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Morre Larry Hoppen, do grupo Orleans

Por Fabian Chacur

Morreu nesta terça-feira (24) no estado americano da Flórida o cantor, compositor e guitarrista Larry Hoppen. Ele foi um dos fundadores do grupo de pop-rock Orleans, que fez bastante sucesso na segunda metade dos anos 70.

A esposa de Hoppen, Patricia Smith Hoppen, incumbiu-se de dar a triste notícia, sem revelar, no entanto, a causa que vitimou o músico. Ele tinha 61 anos de idade.

O Orleans surgiu em janeiro de 1972, tendo como fundadores Hoppen, o cantor e guitarrista John Hall (que saiu da banda em 1977 para se dedicar à política, seguindo a linha ambientalista) e o baterista e percussionista Wells Kelly. No mesmo ano, entraria no time o baixista Lance Hoppen, irmão de Larry. O baterista Jerry Marotta, também conhecido como ótimo músico de estúdio, entrou na banda em 1976, na vaga de Kelly.

Com um som influenciado por artistas de Nova Orleans como Neville Brothers e Allen Toussaint, além de elementos musicais dos Doobie Brothers, o Orleans tornou-se conhecido graças a três grandes hits: Dance With Me (1975, atingiu o sexto posto entre os singles nos EUA), Still The One (1976, atingiu o quinto posto) e Love Takes Time (1979, 11º posto).

No Brasil, seu maior hit foi Love Takes Time, que tocava em rádios mais roqueiras e também em um programa especializado em rock que a TV Cultura exibia na segunda metade dos anos 70. O Orleans continua na ativa, mesmo sem o mesmo sucesso de sua fase áurea, e deveria tocar nesta sexta-feira (27) em um show ligado a uma emissora de rádio.

Ouça Still The One, com o Orleans:

Ouça Love Takes Time, com o Orleans:

Rita Lee disponibiliza músicas gratuitamente

Por Fabian Chacur

A nova versão do site oficial de Rita Lee (www.ritalee.com) oferece aos fãs do melhor rock and roll um verdadeiro tesouro.

No endereço http://www.ritalee.com/?page_id=761, você terá acesso aos 32 álbuns que a rainha do rock brasileiro gravou em carreira solo e com os Mutantes.

Exceto músicas que gravou especialmente para trilhas de novela e outros projetos de forma avulsa, tudo o que ela registrou nesses 43 anos de produtiva carreira se encontra lá.

Você clica na capa de cada álbum e tem a opção de escolher as músicas, que aparecem com a letra e a opção de audição na íntegra, no sistema streaming, ou seja, pode-se ouvir quantas vezes se quiser, mas não dá para baixar.

Enquanto isso, a cantora e compositora paulistana continua preparando dois novos CDs e fazendo shows da turnê ETC..

Os próximos serão em Curitiba (Teatro Positivo, dia 26), São Paulo (Teatro Bradesco, 1º e 2 de abril) e Buenos Aires (Teatro Gran Rex – 20 de maio).

Mondo Pop recomenda seis discos de Rita Lee para você começar a sua viagem gratuita e deliciosa por sua obra:

BUILD UP (1970)

Curioso primeiro trabalho solo de Rita que contém como destaques dois covers. Um é José, versão de Nara Leão para Joseph, de Georges Moustaki, na qual fica difícil acreditar que não é Fernanda Takai quem está cantando (ou a própria Nara!), e o outro, And I Love Her, dos Beatles, que fica mais rocker e experimental e vira And I Love Him.

Atrás do Porto Tem Uma Cidade (1974)

Inclui um dos maiores clássicos do rock nacional de todos os tempos, Mamãe Natureza, verdadeira profissão de fé na vida e no rock and roll repleto de energia e estilo. Seria um dos primeiros grandes petardos de Rita Lee a mostrar um estilo próprio e distante dos Mutantes que a revelaram de forma tão marcante. A partir daqui, ela era única.

Fruto Proibido (1975)

O que parecia ainda um monte de sementes sendo devidamente plantadas e regadas nos trabalhos anteriores virou, aqui, uma colheita repleta de riqueza musical. É um clássico atrás do outro, incluindo Ovelha Negra, Dançar Pra Não Dançar, Agora Só Falta Você e Esse Tal de Roque Enrow. Espetacular, presença constante nos melhores discos do rock brazuca.

