra eles jah compraram algumas lojas e eu me recuso a comprar nelas.
    O pequeno comerciante lah, em varios ramos, estao sofrendo e sendo “exterminados”. Acougues, mercearias, padarias, etc, estao fechando as portas numa velocidade preocupante. Lojas de CD’s, videos, etc, que jah nao sao muitas, sao o proximo alvo. Isso eh ruim para o consumidor, que acaba tendo poucas opcoes, e isso proporciona uma coisa perigosa, que eh a formacao de uma pequena mafia entre essas grandes empresas, tabelando o preco lah em cima, obrigando o pobre consumidor pagar mais, pela falta da competicao e consequentemente da oferta. Isso tambem pode ser um tiro no proprio peh dessa EMI, pois incentiva ainda mais a pirataria.

  4. Alexandre Damiano

    July 31, 2009 at 9:45 pm

    Ridículo!

    Já não basta essas grandes redes comprarem e aniquilarem os mercadinhos de bairro, agora querem acabar com as lojas de discos?

    abs

  5. Ótimos comentários de todos, parabéns! Cada um toca em um ponto importante dessa discussão, que é a burrice das gravadoras majors e também do nefasto surgimento de máfias, monopólios e coisas do gênero em torno da venda de discos, algo nefasto para todos os envolvidos, especialmente nós, pobres consumidores. Mas estou com o Romano: não compro nesse Wal-Mart nem com reza brava, pois dizem que essa empresa, além de tudo, ainda trata mal pacas os seus funcionários. Tô fora!!!! Grande abraço a todos, e muito obrigado pela visita, voltem sempre!!!!

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