Por Fabian Chacur
Se há algo desagradável para um jornalista da área musical que trabalha como frila é o fato de que, no Brasil, as publicações dessa área nem sempre duram o que seria recomendável. Quando duram alguma coisa… Por isso, boa parte do meu acervo como crítico e repórter é de difícil ou quase impossível acesso, atualmente. Sorte que eu sempre tive a mania de colecionar as minhas matérias publicadas, guardando um exemplar comigo. Sorte mesmo…
Tudo bem que eu sou um bagunceiro de primeiríssima linha, e precisaria dar uma bela e rigorosa organizada nesse meu acervo. Mas, aos poucos, tentarei fazer isso. A criação dessa série, iniciada em dezembro de 2016 (leia a primeira matéria aqui), é uma ação nesse rumo, para tentar resgatar alguns momentos importantes.
Esta resenha, por exemplo, é muito significativa por registrar com detalhes o show que o genial Steve Winwood fez em São Paulo, mais precisamente no dia 26 de maio de 1998 no Palace. Tente buscar alguma informação sobre essa apresentação na internet, e você provavelmente não encontrará nada. Então, resolvi resgatar a que fiz para a edição de número 17 da extinta revista Shopping Music, publicada em julho de 1998. Divirtam-se, com direito a setlist!
“Steve Winwood- Palace (SP)- 26/5/1998
Steve Winwood surgiu no universo da música pop ainda adolescente, aos 16 anos, como principal força criativa dentro do Spencer Davis Group. Desde então, o cantor, compositor e multi-instrumentista desenvolve uma carreira repleta de êxitos, quer como integrante de grupos como Blind Faith e Traffic, quer como artista-solo. Ao completar 50 anos de idade, ele finalmente se apresentou no Brasil, e mostrou que se encontra em excelente forma.
Acompanhado por uma banda extremamente coesa e talentosa, composta por nove músicos, Winwood preparou um roteiro que deu uma geral em todas as fases da carreira, abrindo e fechando respectivamente com I’m a Man e Gimme Some Lovin’, hits de sua primeira banda, o Spencer Davis Group. Durante as duas horas de apresentação, ficou clara a versatilidade do astro inglês, que tocou guitarra, teclados diversos e mandolin com a desenvoltura que só os gênios possuem. Isso, sem contar a voz forte, melódica, potente e com uma inspiração que vem de intérpretes negros como Ray Charles, um de seus ídolos.
Graças ao repertório, o clima da performance de Steve Winwood teve como marca a diversificação. O set list incluiu pop dançante em Higher Love, While You See a Chance e Familly Affair, rhythm and blues à antiga em Roll With It, rock progressivo jazzificado em Low Spark Of High-Heeled Boys (com grandes solos de todos os músicos), balada rock em Can’t Find My Way Home, latinidade em Gotta Get Back To My Baby e folk-ballad em Back In The High Life Again, só para citar alguns exemplos. O excelente Junction Seven, seu mais recente CD, foi representado por quatro músicas. Com um desempenho tão bom, o público só podia mesmo ter ficado em puro êxtase.”
Set list do show:
I’m a Man–
Roll With It–
Freedom Overspill–
While You See a Chance–
Let Your Love Come Down–
Forty-Thounsand Headmen–
Gotta Get Back To My Baby–
Can’t Find My Way Home–
Low Spark Of High-Heeled Boys–
Presence Of The Lord–
The Finer Things—
Family Affair–
Just Wanna Have Some Fun–
Higher Love–
BIS:
Back In The High Life Again–
Gimme Some Lovin’–
Veja Angel Of Mercy (live-1998)- Steve Winwood:
March 2, 2017 at 2:30 pm
Fabian, desculpe repetir o bordão, mas… EU ESTAVA LÁ! Provavelmente não no mesmo dia que você (lembro vagamente que o show foi em 2 datas consecutivas).
Fui com o Valdir Angeli, e consegui um autógrafo do Steve no vinil que tem “Vacant Chair”.
March 2, 2017 at 10:21 pm
Isso é o que eu chamo de um sortudo! Esse era um autógrafo que eu amaria ter. Enfim, paciência, ao menos vi o show, que amei. Parabéns, você merece, Foá!!! Grande abraço e tudo de bom!!!
March 3, 2017 at 11:52 am
Confirmando que nós dois vimos o show em dias diferentes: o set list não é o mesmo. Quando eu fui, lembro que teve “Glad”. Não teve essa tal de “Family Affair” (é a mesma do Sly Stone?). Também não lembro de ter ouvido “While you see a chance”.
March 3, 2017 at 6:52 pm
Sim, Cláudio, é a do Sly & The Family Stone, que o Winwood regravou no álbum Junction Seven, e que por sinal ficou bem legal com ele. Certamente vimos o show em dias diferentes. Grande abraço!
July 23, 2019 at 4:36 pm
Winwood é um sujeito genial da história do rock mundial. Sou fã incondicional do Traffic. Tenho todos os discos desse gênio.
July 23, 2019 at 5:34 pm
Concordo com você em gênero, número e grau, meu caro. Esse cara é incrível, pois se trata de um artista completo. Canta maravilhosamente bem, toca com categoria vários instrumentos musicais, é um baita compositor, integrou bandas seminais como o Traffic e o Blind Faith e desenvolve uma carreira solo exemplar. Grande abraço e muito obrigado pela visita a Mondo Pop, volte sempre!
April 1, 2020 at 4:48 am
Oi Fabian, eu também estive lá! Show exclusivíssmo para uma audiência que entende o valor de poder assistir um artista deste nível, tocando tão perto em sua cidade. Apesar de ele ter vindo solo, pra mim era com se fosse o Traffic.
Me lembrei de ter assistido também no Palace, em 1987, o Alvin Lee e Ten Years After, que dispensa comentários. Certeza que foi um dos shows mais loucos que já assisti até hoje, a galera sem empolgou tanto que queriam invadir o palco!
Grande abraço amigo!
April 4, 2020 at 4:51 pm
Fomos testemunhas privilegiadas de shows incríveis, meu caro Ricardo. Que bom termos tido essa oportunidade! Grande abraço, tudo de bom e muito obrigado pela visita a Mondo Pop, volte sempre que puder ou quiser!