Babilônia (1978)

Aqui, Rita se firma de vez como roqueira em petardos como Jardins da Babilônia, Miss Brasil 2000 e Que Loucura e vai ainda além nas balançadas Agora é Moda, Eu e Meu Gato (com fortes toques de Honky Cat, de Elton John, mas sem cair no mero plágio) e a deliciosamente pop Disco Voador. Começava a surgir um pop rock a brasileira. O meu favorito da Tia Rita.

Rita Lee (1979)

O poder pop de Tia Rita se manifesta na belíssima e latina Mania de Você (com fortes ecos de From The Beginning, de Emerson, Lake & Palmer), no reggae Maria Mole e no pop rock Chega Mais, enquanto o rockão marcou presença na sensacional Papai Me Empresta o Carro. E tem a balada pop e envolvente Doce Vampiro. Um marco do pop rock brazuca.

Rita Lee (1980)

Espécie de confirmação do formato do álbum anterior, tem como destaque a explosiva Lança Perfume, com seu timbre de teclados a la What a Fool Believes, dos Doobie Brothers, e um balanço e letra irresistíveis. Traz também o rockão Orra Meu, as latinas Baila Comigo e Caso Sério, a delicada Shangrilá… Nascia o pop rock nacional dos anos 80!

Minha porta de entrada para os Beatles

Por Fabian Chacur

Em dezembro de 1973, eu era um moleque de 12 anos que começava a descobrir o maravilhoso mundo da música.

Naquele mês, comprei o primeiro álbum duplo da minha vida. Tratava-se de The Beatles 1962-1966.

A aquisição poderia parecer estranha, para um moleque com aquela idade.

Afinal de contas, o álbum em questão era de uma banda que havia acabado há três anos, quando eu tinha apenas 9 aninhos. Ou seja, “não era do meu tempo”.

Mas a explicação é simples. Meu irmão, sete anos mais velho do que eu, curtia os caras.

Embora não tivesse nenhum LP deles, era dono de dois compactos que eu quase furei de tanto ouvir: Hey Jude/ Revolution e Something/Come Together.

Durante 1973, em função do lançamento das coletâneas 1962-1966 (de capa vermelha) e 1967-1970 (de capa azul), as rádios brasileiras, especialmente a Difusora e a Excelsior, voltaram a tocar regularmente músicas do quarteto de Liverpool em suas programações.

Era como se o grupo ainda existisse, pois entre um novo sucesso dos Doobie Brothers, Bread, The Sweet e Elton John, sempre havia espaço para um From Me To You, um And I Love Her, um You’ve Got To Hide Your Love Away.

Era como se aquelas canções fossem recém-lançadas. E sua qualidade se impôs nos meus ouvidos.

Nem é preciso dizer que em pouco tempo The Beatles 1962-1966 se tornou um favorito no meu toca-discos. E virei um beatlemaníaco.

O relançamento das duas coletâneas duplas foi um dos grandes momentos no setor em 2010. Só agora tive acesso ao 1962-1966 nessa nova embalagem, e literalmente pirei.

O álbum já havia conhecido o formato CD nos anos 90, mas agora temos uma belíssima capa digipack plastificada.

Mais: o novo encarte contém 32 páginas com todas as letras das canções, novas fotos e um belo texto do jornalista Bill Flanaghan contextualizando a importância dessas coletâneas.

Na verdade, The Beatles 1962-1966 e The Beatles 1967-1970 foram as portas de entrada da minha geração para a obra dos Fab Four. E continua cumprindo muito bem essa missão, 37 anos depois.

O repertório dos álbuns não se prende apenas aos singles, trazendo também canções representativas que não saíram nesse formato, tipo You’ve Got To Hide Your Love Away, Norwegian Wood (This Bird Has Flown) e In My Life.

A qualidade da remasterização das faixas é extremamente bacana, também.

Ou seja, comprar as novas versões desses álbuns não é apenas um mero fetiche por parte dos quarentões e cinquentões que mergulharam inicialmente na obra dos Beatles através deles.

E para quem quer ter uma visão abrangente da obra do grupo mais importante da história da música, também vale.

E vamos combinar: ouvirmúsica dos Beatles com os próprios é um convite irrecusável.

Dica: paguei R$ 40 pelo álbum vermelho nas Lojas Americanas. O azul está pelo mesmo preço. Uma pechincha, mais barato do que o novo CD da Grande Irmã, digo, Ivete Sangalo.

Toque final: as capas, variações da do álbum de estreia do grupo, Please Please Me, são maravilhosas. A segunda, feita em 1969, era a ideia inicial para a embalagem do que viria a ser Let It Be.

Ouça e leia a tradução da letra de In My Life, uma das músicas mais belas e profundas da história dos Beatles e da música:

Victor Riskallah Chacur, brigadão pela iniciação!

doobie brothers 1por Fabian Chacur

Sempre que essa época de natal se aproxima, as recordações voltam às mentes de quem já não tem mais por perto os seus entes queridos.

No meu caso, perdi minha mãe em junho de 1996, meu pai em setembro de 1998 e meu irmão em janeiro de 1999. Este último, Victor Riskallah Chacur, se foi muito cedo, com apenas 44 anos.

Se hoje sou um eterno viciado em música boa, devo muito disso a ele. No mínimo, pela ótima iniciação. Afinal de contas, os primeiros discos que tive a oportunidade de ouvir eram dele, em sua maioria.

Tipo aquele compacto dos Beatles com Hey Jude e Revolution, que ouvimos até o limite da exaustão naquele finalzinho de 1968, quando eu tinha apenas sete aninhos de idade. Para intercalar, o compacto do obscuro grupo People com a ótima I Love You.

Conheci os Beatles, até hoje (e para sempre) minha banda favorita, graças a ele. E várias outras bandas e artistas. O Deep Purple, ouvindo muito o seu exemplar do In Rock, com Living Wreck, Speed King e Child In Time.

E aquele compacto, com Nobody de um lado e Slippery St. Paul do outro, de 1971? Esse raio desse disco me viciou em outra das minhas bandas favoritas até hoje, os Doobie Brothers. Amo esses caras!

A voz potente e a guitarra certeira de Tom Johnston, a guitarra e os vocais de Patrick Simmons, as vocalizações certeiras, a fusão de rock-country-folk-soul etc…… Doobie Brothers forever!

O primeiro disco de Paul McCartney que ouvi na vida foi o Ram, de 1971. Lógico que do glorioso Victor. Também ouvi até furar Uncle Albert/Admiral Halsey, Monkberry Moon Delight, Three Legs, Heart Of The Country….

A partir dos meus dez anos de idade, a gente começou uma disputa besta para ver quem comprava primeiro um disco de sucesso. Era divertido ver quem surgia primeiro com o novo do Seals & Crofts, Bread, Rolling Stones, Bee Gees…..

Quando fiz 17 anos, acordei e vi, em cima do criado mudo ao lado da minha cama, um compacto simples embrulhado. Abri: Got a Feeling, de Patrick Juvet, grande hit em 1978 e um clássico da disco music que eu amo.

Fico arrepiado só de lembrar a alegria ao ganhar esse disco, que obviamente tenho até hoje. Foi o único presente que ganhei naquele aniversário, e me lembro de ter chorado no final do dia, sozinho, sabe-se lá porque.

Eu também curto músicas bizarras, aquelas que de tão ruins chegam a ser boas, mas o Victor, não. Ele só curtia coisas boas. Tipo aquele maravilhoso álbum Cicatrizes, do MPB-4, um dos melhores de música brasileira que já tive a oportunidade de ouvir.

Ou O Canto das Três Raças, da Clara Nunes, que você abria a capa e a mesma virava um pôster imenso. Ou alguns do Martinho da Vila, o samba em sua mais autêntica e bela expressão.

Vou parar por aqui, pois a lista vai longe. Lógico que, como bons irmãos, brigamos muito, frequentemente por razões imbecis, mas sempre voltávamos às boas.

Tá bom, ele tinha um defeito gravíssimo: torcia para aquele timinho da Marginal Sem Número. Mas fazer o que? Perfeição não existe…..

No dia 6 de janeiro de 1999, ele me deixou. Fica a recordação de alguém que foi fundamental em minha vida, e a quem devo muito mais do que ele poderia imaginar. Onde estiver, meu abraço apertado, cara, e a saudade eterna!

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